Esta páginacita fontes, mas quenão cobrem todo o conteúdo. Ajude ainserir referências (Encontre fontes:ABW • CAPES • Google (notícias • livros • acadêmico)).(Junho de 2021) |
Ochanbara (チャンバラ) é um tipo cinematográfico e teatraljaponês que trata sobre batalha de sabre.
O nomeChanbara vem da contração onomatopéicachan-chan, bara-bara que designam o barulho da lâmina que corta a carne. O tipo é chamado igualmenteken geki (filme de sabre) e às vezes assimilado subconjunto dojidaigeki (filme histórico)[1][2][3].
O gênero obedece à códigos muito precisos na intriga, nos personagens e na forma. O herói é um combatente solitário que deve seguir oBushido (caminho do guerreiro), um código de honra cuja transgressão implica oseppuku. Pode ser umsamurai ou umronin, não importa.
Os combates obedecem a um ritmo específico que brinca sobre a espera seguida de trocas de espadas violentas e rápidas. Muito sangrento, o filme termina-se frequentemente por uma grande batalha ou umDai-Ketto (grande duelo).
OChambara, como ocinema japonês em geral vem do teatro tradicional, primeiramente doKabuki. Segue-se sobretudo a obra deSawada Shôjiro que oferece combates mais enérgicos. A fascinação do público pelo samurai é por conseguinte anterior ao cinema.
Kanamori Bansho revolucionou o tipo inspirando-se junto às peças deSawada e junto ao cinema ocidental. Dinamiza os combates utilizando os recursos da montagem.
O tipo torna-se muito popular nosanos 20 com estrelas comoDenjiro Okochi que encarnam heróis míticos. AssimTange Sazen, era um herói zarolho e maneta emTange Sazen yowa – Hyakuman ryo no tsubo (1935).
Os direitoresIto Daisuke comChuji tabi nikki (1927) e deMasahiro Makino comChikemuri Takadanobaba (1937) contribuíram igualmente para o tipo.
O início daSegunda Guerra Mundial provocou uma censura severa que proibiu as histórias pessimistas, em 1935. Retem-se as adaptações das novelas deEiji Yoshikawa porHiroshi Inagaki seguidamente porKenji Mizoguchi[4].
Após a pausa devido à 2a. Guerra, oChanbara reaparece em1954 graças à obra deAkira Kurosawa,Os Sete Samurais (Shichinin no samurai, 1954). Ele mistura o filme de época e o de sabre, o que o torna mais acessível ao público ocidental.
No mesmo ano,Inagaki Hiroshi adapta a história deMusashi, trilogia dos quais o primeiro episódio recebe oOscar de melhor filme estrangeiro.Musashi é interpretado porMifune Toshiro que ficou entre os mais famosos atores japoneses.
Kurosawa dá as suas cartas denoblesses, o tipo que era desprezado pela crítica, comA fortaleza escondida (Kakushi torine no san akunin, 1958), àSanjuro (1962) eYojimbo (1961).
Um ano apenas após a estreia de Yojimbo,Masaki Kobayashi realizaHara-Kiri que dá um tom definitivamente preto ao tipo. Através do chambara, o diretor vem interrogar os valores comuns desta época, honra e respeito, estes mesmos valores que acompnaharam o Japão militarista durante a Segunda Guerra Mundial. O tipo leva então os germes vivos de uma crítica social e política. O filme receberá o grande preço do júri deCannes em 1963.
Ao mesmo período, dá-se início à grande sérieZatoichi que permite ao atorShintaro Katsu retornar na legenda. Do mesmo modo, a série é a ocasião para o estúdio doDaiei de explorar os artesões locais à realização. Assim vão ilustrar-seKenji Misumi,Tokuzo Tanakaou aindaKazuo Ikehiro.
E dado que estes anos 60 são propícios à crítica, mesmo os grandes mitos fundadores são reexaminados, ao exemplo deMusashi. ÉTomu Uchida que ocupar-se-á de realizar os seis filmes nos quais, à sua volta, questiona o Caminho do Samurai que recusa continuamente admiti-lo como um bem fundado.
Na mesma ideia,Kihachi Okamoto põe sobre o tipo um olhar cínico matizado deironia, faz comA Espada da Maldição (Dai-bosatsu tõge, 1966) a descrição desesperada de um universo niilista onde a honra dos samurais é apenas mais uma via traiçoeira, onde os homens são dominados por um Caminho Subjulgado que toma gradualmente possessão deles até criar verdadeiros demonios.
Por último, paraHideo Gosha osanos 60 representam um bonito período durante o qual vai explorar oChambara, brincando constantemente com os seus códigos. É assim que a partir do seu primeiro filme,Sanbiki No Samurai, inverte a honra habitual do samurai deixando-os na lama. Algo distante da imagem idealizada de homens ricos e respeitados. Mas, sobretudo, o diretor demonstra através dos seus personagens principais a contradição moral de um código de honra. Um código que leva-o melhor a matar para repreender, que fala de honra quando há apenas covardia circundante e despeitos dos outro. Leva os seus personagens a desolidarizar-se do grupo para seguir o seu próprio caminho, desabrochar-se espiritualmente. O apogeu deste trabalho, éHitokiri (1969).
A década 1970 é marcada pela série de 6 filmes Lone wolf and cub (Lobo Solitário) (子連れ狼) adaptado do manga deKoike Kazuo eKoseki Kojima.
OChanbara trouxe influências para os diretores ocidentais. Traduz-se em retomadas comoSete Homens e um Destino (The Magnifcent Seven, 1966) deJohn Sturges que remetem aosSete Samurais.Sergio Leone comPor um Punhado de Dólares (Per un pugno di dollari, 1965) eGeorge Lucas na sérieGuerra nas Estrelas (Star Wars, 1977), igualmente deve-se ao combate de sabre japonês.
A animação deu igualmente filmes de sabre comoA Espada de Kamui (Kamui No Ken, 1985) deRin Taro eJubei Ninpucho.
Mais recentemente, o tipo conheceu sucessos importantes comZatoichi (2003) deTakeshi Kitano e comKill Bill (2003) deTarantino. A lista também pode ser incrementada comAzumi (2003) deRyhuei Kitamura baseado num mangá de mesmo nome eShinobi: Heart Under Blade (2005) deTen Shimoyama inspirado na clássica novela japonesaBasilisk - Kouga Ninpou Chou, que também recebeu uma adaptação paraanime, deFutaro Yamada. Dois grandes filmes.