Das sementes desta espécie é extraído o chamadoóleo de colza, utilizado também na produção debiodiesel.[3] As folhas desta planta servem também deforragem para o gado (cultivada em muitos países) por virtude do seu alto conteúdo emlipídios e conteúdo médio emproteínas.
Embora seja de origem desconhecida encontra-se naturalizada no Sul e Centro europeu e no Médio Oriente.[2] Sendo comummente cultivada em todo mundo, com vista à obtenção do óleo de colza.
Trata-se de uma espécie presente no território português, nomeadamente emPortugal Continental.[2] Designadamente, no que toca a Portugal Continental, encontra-se presente em todas as zonas do Noroeste Montanhoso e naTerra Quente.[2]
Há uma subespécie de couve-nabiça, aBrassica napus L. emend. Metzg.,[5] que é cultivada tradicionalmente em Portugal, durante todo o ano,[6] e é conhecida como «doce-maria»,[7] encontrando-se registada no Catálogo Nacional de Variedades de Espécies Agrícolas e Hortícolas desde 2011.
É uma espécie ruderal, pelo que, nos territórios onde está naturalizada, pode surgir nas bermas de caminhos ou junto a espaços que denotam a presença humana, sem que se tenha agricultado o solo.[2]
Os principais produtores são aUnião Europeia,Canadá,Estados Unidos,Austrália,China eÍndia. Na Índia, ocupa até 13% do solo cultivável. Segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos,[8] a colza era a terceira fonte de óleo vegetal em2000, após asoja, e apalma (dendê), além de ser a segunda fonte mundial de alimento protéico, ainda que sua importância seja só a quinta parte da soja.
O óleo de colza, em estado natural, contémácido erúcico eglucosinolatos que são medianamentetóxicos em doses altas. Houve no passado dúvidas sobre a verdadeira origem das intoxicações ocorridas emEspanha, atribuídas, nalguns círculos científicos, aherbicidas. Na verdade, estas dúvidas parecem haver desaparecido e, mediante as novas técnicas de análise genética, tem sido possível demonstrar que existe uma predisposição genética à intoxicação com óleo de colzadesnaturado.[9]
Flores de Brassica napus (semente de colza) na rampa do rio Nishihira. Mikatsukicho Michibe, Cidade de Ogi, Prefeitura de Saga, Japão
Houve um conjunto de variedadesgeneticamente melhoradas, com níveis menores deácido erúcico e deglucosinolatos, que foram produzidas noCanadá, às quais foi atribuído o o nome «Canola»[10]. Esta designação começou por ser uma marca registada pela Associação Canadiana da Colza (Rapeseed Association of Canada), tratando-se de uma abreviatura dos nomes «Canada», donde se extraiu o prefixo «Can», e "Oil, low acid" (óleo de baixo teor de acidez), donde se extraiu o sufixo OLA.[11]
Ulteriormente, este nome passou a ser aplicado indistintamente a outras variedades de colza, independentemente dos respectivos níveis de acidez.[12] O óleo começou a ser produzido pela primeira vez no Canadá por Keith Downey e Baldur Stefansson na década de 1970. No Brasil, fica conhecido popularmente como óleo de canola.
A verdade é que as plantas usadas no Canadá para a produção do óleo deCanola são cultivadas para produzir uma quantia muito baixa de ácido erúcico. Ele tem um sabor muito leve e é bom para cozinhar, ou como tempero para saladas.[13]
O óleo deCanola contémácidos graxos,ômega 6 eômega 3 — numa proporção de dois por um —, e perde só para oóleo de linhaça em ômega 3. Algunsagricultoresbritânicos, comoHillfarm Oils[1] eFarrington Oils[2] começaram a produzir óleo de colza por prensagem a frio para óleo de cozinhar e de tempero.
Como muitas fontes de óleos vegetais com significativo teor de moléculas de ácidos graxos, de baixo custo de produção e alta rentabilidade, além de permitir a produção extensiva, a colza tem sido estudada e já usada para a produção debiodiesel,[14] apesar de estudos terem concluido que os óleos brutos de colza não podem ser utilizados diretamente como biodiesel uma vez que este apresenta valores deíndice de cetano estimado demasiadamente baixos eviscosidade cinemática cerca de 10 vezes superior ao dogasóleo (óleo diesel). Após as modificações por transesterificação com metanol, obtêm-se ésteres metílicos com características comparáveis às do gasóleo com adequadas otimizações das condições do processo, como temperatura, concentração decatalisador, razão molar metanol/óleo, tempos de reação, permitindo obter rendimentos eméster próximos dos 100%.[15] Estas questões também são similares para oóleo de girassol.