| Constâncio Galo | |||||
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| César doImpério Romano | |||||
Busto de Constâncio Galo | |||||
| Reinado | 15 de março de351–354 (césar no oriente com oaugustoConstâncio II) | ||||
| Consorte de | Constantina | ||||
| Dados pessoais | |||||
| Nascimento | c.325 Massa Veternense | ||||
| Morte | 354 (29 anos) Pola (na modernaCroácia) | ||||
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| Dinastia | Constantiniana | ||||
| Pai | Júlio Constâncio | ||||
| Mãe | Gala | ||||
| Filho(s) | Anastácia | ||||
Flávio Cláudio Constâncio Galo (emlatim:Flavius Claudius Constantius Gallus), chamado geralmente apenas deConstâncio Galo, era membro dadinastia constantiniana e foicésar doImpério Romano entre 351 e 354 ecônsul por três vezes entre 352 e 354. Constâncio era filho deJúlio Constâncio com sua primeira esposa,Gala, e neto por parte de pai doimperador romano do ocidenteConstâncio Cloro e de sua esposaFlávia Maximiana Teodora. Além disso, era meio-irmão do imperadorConstantino I (que era filho de Constâncio Cloro com outra mulher) e, portanto, "meio-primo" de seus filhos, os imperadoresConstantino II,Constâncio II eConstante. Galo tinha três irmãos: uma irmã mais velha de nome desconhecido e que foi aprimeira esposa de Constâncio II, um irmão mais velho, cujo nome também é desconhecido e que foi assassinados nos expurgos que se seguiram à morte de Constantino I, e finalmente um meio-irmão mais novo fruto do segundo casamento de Júlio Constâncio[a] chamado FlávioCláudio Juliano, mais conhecido comoJuliano.
Galo nasceu emMassa Veternense (modernaMassa Marittima, naItália), naprovíncia da Itália, depois que seu pai foi reconvocado de seu exílio. Porém, seu pai e seu irmão mais velho estavam entre os que foram assassinados nos expurgos depois da morte de Constantino I em 337. Ele, porém, foi um dos únicos homens dasua família, com exceção dos três filhos do imperador com a imperatrizFausta, que não foram mortos. Além destes, sobreviveram também Juliano, seu meio-irmão, eNepociano, ambos muito jovens na época.
Há um debate sobre onde Galo teria passado sua juventude. Uma das teorias é que ele viveu com Juliano naNicomédia sob os cuidados deEusébio de Nicomédia, que foibispo da cidade até 340. Quando Eusébio foi nomeadobispo de Constantinopla, os dois foram junto com ele e, acredita-se, depois que ele morreu, em 341, Constâncio enviou Galo e Juliano para continuarem seus estudos nos domínios imperiais emMacelo naCapadócia. Uma outra teoria afirma que pistas encontradas nas fontes sugerem que Galo teria sido enviado paraÉfeso para estudar, depois foi exilado emTrales (modernaAidim, naTurquia) e, finalmente, para Macelo.
Em 350,Magnêncio se revoltou contra o imperador Constante e o matou, tomando para si o trono. Constâncio II se preparou para enfrentar ousurpador, mas precisava de alguém para representá-lo no oriente e, para este fim, convocou Galo, que vivia emSirmio na época, elevou-o acésar (15 de março de 351), deu-lhe o nome de "Constâncio" e, para reforçar ainda mais seus laços com o "meio-primo", permitiu que ele se casasse com sua irmãConstantina. Galo e Constantina, que provavelmente compartilhava do objetivo do irmão de manter o jovem césar sob controle, se mudaram paraAntioquia.
Durante seu mandato, Galo teve que lidar com umarevolta dos judeus daJudeia, uma rebelião que provavelmente já havia iniciado antes de Galo, mas que foi, mesmo assim, esmagada por seu generalUrsicino, que mandou executar todos os rebeldes. Na época, Galo foi salvo de um complô para matá-lo quando uma mulher revelou que pessoas que viviam em sua casa estavam conspirando contra ele. Algumas fontes, entre as quaisJoão Zonaras, alegam que este complô foi organizado por Magnêncio para tentar distrair Constâncio.
Filostórgio afirma que os generais de Galo venceram uma campanha contra ossassânidas. Outras fontes descartam essa opinião afirmando que havia uma situação de paz entre romanos e o Império Sassânida na época. Em 354, Galo enviou oconde do OrienteNebrídio contra osisauros que estavam atacando a cidade deSelêucia no Tigre.
Seja por causa da necessidade de juntar comida para as tropas para suprir uma campanha contra os persas ou de uma seca, o fato é que o suprimento de cereais da cidade se exauriu. Para conter os altos preços, Galo forçou a publicação de algumas leis sem considerar a opinião doSenado, alienando desta forma a opinião da classe senatorial da cidade.Amiano Marcelino, que era desta mesma classe, conta como a fúria do povo de Antioquia por causa da fome foi desviada de Galo peloconsular da Síria (consularis syriae) Teófilo, que acabou assassinado pela turba.
Amiano relata ainda que Galo e Constantina deram início a vários julgamentos de magia contra vários dos mais ricos habitantes da cidade e executaram vários inocentes para tomar-lhes a fortuna. A mesma fonte alega ainda que Galo andava anônimo pela cidade à noite, perguntando aos transeuntes sua opinião sobre o césar. Juliano conta que Galo passavam bastante tempo nohipódromo da cidade, provavelmente tentando conseguir o apoio da população.
Duvidando da lealdade do meio-primo, Constâncio reduziu as forças sob seu comando e enviou oprefeito pretorianoDomiciano a Antioquia para pedir a Galo que voltasse para a Itália. Diferentes fontes contam diferentes histórias, mas todas concordam que Galo prendeu Domiciano e oquestorMôncio Magno, que tentou ajudá-lo, e mandou executar os dois. A prisão de Môncio levou à descoberta do que parece ter sido um complô para elevar um usurpador contra Galo. Os conspiradores tinham o apoio de dois tribunos das fábricas (tribuni fabricarum; oficiais responsáveis pelas fábricas de armamentos), que tinham prometido armas para uma revolta[1], e provavelmente das tropas naMesopotâmia, além doreitor daprovíncia da Fenícia. Todos foram presos e executados.

Constâncio foi informado dos julgamentos em Antioquia durante uma campanha contra osalamanos. Depois de assinar a paz com eles, decidiu resolver o problema que Galo havia se tornado. Primeiro, convocou Ursicino ao ocidente, pois suspeitava que ele é quem estava incitando Galo para criar uma oportunidade de se revoltar e usurpar o trono para seu próprio filho. Em seguida, convocou Galo e Constantina aMediolano (modernaMilão), sua capital. Constantina partiu na frente para tentar ganhar a confiança do irmão, mas morreu emCeno Galicano (Coenum Gallicanum/Caeni Gallicani), naBitínia. Galo, cujos laços com Constâncio estavam enfraquecidos, ficou em Antioquia. Constâncio então tentou atraí-lo enviando o tribuno dos escutários (tribunus scutariorum)Escudilo para informá-lo que Constâncio pretendia elevá-lo a "augusto". Traído por sua ambição, Galo mordeu a isca e foi ao encontro do imperador. Numa exibição de seus presumidos futuros poderes de augusto, Galo armou umacorrida de bigas noHipódromo de Constantinopla e coroou o vitorioso, uma honra reservada aos augustos. A insolência enfureceu Constâncio e aumentou seu desgosto pelo césar. Numa tentativa de isolá-lo de qualquer proteção militar, o imperador ordenou a retirada de todas as guarnições militares das cidades no caminho de Galo até Mediolano.
Quando Galo chegou emPetóvio (modernaPtuj, naEslovênia), naNórica,Barbácio, um oficial que apoiava a queda de Galo na corte de Constâncio, cercou o palácio onde estava o césar o prendeu, retirando-lhe as vestes imperiais, mas assegurando-lhe que não lhe faria mal. Galo foi levado aPola (Pula, naCroácia), naÍstria, onde foi interrogado por alguns dos mais altos oficiais da corte imperial, entre eles oeunuco eprepósito do cubículo sagradoEusébio e oagente nos assuntosApodêmio. Galo tentou colocar a culpa pelos seus atos em Constantina, mas acabou condenado à morte pelo imperador. Constâncio depois mudou de ideia e ordenou que Galo fosse poupado, mas Eusébio orquestrou para que a ordem não chegasse aos executores.

| Cargos políticos | ||
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| Precedido por: Imp. Magnêncio, Gaiso Pós-cônsules Sérgio e Negriniano (Oriente) | Cônsul do Império Romano 352 comcésar Decêncio Paulo Imp. Constâncio II V | Sucedido por: Imp. Magnêncio II, césar Decêncio II, Imp. Constâncio II VI, Constâncio Galo II |
| Precedido por: césar Decêncio, Paulo,Imp. Constâncio II V, Constâncio Galo | Cônsul do Império Romano 353 comImp. Magnêncio II césar Decêncio II Imp. Constâncio II VI | Sucedido por: Imp. Constâncio II VII, Constâncio Galo III |
| Precedido por: Imp. Magnêncio II, Magno Decêncio César II, Imp. Constâncio II VI, Constâncio Galo II | Cônsul do Império Romano 354 comImp. Constâncio II VII | Sucedido por: Arbício, Loliano Mavórcio |