Movatterモバイル変換


[0]ホーム

URL:


Ir para o conteúdo
Wikipédia
Busca

Cividade de Terroso

41° 24′ 45″ N, 8° 43′ 16″ O
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Esta página cita fontes, mas não cobrem todo o conteúdo
Esta páginacita fontes, mas quenão cobrem todo o conteúdo. Ajude ainserir referências (Encontre fontes:Google (N • L • A • I • WP refs)  • ABW  • CAPES).
Cividade de Terroso
Apresentação
Tipo
Periódo
Estatuto patrimonial
Localização
Localização
Coordenadas
Mapa

editar -editar código-fonte -editar WikidataDocumentação da predefinição

Ruínas da Cividade de Terroso no seu aspecto actual. A sua queda foi romanceada no livro«Uma Deusa na Bruma», de João Aguiar
Lajeado e ruínas da Cividade

ACividade de Terroso é um povoado proto-histórico com ocupação romana localizado em Terroso, na atual freguesia deAver-o-Mar, Amorim e Terroso, noMunicípio dePóvoa de Varzim, emPortugal.[1]

A Cividade foi um importante povoado dacultura castreja do noroeste daPenínsula Ibérica, conhecida naIdade Média comoMontis Teroso, foi erigida no topo domonte da Cividade, na freguesia deTerroso, na Póvoa de Varzim, a menos de 5 km da costa, no limite nascente da cidade contemporânea.

Situada no coração da região castreja, a Cividade prosperou devido a estar fortemente amuralhada e pela sua localização próxima aomar que possibilitava ocomércio com ascivilizações domar Mediterrâneo. Este comércio atraiu os olhares dosRomanos; a cividade e a cultura castreja pereceram no final da Guerra Lusitana ganha porRoma através do assassinato à traição deViriato, líderlusitano que chefiava os interesses indígenas.

Está classificada comoImóvel de Interesse Público desde 1961.[2]

História

[editar |editar código]

O povoamento da Cividade de Terroso terá sido feito no decurso daIdade do Bronze, entre os anos 900 e800 a.C., como consequência da deslocação das populações residentes na planície fértil de Beiriz e na Várzea da Póvoa de Varzim. Isto é suportado pela descoberta de fossas ovoides, escavadas em 1981 porArmando Coelho, tendo sido recolhidos fragmentos de quatro vasos do período anterior ao início do povoamento da cividade. Assim, faz parte dos castros mais antigos, tal como os castros deSanta Luzia ou deRoriz.

O castro manteve relaçõescomerciais com as civilizações domediterrâneo, principalmente durante o domíniocartaginês dosudeste daPenínsula Ibérica.

Durante asguerras púnicas, osRomanos tomaram conhecimento da riqueza da região castreja emouro eestanho.Viriato, que liderava as hosteslusitanas, impedia o crescimento doImpério Romano para o Norte dorio Douro. No entanto, o seu assassinato em138 a.C. abriu caminho para as legiões romanas.

Décimo Júnio Bruto Galaico liderou uma campanha para o domínio da região castreja, acabando por destruir a Cividade por completo, logo após a morte de Viriato. Os feitos do comandante romano ecoaram emRoma, onde passou a ser conhecido pelo cognome Galaico - deGalécia, por ter sido o primeiro a vencer os Calaicos (Kallaikoi).

Cividade de Terroso na altura das primeiras escavaçõesarqueológicas em 1906

Algum tempo mais tarde, a Cividade foi reerguida e fortemente romanizada, dando assim início à última fase urbana do castro. A região é incorporada noImpério Romano e totalmente pacificada durante o domínio deCésar Augusto. Na planície litoral, é criada umavila, propriedade de uma família romana, a que se terá juntado o povo castrejo que regressaram à vida na planície - assim terá surgidoVila de Euracino. A actividade piscatória desenvolveu-se com acetária, um complexo fabril romano de salga e transformação de pescado. Assim, partir doséculo I e durante o período imperial dá-se o progressivo abandono da Cividade.

Nas "Memórias Paroquiais de 1758", o Reitor Antonio Fernandes da Loba conjuntamente com outros clérigos da freguesia de Terroso, regista:estâ êsta freguezia toda a roda cercada de campos lavradios, e sô por hua parte coazi no meyo della tem hum Monte mais levantado, que sera tanto, como a tersa parte dos campos lavradios da tida freguezia e dizem os Antigos fora este Monte Cidade de Mouros, porque se chama este Monte da Cividade.

O Tenente Veiga Leal naNoticia da Póvoa de Varzim feita a 24 de Mayo de 1758 escreve:O Monte chamado Cividade, em que se vem vestígios bastantes de casas, que dizem formarvam alli uma cidade, que para esta vila vieram carros de tijolos das ruinas d'aquellas."

Grupo de trabalhadores que fizeram as escavações em 1906 na Cividade

A cividade foi posteriormente citada por outros autores de forma leve. No início doséculo XX,Rocha Peixoto incentiva o seu amigoAntónio dos Santos Graça a subsidiar trabalhos dearqueologia na Cividade. Os trabalhos iniciam-se a 5 de junho de 1906 com 25 trabalhadores braçais e prosseguiram até Outubro do mesmo ano, interrompidos por mau tempo e recomeçadas em Maio de 1907, terminando nesse mesmo ano. Os materiais obtidos seguiram paramuseus na cidade doPorto.

Depois da morte de Rocha Peixoto, em 1909, algumas pedras da Cividade foram usadas para pavimentar algumas ruas da Póvoa de Varzim, nomeadamente Rua Santos Minho e Rua das Hortas. Estes atentados arqueológicos continuaram mesmo depois da classificação da Cividade como Imóvel de Interesse Público em 1961.

Em 1980, a Câmara Municipal da Póvoa de Varzim convidou Armando Coelho para a realização de trabalhos arqueológicos que se desencadearam noVerão desse ano. Mais tarde, o município adquire os terrenos da acrópole e constrói o pólo arqueológico da Cividade de Terroso na sua entrada. Actualmente o arqueólogo é José Flores, que recentemente escreveu o livro Subtus Montis Terroso - Património Arqueológico no Concelho da Póvoa de Varzim Câmara Municipal da Póvoa de Varzim.

Em 2005, grupos de arqueólogos portugueses eespanhóis (galegos) começaram a estudar a hipótese desta cividade e outras seis serem classificadas como Património da Humanidade daUNESCO. A visita de inspectores da UNESCO está prevista para 2007.

Sistema defensivo

[editar |editar código]
Ruínas de uma das muralhas da Cividade de Terroso
Reforço da muralha a sudoeste

A característica mais típica dos castros é a sua fortificação. Os habitantes terão escolhido passar a viver nomonte como meio de protecção contra os saques e pilhagens levados a cabo por tribos rivais. A cividade foi erigida a 152 metros de altitude, o que permite uma excelente posição de vigilância de toda a região. Um dos lados, a norte, estava bloqueado pelomonte de São Félix, onde terá surgido um castro, oCastro de Laundos, que terá servido de posto avançado.

As movimentações deTúrdulos eCélticos provenientes do Sul da Península Ibérica em direcção a Norte são referidas porEstrabão e terão motivado a melhoria dos sistemas defensivos dos castros por volta de500 a.C.

A Cividade de Terroso é um dos castros mais fortemente fortificados, dado que a acrópole estava circundada por três cinturas demuralhas. Estas muralhas terão sido construídas em momentos diferentes, devido ao crescimento do próprio povoado.

As muralhas eram compostas de grandes blocos sem argamassa e estavam adaptadas às características dadas pelo relevo do monte. As faces de acesso mais fácil (Sul, Este e Oeste) possuíam muralhas altas, largas e resistentes; enquanto as que se encontravam em terreno com declives abruptos eram menos cuidadas, limitando-se a reforçar as particularidades locais.

Isso pode ser facilmente visível com as estruturas descobertas a Este que apresentam um forte sistema defensivo que atinge 5,30 metros de espessura. Enquanto que a Nordeste, a muralha foi construída aproveitando o granito natural que foi apenas coroado por um muro de pedras.

A entrada, que interrompia a muralha, apresenta um lajeado de cerca de 1,70 metros de largura. O perímetro defensivo parece ter sido complementado por uma vala de cerca de 1 metro de profundidade e outro de largura no sopé do monte, conforme foi detectado aquando da construção de uma casa a norte do monte.

Estrutura urbana

[editar |editar código]
Planta da Cividade no decurso das escavações de 1906, feita pelo arquitecto Arthur Cruz da Câmara Municipal daPóvoa de Varzim

No interior dos três anéis de muralhas, na acrópole existem ainda ruínas de grande diversidade, de destacar os recintos funerários, que são extremamente raros no mundo castrejo. Nas escavações realizadas no início doséculo XX, a Cividade parecia ter uma estrutura anárquica, mas dados mais recentes distanciam-se cada vez mais desta ideia, dado que estas denotam uma organização espacial com características próprias cuja organização advém de níveis de ocupação mais antigos ignorados nas primeiras escavações.

Cada um dos quadrantes da Cividade está dividido em núcleos em torno de um pátio familiar quase sempre lajeado e divididos por duas ruas principais que se intercruzam. Algumas casas possuíam umátrio. No seu apogeu, a cividade teria perto de 12hectares e habitavam nela várias centenas de pessoas.

Fases

[editar |editar código]
Pormenor do interior de uma das casas
Ficheiro:Interior de um nucleo familiar.JPG
Pátio familiar
Núcleo familiar da Cividade de Terroso
OCardium era uma das vias principais do povoamento
Pormenor de casas da Cividade

A Cividade passou por várias fases de urbanização: durante os primeiros séculos, as pequenas habitações eram construídas à base de elementos vegetais misturados combarro.

As primeiras construções empedra só começaram a tomar forma noséculo V a.C., material que passou a ser utilizado devido ao progressotecnológico com o fabrico de picos deferro, uma tecnologia que só estava disponível naÁsia Menor, mas que acabou por ser trazida para a Península Ibérica com a colonizaçãofenícia no Litoral Atlântico durante os séculos VIII eVII a.C.

As construções desta época são, caracteristicamente, circulares comdiâmetros entre 4 e 5metros e com paredes com 30 a 40 cm de espessura. As pedras degranito eram fracturadas oulascadas, para posteriormente serem posicionadas em duas fiadas, com a face mais lisa para o exterior e interior da casa. O espaço entre as duas pedras era preenchido com pequenas pedras e argamassa desaibro dando uma estrutura robusta às paredes.

Na última fase da Cividade, a fase romana (com inícios em 138-136 a.C.), após a destruição por Décimo Júnio Bruto Galaico, dá-se uma reorganização urbana com recurso a novas técnicas construtivas e alteração de formas e dimensões. Principalmente com o aparecimento de estruturas quadrangulares, em substituição das circulares tipicamente castrejas. As coberturas deixam de ser de origem vegetal e passam a ser feitas comtégula.

As pedras usadas nesta fase para a construção das habitações eram quadrangulares; mantendo-se o esquema de duas fiadas, mas o espaço interior era mais largo e preenchido por saibro ou barro e pedras de pequeno ou médio tamanho, resultando em paredes mais espessas com 45 a 60 cm.

Núcleos familiares

[editar |editar código]

Os núcleos familiares, compostos de quatro a cinco divisões circulares, envolviam um pátio lajeado para onde convergiam as portas das diferentes divisões. Estes pátios centrais tinham papel importante na vida familiar e eram onde se desenrolavam as actividades diárias familiares. Estes núcleos seriam fechados àchave, revelando a preocupação pela privacidade dasfamílias.

O interior das construções da segunda fase, anterior à romana, possuía pisos finos de barro ou saibro. Alguns destes pisos eram decorados com a impressão decordas, desenhos ondeados e impressão decírculos, especialmente naslareiras. Na fase de influência romana, estes pisos tornaram-se mais cuidados, densos e espessos.

Arruamentos

[editar |editar código]

Os núcleos familiares eram divididos porarruamentos estreitos com espaços algo públicos. Os dois arruamentos principais tinham a orientação típica romana doDecumanus eCardium. ODecumanus era um arruamento que seguia da muralha a Nascente para Poente e flectia-se ligeiramente para Sudoeste a partir do encontro com oCardium (arruamento Norte-Sul), terminando na entrada da Cividade. O acesso exterior realizava-se por uma delicada descida até ao caminho que ainda hoje é utilizado para aceder à cividade.

Estes arruamentos principais dividiam o povoado em quatro partes. Cada uma dessas partes era composta por quatro a cinco núcleos familiares.

Em alguns pontos da Cividade foram descobertos vestígios deesgotos ou caneiros que serviriam para encaminhar aságuas daschuvas.

Cultura

[editar |editar código]

A população dedicava-se àagricultura decereais eleguminosas,pesca, recolecção,pastorícia e trabalhavam osmetais, ostêxteis e acerâmica. Do interior daPenínsula Ibérica chegaram influências culturais, para além das provenientes do mediterrâneo através dos comércio.

A cultura castreja reconhecida pelos seus povoados amuralhados, com casas circulares no topo de montes e pela sua cerâmica característica e bastante difundida entre eles termina com a aculturação romana e com a movimentação das populações para a planície litoral, onde a forte presença aculturadora dos romanos, a partir deséculo II a.C., é visível nos vestígios das villas romanas aí encontradas onde se localiza actualmente a cidade da Póvoa de Varzim (Vila Velha da Póvoa, Alto de Martim Vaz e Junqueira), na freguesia da Estela (Vila Mendo) e junto à Capela de Santo André emAver-o-Mar.

Alimentação

[editar |editar código]
A população subsistia daagricultura, mas também se alimentava de frutos-do-mar, criava e caçava animais

A população vivia principalmente dos proveitos tirados da agricultura, nomeadamente com o cultivo de cereais como otrigo e acevada, e de leguminosas (afava) e abolota.

O concheiro encontrado na Cividade mostra que comiamlapa,mexilhão eouriço do mar crus ou cozidos. Espécies que são ainda hoje bastante comuns. A pesca não deverá ter sido regular, dada a falta de evidências arqueológicas, mas a descoberta de anzóis e pesos de rede revela que já pescavam peixes de tamanho considerável como a Garoupa, o Sardo e o Robalo.

A cevada era cultivada para produzir uma espécie decerveja, que seria apelidada dezythos. A cerveja era desconsiderada por gregos e romanos que consideravam essa bebida de bárbaros, dado que estavam habituados ao requinte dosvinhos. A bolota era triturada para criar uma espécie defarinha.

A recolecção deplantas selvagens,frutos,sementes eraízes era um complemento para a alimentação. Comendo e recolhendo amoras silvestres, dentes-de-leão,trevos e atéalgas marinhas. Alguns destes vegetais são ainda usados pela população local. Os romanos introduziram o hábito do consumo do vinho e do azeite.Os animais usados pelos castros, conforme documentos clássicos e registos arqueológicos, confirmam a existência decavalos,porcos,vacas eovelhas que seriam aproveitados em todas as suas capacidades. De notar que devido a um estatuto na sociedade, os cavalos, tal como oscães, não eram utilizados para a alimentação.

Asaves degalinheiro estão pouco documentadas durante o período castrejo, mas tornaram-se frequentes durante o período romano.

Apesar de estar também pouco documentada na Cividade, a caça deve ter sido algo usual dado que se sabe a partir de fontes clássicas, tais como Estrabão ePlínio que a região era bastante rica emfauna, desde cavalos selvagens,ursos,veados,corços,javalis,raposas,castores,coelhos,lebres e variadas aves, e que seriam uma fonte de alimentação acessível e rentável.

Artesanato

[editar |editar código]
A cerâmica castreja possuía motivos diversos, conforme ilustrações de Arthur Cruz

A cerâmica castreja (taças e vasos) também foi evoluindo ao longo dos tempos, com a passagem de um sistema primitivo para o uso das rodas deoleiros. No entanto, asânforas e o uso dovidro só passaram a ser comuns com a romanização. Estas ânforas serviam essencialmente para o transporte e armazenagem de cereais, frutos, vinho e azeite.

As cerâmicas encontradas na Cividade de Terroso tinham, muitas delas, identidade própria. A olaria era vista como um trabalho masculino e foram encontradas em grande número e em grande variedade, mostrando que era um produto barato, importante e acessível.

Contudo, as formas das cerâmicas da Cividade, são praticamente idênticas às encontradas em outros castros do mesmo período. A decoração dos vasos era do tipo incisivo, embora existissem também vasos espalutados e estampilhados. Aparece também a aplicação de cordões de barro, em forma de corda, revestidos ou não de incisões.

Nos vasos estampilhados são frequentes os desenhos em "S", designados de palmípedes, que poderiam ser acompanhados por outros motivos estampados ou incisos. Outras formas decorativas, que podem aparecer misturadas e com técnicas diversas, incluem círculos,triângulos, semicírculos,linhas, em zigue-zague, num total de cerca de duas centenas de motivos diferentes.

Atecelagem era bastante generalizada e era vista como uma obrigação feminina e também foi progredindo, em especial no período romano, tendo sido encontrados alguns pesos de tear e dezenas decossoiros. A descoberta detesouras veio reforçar a ideia da criação sistemática ovelhas por forma a aproveitar a lã.

Metalurgia na Cividade de Terroso

Foram detectados numerosos vestígios de actividadesmetalúrgicas, e descobertas grandes quantidades de escórias de fundição,fíbulas, fragmentos de objectos emferro e resíduos de outros metais, sobretudochumbo,cobre/bronze,estanho e talvezouro. Foram encontrados "gatos" para reparação de cerâmicas,alfinetes, fíbulas, estilos eagulhas em cobre ou bronze, revelando que o trabalho em bronze e suas ligas era uma das actividades mais comuns da Cividade. O ferro era usado para muitos objectos do dia-a-dia, sendo encontrados váriospregos, mas também anzóis ouganchos e uma ponta de umafoice oupunhal.

Junto à porta da muralha (no sudoeste do povoado) foi identificada uma oficina, dado que no local foram encontrados vários vestígios desta actividade tais como pingos e escórias de fundição de vários metais, minérios e outros sinais, designadamente a utilização do fogo com altas temperaturas.

Aourivesaria contribuiu para a imagem da Póvoa de Varzim como um dos locais de referência da arqueologia Proto-Histórica do Noroeste peninsular. Nomeadamente com o achado das arrecadas deLaundos e do colar articulado e arrecadas daEstela. Na Cividade foram recolhidos alguns testemunhos do trabalho em ouro e prata por Rocha Peixoto. Em toda aserra de Rates são visíveis as explorações mineiras ancestrais: castrejas e romanas, dado que esta serra possuía ouro e prata essenciais para o fabrico dejoias.

Em 1904, um pedreiro enquanto construía um moinho no topo doMonte de São Félix, perto do pequenoCastro de Laundos, encontra um púcaro com joias lá dentro, estas joias foram compradas por Rocha Peixoto que as levou para o Museu do Porto. As joias revelaram o uso de uma técnica evoluída, muito semelhante ao que era feito no Mediterrâneo, nomeadamente com o uso de placas e soldas, filigrana e granulados.

Religião e rituais funerários

[editar |editar código]

O povo castrejo adorava uma diversidade de divindades. As cerimónias e cultos religiosos tinham como objectivo a harmonia entre o povo e as forças da natureza.

Algumas fossas, por exemplo organizadas como um pentágono, adornam o lajeado da Cividade; a sua função é desconhecida, mas supõe-se que terão alguma função mágico-religiosa.

O ritual funerário da Cividade, comum a outrospovos pré-romanos do território português, consistia no rito da incineração, depositando-se as cinzas dos seus mortos em pequenas fossas circulares com paramentos dealvenaria no interior das casas.

Posteriormente, as cinzas passaram a ser depositadas no exterior das casas, mas dentro do núcleo familiar.

Em 1980, a descoberta de umacista funerária, e de um vaso inteiro acampanado e fragmentos de outro sem cobertura evidenciam violação. Este vaso era muito semelhante a um outro encontrado em Laundos, este último com um joias no seu interior, o que supõe que estas joias tinham o mesmo contexto funerário.

Comércio

[editar |editar código]
A Cividade de Terroso relativamente aRoma,Cartago e zona de influência cartaginesa antes daPrimeira Guerra Púnica

As visitas deFenícios,Cartagineses,Gregos eRomanos tinham como o objectivo a troca de tecidos e vinho porouro eestanho, apesar da escassez de vias terrestres, esse não era um problema para a Cividade de Terroso que se localizava estrategicamente perto do mar e doRio Ave, existindo assim um extenso comércio porvia atlântica efluvial. Contudo por via terrestre era conhecida aVia da Prata (nome da época romana) que era um caminho interior que seguia do sul da Península até ao nordeste.

O comércio externo, dominado pelo estanho, era complementado com comércio interno nos mercados tribais entre as diferentes cidades e aldeias da cultura castreja que trocavam têxteis, metais (ouro,cobre,estanho echumbo) e outros objectos incluindo produtos exóticos, tais comovidro oucerâmica exótica, provenientes dos contactos com povos do Mediterrâneo ou de outras áreas da Península.

Com a anexação da região castreja aoImpério Romano, o comércio passa a ser um dos principais meios para o desenvolvimento económico regional, com os mercadores romanos organizados em associações denominadascollegia. Estas associações funcionavam como verdadeiras empresas comerciais que procuravam o monopólio nas relações comerciais.

Não se sabe o momento em que se começou a utilizar o sistema monetário, dado que as áreas mais antigas ainda estão pouco estudadas. Não se sabe ao certo se nas escavações de 1906 foram achadas moedas, apesar disso ter sido provável, não foram identificadas moedas provenientes dessa escavação. Existem apenas um conjunto de moedas romanas doséculo IV a.C.-III a.C. que, tradicionalmente, é considerado como proveniente da cividade de Terroso.

Bibliografia

[editar |editar código]
  • Silva,Armando Coelho Ferreira da,ACultura Castreja no Noroeste de Portugal, Museu Arqueológico da Citânia de Sanfins, Paços de Ferreira, 1986.
  • Gomes, José Manuel Flores e CARNEIRO, Deolinda, "Subtus Montis Terroso - Património Arqueológico no Concelho daPóvoa de Varzim", Câmara Municipal da Póvoa de Varzim, 2005.
  • Póvoa de Varzim, Um Pé na Terra, Outro no Mar…

Textos de apoio

[editar |editar código]

Referências

  1. Ficha na base de dados SIPA
  2. Cividade de Terroso na base de dadosUlysses daDireção-Geral do Património Cultural
OCommons possui umacategoria com imagens e outros ficheiros sobreCividade de Terroso

Ligações externas

[editar |editar código]
Tópicos principais
Póvoa de Varzim
Bibliotecas e museus
Arte & entretenimento
Património
com notoriedade
Ruas e praças
com notoriedade
Praias
& parques
Etnografia
Culinária típica
Desporto
Obtida de "https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Cividade_de_Terroso&oldid=70756109"
Categorias:
Categorias ocultas:

[8]ページ先頭

©2009-2025 Movatter.jp