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Crise dos mísseis de Cuba

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Crise dos mísseis de Cuba
Guerra Fria

Fotografia daCIA do míssil núclear "SS-4".
Data16 de outubro20 de novembro de1962
LocalCuba
Desfecho
  • Retirada dos mísseis soviéticos deCuba
  • Retirada dos mísseis americanos daTurquia eItália
  • Acordo de que nunca haveria invasão americana a Cuba
  • Criação de uma linha direta entreMoscou eWashington, D.C.
Beligerantes
 Estados Unidos
 Turquia
 Itália

Apoio:
OTAN
 União Soviética
 Cuba

Apoio:
Pacto de Varsóvia
Comandantes
Estados UnidosJohn F. Kennedy
Estados UnidosRobert McNamara
Estados UnidosMaxwell D. Taylor
Estados UnidosCurtis LeMay
Estados UnidosGeorge W. Anderson, Jr.
Estados UnidosRobert F. Kennedy
TurquiaCemal Gürsel
ItáliaAmintore Fanfani
União das Repúblicas Socialistas SoviéticasNikita Khrushchev
União das Repúblicas Socialistas SoviéticasRodion Malinovsky
União das Repúblicas Socialistas SoviéticasIssa Pliyev
União das Repúblicas Socialistas SoviéticasGeorgy Abashvili
CubaFidel Castro
CubaRaul Castro
CubaChe Guevara
Baixas
1 aeronave destruída, 1 aeronave danificada e 1 piloto mortoNenhuma

Crise dos mísseis de Cuba, também conhecido como aCrise de Outubro (emcastelhano:Crisis de Octubre),Crise doCaribe (emrusso: Карибский кризис) foi um confronto de 13 dias (16–28 outubro de 1962) entre osEstados Unidos e aUnião Soviética relacionado com a implantação demísseis balísticos soviéticos emCuba. Além de ter sido televisionada em todo o mundo, foi o mais próximo que se chegou ao início de umaguerra nuclear em grande escala durante aGuerra Fria.[1]

Em resposta à fracassadaInvasão da Baía dos Porcos de 1961 e a presença de mísseis balísticos estadunidensesPGM-19 Jupiter estacionados naItália e naTurquia, o líder soviéticoNikita Khrushchev decidiu concordar com o pedido de Cuba para colocar mísseis nucleares em seu território para deter uma futura invasão estadunidense. Um acordo foi alcançado durante uma reunião secreta entre Kruchev eFidel Castro em julho e a construção de uma série deinstalações de lançamento de mísseis começou depois do verão.

Uma eleição estava em curso nos Estados Unidos. ACasa Branca negou as acusações de que estava ignorando os mísseis soviéticos a 145 quilômetros do litoral daFlórida. Estas preparações de mísseis foram confirmadas quando um avião espiãoLockheed U-2 daForça Aérea dos Estados Unidos produziuprovas fotográficas claras de instalações de mísseis balísticosR-12 Dvina eR-14 Chusovaya. Os Estados Unidos estabeleceram um bloqueio militar para evitar que novos mísseis entrassem em Cuba e anunciou que não permitiria que armas ofensivas fossem entregues a Cuba, além de ter exigido que as armas já entregues fossem desmontadas e levadas de volta à URSS.

Depois de um longo período de tensas negociações, foi alcançado um acordo entre Kennedy e Kruschev. Publicamente, os soviéticos desmantelaram as suas armas em Cuba e as levaram de volta para a União Soviética, sob reserva de verificação dasNações Unidas, em troca de uma declaração pública dos Estados Unidos de nunca invadir Cuba sem provocação direta. Secretamente, os Estados Unidos também concordaram que iriam desmantelar toda a rede de mísseis Júpiter que foi implantada na Turquia e Itália contra a União Soviética, mas que não era conhecida pelo público. Quando todos os mísseis ofensivos e bombardeiros levesIlyushin Il-28 foram retirados de Cuba, o bloqueio foi formalmente encerrado em 20 de novembro de 1962. As negociações entre os Estados Unidos e a União Soviética destacaram a necessidade de uma rápida, clara e direta linha de comunicação entreWashington, D.C. eMoscou. Uma série de acordos reduziu drasticamente as tensões EUA-União Soviética durante os anos seguintes.

Início

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Alcance dos mísseis soviéticos instalados em Cuba.

A crise começou quando ossoviéticos, em resposta à instalação de mísseis nucleares naTurquia, Inglaterra eItália[2] em1961 e à invasão deCuba pelosEstados Unidos no mesmo ano, instalaram mísseis nucleares em Cuba. Em14 de Outubro, osEstados Unidos divulgaram fotos de um voo secreto realizado sobre Cuba apontando cerca de quarentasilos de mísseis para abrigarmísseis comogivas nucleares. Houve uma enorme tensão entre as duassuperpotências pois umaguerra nuclear parecia mais próxima do que nunca. O governo deJohn F. Kennedy, apesar de suas ofensivas no ano anterior, encarou aquilo como um ato de guerra contra os Estados Unidos.

Nikita Kruschev, o Primeiro-ministro da URSS na época, afirmou que os mísseis nucleares eram apenas defensivos, e que tinham sido lá instaladospara dissuadir outra tentativa de invasão da ilha. Dezoito meses antes, em17 de abril de 1961, o governo Kennedy já havia empreendido a desastradainvasão da Baía dos Porcos, usando um grupoparamilitar constituído por exilados cubanos, apoiados pelaCIA e pelasforças armadas dos Estados Unidos, na tentativa de derrubar o governosocialista deFidel Castro. A situação rapidamente evoluiu para um confronto aberto entre as duas potências.

Segundo o governo Kennedy, os Estados Unidos não poderiam admitir a existência de mísseis nucleares daquela dimensão a escassos 150 quilômetros do seu território. O presidente Kennedy avisou Khruschev de que os EUA não teriam dúvidas em usararmas nucleares contra Cuba, se os soviéticos não desativassem os silos e retirassem os mísseis da ilha.

A Formação e Deliberações do ExComm

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Para contornar a crise e buscando a criação de soluções racionais, no dia 16 de outubro de 1962, um dia depois que surgiu a informação da inteligência acerca das construções de bases de mísseis soviéticos em Cuba, o Presidente Kennedy criou o ExComm (Comitê Executivo do Conselho de Segurança Nacional).[carece de fontes?]

Na composição do Comitê havia várias pessoas ligadas a área executiva do Governo federal americano, todas em postos-chave e que detinham partes de informações, poder de decisão e dados sensíveis, que poderiam ser usados para fornecer uma resposta adequada à crise, dentre as quais o vice-presidenteLyndon B. Johnson, o secretário de EstadoDean Rusk, o secretário da DefesaRobert McNamara, o conselheiro de Segurança NacionalMcGeorge Bundy, o Procurador-GeralRobert F. Kennedy, o GeneralMaxwell Taylor, conselheiro militar de Kennedy, e diversas outras figuras. Membros do Poder Legislativo não participaram do referido comitê, sendo avisados das decisões tomadas apenas momentos antes do anúncio ao grande público.[3]

O ExComm passou a se reunir intensamente durante a crise, buscando deliberar soluções, que variavam desde uma invasão à Cuba, um ataque cirúrgico às instalações dos mísseis, até uma solução unicamente diplomática. Inicialmente,McNamara defendia uma solução menos belicosa, tentando solucionar a crise apenas na área diplomática. A maior parte do Comitê, entretanto, advogava uma invasão ou ataque aéreo, isto é, uma solução que demonstrasse maior força por parte dos Estados Unidos.

No decorrer das conversações, no entanto, formou-se um bloco composto inicialmente porMcNamara (que recrudesceu em sua resposta),Robert F. Kennedy eSorosen, optando pelo bloqueio naval, solução que terminou por ser acatada pela maior parte do Comitê e agradou o Presidente Kennedy, que buscava evitar a guerra, assim como um confronto nuclear entre as potências, ao mesmo tempo em que queria demonstrar energicamente aos soviéticos que os Estados Unidos não permitiriam mísseis nucleares instalados tão próximos das suas fronteiras.[4][5]

Soluções diplomáticas também foram efetivadas, como a aquisição de apoio dos países da OEA (Organização dos Estados Americanos), assim como o apoio da França, Alemanha e Inglaterra aos Estados Unidos, demonstrando uma coalização ocidental.

OEstado-Maior Conjunto, isto é, a linha dura dasForças Armadas dos Estados Unidos, preferia, no entanto, uma solução de maior força, consistente num ataque aéreo maciço contra Cuba, assim como a deposição de Castro. Do lado soviético, por sua vez, havia também generais que defendiam a não retirada dos mísseis e, se preciso fosse, um confronto entre as potências nucleares.

A solução encontrada pelo ExComm (o bloqueio naval a Cuba), no entanto, após diversas conversações entre o Presidente Kennedy e o líder soviético Kruschev, os quais trocaram diversas cartas e pressionaram por várias condições e interesses de seus países, mostrou-se adequada e foi suficiente para arrefecer os ânimos e encerrar a crise de forma pacífica, evitando-se o desastre nuclear. Anote-se que ambos os líderes demonstraram grandeza afastando soluções belicosas sugeridas por importantes assessores militares.[6]

Sábado Negro

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Vista aérea mostrando base de lançamento de mísseis em Cuba, novembro de 1962

O ponto culminante da crise foi o “sábado negro”, 27 de outubro, quando um dos aviões espiões americanos foi abatido sobre Cuba e seu piloto morreu. A guerra parecia cada vez mais iminente e as negociações se tornaram muito difíceis.

Foram treze dias de suspense mundial devido ao medo de uma possível guerra nuclear, até que, em28 de Outubro, Kruschev, após conseguir secretamente uma futura retirada dos mísseis norte-americanos da Turquia e um acordo de que os EUA nunca invadiriam a ilha vizinha, concordou em remover os mísseis de Cuba.

Na televisão, todos os canais federais dos EUA interromperam os programas e transmitiram o comunicado urgente de Kruschev, que dizia:

"Nós concordamos em retirar de Cuba os meios que consideram ofensivos. Concordamos em fazer isto e declarar na ONU este compromisso. Seus representantes farão uma declaração de que os EUA, considerando a inquietação e preocupação do Estado soviético, retirarão seus meios análogos da Turquia".

Consequências

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Nadécada de 1960, havia uma clara tendência à proliferação dos arsenais nucleares. Por esta razão, e ainda sob o impacto da crise dos mísseis de Cuba, os Estados Unidos, a União Soviética e a Inglaterra assinaram, em 1963, um acordo que proibia testes nucleares na atmosfera, em alto-mar e no espaço (assim, apenas testes subterrâneos poderiam ser legalmente realizados). Em 1968, as duas superpotências e outros 58 países aprovaram oTratado de Não-Proliferação de Armas Nucleares. O objetivo desse acordo era tentar conter acorrida armamentista dentro de um certo limite. Com ele, os países que já possuíam armamento nuclear comprometiam-se a limitar seus arsenais e os países que não os tinham ficavam proibidos de desenvolvê-los, mas poderiam requisitar dos primeiros tecnologias nuclear para fins pacíficos.

Participação Brasileira

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Segundo documentos revelados peloNational Security Archive em2012, o Brasil participou secretamente das negociações durante a crise, ajudando a conter "o momento mais perigoso da história dahumanidade", chegando a enviar um representante aHavana em 19 de outubro de 1962. Antes, o Departamento Americano solicitou uma aproximação com Castro, mediante intercessão brasileira.[7]

Após receber uma carta impessoal do presidente Kennedy conclamando que os chefes de estado da América Latina se juntassem aos Estados Unidos num eventual desenrolar militar em Cuba, o então presidenteJoão Goulart, em carta redigida porSan Tiago Dantas após longa reunião, se mostra contra uma invasão em Cuba, fica em favor dos princípios deautodeterminação dos povos e ainda declara a colaboração sincera do povo e governo Brasileiro em um esforço pela preservação da paz, sem quebra do respeito à soberania dos povos.[8]

Ver também

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Referências

  1. Len Scott; R. Gerald Hughes (2015).The Cuban Missile Crisis: A Critical Reappraisal. [S.l.]: Taylor & Francis. p. 17 
  2. Carlos Federico Dominguez Ávila.«Ensaio geral do fim». Revista de História 
  3. Kennedy, Robert F. (2022).Treze Dias que Abalaram o Mundo. Porto Alegre: Citadel 
  4. «A Crise dos Mísseis de 1962 e o relato de Robert F. Kennedy - Scribase Experience». 6 de março de 2023. Consultado em 16 de março de 2023 
  5. «John F. Kennedy - Meeting Recordings October 1962—Miller Center».web.archive.org. 24 de janeiro de 2017. Consultado em 16 de março de 2023 
  6. Talk at the Brink (em inglês). [S.l.: s.n.] 29 de julho de 2012 
  7. «Brasil agiu secretamente para tirar mísseis de Cuba, revela dossiê dos EUA».UOL. 12 de outubro de 2012. Consultado em 13 de outubro de 2012.Cópia arquivada em 9 de julho de 2013 
  8. Charles Sidarta Machado Domingos (2019).«O dia em que o presidente João Goulart disse não para o poderoso JFK»(PDF). 16 páginas. Consultado em 2 de setembro de 2020.Cópia arquivada(PDF) em 2 de setembro de 2020 

Bibliografia

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  • ALLISON, Graham, e ZELIKOW, Philip. Essence of Decision: Explaining the Cuban Missile Crisis. 2ªed. Nova York: Longman, 1999.
  • BANDEIRA, Luiz Alberto Moniz. De Martí a Fidel: A Revolução Cubana e a América Latina. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1998.
  • FRANCO, Álvaro da Cunha (compilador). Documentos da Política Externa Independente. Brasília: Funag, 2008.
  • GADDIS, John Lewis. História da Guerra Fria. Rio de Janeiro: Editora Nova Fronteira, 2006.
  • web.archive.org - veja.abril.com.br/historia/crise-dos-misseis
Conflitos armados envolvendoCuba
Externos &
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