Cemitério judaico (emhebraicobet kevarot, "lugar dos sepulcros",bet olam, "casa da eternidade", do aramaicobet almin,bet mo'ed le-khol hai, "a casa reservada para os vivos" ou, eufemisticamente,bet hayyim, "casa dos vivos") é um lugar comunal onde são sepultadas várias pessoas de famílias diferentes.[carece de fontes?]
De acordo com a lei antiga, os locais de sepultamento deveriam ficar pelo menos quinzevaras[Nota 1] da casa mais próxima, o que fazia os cemitérios serem posicionados nos locais mais remotos das cidades,[1] conforme citado emLucas 7:12.
O costume de sepultar em um local comum data de tempos pós-bíblicos, pois naépoca talmúdica o costume era utilizar sepulcros familiares. Apesar disto, emII Reis 23:6 existe uma referência às sepulturas das pessoas comuns.[carece de fontes?] Na época talmúdica, as tumbas eram em cavernas ou escavadas na rocha, e o local era marcado por uma pedra que havia sofrido erosão fluvial, para indicar os passantes sobre a impureza.[1]
Naépoca misnaica, havia cemitérios especiais para as pessoas executadas, mas o costume geral era sepultar em propriedade própria, ou em cavernas (costume da Palestina) ou enterrando (costume da Babilônia).[carece de fontes?]
Uma tradição que data desta época é colocar uma pedra arredondada por erosão fluvial sobre as sepulturas, para avisar aos passantes para que não profanem o túmulo.[carece de fontes?] A cena final do filmeA Lista de Schindler, em que ossobreviventes do Holocausto e os atores que os representavam colocam pedras sobre o túmulo deOskar Schindler, retrata esta tradição.[2]
O estabelecimento de cemitérios comunais deriva de considerações práticas com relação às leis de pureza, que proíbem osCohen de tocarem em corpos ou de chegar a quatro cúbitos de um túmulo. Na época talmúdica, os cemitérios eram objeto de medo e superstição, e eram considerados locais de espíritos malignos e demônios. Era considerado perigoso pernoitar nos cemitérios. Talvez por estes motivos, os cemitérios ficavam distantes das cidades, pelo menos cinquenta cúbitos da casa mais próxima. Esta também é a origem de se colocar cercas nos cemitérios.[carece de fontes?]
Durante aIdade Média, os cemitérios judaicos na Europa mostravam uma transição entre as práticas antigas e influências do meio ambiente cristão. Existem tumbas verticais, características dosasquenazitas (judeus europeus) e tumbas horizontais, características dossefarditas (judeus do Oriente Médio). Há também diferenças importantes nos símbolos gravados nos túmulos. Nos cemitérios sefarditas, é comum encontrar desenhos de anjos e imagens bíblicas gravadas na pedra tumular, mas nos asquenazitas nenhuma figura decorativa é permitida. Atualmente, os dois grupos usam os mesmos símbolos: aestrela de Davi, oMenorá (o candelabro de sete velas), olivro da Vida, aárvore da Vida, uma vela (representando a luz eterna da alma) e várias inscrições tradicionais.[3]
Em 1285, ocemitério judaico de Londres se localizava dentro das muralhas da cidade, e era cercado por uma muralha de proteção, assim como o cemitério de Roma. Várias cidades diferentes compartilhavam o mesmo cemitério: o cemitério de Londres era o único da Inglaterra até1177, os judeus deHamburgo sepultavam os mortos noCemitério Judaico de Altona, os judeus deAmsterdã emOuterkerk, e os daBaviera emRegensburg.[1]
As pessoas eram sepultadas em linha, com um lugar de destaque para osrabinos e pessoas distintas. Judeus que haviam sidobatizados ou pessoas de má reputação eram sepultadas em um canto, fora da linha. Havia tradições distintas sobre a posição na hora do sepultamento, em alguns cemitérios a cabeça era posicionada na direção doleste, em outros, na direçãooeste ousul, ou na direção da entrada do cemitério. Em todos os cemitérios havia um local para aablução dos mortos, chamadoTaharah.[1]