| Centro Universitário Católica do Leste de Minas Gerais | |
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Vista docampus de Coronel Fabriciano | |
![]() Logotipo | |
| Sigla | Unileste |
| Nomes anteriores | ● Universidade do Trabalho ●Campus daPUC Minas ● Instituto Católico de Minas Gerais ● Centro Universitário do Leste de Minas Gerais |
| Fundação | 1 de abril de1969 (56 anos)[1] |
| Tipo de instituição | Universidade privada |
| Mantenedora | UBEC |
| Localização | Coronel Fabriciano,Minas Gerais,Brasil |
| Campus | Coronel Fabriciano eIpatinga |
| Cores | azul ebranco |
| Afiliações | Colégio Padre de Man |
| Página oficial | unileste.catolica.edu.br |
OCentro Universitário Católica do Leste de Minas Gerais (Unileste)[2] é uma instituição deensino superior particularbrasileira com sede no município deCoronel Fabriciano, nointerior do estado deMinas Gerais. Foi criado como parte das obras sociais da Congregação Padres do Trabalho em 1969, configurando-se como a primeira escola de nível técnico e superior da atualRegião Metropolitana do Vale do Aço.[3]
O reconhecimento como centro universitário ocorreu em 2000 e aUnião Brasileira de Educação Católica (UBEC) se tornou mantenedora em 2005. Seu complexo está distribuído em doiscampi — um principal em Coronel Fabriciano, que também inclui oColégio Padre de Man, e outro emIpatinga.
A implantação das grandes indústrias da atualRegião Metropolitana do Vale do Aço, bem como em outras cidades do leste de Minas Gerais, implicou um forte processo de transformação socioeconômica e cultural na região. O crescimento demográfico acelerado e, por vezes, sem controle, favoreceu o aumento dodéficit habitacional e da violência. Desse modo, aIgreja Católica passou a intervir com ensinamentos religiosos e a organização de projetos sociais.[3][4] Nesse sentido, a Congregação Padres do Trabalho se estabeleceu noVale do Rio Doce, sob liderança do padre José Maria de Man,[5] natural daHolanda,[6] em 28 de outubro de 1963, três semanas após o episódio conhecido comoMassacre de Ipatinga.[5]
Os Padres do Trabalho atuaram em projetos sociais na região do Vale do Aço e propuseram a construção da Universidade do Trabalho (UT), a princípio, na chamada Rua do Buraco, no atualCentro deIpatinga, em ocasião que ainda era um distrito de Coronel Fabriciano. Esse local era pretendido por se tratar de uma favela carente e com elevada incidência deprostituição, ao mesmo tempo de ser vizinha à fábrica daUsiminas, o que poderia proporcionar simultaneamente formação educacional e oportunidade profissional a essa população. No entanto, aArquidiocese de Mariana doou o terreno da Fazenda do Caladinho,[7] onde a instalação da universidade foi iniciada pelos Padres do Trabalho em 1965.[5]
Com o apoio da entãoDiocese de Itabira, houve a construção da Universidade do Trabalho e, em anexo a esta, do Colégio Técnico de Coronel Fabriciano (CTCF) — atualColégio Padre de Man. Dessa forma, o complexo passou a constituir a primeira escola de nível técnico e superior do Vale do Aço.[3][4] O formato de "T" expresso no topo do prédio mais alto, onde está localizado o Colégio Padre de Man, remete ao primeiro emblema e sigla e significa "trabalho, tenacidade".[8] O CTCF entrou em funcionamento em 1967 e os cursos superiores de Letras e Estudos Sociais da universidade foram iniciados em 1968, mas a fundação da UT ocorreu em 1º de abril de 1969, com a inauguração da Escola de Engenharia.[1] Inicialmente a unidade atendia a cerca de 300 alunos, enquanto que o colégio técnico havia iniciado suas atividades com outros 400.[9]
Em 1972, a Congregação Padres do Trabalho deu origem à Sociedade Educacional e Técnica (SEUT),[1] que foi encarregada da construção dos bairrosUniversitário, visando a servir de moradia aos estudantes, eProfessores, conjunto de moradias elitizado criado a fim de abrigar os professores e funcionários em Coronel Fabriciano.[10] Em 13 de outubro de 1976, a propriedade da SEUT foi doada àSociedade Mineira de Cultura (SMC), mesma mantenedora da Universidade Católica de Minas Gerais (UCMG), atualPontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas).[11][12] Essa foi uma das últimas ações de José Maria de Man, falecido emContagem em 1981.[13]
A doação da antiga Universidade do Trabalho à Sociedade Mineira de Cultura manteve a instituição de Coronel Fabriciano comocampus da PUC até 1990. Neste ano, reivindicações que não foram acatadas pela PUC, como a criação de novos cursos, investimentos e autonomia social e econômica em relação aocampus principal deBelo Horizonte, associadas a problemas financeiros nos últimos anos da década de 80, levaram ao anúncio do fechamento docampus do Vale do Aço pela PUC.[14][15] Esse acontecimento foi efeito direto da crise gerada pelahiperinflação, situação que assolava todo o país nessa virada de década e que levou a uma significativa redução na quantidade de estudantes.[13]
A desativação da universidade era dada como certa e houve manifestações na cidade contra o fim das atividades em 1990, o que incentivou a devolução de seu patrimônio à SEUT e a posterior criação do Instituto Católico de Minas Gerais (ICMG). Sendo assim, esse órgão, vinculado àDiocese de Itabira-Fabriciano, assumiu a manutenção da instituição de ensino sob a direção de DomLélis Lara.[14] O religioso, atuante em diversas obras sociais na região do Vale do Aço, assim como o padre José Maria de Man, intermediou a mobilização de diversas frentes, lideranças e entidades locais em prol da continuidade do funcionamento da universidade. Com a alteração na administração, o centro de ensino adquiriu o nome e a sigla de sua nova gestora (ICMG).[13]
O reconhecimento como centro universitário ocorreu em 5 de junho de 2000, o que levou a instituição a ser transformada no Centro Universitário do Leste de Minas Gerais (Unileste-MG), conforme vinha sendo projetado pelo ICMG. Esse processo favoreceu a ampliação do alcance da instituição de ensino pelos municípios do Vale do Aço e nas cidades do entorno. Posteriormente, foram criados oscampi de Ipatinga eTimóteo (este extinto mais tarde)[13] e houve a inserção de diversos novos cursos, chegando a ter um total de 27 em 2007.[16] Esse era um contexto de expansão doensino superior no Brasil, aliada à introdução de mecanismos de acesso de alunos de baixa renda às faculdades do país pelo Governo Federal.[17]
Em 2005, aUnião Brasileira de Educação Católica (UBEC) se tornou mantenedora do centro universitário,[18] a partir de uma proposta do próprio ICMG e da diocese, como forma de garantir maior segurança financeira ao Unileste.[19] A sigla "Unileste-MG" foi simplificada para "Unileste" em 2011, como parte de uma reforma de identidade visual.[20] Em 10 de maio de 2019, foi publicada noDiário Oficial da União a alteração do nome "Centro Universitário do Leste de Minas Gerais" para "Centro Universitário Católica do Leste de Minas Gerais".[21]


A instituição disponibilizava 23 cursos degraduação dentro das áreas de ciênciassociais eaplicadas,politécnica,educação esaúde, além de formação técnica na modalidadeà distância epós-graduação, segundo informações de dezembro de 2019.[23][24] Ademais, o centro universitário exerce atividades deensino,pesquisa eextensão em diversas áreas do conhecimento.[25] Dentre atividades de pesquisa cabe ressaltar a produção do Plano Diretor de Desenvolvimento Integrado (PDDI) da Região Metropolitana do Vale do Aço, finalizado em 2018.[26][27] Também há fornecimento de serviços à comunidade pelos estudantes sob coordenação dos professores, como por exemplo aulas deginástica aopúblico infantil, atendimentospsicológicos e práticas dedireito.[26]
Ocampus principal do Unileste, em Coronel Fabriciano, possui cerca de 128 mil m², dos quais 18 mil m² eram de áreas construídas até 2008.[28] Essa unidade é equipada com o Auditório Padres do Trabalho (com 99 lugares), Auditório Sr. Zezinho (110 lugares), o Centro Esportivo Aldir Castro Chaves (três quadras esportivas e dois campos) e laboratórios das áreas de química, eletrônica, mecânica,elétrica,telecomunicações eautomação industrial. Nocampus de Coronel Fabriciano também está localizado o Colégio Padre de Man.[29] Abaixo do estacionamento do centro universitário passa oribeirão Caladinho,[30] cujo trecho do manancial é canalizado.[31] A unidade do Unileste de Ipatinga, por sua vez, corresponde à Escola de Saúde.[28]
Ocampus do Unileste de Coronel Fabriciano abriga marcos como a Fazendinha, que foi planejada como réplica da sede da fazenda que existia anteriormente à construção do centro universitário e funcionou inicialmente como casa de hóspedes; o Teatro João Paulo II, construído no andar térreo do Colégio Padre de Man em 1978; e o Museu Padre Joseph Cornélius Marie de Man,[32] que tem formato de um círculo e cuja edificação é datada da década de 1970. No entanto, omuseu foi implantado em 13 de julho de 1993.[33] Essas três construções foramtombadas comopatrimônio cultural do município em 1997.[32] Também cabe ser ressaltada a Biblioteca DomSerafim Cardeal Fernandes Araújo (Biblioteca Central), que é aberta ao público e possui um dos maiores acervos bibliográficos da região.[34]