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Castrato

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Castrato
Castrato
Castrato
Alessandro Moreschi (1858-1922)
o último castrato.[1]

Castrato (emitaliano:castrato,pluralcastrati, emportuguês: "castrado") é umcantor do sexo masculino cuja extensão vocal corresponde em pleno à das vozes femininas, seja desoprano,mezzo-soprano oucontralto. Isto ocorre porque o cantor, quando criança, foi submetido à castração para preservar sua voz aguda.

Acastração antes dapuberdade (ou na sua fase inicial) impede então a libertação para a corrente sanguínea doshormônios sexuais produzidos pelos testículos, os quais provocariam o crescimento normal dalaringe masculina (para o dobro do comprimento) entre outras características sexuais secundárias, como o crescimento dabarba.

Quando o jovemcastrato chega à idade adulta, o seu corpo desenvolve-se normalmente em termos de capacidade pulmonar e força muscular, mas a sua laringe não. A suavoz adquire assim umatessitura única, com um poder e uma flexibilidade muito diferentes, tanto da voz damulher adulta, como da voz mais aguda do homem não castrado (contratenor). Por outro lado, a maturidade e a crescente experiência musical docastrato tornavam a sua voz marcadamente diferente da de um jovem.

O termocastrato designa não só ocantor, mas também o seu próprioregistro vocal.

Oscastrati na história

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A prática de castração de jovens cantores (ou castratismo) existia desde o início doImpério Bizantino, emConstantinopla, em torno de400 d.C. Aimperatriz bizantina,Élia Eudóxia, tinha umcoro cujo mestre era umeunuco, que pode ter estabelecido o uso decastrati em coros bizantinos. Por volta do século IX, cantores eunucos eram bem conhecidos (pelo menos emBasílica de Santa Sofia), e permaneceu assim até osaque de Constantinopla pelas forças ocidentais daQuarta Cruzada em 1204. A partir de então, a prática de cantores eunucos desapareceu.

Somente no século XVI, napenínsula Itálica, oscastrati reapareceram, devido à necessidade de vozes agudas nos coros das igrejas. No fim da década de 1550, oduque de Ferrara tinhacastrati no coro da sua capela. Está documentada a sua existência no coro da igreja deMunique a partir de 1574 e no coro daCapela Sistina a partir de 1599. Nabula papalCum pro nostro pastorali munere de 1589, o papaSisto V aprovou formalmente o recrutamento decastrati para o coro daBasílica de São Pedro.

Naópera, esta prática atingiu o seu auge nos séculos XVII e XVIII. O papel doherói era muitas vezes escrito paracastrati, como por exemplo nas óperas deHandel. Nos dias de hoje, esses papéis são frequentemente desempenhados por cantoras ou porcontratenores. Todavia, a parte composta paracastrati de algumas óperas barrocas é de execução tão complexa e difícil que é quase impossível cantá-la.

Muitos rapazes alvo da castração eram criançasórfãs ou abandonadas. Algumas famílias pobres, incapazes de criar a sua prole numerosa, entregavam um filho para ser castrado. EmNápoles, recebiam a sua instrução emconservatórios pertencentes à Igreja, onde lecionavam músicos de renome. Algumas fontes referem que muitasbarbearias napolitanas tinham à entrada um dístico com a indicaçãoQui si castrano ragazzi (Aqui castram-se rapazes).

Em 1870, a prática de castração destinada a este fim foi proibida na Itália, o último país onde ainda era efetuada. Em 1902, oLeão XIII proibiu definitivamente a utilização decastrati nos coros das igrejas. O últimocastrato a abandonar o coro daCapela Sistina foiAlessandro Moreschi, em 1913.

Na segunda metade do século XVIII, a chegada doverismo na ópera fez com que a popularidade doscastrati entrasse em declínio. Por alguns anos, ainda existiram desses cantores na Itália. Com o tempo, porém, esses papéis foram transferidos aos contratenores e, algumas vezes, às contraltos ou às sopranos.

O filmeFarinelli - Il Castrato

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Ver artigo principal:Farinelli - Il Castrato
Caricatura do ano 1724, representando Farinelli em trajes femininos.

O mais famosocastrato do século XVIII terá sido Carlo Broschi, conhecido porFarinelli,[1] tendo sido realizado umfilme sobre a sua vida,Farinelli - Il Castrato.

O filme deGérard Corbiau (1994) focaliza a vida domítico cantor italiano Carlo Broschi (1705-1782), que iniciou sua carreira ao lado do irmão, ocompositor Riccardo Broschi. Fora aluno deNicola Porpora e ganhou muito prestígio em toda aEuropa. Aparece como um galã de olhar triste e solitário, e encerrou carreira como cantor exclusivo do reiFelipe V da Espanha, que o contratou porque seu canto era a única coisa que o tirava dadepressão.

No longa-metragem, Farinelli vive um embate com o compositorHaendel, que quase vai àfalência quando o astro rouba o público de seuteatro para o do concorrente.

Na época doscastrati, a estrela era o cantor; a música, portanto, deveria estar a serviço dele. E o filme toca nesse assunto quando Haendel descarrega em Farinelli todo seu ódio. De ambas as partes, era uma relação alimentada por admiração e raiva.

Farinelli alcançava 3,4oitavas, do2 até o6, com sua voz e, dizem, tinha a capacidade de sustentar 150 notas em um só fôlego. Para fazer o filme, foi necessário juntar a interpretação de dois cantores, umcontratenorDerek Lee Ragin e umasopranoEwa Małas-Godlewska.

Como não há gravações, ninguém sabe dizer ao certo como era a voz de Farinelli e de seus contemporâneos.

Há apenas alguns registros do últimocastrato,Alessandro Moreschi (1858–1922),[1] que serviu naCapela Sistina e, entre 1902 e 1904, gravou dezdiscos.

"Hostias Et Preces" Gravação: registro da voz de Alessandro Moreschi, cantandoHostias et preces deEugenio Terziani.

Tessitura usual: Lá3 ao Fá5.

Papéis operísticos

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Tanto na ópera quanto na música sacra é inegável o importância de papéis masculinos desempenhados porcastrati, tais como:[2]

O livro "Cry to Heaven"

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"Cry to Heaven" é uma obra deAnne Rice de 1982, que descreve a vida doscastrati italianos nasociedade do século XVIII. Cantores de ópera que eram adulados por multidões, como hoje o são os ídolos demúsica pop, objetos de paixões por homens e mulheres, mas que, no entanto, não deixavam de ser considerados apenas como meio-homens (ou meio-humanos).

Ver também

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Referências

  1. abcBBC Brasil (12 de julho de 2006).«Farinelli, o maior dos 'castrati', é exumado na Itália». Consultado em 20 de março de 2022 
  2. Augusto, Paulo Roberto Peloso (2013).«Corpos Masculinos Com Vozes Femininas: A Presença dos Castrati Na Ópera».interFACES (1): 124–132.ISSN 1516-0033. Consultado em 2 de novembro de 2022 
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