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Cintas-largas

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
 Nota: Se procura pela língua da família linguística mondé, falada pelos cintas-largas, vejaLíngua cinta-larga.
Cintas-larga
População total
1.954
Regiões com população significativa
 Brasil (MT/RO)1.954Siasi/Sesai, 2014[1]
Línguas
português
cinta-larga

Oscintas-largas são umpovo indígena, assim chamado pelos primeiros invasores dos seus territórios, por ostentarem uma espécie de cinturão, feito de entrecasca de uma árvore - otauari. Este nome foi posteriormente adotado pelaFundação Nacional do Índio.

A população dos cintas-largas está distribuída por, aproximadamente, 33 aldeamentos, a maioria deles localizados nasTerras Indígenas Serra Morena[2] (quatro aldeias), Aripuanã[3] (nove aldeias),[4] Parque Indígena Aripuanã[5] (sete aldeias) e Roosevelt[6] (cinco aldeias). Essas terras, situadas no leste de Rondônia e no noroeste de Mato Grosso possuem superfície total de 2.732.567hectares tradicionalmente ocupadas pelos cinta-largas.[7]

O mito de criação cinta-larga conta como Gorá criou todos os seres das diferentes tribos. Os animais teriam sido criados a partir de seres humanos.[8]

Características gerais

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Demografia

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Em 1969 a população cinta-larga foi estimada em cerca de 2.000 pessoas, em seguida a população declinou e voltou a aumentar, chegando ao total de 1954 pessoas em 2014[1], conforme os dados da tabela abaixo:

AnoPopulaçãoReferência
19692000ISA (2019)[1]
1981500ISA (2019)[1]
20011032ISA (2019)[1]
20031300ISA (2019)[1]
20141954(Siasi/Sesai, 2014)[1]

Definição

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Embora a denominaçãocinta-larga seja usada para designarum conjunto degrupos indígenas caçadores, habitantes das terras que se estendem do leste deRondônia ao noroeste doMato Grosso, trata-se, na verdade, degrupos distintos que se autodenominamKabã,Kakin e e que têm língua e cultura semelhante.[9] Antes do contato com a Fundação Nacional do Índio, esses grupos ocupavam territórios exclusivos. Oskabã não têm subdivisões; oskakin têm algumas subdivisões e osmam ou têm várias subdivisões (Dal Poz, 1991).

Falam uma língua dotronco tupi, da família conhecida como Tupi-Mondé, a qual compartilham, com pequenas variações, com seus vizinhosgaviões,suruís-paíteres ezorós. Assim como esses povos, os grupos cintas-largsa tinham nacaça a sua principal atividade de subsistência, combinada com uma pequenaagricultura - detubérculos (cará,mandioca einhame) emilho –, atividade claramente depreciada frente àquela da caça.

O território ocupado pelos cintas-largas até o final dos anos 1950 compreendia as bacias dos riosRoosevelt, a oeste;Juruena, a leste;Rio Branco, afluente da margem esquerda doRio Negro eGuariba, afluente doAripuanã, ao norte, até o paralelo dez e os riosIquê,12 de Outubro, afluente esquerdo do altoCamararé eJuína, afluente esquerdo doJuruena, ao sul. Esse território limitava-se, ao sul e a oeste, com as terras dosenauenê-nawê e dosnambiquara; a leste, com oserikbatsa e, ao norte, com ossuruís e oszorós. Em tempos passados, os grupos cintas-largas viviam em guerra permanente com esses outros povos, por disputas territoriais ou por vinganças de mortes anteriores.

Massacre do Paralelo 11

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Ver artigo principal:Massacre do Paralelo 11
Reconstituição do Serviço de Proteção ao Índio do modo como foi executada uma mulher da etnia cinta-larga, cortada ao meio com um facão, em umterritório indígena, na região entre oMato Grosso eRondônia, em 1963, episódio conhecido comoMassacre do Paralelo Onze.[10]

Nos anos 1960, os cintas-largas, assim como vários outros grupos indígenas, foram vítimas da abertura da fronteira agrícola e das políticas de incentivo à exploração dos recursos naturais, que visavam principalmente a ocupação da região Norte do país. Nessa época, esses povos eram tidos como empecilhos ao desenvolvimento, o que motivou o extermínio de comunidades indígenas inteiras. Após oMassacre do Paralelo 11 (1963), como ficou conhecida a destruição de aldeias cintas-largas em Mato Grosso, a mando doseringalista Antonio Junqueira, o estado brasileiro foi, pela primeira vez, denunciado internacionalmente porgenocídio.[8][11][12]

Referências

  1. abcdefgInstituto Socioambiental (ISA).«Cinta Larga - Povos Indígenas no Brasil».Enciclopédia dos Povos Indígenas no Brasil. Consultado em 5 de julho de 2024 
  2. «Terra Indígena Serra Morena - Terras Indígenas no Brasil».terrasindigenas.org.br. Consultado em 5 de julho de 2024 
  3. «Terra Indígena Aripuanã - Terras Indígenas no Brasil».terrasindigenas.org.br. Consultado em 5 de julho de 2024 
  4. Caracterização Geral da TI Aripuanã.
  5. «Parque Indígena Aripuanã - Terras Indígenas no Brasil».terrasindigenas.org.br. Consultado em 5 de julho de 2024 
  6. «Terra Indígena Roosevelt - Terras Indígenas no Brasil».terrasindigenas.org.br. Consultado em 5 de julho de 2024 
  7. Volpato Curi, Melissa (2005).Mineração em terras indigenas: caso terra indigena Roosevelt (Dissertação de Mestrado). Orientador: Hildebrando Herrmann. Campinas, SP: Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). p. 121.doi:10.47749/t/unicamp.2005.360438. Consultado em 5 de julho de 2024 
  8. abJUNQUEIRA,Carmen.Os diamantes do povo Cinta-Larga. Texto da conferência proferida em março de 2005.
  9. JUNQUEIRA, Carmen 1985: 2.In Processo Funai nº 4982/78, fls. 340
  10. «Missionário Jesuíta Reforça Acusação de Que Genocídio dos Índios Continua».O Globo: 15. 25 de janeiro de 1966 
  11. Senadora defende índios Cinta Larga relembrando o Massacre do Paralelo 11. 13 de novembro de 2003.
  12. A reportagem no meio do mato, por Montezuma Cruz.Observatório da Imprensa,4de maio de 2004 na edição 275.

Bibliografia

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  • Dal Poz, João.Dádivas e dívidas na Amazônia: parentesco, economia e ritual nos Cinta-Larga. Tese de doutorado. Campinas: UNICAMP, 2004.

Ligações externas

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