Mapa da extensão máxima do Império CazarMoeda do Império Cazar.
Cazares oucázaros eram um povo de origemturcomanaseminômade que dominou a regiãocentro-asiática a partir doséculo VII ao X. A palavra cazar parece estar ligada a formas verbaistúrquicas, significando "errante".
Alguns historiadores modernos defendem a hipótese de que muitos cazares converteram-se aojudaísmo(carece de fontes). Há teorias que afirmam que osjudeus asquenazi são cazares que se converteram ao Judaísmo e passaram a fazer parte do povo judeu. Devido a ausência de evidências genéticas para a teoria cazar, ela não é levada a sério pelos acadêmicos.[1][2] A teoria mais aceita é a de que os judeus asquenazi são descendentes de judeus naturais que se casaram com cazares,[carece de fontes?] assim sendo tanto descendentes dos judeus convertidos quanto dos hebreus originais.
Os cazares foram importantes aliados doImpério Bizantino contra oImpério Sassânida, e também uma significativa potência regional em seu momento de máximo esplendor. Empreenderam uma série de guerras, todas vitoriosas, contra os califados árabes, evitando assim possivelmente a invasão muçulmana na Europa Oriental. Aos finais do séculos X, seu poder declinaria frente àRússia de Quieve, desaparecendo da história.
A hipótese da conversão dos cazares aojudaísmo é muito discutida, embora não hajam fortes evidências de sua autenticidade e muitos estudiosos a rejeitem.[3] É alegado que o rei cazar queria escolher uma religiãomonoteísta para si e para seu povo, e então chamou representantes judeus, muçulmanos e cristãos para lhe responderem perguntas. É dito que o que levou o rei dos cazares a escolher pelojudaísmo foi que tanto os muçulmanos quanto os cristãos demonstravam claro interesse em converter o imperador, enquanto os rabinos que o mesmo convidou em momento algum tocaram no assunto de uma possível conversão.[carece de fontes?]
Já noséculo XX, o escritorArthur Koestler, em seu livroA 13ª Tribo (1976), retomou a antiga teoria de que os judeusasquenazim seriam descendentes dos cazares que abandonaram suas terras, fugindo às devastações perpetradas pelosmongóis, afinal refugiando-se naEuropa Oriental, principalmente nos atuais territórios daPolônia,Hungria eUcrânia, isto é, nos territórios mais afetados pelo extermínionazista. Essas populações, que o autor clamava não pertencerem a nenhuma dasdoze tribos de Israel (ignorando completamente o consenso acadêmico sobre a origem dosasquenazes), são definidas no livro de Koestler como "a décima-terceira tribo". Por defender essa ideia, Koestler recebeu uma avalanche de críticas e foi acusado de negar o direito dos judeus asquenazi ao território deIsrael.[4][5][6] Sendo o próprio Koestler um judeu asquenaze, ele erasionista com base em razõesseculares, e não considerou que uma suposta ascendência cazar pudesse retirar a legitimidade da reivindicação dos judeus sobre o território de Israel - direito que ele considerava baseado em uma decisão dasNações Unidas e não em promessasbíblicas ou emherança genética. Segundo o autor, "o problema da infusão cazar mil anos atrás (...) é irrelevante para o modernoestado de Israel, que se baseia em mera tradiçãoetno-teológica e não em coerênciagenômica real".[7]
OhistoriadorShlomo Sand, daUniversidade de Telavive, em seu livroWhen and How Was the Jewish People Invented?,[8] de 2008, propõe uma revisão crítica dos mitos que fundamentam a história do povo judeu, retomando a hipótese de Koestler. Ele tenta no livro fazer uma reconstrução da história cazar e salienta que já na segunda metade doséculo XIX emerge uma visão histórica segundo a qual, na realidade, na Rússia, existiram duas comunidades judaicas que se sedimentaram uma sobre a outra, no curso dos séculos: a primeira, formada por judeus provenientes da costa domar Negro e da Ásia através doCáucaso; a segunda, proveniente daGermânia, em sucessivas ondas migratórias. A questão cazar continuou a alimentar dúvidas e muitos autores se mostraram favoráveis à hipótese do reino dos cazares na origem da diáspora dos judeus na Rússia, naLituânia e naPolônia. Os estudiosos citados por Sand sãoAvraham Harkavy,Simon Dubnow,Yitzchaq Schipper,Salo Baron eBen Zion Dinur.[9]
Por outro lado, ahistoriografia tradicional sempre sustentou que os judeus daEuropa oriental eram provenientes daTerra de Israel e vieram da Germânia, passando por Roma.[9] Não obstante, sequer há consenso acadêmico quanto a conversão dos cazares ao judaísmo.[10] O uso dalíngua iídiche na Polônia, Lituânia e Rússia tem sido usado como uma forte evidência para desbancar as teorias revisionistas, já que o iídiche se constitui como uma mistura dehebraico,aramaico elínguas europeias, sem qualquer ligação coma língua falada pelos povos cazares. Entre os séculos XIX e XX, outras hipóteses emergiram para justificar a difusão do iídiche.[carece de fontes?]
A teoria cazar é bastante usada porteóricos da conspiração de viésantissionista para desassociar o povo judeu com um povo nativo da terra deIsrael (ignorando toda a história dosjudeus sefarditas emizrahim, que somam são uma população muito mais numerosa do que os ashkenazim em Israel[11]), e por algumas vezes é usada para sustentar tesesantissemitas que rejeitam a autenticidade dopovo judeu.[12]
Nenhum estudo genético encontrou evidências de uma possível origem cázara dentre os judeus asquenazes, mas sim de origens advindas doOriente Próximo/Mediterrâneo e Sudeste Europeu.[13][1][14]