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Constanzo Beschi

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O santuário dePeriyanayagi Maadha, emKonankuppam, desenhado por Constanzo Beschi ao estilo dos templos hindus.

Constanzo Beschi (Castiglione delle Stiviere,Itália,8 de Novembro de1680Ambazhakad,Kerala,4 de Fevereiro de1747), também conhecido nalíngua tâmil por வீரமாமுனிவர் (Vīramāmunivar) e eminglês porConstantine Joseph Beschi, foi um sacerdotemissionário italiano daCompanhia de Jesus, que missionou no sul daÍndia e se notabilizou como polemista e poeta nalíngua tâmil.

Biografia

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Constanzo Beschi nasceu emCastiglione delle Stiviere,Mântua, uma localidade sita nas proximidades da residência senhorial da família deLuís de Gonzaga. Foi educado no colégiojesuíta de Mântua, tendo ingressado naCompanhia de Jesus no ano de1698[1], tendo posteriormente estudado nos colégios deRavena eBolonha. Terminada a sua formação e já ordenado sacerdote, solicitou aoSuperior Geral da Companhia de Jesus, ao tempo o padreMichelangelo Tamburini, permissão para partir para aMissão de Maduré, no sul daÍndia. Depois de uma permanência de alguns meses emLisboa, partiu paraGoa, onde chegou em Outubro de1710. Daí partiu para o sul da Índia, chegando aMadurai em Maio de 1711.

Durante os primeiros seis anos de permanência naquela região centrou o seu trabalho missionário na cidade deTiruchirapalli (Elakurichi), sendo depois nomeadopároco da comunidade católica deKamanayakkanpatti, uma das mais antigas paróquias católicas deTâmil Nadu.

Durante esse período visitou a região, com destaque para as cidades deTirunelveli,Ramanathaparam,Thanjavur e, principalmente,Madurai, com o objectivo de aprender alíngua tâmil.

Durante o incidentes de perseguição aos missionários católicos que ocorreram no sul da Índia nos anos de1714 e1715, escapou a uma sentença de morte graças à influência de amigoshindus. Durante muitos anos, a hostilidade dos potentados locais (osnayaks) impediram-no de visitar as comunidades cristãs da região, o que lhe permitiu mais tempo para aprender a língua tâmil, na qual em pouco tempo adquiriu uma proficiência notável. Com o tempo acabou por se considerar ummissionário da escrita, privilegiando a comunicação escrita e o labor intelectual sobre as outras actividades religiosas.

Inspirado pelas experiência deinculturação que com sucesso os missionário jesuítas tinham seguido naChina, Beschi adoptou um estilo de vida indiano e introduziu aestética local na sua escrita e até na imagética eestatuária católica. Com esse mesmo objectivo, as igrejas cuja construção orientou, aBasílica de Poondi Matha, emPoondi, nos arredores deTrichy; e os santuários dePeriyanayagi Maadha, emKonankuppam, e de Adaikala Maadha, emElakurichi, têm linhas arquitectónicas inspiradas emtemplos hindus. Ambos os santuários são na actualidade importantes centros de peregrinação dos católicos do sul da Índia[2].

A sua inculturação na sociedade tâmil também se manifestou nas artes decorativas, quer no ambiente sacro, em que decorou o interior das igrejas nas melhores tradições dos templos locais, que na concepção de mobiliário e de outros objectos, incluindo dois carros em madeira deteca, que ainda se conservam emKamanayakkanpatti, bem demonstrativos da sua inspiração na arte hindu.

Na sua vida pastoral assumiu aascética dossannyasi indianos, adoptando as suas vestes cor deaçafrão e hábitos de vida. A sua facilidade em criar amizades e a sua competência cultural, aliadas ao seu fervor religioso e à exemplaridade da sua vida, granjearam-lhe vasta influência que ele utilizou no proselitismo, tendo baptizado mais de 12 000 pessoas, e para proteger a comunidade cristã contra a exploração e a opressão.

Apesar de se dedicar essencialmente à missionação, ficou conhecido como um dos grandes autores clássicos da literatura tâmil. Para além de ter preparado umagramática da língua tâmil, destinada essencialmente a uso literário, também preparou uma gramática do tâmil coloquial, a primeira obra dessa natureza que se conhece. Esse pioneirismo no estudo da língua tâmil granjeou-lhe o título dePai da Prosa tâmil.

Para além dos estudos gramaticais, compilou vários dicionários da língua tâmil, entre os quais o quádruplo léxico contendo palavras, sinónimos e categorias lexicais e rimas em tâmil-latim, e latim-tâmil-português.

A sua maior obra poética é oThembavani, um extraordináriopoema épico, com 3 615 estâncias, sobra a história daSalvação do ponto de vista cristão e a vida deJesus Cristo, hoje considerado um dos clássicos da literatura tâmil. Também escreveu uma colectânea deprabandham (versos) intituladaKavalur Kalambagam, um tratado gramatical, intituladoThonnool, e as obrasVedhiyar Ozukkam eParamarthaguru.

Em prosa deixou um conjunto de obras teológicas, escritas no contexto da polémica que manteve com os missionáriosluteranos sedeados emTranquebar, na entãoÍndia Dinamarquesa. Também escreveu obra de carácter catequético, destinadas a utilização como instrumentos pedagógicos na formação dos catecúmenos católicos. Preparou também um conjunto de instruções pastorais e de vivencia, um autênticovademecum para ser utilizado pelos missionários católicos recém-chegados ao sul da Índia.

São abundantes as tradições locais que recordamfrei Beschi a desafiar osascéticos hindus e a vencê-los em debates teológicos e morais. Apesar desses debates, a sua obraThembavani é prova de que cultivava uma imagem positiva dohinduísmo, sendo comum nele a utilização de frases, ideias emitos de clara inspiração hindu. O seu respeito e admiração pela cultura tâmil, e a sua capacidade de manter um produtivo diálogo intercultural, perpassa na tradução paralatim, acompanhada de explanação do seu contexto, que publicou do famosos poema épico tâmilThirukkural deThiruvalluvar (1730). Aquela tradução latina foi de grande importância para introduzir junto dos intelectuais europeus coevos a literatura tâmil, demonstrando a sua beleza e desenvolvimento. Na sua análise encontra múltiplos conceitos comuns ao pensamento cristão.

Missionou na área deThanjavur até1738, fixando-se em1740 naCosta de Coromandel, região onde permaneceu até falecer em1747 na localidade deAmbazhakad, no actual estado deKerala.

Constanzo Beschi, ou frei Beschi como ficou localmente conhecido, foi sem dúvida um dos missionários cristãos mais influentes na Índia doséculo XVIII, projectando a influência jesuíta na sociedade tâmil a um nível que jamais atingiria nos séculos subsequentes. Também se revelou um dos grandes cultores dalíngua tâmil na sua versão escrita, língua em que poetou com mérito, razão pela qual a cidade deChennai, entãoMadras, lhe erigiu em1968 uma estátua, localizada numa das suas principais artérias, a avenida que margina o mar.

Notas

  1. "Costanzo Giuseppe Beschi".Catholic Encyclopedia. New York: Robert Appleton Company. 1913.
  2. Página oficial da Arquidiocese de PondycherriArquivado em 18 de janeiro de 2010, noWayback Machine..

Referências

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  • Besse, L.:Fr.Beschi: his times and his writings, Trichinolopy, 1918.
  • Giachi, G.:L'India divenna la sua terra, Milan. 1981.
  • Sorrentino, A::L'altra perla dell'India, Bologna, 1980.
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