Movatterモバイル変換


[0]ホーム

URL:


Saltar para o conteúdo
Wikipédia
Busca

Cidra

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
(Redirecionado deCidreira (citrus))
 Nota: Não confundir comSidra (bebida alcoólica).
 Nota: Para outros significados, vejaCidra (desambiguação).
Esta página cita fontes, mas não cobrem todo o conteúdo
Esta páginacita fontes, mas quenão cobrem todo o conteúdo. Ajude ainserir referências (Encontre fontes:ABW  • CAPES  • Google (notícias • livros • acadêmico)).(Janeiro de 2021)
Como ler uma infocaixa de taxonomiaCitrus medica
cidreira, cidra
Fruto da cidreira chinesa.
Fruto da cidreira chinesa.
Classificação científica
Reino:Plantae
Clado:Angiospermae
Clado:Eudicots
Clado:Rosids
Ordem:Sapindales
Família:Rutaceae
Género:Citrus
Espécie:C. medica
Nome binomial
Citrus medica
L.
Sinónimos[1]
Flor da cidreira.
Fruto imaturo da cidreira.
Cidra, o fruto maduro deCitrus medica.
Corte de un fruto típico de cidra, mostrando o espessomesocarpo (albedo), muito importante na produção desuccade (a cascaconfitada em calda de açúcar da cidra ou outro citrino).
Um híbrido de cidra de origem italiana, mostrando a casca engrossada.
Ilustração mostrando umacidra-mão-de-buda com as folhas e espinhos que são comuns a todas as variedades do fruto.
Fruto maduro dacidra-mão-de-buda.

Citrus medica é umaespécie decitrino (géneroCitrus da famíliaRutaceae) cujas variedades cultivadas, designadas porcidreira, produzem a fruta globosa, fortemente aromática e comcasca espessa, que é amplamente comercializado sob o nome decidra. Próxima de uma antiga espécie selvagem nativa doSudeste Asiático ou daÍndia,[2] acidreira é um dos trêstaxa do géneroCitrus que porhibridação eselecção artificial deram origem a todas as modernasvariedades ecultivares de citrinos.[3] Embora os cultivares de cidreira assumam uma ampla variedademorfológica, estão todos intimamente relacionadas geneticamente. É amplamente utilizado na culinária asiática e globalmente na preparação dedoces ecompotas e na produção deperfumes e essências aromáticas, sendo também importante namedicina tradicional e em rituais e oferendas religiosas no Sueste Asiático. Híbridos de cidra com outros cítricos são comercialmente importantes, com destaque para olimão e muitas variedades delima. Grande eácida, a cidra é muito rica em compostos bioactivos.[4] Os romanos e outros povos mediterrânicos usavam o fruto como desodorizante e para efeitos medicinais.[5]

Descrição

[editar |editar código-fonte]

A espécieCitrus medica, conhecida pelonome comum decidreira (o que leva à confusão com espécies muito distintas, nomeadamente com aerva-cidreira, uma gramínea, que apenas tem em comum o aroma), pertence àfamília dasrutáceas, é originária doSueste Asiático, onde temdistribuição natural na região que vai daÍndia àIndochina.

Morfologia

[editar |editar código-fonte]

Citrus medica é uma pequenaárvore ouarbusto de 2,5 a 5 m de altura (mesofanerófito), de crescimento lento,perenifólio, comespinhos nas axilas foliares e comfuste retorcido eramagem densa e rígida.

Asfolhas, depecíolo curto, são simples, alternas, elípticas a oval-lanceoladas, com bordos ligeiramente serrilhados e comprimento até 18 cm, de superfíciecoreácea e coloração verde-escura na página superior, com uma distinta fragrância a limão quando esmagadas. Opecíolo geralmente não apresenta asas ou tem asas reduzidas.

Produzfloreshermafroditas, fragrantes, relativamente grandes, formandorácemos pequenos. As flores das variedades ácidas são arroxeadas por fora e brancas por dentro, mas as de variedades doces são inteiramente branco-amareladas. Apresentam de 4 a 5pétalas e 30 a 60estames.

Ofruto é umhesperídio oblongo, ovado ou globoso, raramente piriforme, de até 30 cm de diâmetro, estreitando em direcção ao extremo estilar, com oestilete bem marcado e por vezes permanecendo no fruto maduro (constituindo opitom doetrog). No entanto, o formato do fruto da cidra é bastante variável, diferindo grandemente entre espécimes e mesmo num mesmo espécime, devido à grande quantidade dealbedo, que se forma em função da posição dos frutos na árvore, orientação do ramo e muitos outros factores.

O fruto é recoberto por uma casca grossa, frequentemente rugosa, carnuda e aderente aoendocarpo, de coloração amarela ou verdosa, comglândulas oleosas pequenas. A parte interna é espessa, branca e dura; o exterior é uniformemente fino e muito perfumado. A polpa geralmente é ácida, mas também pode ser doce, existindo algumas variedades que são totalmente desprovidas de polpa. Apresenta 10 a 15carpelos, firmes, pouco sumarentos, doces ou ácidos segundo a variedade.

A maioria das variedades de cidra contém um grande número de sementes pequenas,monoembriónicas, lisas, brancas com camadas internas escuras e manchas decalaza avermelhadas nas variedades ácidas e incolores nas doces. Algumas variedades de cidra possuemestiletes persistentes que não caem após a fecundação. Esses são geralmente preferidos para uso ritual comoetrog nojudaísmo.

Algumas cidras apresentam grandesoleoplastos que formam bolhas de óleo de grande tamanho na superfície externa da casa, medialmente distantes umas das outras. Algumas variedades são estriadas e ligeiramente verrugosas na superfície externa. Uma variedade de cidra apresenta o fruto em forma de dedos, sendo conhecida porcidra-mão-de-buda.

A coloração do fruto varia de verde, quando imaturo, a amarelo-alaranjado quando demasiado maduro. A cidra não cai da árvore e pode chegar a pesar 4–5 kg se não for colhida antes de estar totalmente madura.[6][7] No entanto, os frutos devem ser colhidos antes do inverno, pois os podem podem dobrar ou quebrar para o chão e os frutos podres podem causar doenças fúngicas para a árvore.

A espécie é muito vigorosa, não apresentando períodos de dormência significativos, florescendo várias vezes por ano, sendo por isso frágil e extremamente sensível àsgeadas.[8]

Variedades e híbridos

[editar |editar código-fonte]

Apesar da grande variedade de formas assumidas pelo fruto, as variedades e cultivares de cidra estão todas intimamente relacionadas geneticamente, representando uma única espécie.[9][10]

A análise genética divide os cultivares conhecidos em três grupos (clusters): um grupo mediterrânico que se acredita ter-se originado na Índia, e dois grupos predominantemente encontrados na China, um representando as cidras com dedos e outro consistindo por variedades sem dedos.[10]

As variedades com frutosácidos incluem acidra-florentina e acidra-diamante deItália, acidra-grega e acidra-balady daIsrael.[11] As variedades doces incluem acidra-da-córsega (oucidra-corsa) e acidra-marroquina. Entre as variedades sem polpa estão também algumas variedades decidra-com-dedos e acidra-iemenita.

Existem também várioshíbridos de cidra, como por exemplo, a variedadelimão-ponderosa, olumia e arhobs-el-Arsa, cuja natureza híbrida é bem conhecida. Suspeita-se que acidra-florentina não seja uma cidra pura, mas um híbrido de cidra.

Origem do nome

[editar |editar código-fonte]

O nomecidra deriva do termo latinocitrus, palavra que também deu origem aonome genéricoCitrus atribuído aogénero em que a espécie se integra. O termo portuguêscidra parece ter evoluído a partir da designação italiana (cedro). Nalíngua persa, o fruto é designado porturunj, distinguindo-o denaranj ('laranja-azeda'). Ambos os nomes foram importados para alíngua árabe e através dela introduzidos nas línguas ibéricas após ainvasão muçulmana da Península Ibérica, onde deram origem ao vocábulolaranja (bem como 'toranja') e seus equivalentes castelhanos.[12]

Cultura e etnobotânica

[editar |editar código-fonte]

Introduzida em cultivo na Índia, tem sido cultivada nas regiões tropicais e subtropicais da Ásia desde a antiguidade. Osgregos conheceram esta espécie por ocasião das invasões deAlexandre, o Grande, tendo-a encontrado naPérsia, então parte doImpério Medo (e por isso designada por Média) e por isso a passaram a chamar como "pomo da Média", como consta naHistoria Plantarum deTeofrasto,[13] introduzindo-a noMédio Oriente e depois na região em torno doMediterrâneo. Foi devido ao nome grego, derivado daMédia, queLineu designou estaespécie comoCitrus medica.[13] A cidra terá sido o primeiro citrino a ser introduzido nabacia do Mediterrâneo.[13]

A análise dafilogenia molecular das variedades em cultura prova que a cidra é uma espécie de citrino original e muito antiga. Esses dados mostram que a maioria das espécies e variedades de citrinos presentemente cultivadas surgiram porhibridação de um pequeno número de tipos ancestrais, incluindo a cidra, opomelo, amandarina e, em menor escala, aspapedas e oquincã. Como aCitrus medica é geralmentefecundada porautopolinização, daí resulta que estas plantas apresentem um grande grau de uniformidadegenética traduzido por elevadahomozigose, contituindo-se geralmente como o ancestral masculino dos híbridos cítricos cultivados, muito raramente sendo o feminino.[7][9][14][15][16][17][18]

A moderna filogenética aponta osubcontinente indiano como a região de origem da espécie,[9] onde seria nativa nos vales do sopé da região leste dosHimalaias. Pensa-se que por volta doséculo IV a.C., quandoTeofrasto menciona a "maçã persa ou meda",[19] a cidra era cultivada principalmente noGolfo Pérsico estando já em expansão a caminho dabacia do Mediterrâneo, onde foi cultivado durante os séculos posteriores em diferentes áreas, conforme descrito porErich Isaac.[20] São frequentes as referências ao papel deAlexandre, o Grande, e dos seus exércitos, aquando do ataque aoImpério Aqueménida (Pérsia) e à região que na actualidade é oPaquistão, como sendo responsáveis por acelerar a expansão da cultura da cidra em direcção ao ocidente, fazendo com que chegasse ao sueste daEuropa e atingisse regiões como aGrécia e aItália.[21][22][23][24][25][26][27][28]

Antiguidade bíblica

[editar |editar código-fonte]
Ver artigo principal:Etrog

OLevítico menciona o fruto daformosa árvore ('hadar') como sendo exigido para uso ritual durante aFesta dos Tabernáculos (Lev. 23:40). De acordo com a tradição rabínica, o fruto da árvorehadar refere-se à cidra.

Oegiptologista earqueólogoVictor Loret alegou ter identificado a cidra retratado nas paredes dojardim botânico doTemplo de Karnak, que data da época deTutemés III, datado de há aproximadamente 3 500 anos atrás.[29] A referência bíblica e esta possível identificação apontam para que a cidra esteja em cultura noMédio Oriente desde tempos remotos, antecedendo a cultura de outras espécies de citrinos.[30]

Teofrasto

[editar |editar código-fonte]

A seguinte descrição da cidra é dada porTeofrasto, na suaHistoria plantarum, e foi repetida por diversos escritores clássicos:[31]

No leste e no sul existem plantas especiais ... ou seja, na Média e na Pérsia, há muitos tipos de frutas, entre elas há uma fruta chamada «maçã meda» ou «maçã persa». A árvore tem uma folha semelhante e quase idêntica à do medronheiro-oriental,[32] mas tem espinhos como os da pera selvagem[33] ou dapiracanta,[34] excepto que são brancos, lisos, afiados e fortes. O fruto não se come, mas é muito perfumado, como também a folha da árvore; e o fruto é posto entre tecidos evitando que estes sejam comidos pelas traças. Também é útil quando alguém ingeriu um veneno mortal, pois quando é administrado com vinho perturba o estômago e expulsa o veneno. Também é útil para melhorar a respiração, para o que se ferve a parte interna da fruta num prato ou espremê-la na boca por algum outro meio, torna a respiração fica mais fácil. A semente é retirada do fruto e semeada na primavera em canteiros cuidadosamente arados, e é regada a cada quatro ou cinco dias. Assim que a planta fica forte, é transplantada, também na primavera, para um local de solo macio e bem regado, onde o solo não é muito bom, pois prefere esses locais. E produz os seus frutos em todas as estações, pois quando alguns frutos surgem, a flor de outros está na árvore e outros amadurecem. Dasflores eu disse[35] que aquelas que têm uma espécie de roca[36] projectando-se do meio são férteis, enquanto aqueles que não têm isso são estéreis. Também é semeado, como atamareira, em vasos furados. Foi notado que esta árvore cresce na Média e na Pérsia.

Plínio, o Velho

[editar |editar código-fonte]

A cidra foi também descrita porPlínio, o Velho, que a designou por«nata Assyria malus» (maçã-da-assíria), dizendo da espécie na sua obraHistória Natural:

Há outra árvore também com o mesmo nome de «citrus», e produz um fruto que algumas pessoas em particular não gostam por seu cheiro e amargor notável; enquanto, por outro lado, há alguns que o estimam muito. Esta árvore é usada como ornamento para casas; não requer, contudo, nenhuma descrição adicional.[37] A cidra, chamada de «maçã-assíria» e, por alguns, de «maçã-meda», é um antídoto contra os venenos. A folha é semelhante à domedronheiro, excepto que tem pequenos espinhos ao longo ao longo do seu dorso. Quanto ao fruto, nunca se come, mas chama a atenção pelo seu cheiro extremamente forte, que as folhas também apresentam; na verdade, o odor é tão forte que penetra nas roupas, e uma vez que estas estejam impregnadas por ele é muito útil para repelir os ataques de insectos nocivos.

A árvore dá frutos em todas as estações do ano; enquanto alguns estão caindo, outros frutos estão amadurecendo e outros, novamente, apenas surgindo para o nascimento nas flores. Várias nações tentaram naturalizar esta árvore nos seus territórios por causa de suas propriedades medicinais, plantando-a em vasos de barro, com buracos feitos neles, com o objectivo de introduzir o ar às raízes; e eu observaria aqui, de uma vez por todas, que é bom lembrar que o melhor plano é embalar todos os plantios de árvore que precisem ser transportados a qualquer distância o mais juntos que possam ser colocados.

Foi descoberto, entretanto, que esta árvore não crescerá em nenhum lugar excepto na Média ou na Pérsia. É esse fruto, cujas sementes, como já mencionamos, os grandes daPártia empregam para temperar os seusragus, como sendo peculiarmente propício ao adoçamento do hálito. Não encontramos nenhuma outra árvore altamente recomendada que seja produzida naMédia.[38]

A cidra, seja a polpa ou as sementes, é ingerida com vinho como antídoto para os venenos. Uma decocção de cidra, ou o suco extraído dela, é usada como gargarejo para conferir doçura ao hálito. As sementes deste fruto são recomendadas para mulheres grávidas mastigarem quando afectadas pelo enjoo. A cidra também é boa para um estômago fraco, mas não é fácil comê-las, excepto com vinagre.[39]

Culinária

[editar |editar código-fonte]
Ver artigo principal:Succade

A cidra tem ampla utilização na culinárias de diversas regiões, sendo contudo mais presente noSudoeste Asiático. Os seus usos variam desde a confecção de bolos e doces até à produção de bebidas, incluindo o uso como tempero para compor o odor dos alimentos.

Enquanto olimão e alaranja são descascados para consumir os segmentos da sua polpa amarelada (oflavedo do fruto), a parte mais suculenta e adocicada, a polpa da cidra fica seca, contendo apenas uma pequena quantidade de suco insípido, se o houver. Na cidra, o principal conteúdo do fruto é a espessa casca branca (oalbedo), que adere aos segmentos e deles não se separa facilmente.

A cidra é um ingrediente regularmente usado na culinária asiática. A variedade de cidra usada no Japão, conhecida poryuzu, é espremida, e o suco é usado regularmente em molhos, temperos emarinadas. O suco é amplamente disponível engarrafado como suco de limão. A casca deyuzu ralada ou picada também é adicionada às marinadas e sobremesas, e oyuzu oco pode ser visto como recipiente decorativo em restaurantes sofisticados. NaCoreia, um chá popular, conhecido poryuja-cha (chá de yuja), é feito misturando polpa e casca de cidra cortada emjuliana com açúcar e mel. Este chá é consumido quente ou gelado e costuma ser tomado para dores de garganta e resfriados no inverno.

Na actualidade, a cidra é maioritariamente usada pela suafragrância, sob a forma de extractos ou deraspas, mas a parte mais importante ainda é a sua casca interna (conhecida comomiolo oualbedo), um produto importante nocomércio internacional e amplamente utilizado na indústria alimentar, especialmente na produção desuccade,[21] designação pelo qual é conhecido quando confitado em açúcar.

NoIrão, a casca branca e espessa da cidra é usada para fazer geleia. NoPaquistão a fruta é usada para fazer geleia, mas também é usada em conserva. Nacozinha do sul da Índia, algumas variedades de cidra (colectivamente referidas comonarthangai emtamil eheralikayi nalíngua kannada) são amplamente utilizadas empicles e conservas. EmKarnataka, a cidra é usado para fazer um prato designado porarroz de limão.[40] EmKutch,Gujarat, é usado para fazer picles, em que fatias inteiras de fruto são salgadas, secas e misturadas comaçúcar mascavado do tipojagra (jaggery) e especiarias para produzir picles doces e picantes. Dezenas de variedades de cidra são conhecidas colectivamente comolebu nacozinha bengali, onde a cidra é a fruta cítrica principal.

Na cozinha mediterrânica, especialmente na Grécia e sul da Itália, a cidra é dividida ao meio e despolpada, sendo então a casca (quanto mais espessa, melhor) cortada em pedaços, cozida lentamente em xarope de açúcar (operação que se designa porconfitar) e usada comodoce de colher, em grego conhecido comokitro glyko (κίτρο γλυκό), ou então picado e caramelizado com açúcar e usado em confeitaria para bolos e outros doces. Na Itália, um refrigerante conhecido por«cedrata» é feito a partir de extractos deste fruto.

Nasilhas Samoa é preparada uma bebida refrescante designada porvai tipolo obtida espremendo o fruto. Também é adicionado a um prato de peixe cru denominadooka e a uma variação depalusami ouluáu.

Nos Estados Unidos, a cidra é um ingrediente importante nos bolos de frutas (fruitcakes) tradicionalmente usados pelo Natal.

  • Gomo de cidra, descascada e sem polpa, confitada em calda de açúcar.
    Gomo de cidra, descascada e sem polpa, confitada em calda de açúcar.
  • Cedrata, uma bebida refrescante italiana feita com cidra.
    Cedrata, uma bebida refrescante italiana feita com cidra.
  • Torta de cidra.
    Torta de cidra.

Medicinas tradicionais

[editar |editar código-fonte]

Desde aantiguidade até aostempos medievais, a cidra foi usada principalmente para fins médicos: para combater oenjoo, problemasrespiratórios, doençasintestinais,escorbuto e outras afecções. Oóleo essencial extraído doflavedo (a camada mais externa e pigmentada da casca) também era considerado umantibiótico. O suco de cidra comvinho foi considerado umantídoto eficaz paravenenos, conforme relatado porTeofrasto. No sistema demedicina ayurvédica, o suco ainda é usado no tratamento de doenças como náuseas, vómitos e sede excessiva.

O suco da cidra tem alto teor devitamina C e é usado no sistema de medicina indiana comoanti-helmíntico, aperitivo, tónico, e no tratamento da tosse, reumatismo, vómito, flatulência, hemorróidas, doenças de pele e visão fraca.[41]

Há um mercado crescente para a cidra pelafibra solúvel (rica empectina) encontrada no seu espessoalbedo.[42]

Usos religiosos

[editar |editar código-fonte]
Ver artigo principal:Etrog

No judaísmo a cidra é usada para rituais religiosos (o fruto é designado emhebraico poretrog) durante as celebrações judaicas das colheitas doSukkot, aFesta dos Tabernáculos. Por isso é considerado um símbolo judaico, encontrado em várias representações da antiguidade hebraica e em achados arqueológicos.[43] As cidras usadas para fins rituais não podem provir de plantas cultivadas porenxertia de ramos.

Nobudismo é utilizada uma variedade de cidra nativa daChina que apresenta secções que separam separam o corpo do fruto em partes semelhantes a dedos comooferenda em templosbudistas, razão pela qual esta variedade é conhecida porcidra-mão-de-buda.

Perfumaria

[editar |editar código-fonte]

Desde há muitos séculos que oóleo essencial fragrante da cidra é usado emperfumaria, sendo este o mesmo óleo que usado na medicina tradicional pelas suas propriedades antibióticas. O principal constituinte é olimoneno, responsável pelo odor intenso a limão que o produto apresenta.[44]

Referências

[editar |editar código-fonte]
  1. Ollitrault, Patrick; Curk, Franck; Krueger, Robert (2020).«Citrus taxonomy». In: Talon, Manuel; Caruso, Marco; Gmitter, Fred G, Jr.The Citrus Genus. [S.l.]: Elsevier. pp. 57–81.ISBN 9780128121634.doi:10.1016/B978-0-12-812163-4.00004-8 
  2. (em inglês) Nicolosi, E.; Deng, Z.N.; Gentile, A.; La Malfa, S.; Continella, G. & Tribulato, E., 2000,Citrus phylogeny and genetic origin of important species as investigated by molecular markers.Theoretical and Applied Genetics100(8): 1155-1166.doi:10.1007/s001220051419 (resumo em HTML).
  3. Klein, J. (2014). «Citron Cultivation, Production and Uses in the Mediterranean Region». In: Z. Yaniv; N. Dudai.Medicinal and Aromatic Plants of the Middle-East. Col: Medicinal and Aromatic Plants of the World.2. [S.l.]: Springer Netherlands. pp. 199–214.ISBN 978-94-017-9275-2.doi:10.1007/978-94-017-9276-9_10 
  4. «Bioactive Compounds of Citrus as Health Promoters» (em inglês): 29–97.doi:10.2174/9781681082394116010005 
  5. Duarte, A.; Fernandes, J.; Bernardes, J.; Miguel, G. (2016).«Citrus as a Component of the Mediterranean Diet (PDF Download Available)».ResearchGate (em inglês). Journal of Spatial and Organizational Dynamics, IV(4): 289-304.
  6. Un curieux Cedrat marocain, Chapot 1950.
  7. abThe Search for the Authentic Citron: Historic and Genetic Analysis;HortScience40(7):1963–1968. 2005Arquivado em 2008-09-21 noWayback Machine
  8. «Website Disabled». University of California, Riverside.Cópia arquivada em 8 de março de 2008 
  9. abcWu, Guohong Albert; Terol, Javier; Ibanez, Victoria; López-García, Antonio; Pérez-Román, Estela; Borredá, Carles; Domingo, Concha; Tadeo, Francisco R; Carbonell-Caballero, Jose; Alonso, Roberto; Curk, Franck; Du, Dongliang; Ollitrault, Patrick; Roose, Mikeal L. Roose; Dopazo, Joaquin; Gmitter Jr, Frederick G.; Rokhsar, Daniel; Talon, Manuel (2018). «Genomics of the origin and evolution ofCitrus».Nature.554 (7692): 311–316.PMID 29414943.doi:10.1038/nature25447 
  10. abRamadugu, Chandrika; Keremane, Manjunath L; Hu, Xulan; Karp, David; Frederici, Claire T; Kahn, Tracy; Roose, Mikeal L; Lee, Richard F. (2015). «Genetic analysis of citron (Citrus medica L.) using simple sequence repeats and single nucleotide polymorphisms».Scientia Horticulturae.195: 124–137.doi:10.1016/j.scienta.2015.09.004 
  11. Meena, Ajay Kumar; Kandale, Ajit; Rao, M. M.; Panda, P.; Reddy, Govind (2011).«A review on citron-pharmacognosy, phytochemistry and medicinal uses».The Journal of Pharmacy.2 (1): 14–20 
  12. «Citrus medica»(PDF). plantlives.com 
  13. abcDuarte, A., Fernandes, J., Bernardes, J. & Miguel, G. 2016. (2016).«Citrus as a Component of the Mediterranean Diet. Journal of Spatial and Organizational Dynamics - JSOD, IV(4): 289-304 (PDF Download Available)».ResearchGate (em inglês). Consultado em 15 de outubro de 2017  !CS1 manut: Nomes múltiplos: lista de autores (link)
  14. E. Nicolosi; Z. N. Deng; A. Gentile; S. La Malfa; G. Continella; E. Tribulato (Junho de 2000). «Citrus phylogeny and genetic origin of important species as investigated by molecular markers».Theoretical and Applied Genetics.100 (8): 1155–1166.doi:10.1007/s001220051419 
  15. Noelle A. Barkley; Mikeal L. Roose; Robert R. Krueger; Claire T. Federici (Maio de 2006).«Assessing genetic diversity and population structure in a citrus germplasm collection utilizing simple sequence repeat markers (SSRs)».Theoretical and Applied Genetics.112 (8): 1519–1531.PMID 16699791.doi:10.1007/s00122-006-0255-9. Consultado em 4 de dezembro de 2018 
  16. Asad Asadi Abkenar; Shiro Isshiki; Yosuke Tashiro (1 novembro 2004). «Phylogenetic relationships in the 'true citrus fruit trees' revealed by PCR-RFLP analysis of cpDNA».Scientia Horticulturae.102 (2): 233–242.doi:10.1016/j.scienta.2004.01.003 
  17. C. A. Krug (Junho 1943). «Chromosome Numbers in the Subfamily Aurantioideae with Special Reference to the GenusCitrus».Botanical Gazette.104 (4): 602–611.JSTOR 2472147.doi:10.1086/335173 
  18. R. Carvalho; W. S. Soares Filho; A. C. Brasileiro-Vidal; M. Guerra (Março de 2005). «The relationships among lemons, limes and citron: a chromosomal comparison».Cytogenetic and Genome Research.109 (1–3): 276–282.PMID 15753587.doi:10.1159/000082410 
  19. Historia plantarum, 4.iv.2.
  20. Erich Isaac (janeiro de 1959). «The Citron in the Mediterranean: a study in religious influences».Economic Geography.35 (1): 71–78.JSTOR 142080.doi:10.2307/142080 
  21. ab«Citron:Citrus medica Linn.». Purdue University 
  22. Frederick J. Simoons (1990).Food in China: a cultural and historical inquiry. [S.l.]: CRC Press. p. 200.ISBN 9780849388040 
  23. «ethrog». University of California, Riverside 
  24. Marion Eugene Ensminger; Audrey H. Ensminger (1993).Foods & Nutrition Encyclopedia. volume 1 2nd ed. [S.l.]: CRC Press. p. 424.ISBN 9780849389818 
  25. Francesco Calabrese (2003).«Origin and history». In: Giovanni Dugo; Angelo Di Giacomo.Citrus: The Citrus Genus. [S.l.]: CRC Press. p. 4.ISBN 9780203216613 
  26. Biology of Citrus[ligação inativa]
  27. H. Harold Hume (2007).Citrus Fruits and Their Culture. [S.l.]: Read Books. p. 59.ISBN 9781406781564 
  28. Emmanuel Bonavia (1888).The Cultivated Oranges and Lemons, Etc. of India and Ceylon. [S.l.]: W. H. Allen. p. 255 
  29. Britain), Royal Horticultural Society (Great (1894).«Scientific Committee, March 28, 1893: The Antiquity of the Citron in Egypt».Journal of the Royal Horticultural Society.16 
  30. Ramón-Laca, L. (2003). «The Introduction of Cultivated Citrus to Europe via Northern Africa and the Iberian Peninsula».Economic Botany.57 (4): 502–514.doi:10.1663/0013-0001(2003)057[0502:tiocct]2.0.co;2 
  31. Historia plantarum 4.4.2-3 (exc. AthenaeusDeipnosophistae 3.83.d-f); cf. VirgílioGeórgicas 2.126-135; PlínioNaturalis historia 12.15,16.
  32. O medronheiro-da-grécia (Arbutus andrachne L.).
  33. Refere-se àapios, a pera-selvagem (Pyrus amygdaliformis Vill.).
  34. A espéciePyracantha coccinea L..
  35. Historia plantarum 1.13.4.
  36. Opistilo.
  37. «Chap. 31.—The Citron-Tree».Perseus Digital Library. Tufts University  excerpting fromJohn Bostock; H.T. Riley, eds. (1855).The Natural History. Pliny the Elder. London: Taylor and Francis 
  38. «Pliny the Elder, The Natural History, Book XII. The Natural History of Trees, Chap. 7. (3.)—How the Citron Is Planted.». Tufts University 
  39. «Pliny the Elder, The Natural History, Book XXIII. The Remedies Derived from the Cultivated Trees., Chap. 56.—Citrons: Five Observations upon Them.». Tufts University 
  40. «Bijora Pickle». Jain World. Consultado em 23 de agosto de 2016.Cópia arquivada em 20 de dezembro de 2016 
  41. «Matulunga (Citrus medica)». frlht.org.Cópia arquivada em 24 de dezembro de 2013 
  42. Dalia A. Abdul.«Preparation and Characterization of Pectin from Peel of Kabad (Citrus medica) Fruit in Sulaimani City, Iraqi Kurdistan Region»(PDF).International Journal of Current Research in Chemistry and Pharmaceutical Sciences.1 (7): 142–146 
  43. VerEtrog
  44. Inouye, S.; Takizawa, T.; Yamaguchi, H. (2001).«Antibacterial activity of essential oils and their major constituents against respiratory tract pathogens by gaseous contact».Journal of Antimicrobial Chemotherapy.47 (5): 565–573.PMID 11328766.doi:10.1093/jac/47.5.565 

Bibliografia

[editar |editar código-fonte]

Ver também

[editar |editar código-fonte]

Galeria

[editar |editar código-fonte]

Ligações externas

[editar |editar código-fonte]
Procure porCidra noWikcionário, o dicionário livre.
OWikispecies tem informações relacionadas aCidra.
OCommons possui imagens e outros ficheiros sobreCidra

Predefinição:Citrus

Identificadores taxonómicos
Obtida de "https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Cidra&oldid=65888887"
Categorias:
Categorias ocultas:

[8]ページ先頭

©2009-2025 Movatter.jp