O serau-de-crina[2] recebe esse nome devido ao conjunto de pelos mais longos que percorrem sua cabeça e pescoço. Essacrina é uma característica distintiva, pois não é tão proeminente nas outras espécies do gêneroCapricornis, auxiliando na sua diferenciação. Embora cadasubespécie deCapricornis sumatraensis tenha seu próprionome comum consolidado, o termo "serau-de-crina" é usado como uma denominação comum para se referir às quatro subespécies em conjunto.
Em 1831,Brian Houghton Hodgsondescreveu pela primeira vez um animal parecido com uma cabra com chifres anulados curtos ocorrendo em regiõesmontanhosas entre os riosSutlej eTeesta sob o nome de "antílope-bubalino".[6] Como "bubalino" já era usado na taxonomia, ele lhe deu onome científico deAntelope thar alguns meses depois.[7] Quando William Ogilby descreveu o gêneroCapricornis em 1838, ele determinou o serau-do-Himalaia comoespécie-tipo deste gênero.[8]
O serau-de-crina atualmente é dividido em quatrosubespécies:[9]
Segundo estudo feito em 2019 por Moriet al.[10], que sequenciou pela primeira vez ogenoma mitocondrial completo de todos os táxons do gêneroCapricornis, não existe nenhuma razão aparente que apoie a separação dos táxonssumatraensis,milneedwardsii (incluindomaritimus) ethar em espécies diferentes. Todos os seraus do continente, com exceção deC. rubidus, foram agrupados no mesmo clado por potencialmente representarem a mesma espécie queC. sumatraensis.
O serau-de-crina possui uma pelagem com pelos protetores, eriçados ou ásperos, que cobrem a camada de pelo mais próxima da pele em vários graus. O animal possui uma crina que cobre a pele desde os chifres até o meio do dorso, entre as escápulas. Os chifres são característicos apenas dos machos e são de cor clara, com aproximadamente quinze centímetros de comprimento e curvam-se ligeiramente em direção ao dorso do animal. O serau-de-crina, tanto macho quanto fêmea, tem cerca de um metro de altura no ombro e normalmente pesa cerca de 90 kg.[11][12]
O serau-de-crina tem uma distribuição territorial bastante ampla, incluindo aÍndia,Nepal,Butão,Bangladesh,China,Myanmar,Tailândia,Laos,Vietnã,Camboja,Malásia eIndonésia. O serau-de-crina habita colinas íngremes e escarpadas até uma altitude de 4500 metros. Prefere terrenos rochosos, mas também é encontrado em florestas e áreas planas. É capaz de nadar até pequenas ilhas costeiras. Esta espécie tem um nível moderado de tolerância à perturbação humana e pode persistir bem em fragmentos de habitat e florestas secundárias, embora evite terras agrícolas.
Oserau-do-himalaia (C. s. thar) habita florestas montanhosas acima de uma altitude de 3000 metros, mas desce para 100 metros no inverno.[13] Prefere elevações de 2500 a 3500 metros nosHimalaias.[14]
Dentes deC. sumatraensis foram encontrados em uma escavação em Khok Sung, que se estima ser originária doPleistoceno Médio.[15]
O serau-de-crina é territorial e vive sozinho ou em pequenos grupos.[16] As fêmeas dão à luz um único filhote após um período de gestação de cerca de oito meses.[17]
↑Mori, E.; Nerva, L.; Lovari, S. (2019). «Reclassification of the serows and gorals: the end of a neverending story?».Mammal Review.49 (3): 256–262.doi:10.1111/mam.12154