Carlos Maia Pinto | |
|---|---|
| Presidente do Ministério dePortugal[1] | |
| Período | 5 de novembro de 1921 até 16 de dezembro de 1921 |
| Presidente | António José de Almeida |
| Antecessor(a) | Manuel Maria Coelho |
| Sucessor(a) | Francisco da Cunha Leal |
| Dados pessoais | |
| Nome completo | Carlos Henrique da Silva Maia Pinto |
| Nascimento | 5 de junho de1866 Porto |
| Morte | 2 de novembro de1932 (66 anos) Foz do Douro |
| Alma mater | Academia Militar |
| Serviço militar | |
| Lealdade | Portugal |
| Serviço/ramo | Exército Português |
| Graduação | Coronel |
Carlos Henrique da Silva Maia PintoComC •ComA •GOA, mais conhecido porCarlos Maia Pinto ou apenasMaia Pinto (Porto,5 de junho de1866 –Foz do Douro,Porto,2 de novembro de1932),[2] foi um oficial deArtilharia doExército Português epolíticorepublicano do período daPrimeira República Portuguesa que, entre outras funções de relevo, exerceu os cargos de deputado àAssembleia Nacional Constituinte de 1911,governador civil doDistrito de Viana do Castelo (1914),ministro das Colónias (1921) epresidente do Ministério (primeiro-ministro), acumulando com a pasta deministro do Interior (1921).[3]
Nasceu no Porto, filho de Henrique Pinto, juiz doTribunal da Relação do Porto, e de Carolina Amélia da Silva Maia Pinto. Depois de ter frequentado os estudos secundário noLiceu do Porto, frequentou os estudos preparatórios naEscola Politécnica de Lisboa e ingressou naEscola do Exército em1886, na qual se formou como oficial deArtilharia no ano de1892.
Ainda aluno da Escola do Exército já se revelara defensor dos ideais republicanos, participando activamente nas iniciativas daLiga Patriótica do Norte e nas manifestações nacionais de repúdio À cedência portuguesa às exigências doultimato britânico de Janeiro de 1890.
Já oficial no activo, colocado em unidades militares do Norte de Portugal, entre 1894 e 1897 tomou parte em diversas conjuras fracassadas contra o regime daMonarquia Constitucional Portuguesa que se tentaram organizar naquela região na sequência daRevolta de 31 de Janeiro de 1891. Paralelamente colaborou com diversos periódicos republicanos, com destaque paraO Povo, deViana do Castelo, onde publicou violentos artigos antimonárquicos assinados com as iniciaisM. P., mas cuja autoria lhe era já publicamente atribuída. Paralelamente, desenvolveu uma importante acção de propaganda republicana no interior dos quartéis por onde andou, secundado por outros oficiais e por sargentos e praças que com ele alinhavam.
Criou noRegimento de Artilharia n.º 5 um núcleo republicano que após aimplantação da República Portuguesa foi instrumental para suster, sob o comando de Carlos da Maia Pinto, uma das tentativas de contra-ofensiva monárquica a partir do Norte.
Nas eleições para aAssembleia Nacional Constituinte que se realizaram em1911, Carlos Maia Pinto foi eleito deputado, tendo participado nos trabalhos que levaram à aprovação daConstituição Portuguesa de 1911.
Entre21 de Março e5 de Setembro de1914 exerceu as funções degovernador civil doDistrito de Viana do Castelo.[4]
No posto detenente-coronel foi integrado noCorpo Expedicionário Português enviado paraFrança no decurso daPrimeira Guerra Mundial, tendo aí comandado uma bataria integrada com forças inglesas e francesas.[5]
Atingiu o posto deCoronel.
A 17 de Maio de 1919 foi feito Comendador daOrdem Militar de São Bento de Avis, a 28 de Junho de 1919 foi feito Comendador daOrdem Militar de Nosso Senhor Jesus Cristo.[6]
Mantendo-se sempre na ala mais radical do movimento republicano, na sequência da "Noite Sangrenta" de19 de Outubro de1921, Maia Pinto, então com o posto decoronel, foi convidado para integrar o governo presidido pelo também coronelManuel Maria Coelho, para a pasta deministro das Colónias, mas não chegou a tomar posse.[7] O governo então formado foi efémero, durando apenas 18 dias, tendo pedido a sua demissão a3 de Novembro. Com a queda do executivo, coube a Maia Pinto assumir as funções de chefe do novo executivo que tomou posse a5 de Novembro.

Novamente a instabilidade política, e em particular as repercussões do assassinado deMachado Santos,António Granjo e outros republicanos ocorrida na "Noite Sangrenta" e que retiravam qualquer resquício de legitimidade ao governo, provocou uma rápida erosão da sua base de apoio e Maia Pinto foi obrigado a demitir-se a16 de Dezembro, apenas 40 dias depois de ter tomado posse.
A 5 de Outubro de 1922 foi elevado a Grande-Oficial da Ordem Militar de São Bento de Avis.[6]
Já na situação de reserva e a viver no Porto, em 1925 foi detido por participar num comité de apoio àRevolta de 19 de Julho de 1925, uma tentativa de sublevação com o intento de derrubar o Parlamento e forçar novas eleições, liderada porJosé Mendes Cabeçadas eJaime Baptista.
Casou com Maria Helena Monteiro Malheiro Dias Maia Pinto. Um dos filhos do casal,Manuel Malheiro Dias Maia Pinto, foiescritor,filósofo epintor, que dirigiu o jornalPrincípio,[8] da Renascença Portuguesa (1930) em conjunto comÁlvaro Ribeiro eAdolfo Casais Monteiro. Nele colaboraram, entre outros,Agostinho da Silva,José Régio eDelfim Santos.
Fez parte daMaçonaria, tendo sidoVenerável da Loja Fraternidade, deViana de Castelo.[9]
| Precedido por Manuel Ferreira da Rocha | Ministro das Colónias (não empossado) 1921 (XXXII Governo Republicano) | Sucedido por José Eduardo de Carvalho Crato (não empossado) Manuel Maria Coelho (interino) Carlos Maia Pinto (de facto) |
| Precedido por Manuel Ferreira da Rocha (de facto) Carlos Maia Pinto (não empossado) José Eduardo de Carvalho Crato (não empossado) Manuel Maria Coelho (interino) | Ministro das Colónias 1921 (XXXII Governo Republicano) | Sucedido por Tomás Fernandes |
| Precedido por Manuel Maria Coelho | Presidente do Ministério de Portugal 1921 (XXXIII Governo Republicano) | Sucedido por Francisco Cunha Leal |
| Precedido por Manuel Maria Coelho | Ministro do Interior 1921 (XXXIII Governo Republicano) | Sucedido por Francisco Cunha Leal |
| Precedido por José Cortês dos Santos | Ministro da Guerra (interino) 1921 (XXXIII Governo Republicano) | Sucedido por João Pinto de Magalhães |