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Acrise econômica argentina foi uma crise financeira que afetou aeconomia argentina durante adécada de 1990 e início dadécada de 2000. Macroeconomicamente falando, o período crítico começou com a queda doPIB real em1999 e terminou em2002 com o retorno do crescimento do PIB, mas as origens do colapso da economia argentina e seus efeitos sobre a população, podem ser encontradas em ações anteriores.
Diante das crescentes críticas ao governo deCarlos Menem acerca da corrupção e da incapacidade de combater o desemprego, ocorreu o surgimento de uma força política estabelecida a partir de um acordo entre aUnião Cívica Radical e oFREPASO, uma confederação formada pelos partidos Frente Grande, Socialista Popular, Socialista Democrático, e Democrata Cristão. Em1997 constitui-se a "Aliança para o Trabalho, a Justiça e a Educação", mais conhecida como "Alianza".
De suas frentes saiu a chapaFernando de la Rúa -Carlos Chacho Álvarez, vencedora daeleição presidencial na Argentina em 1999 com 48,5% dos votos e 10,5% à frente do candidato justicialistaEduardo Duhalde.
A campanha havia se baseado no combate aodesemprego, a purificação da corrompida estrutura política argentina e a garantia da manutenção daLei de Conversibilidade do primeiro mandato deCarlos Menem. Em10 de dezembro De la Rúa assumiu o poder com grande apoio popular, em clima de esperança, inclusive os que não haviam votado na chapa vencedora.
Desde o discurso de posse Fernando de la Rúa começou a enterrar sua base política, anunciando a necessidade de uma série de aumento deimpostos e ajuste da estrutura estatal de considerável magnitude. Apesar disso, a confiança no governo não foi abalada. O gabinete de ministros, ao fim do governo extremamente instável, esteve composto por José Luis Machinea na Economia, Ricardo López Murphy na Defesa, Adalberto Rodríguez Giavarini nas Relações Exteriores: um gabinete formado por radicais, integrantes da FREPASO e uma grande quantidade deeconomistas.
A situação econômica e social era muito delicada: desemprego que superava os 15% e que subia implacavelmente, insegurança nas ruas, desconfiança de parte domercado financeiro internacional e uma gigantescadívida externa eram alguns dos principais temas urgentes na agenda do governo.
OMinistério daEconomia havia traçado certas medidas financeiras com a finalidade de barrar o déficit fiscal, buscando principalmente novosempréstimos doFundo Monetário Internacional (FMI).
Em meados de dezembro iniciam-se alguns protestos de classes populares em algumas cidades dasprovíncias, levados adiante pelos denominados "piqueteros". Alguns analistas políticos atribuem estas revoltas a um plano desestabilizador orquestrado por alguns líderes contrários ao governo de De la Rúa. Como nos governos anteriores de Menem e Alfonsín, vários comércios em zonas empobrecidas do interior do país sofrem saques por parte de setores da população desempregados e indigentes.
A partir de19 de dezembro de2001 iniciam-se as manifestações populares conhecidas como panelaço a favor doimpeachment, que terminaram com a renúncia do presidente De la Rúa. Durante o dia, em diferentes pontos do país, com epicentro emBuenos Aires, graves distúrbios e revoltas sociais ocorrem. Há conflitos com apolícia, sendo os mais violentos os que ocorrem nas imediações da Casa Rosada, na capital: ao menos 5 pessoas morreram no embate com a polícia. Diante dessa situação, o presidente decide decretarestado de sítio, que suspende as garantias constitucionais dos cidadãos. O anúncio é realizado em cadeia nacional pelo próprio presidente. Espontaneamente milhares de argentinos vão às ruas batendo panelas, decepcionados com as recentes medidas civis e econômicas. Pacificamente, a população manifestou seu descontentamento durante toda a noite, enquanto a polícia tentava os manter distante daCasa Rosada utilizando-se degás lacrimogêneo - na mesma noite renunciaDomingo Cavallo.
No dia20 de dezembro novos conflitos ocorrem entre a polícia e os manifestantes, reunidos naPlaza de Mayo, em frente à Casa de Governo, e em outros pontos do país. Mais pessoas morrem durante esse choque - calcula-se que 30 pessoas tenham morrido em diversos conflitos.
Às 4 da tarde o presidente pronunciou um discurso pela televisão convocando a "unidade nacional" e oferecendo aoPartido Justicialista co-governar o país. Diante da negativa judicialista, Fernando de la Rúa renunciou.
Em sua carta de renúncia manuscrita, enviada ao Senado,[1][2] diz:
“ | "Dirijo-me aos senhores para apresentar minha renúncia como presidente da Nação. Minha mensagem de hoje para assegurar a governabilidade e formar um governo de união nacional foi rejeitada pelos líderes parlamentares. Acredito que minha decisão contribuirá para a continuidade institucional da República. Peço a este Congresso que aceite minha decisão. O saúdo com minha mais alta consideração e estima e peço a Deus pela ventura de minha pátria". | ” |
(Fernando de la Rúa)
O "corralito" foi imposto pelo governo deFernando de la Rúa em dezembro de2001 para evitar a retirada de depósitos emcontas correntes epoupanças. Para tanto, congelaram-se os depósitos dos poupadores e estabeleceram-se limites semanais para a retirada de fundos. A justificativa secundária almejada porDomingo Cavallo, ao cargo do Ministério daEconomia Argentina, foi conseguir um maior uso dos meios de pagamento eletrônico, evitando assim a evasão impositiva e provocando a "bancarização" da população, sendo este um benefício para osbancos. A medida causou grande convulsão naArgentina, ante o caráter impopular da referida medida, culminou com o pedido deimpeachment e a derrubada dogoverno decentro-esquerda de Fernando de la Rúa.[3]