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Cneu Calpúrnio Pisão (cônsul em 7 a.C.)

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
 Nota: Para outros significados, vejaCneu Calpúrnio Pisão.
Cneu Calpúrnio Pisão
Cônsul do Império Romano
Consulado9 a.C.
Dados pessoais
Nascimento44 a.C.
Morte20 d.C.

Cneu Calpúrnio Pisão (emlatim:Gnaeus Calpurnius Piso;44 a.C.20 (63 anos)[1]) foi um político romano da famíliaplebeia dosPisões dagenteCalpúrnia eleito cônsul em 7 a.C. com o futuro imperadorTibério.[2] Depois, foigovernador daHispânia,procônsul da África e governador daSíria. É famoso principalmente por seu envolvimento na morte deGermânico, oherdeiro aparente de Tibério em 20 d.C..

Ancestrais

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Pisão, seu pai e seu avô compartilhavam do mesmo nome. Seu pai,Cneu Calpúrnio Pisão[3] havia se aliado ao partido republicano contra César durante a rebelião na África e depois seguiuMarco Júnio Bruto, o Jovem eCássio naGuerra civil dos Libertadores. Quando seu exílio foi anulado, se recusou a pedir um cargo oficial até que finalmenteAugusto o nomeou cônsul em 23 a.C.[4] no lugar deAulo Terêncio Varrão Murena, que havia sido condenado.[3] Seu avô foi um dos participantes daConspiração de Catilina e seu irmão,Lúcio Calpúrnio Pisão, foiáugure e cônsul em 1 a.C..[1][5]

Carreira

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Pisão eratriúnviro monetário quando foi eleitocônsul em 7 a.C. com o futuro imperadorTibério.[6] PosteriormenteAugusto enviou-o para aHispânia comolegado imperial.[1][7] Em algum momento entre 5 a.C. e 2 d.C. foi admitido noColégio de Pontífices.[8]

Em 3 a.C., Pisão foiprocônsul da África e, em 9 d.C., governador daHispânia Tarraconense.[9][7] SegundoTácito, Pisão foi cruel com os hispânicos, mas, durante seu julgamento em 20, estas alegações foram consideradas"antigas e irrelevantes".[10]

Apesar de ter ocupado diversas funções importantes durante sua carreira, Pisão era conhecido por seu temperamento. Em 16, ele discutiu com Tibério noSenado Romano sobre sua capacidade de realizar suas funções se o imperador se ausentasse da cidade. Foi somente depois de um longo debate entre Pisão e os senadores aliados de Tibério que ele finalmente concedeu a questão.[9]

Morte de Germânico

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Em 17, oherdeiro aparente de Tibério,Germânico, recebeu o comando da parte oriental do Império e Pisão foi nomeado como seulegado imperial daSíria para ajudá-lo.[11] Com esta nomeação veio também o comando militar de quatrolegiões. Apesar de os dois terem tido a mesma patente, Germânico comandava autoridade maior (imperium maius). Tácito sugere que Pisão teria sido nomeado para atuar como um contrapeso ao poder de Germânico e teria recebido instruções secretas de Tibério para atrapalhá-lo e controlá-lo.[12]

No verão de 19, Germânico viajou para oEgito e, quando retornou, descobriu que Pisão havia ignorado suas ordens para as cidades e legiões da região. Germânico ficou furioso e ordenou que Pisão fosse chamado de volta a Roma.[11] Durante a disputa, Germânico adoeceu e, apesar de Pisão já ter deixado a província, Germânico o acusou de tê-lo envenenado. Pisão recebeu uma carta de Germânico renunciando a amizade entre eles e, em 10 de outubro, Germânico faleceu. Ao saber da morte dele, Pisão retornou e reassumiu o comando da Síria.[13]

Julgamento e morte

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Como a morte de Germânico ocorreu durante uma disputa, a maior parte dos romanos suspeitava que Pisão havia de fato envenenado Germânico, o que jamais foi provado. A tentativa de Pisão de reassumir o controle da Síria à força depois da morte de Germânico também gerou grande comoção. Estes fatores e mais a sua conduta como governador da Hispânia Tarraconense foram utilizados por seusdelatores, comoLúcio Fulcínio Trião, para processá-lo. Não demorou muito para o caso chegar até o imperador.

Tibério foi forçado a ordenar uma investigação e, depois de ouvir rapidamente os dois lados, decidiu deferir a decisão aoSenado. O imperador não fez nenhum esforço para esconder seus sentimentos: os Pisões eram aliados de longa data dosCláudios, uma aliança que remontava aos primeiros dias deOtaviano. Um julgamento público foi realizado e Tibério permitiu que Pisão convocasse testemunhas de todas as classes sociais, incluindoescravos, o que era proibido. Pisão também recebeu mais tempo para se defender do que o tempo alocado à acusação, mas nada disto fez diferença. Antes que a sentença fosse proclamada, Pisão foi encontrado morto. Tácito afirma que ele cometeu o suicídio, mas infere que Tibério pode ter ordenado a sua morte temendo ser implicado na morte de Germânico.[14][15]

Apesar de o assassinato de Germânico ter sido uma das acusações contra Pisão, ele só foi considerado culpado de abandonar e depois reassumir a Síria sem uma autorização para realizar uma guerra e por violar oimperium de Germânico, pois, apesar de ambos gozarem na época do poderproconsular, sua autoridade era menor que a de Germânico no oriente por decisão do Senado de conferir a este oimperium maius antes de sua partida em 17.[16][17]

Em acordo com aLex Iulia maiestatis, o Senado confiscou suas propriedades, proibiu o luto em sua memória, removeu todas as suas imagens públicas, como estátuas e retratos, e seu nome foi apagado da base de uma estátua como parte de um decreto dedamnatio memoriae. Adicionalmente, o Senado instruiu que oscuratores locorum publicorum iudicandorum removessem e destruíssem uma estrutura construída sobre aPorta Fontinal para ligar suas propriedades. Apesar disto, numa demonstração de clemência do imperador, o Senado devolveu as propriedades confiscadas e dividiu-as igualmente entre seus dois filhos na condição de que sua filha, Calpúrnia, recebesse 1 000 000 desestércios comodote e mais 4 000 000 como propriedade pessoal. A esposa de Pisão,Munácia Plancina, foi absolvida.[18][17]

Os cúmplices de Pisão, um tal Visélio Caro e um Semprônio Basso, foram declarados foras-da-lei e condenados portraição. Suas posses foram confiscadas e vendidas e os proventos foram entregues aoerário romano. É incerto se este caso foi tratado por uma autoridade judicial, como umquaestio, ou também pelo próprio Senado.[18] Para seus cúmplices, o Senado geralmente recomenda a ummagistrado, umpretor, o que deve ser feito, mas, no caso de Pisão, o"senatus consultum de Cn. Pisone Patre" trata do caso diretamente, só mencionando magistrados na execução da ordem dedamnatio memoriae.[19]

Casamento e filho

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Cneu Calpúrnio foi casado comMunácia Plancina, uma mulher rica e de família nobre; por este motivo ele via Tibério e seus filhos como pessoas abaixo dele.[4] O casal teve dois filhos: Marco Calpúrnio Pisão e Cneu Calpúrnio Pisão. Depois da morte do pai, Cneu foi obrigado a mudar seu nome paraLúcio Calpúrnio Pisão[20] e assumiu o consulado em 27. Depois, deveria ter sido procônsul da África,[21][22] masCalígula dividiu o comando da província em dois para evitar a concentração de poder nas suas mãos.[21]

Ver também

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Cônsul do Império Romano
Precedido por:
Caio Márcio Censorino

comCaio Asínio Galo

Tibério II
7 a.C.

comCneu Calpúrnio Pisão

Sucedido por:
Décimo Lélio Balbo

comCaio Antíscio Veto


Referências

  1. abcSmith 1876, p. 375
  2. Sherk 1984, p. 160
  3. abFasti Capitolini[em linha]
  4. abTácito,Anais, Livro II, 43
  5. Syme 1986, p. 368
  6. Dionísio de Halicarnasso,Antiguidades Romanas, Livro I, 3.4[em linha]
  7. abHornblower, Spawforth & Eidinow 2012, p. 270
  8. Martha W. Hoffman Lewis,The Official Priests of Rome under the Julio-Claudians (Rome: American Academy, 1955), p. 30
  9. abDando-Collins 2008, p. 45
  10. Tácito,Anais3.13-14
  11. abLott 2012, pp. 342-343
  12. Tácito,Anais2.43
  13. Lott 2012, p. 267
  14. Suetônio,Vidas dos Doze Césares,Vida de Tibério52
  15. Tácito,AnaisIII.15-16
  16. Rowe 2002, p. 11
  17. abAndo, Tuori & Plessis 2016, p. 340
  18. abRowe 2002, pp. 9-17
  19. (Rowe 2012, pp. 16-17)
  20. Tácito,Anais3.16
  21. abDião Cássio,História de Roma, Livro LIX, 20.7
  22. William Smith,Dictionary of Greek and Roman Biography and Mythology,L. Calpurnius Piso

Bibliografia

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  • Ando, Clifford; Tuori, Kaius; Plessis, Paul J. du, eds. (2016),Oxford Handbook of Law and Society,ISBN 9780198728689 (em inglês), Oxford University Press 
  • Arce, J. (2000).Memoria de los antepasados. Puesta en escena y desarrollo del elogio fúnebre romano (em espanhol). Madrid: [s.n.] 
  • Caballos, A.; Eck, W.; Fernández, F. (1996).El Senadoconsulto de Gneo Pisón Padre (em espanhol). Sevilha: [s.n.] 
  • Dando-Collins, Stephen (2008),Blood of the Caesars: How the Murder of Germanicus Led to the Fall of Rome,ISBN 9780470137413 (em inglês), Wiley 
  • Hornblower, Simon; Spawforth, Antony; Eidinow, Esther, eds. (2012),The Oxford Classical Dictionary,ISBN 9780199545568 (em inglês), Oxford University Press 
  • Lott, J. Bert (2012),Death and Dynasty in Early Imperial Rome: Key Sources, with Text, Translation, and Commentary,ISBN 9780521860444 (em inglês), Cambridge University Press 
  • Mínguez, Víctor Manuel.Ceremoniales, ritos y representación del poder (em espanhol). [S.l.: s.n.]ISBN 84-8021-491-0 
  • Rowe, Greg (2002),Princes and Political Cultures: The New Tiberian Senatorial Decrees,ISBN 0472112309 (em inglês), University of Michigan Press 
  • Sherk, Robert K. (1984),Rome and the Greek East to the death of Augustus,ISBN 978-0-521-27123-3 (em inglês), Cambridge University Press 
  • Shotter, David (1992),Tiberius Caesar,ISBN 9780203625026 (em inglês), London: Routledge 
  • Syme, Ronald (1986),The Augustan Aristocracy,ISBN 9780198147312 (em inglês), Clarendon Press 

Ligações externas

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