Asátira e asátira política usam a comédia para retratar pessoas ouinstituições sociais como ridículas oucorruptas, afastando assim o público do objeto de seu humor. Aparódia subverte gêneros e formas populares, criticando essas formas sem necessariamente condená-las.
Dean Rubin diz que a palavra "comédia" é derivada dogrego clássico κωμῳδία (kōmōidía), que é um composto deκῶμος (kômos) (revelação) e ᾠδή (ōidḗ) (canto; ode).[4] O adjetivo "cômico" (grego κωμικός,kōmikós), que significa estritamente aquilo que se relaciona com a comédia é, no uso moderno, geralmente confinado ao sentido de "provocar o riso".[5] Disto, a palavra entrou em uso moderno através dacomoedialatina e dacommediaitaliana e, ao longo do tempo, passou por vários tons de significado.[6]
Os gregos e romanos limitaram o uso dapalavra "comédia" a descrições de peças teatrais com finais felizes.Aristóteles definiu a comédia como uma imitação dehomens piores que a média (onde atragédia era uma imitação de homens melhores que a média). No entanto, os personagens retratados nas comédias não eram piores que a média em todos os sentidos, apenas na medida em que eram Ridículos, que é uma espécie doFeio. O Ridículo pode ser definido como umerro ou deformidade que não produzdor oudano a outros; amáscara, por exemplo, que provoca o riso é algo feio e distorcido sem causar dor.[7] NaIdade Média, o termo se expandiu para incluirpoemas narrativos com finais felizes. É nesse sentido queDante usou o termo no título de seu poema,La Commedia.
Com o passar do tempo, a palavra passou a ser cada vez mais associada a qualquer tipo de performance destinada a causar riso.[6] Durante a Idade Média, o termo "comédia" tornou-se sinônimo de sátira e, mais tarde, dehumor em geral.
APoética de Aristóteles foi traduzida para oárabe nomundo islâmico medieval, onde foi elaborada porescritoresárabes efilósofosislâmicos, comoAbu Bishr e seus alunosAlfarábi,Avicena eAverróis. Eles dissociaram a comédia da representação dramática grega e, em vez disso, identificaram-na com temas e formaspoéticas árabes, comohija (poesia satírica). Eles viam a comédia simplesmente como a "arte da repreensão" e não faziam referência a eventos leves e alegres, ou aos começos perturbadores e finais felizes associados à comédia grega clássica.
No final do século XX, muitos estudiosos preferiram usar o termo riso para se referir a toda a gama do cômico, a fim de evitar o uso de gêneros ambíguos e problematicamente definidos, como ogrotesco, aironia e a sátira.[9][10]
Os fenômenos relacionados com o riso e aquilo que o provoca foram cuidadosamente investigados porpsicólogos. Eles concordam que as características predominantes são incongruência ou contraste no objeto e choque ou convulsão emocional por parte do sujeito. Também se afirmou que osentimento desuperioridade é um fator essencial: assim,Thomas Hobbes fala do riso como uma "glória repentina". Osinvestigadores modernos prestaram muita atenção à origem tanto do riso quanto do sorriso, bem como ao desenvolvimento do "instintolúdico" e sua expressão emocional.
George Meredith disse que "um excelente teste da civilização de um país [...] considero o florescimento da ideia cômica e da comédia, e o teste da verdadeira comédia é que ela deve despertar o riso pensativo." Diz-se que o riso é a cura para adoença. Estudos mostram que pessoas que riem com mais frequência adoecem menos.[11][12]
O teóricoliterárioamericanoKenneth Burke escreve que a "moldura cômica" naretórica é "nem totalmenteeufemística, nem totalmente desmascaradora — portanto, fornece a atitude caridosa em relação às pessoas que é necessária para fins depersuasão ecooperação, mas ao mesmo tempo mantém nossa astúcia em relação àsimplicidade de 'ganhar dinheiro'".[13] O propósito do quadro cômico é satirizar uma dada circunstância e promover a mudança ao fazê-lo. O quadro cômico tira sarro de situações e pessoas, ao mesmo tempo em que provoca reflexão.[14] A moldura cômica não visadifamar em sua análise, mas sim, repreender aestupidez e a tolice dos envolvidos nas circunstâncias.[15] Por exemplo, noThe Daily Show,Jon Stewart usa o "quadro cômico" para intervir emargumentospolíticos, muitas vezes oferecendo humor grosseiro em contraste repentino comnotícias sérias. Em um segmento da viagem do presidenteObama àChina, Stewart comenta sobre a dívida dosEstados Unidos com ogoverno chinês, ao mesmo tempo em que mantém um relacionamento fraco com o país. Depois de retratar esta situação sombria, Stewart muda para falar diretamente com o presidente Obama, pedindo-lhe para "iluminar essa merda".[16] Para Stewart e seu público, introduzir linguagem grosseira no que de outra forma seria um comentário sério sobre o estado das relações exteriores serve para enquadrar o segmento comicamente, criando um tom sério subjacente à agenda cômica apresentada por Stewart.
↑Henderson, J. (1993)Comic Hero versus Political Elite pp. 307–19 inSommerstein, A.H.; S. Halliwell; J. Henderson; B. Zimmerman, eds. (1993).Tragedy, Comedy and the Polis. Bari: Levante Editori
The deliberate use by Menard of the term 'le rire' rather than 'l'humour' reflects accurately the current evidency to incorporate all instances of the comic in the analysis, while the classification in genres and fields such as grotesque, humour and even irony or satire always poses problems. The terms humour and laughter are therefore pragmatically used in recent historiography to cover the entire spectrum.
↑Ménard, Philippe (1988)Le rire et le sourire au Moyen Age dans la littérature et les arts. Essai de problématique in Bouché, T. and Charpentier H. (eds., 1988)Le rire au Moyen Âge, Actes du colloque international de Bordeaux, pp. 7–30