Movatterモバイル変換


[0]ホーム

URL:


Ir para o conteúdo
Wikipédia
Busca

Capitania da Paraíba

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
 Nota: Para outros significados de Paraíba, vejaParaíba (desambiguação).


Capitania da Paraíba

Capitania


1574 – 1822

Brasão de Paraíba

Brasão



Localização de Paraíba
Localização de Paraíba
MapaProvincia di Paraiba, de 1698, do cartógrafo
italiano Andreas Antonius Horatius
ContinenteAmérica do Sul
CapitalCidade da Paraíba
Língua oficialPortuguês
ReligiãoCatolicismo
GovernoMonarquia absoluta
Governador
 •15821585Frutuoso Barbosa(Primeiro)
História
 • 1574Fundação
 • 1822Dissolução
Mapa deJoan Blaeu de 1640 com quatro capitanias em destaque, entre elas a da Paraíba.

Acapitania da Paraíba foi umacapitaniaultramarina portuguesa noBrasil criada por direito em1574 mas de fato só conquistada mais de uma década depois, pois fazia originalmente parte daAmérica Francesa e suas feitorias, a exemplo deForte Velho eBaía da Traição), com a suposta extinção dacapitania de Itamaracá, a qual só foi extinta na segunda metade do século XVIII, e que tinha como sedeGoiana.[1][nota 1]

Embora hoje em dia o estado da Paraíba ainda tenha dezenas de milhares de quilômetros quadrados, superfície similar à de muitos países mundo afora, seu território original por direito era maior, pois ia até a longitude deTordesilhas, onde hoje se situa o atual estado deTocantins. O fato de outras capitanias da costa norte terem invadido o seu território original de direito se deu durante aexpansão pecuarista do século XVII, pois estes não tendo grande economia exportadora a exemplo da Paraíba, tiveram de tentar compensar isso investindo mais naeconomia pecuarista extensiva, que gerava comércio entre o Sertão e aZona da Mata, fomentando a captação de capital por via menos direta. No período do Tratado de Tordesilhas, a capitania da Paraíba foi, longitudinalmente (sentido leste-oeste), a mais extensa unidade geopolítica daAmérica Portuguesa, título antes pertencente a Itamaracá, da qual a Paraíba fez inicialmente parte.[nota 2]

No período áureo dacultura canavieira noNordeste Oriental, a capitania da Paraíba esteve entre as três regiões de maior êxito econômico da América Portuguesa, ao lado dePernambuco eBahia.[1][nota 3]

História

[editar |editar código]

Antecedentes

[editar |editar código]

Dentro do sistema decapitanias hereditárias (1534), couberam aJoão de Barros e aAires da Cunha cemléguas de terra entre a foz dorio Jaguaribe a norte (atualCeará) e aBaía da Traição a sul (litoral norte paraibano), o que compreendia a parte norte do estado daParaíba, todo oRio Grande do Norte e a parte leste doCeará, já que o sul deste integrava a região oeste dacapitania de Itamaracá.[1] O terço norte do território da Paraíba estava, assim, compreendido no da entãocapitania do Rio Grande. Com o naufrágio da expedição desses donatários, que se dirigia ao primeiro lote, não foi possível colonizar nenhum dos senhorios.[1]

A capitania de Itamaracá foi extinta pelo direito português em 1574, após uma revolta dos belicosospotiguaras das margens dorio Paraíba articulada por traficantesfranceses depau-brasil, destruindo assim oEngenho Tracunhaém deDiogo Dias.[1]

Para dominar a rebelião, no início do ano seguinte, 1575, uma expedição foi enviada dacapitania de Pernambuco sob o comando do ouvidor-geral e provedor da FazendaFernão da Silva, sem sucesso.[1] Nova expedição, enviada deSalvador, nacapitania da Bahia, pelo governador da Repartição Norte, D.Luís de Brito e Almeida (1573–1578), não conseguiu atingir a Paraíba em virtude de umatempestade que lhe dispersou as embarcações, obrigando-as a arribar, avariadas, a Pernambuco, em setembro de1575. Uma terceira expedição foi armada pelo governo dacapitania de Pernambuco, partindo deOlinda sob o comando deJoão Tavares (1579), também com êxito limitado.[1]

Tais eventos demonstram o quanto a aliança francesa com os potiguaras era bastante sólida, mesmo após Tracunhaém, algo que só iria mudar com aUnião Ibérica a partir dos anos 1580.

Fundação da capitania

[editar |editar código]

Finalmente, o governador-geralManuel Teles Barreto (1583–1587) solicitou o auxílio da frota do almirante D.Diogo Flores de Valdés, que à época patrulhava a costasul-americana, unindo-se ao capitão-mor da capitania da Paraíba,Frutuoso Barbosa, e organizando nova expedição (1584), a qual fundou a primeira Cidade Real no Brasil sob aDinastia Filipina: «Filipeia de Nossa Senhora das Neves».

Brasão da Capitania daParaíba

O ouvidor-morMartim Leitão, com o auxílio das forças docaciquePirajibe, subjugou os potiguaras do sul (nessa altura a populaçãopotiguara se concentrava um pouco mais para o norte, na região da atual Baia da Traição), erigindo um novo forte e fundando nova e definitivamente o núcleo populacional deNossa Senhora das Neves em5 de agosto de1585, núcleo da futura cidade da Parahyba, atual João Pessoa.[1] Ficou instalada, desse modo, a capitania que só passa a existir de fato a partir de tal marco, pois antes só existia no papel. A paz definitiva com os potiguaras, então aliados dosingleses, bretões e normandos (estes dois últimos povos da atualFrança), só foi alcançada em1599, após uma epidemia de «bexiga» (varíola) que dizimou a população nativa sem imunidade para taisvírus até então inexistentes nasAméricas.

No contexto da segunda dasInvasões holandesas do Brasil (1630–1654), a região da capitania foi ocupada por forçasneerlandesas em1634, as quais somente foram expulsas duas décadas mais tarde pelas tropas do mestre de campoAndré Vidal de Negreiros (1606–1680) e deJoão Fernandes Vieira, que tomou posse do cargo de governador da cidade, a qual passou a se chamar Parahyba.[nota 4]

Anexação e expansão

[editar |editar código]

A partir de1753[nota 5] a capitania da Paraíba, assim como o Ceará, ficou subordinada à capitania-geral de Pernambuco, da qual se tornou novamente independente a partir de1799.[nota 6] Sobre tal anexação, há na Revista doInstituto Arqueológico, Histórico e Geográfico Pernambucano de 1919 o seguinte relato:

A maior parte da Paraíba está compreendida no território da antigacapitania de Itamaracá, que foi incorporada à dePernambuco depois da expulsão dos holandeses no século XVII, e incorporada permaneceu até emancipar-se em 17 de janeiro de 1799.[4]

A interiorização da capitania da Paraíba deu-se pela expansão do gado e pelo estabelecimento de missões religiosas para acatequese dos indígenas, e no início da colonização europeia formaram-se aVila de São Miguel de Baía da Traição, aVila de Monte-Mor da Preguiça, aCidade da Paraíba, aVila do Conde (Jacoca), aVila de Alhandra, no litoral, e somente aVila do Pilar, no Agreste, além daFreguesia do Cariri no Sertão.[5] Depois, durante operíodo pombalino, houve a transferência da população indígena para as novas vilas, especialmente nos anos 1760.

A exemplo, em 1697 o capitão-morTeodósio de Oliveira Ledo iniciou um povoado noagreste com aldeados indígenas. Situando-se entre o litoral e o Sertão, esse povoado tonou-se uma feira que é hojeCampina Grande. O povoado foi elevado às categorias de Freguesia de Nossa Senhora da Conceição {1769} e Vila Nova da Rainha (20 de abril de 1790).

Importância geopolítica

[editar |editar código]

A fundação da cidade que hoje é João Pessoa servia para garantir a segurança da capitania mais rica à época (Pernambuco).[nota 7]

A capitania da Paraíba nas mãos dos franceses e nativos deixava os portugueses inquietos, pois estes poderiam a qualquer momento repetir o massacre ocorrido emTracunhaém, avançando mais a sul e atingindoOlinda, a principal vila do Brasil e um dos principais núcleos civilizacionais lusitanos noBrasil Colônia, comprometendo assim a exportação da principal riqueza dessa parte oeste do Império Português que era o açúcar.[nota 8] À época, São Vicente era a única capitania da repartição meridional do Brasil com algum peso econômico, enquanto na setentrional havia várias de grande exportação, como Itamaracá, Paraíba, Pernambuco, Bahia e secundariamente o Rio Grande do Norte, que apesar de bem localizada (num vértice a nordeste do Brasil), tinha menor área demata úmida costeira.

A derrota francesa no extremo leste doNordeste Oriental foi o mais duro golpe de toda a história daAmérica Francesa (e do mundo francês no comercialismo clássico, antes doneomercantilismo industrialista), pois a perda da feitoria doForte Velho e, décadas depois, deSão Luís (Maranhão) abriria precedentes para que toda a costa nordeste brasileira, assim como aAmazônia, caísse definitivamente nas mãos ibéricas, empurrando os franceses para o norte do continente americano, região dasGuianas e doCaribe.

Breve cronologia

[editar |editar código]
Detalhe do mapaTerra Brasilis, de 1519, opau-brasil representado ao longo da costa daMata Atlântica
O algodão teve importância vital na economia da Paraíba.

Século XV

[editar |editar código]

Século XVI

[editar |editar código]
  • Possível visita deAmérico Vespúcio à Paraíba em 1501.[8]
  • Visitas frequentes decorsários franceses e ingleses à capitania, os quais fazemescambo com os indígenaspotiguaras e estabelecem uma feitoria principal noForte Velho e outra naBaía da Traição, na qual uma confederação de nativos e franceses derrotaram os portugueses, numa emboscada que deu nome — «Baía da Traição» — a tal reentrância costeira.[9][nota 9]
  • Capitania real com a primeira cidade fundada sob a égide espanhola naAmérica Portuguesa: Filipeia de Nossa Senhora das Neves.

Século XVII

[editar |editar código]

Século XVIII

[editar |editar código]
  • Paraibanos e outros migrantes do Nordeste e de Portugal, chamados deemboabas, têm vitória contra os bandeirantes paulistas nasMinas Gerais.

Século XIX

[editar |editar código]

Ver também

[editar |editar código]

Ligações externas

[editar |editar código]

Notas

  1. Embora obras comoDiálogos das Grandezas do Brasil (1618), deAmbrósio Fernandes Brandão, eDescrição Geral da capitania da Paraíba (1639), do neerlandêsElias Herckmans, junto com mapas da época, já mencionem a capitania da Paraíba, Itamaracá parece não ter sido extinta no século XVI, mas somente após o período neerlandês no século XVII.
  2. A capitania ia daPonta do Seixas, extremo leste daAmérica do Sul, até onde hoje se situa o estado deTocantins.
  3. Em quarto lugar vinha Itamaracá, e em quinto aCapitania de Sergipe, surgida para ligar oNordeste Oriental à então sede da colônia,Salvador.
  4. Orio Paraíba perdeu a denominação São Domingos sem explicação oficial e foi renomeado com o termotupiParahyba, que era como os indígenas já o conheciam antes de o homem europeu pisar em território paraibano. Seu significado («rio ruim») é pouco claro e possivelmente se refere à navegabilidade limitada para embarcações decalado maior que o das canoas nativas, ou mesmo às suas águas salobras. O descarte da denominação São Domingos talvez tenha se devido ao fato de este ter sido uma adaptação dofrancêsSaint-Domingue, forma como era oficialmente conhecida pelos europeus a foz do rio até então, que acreditavam tratar-se de umabaía, chamando-aBay de Saint-Domingue.[2][3] Tal nome consta do primeiro mapa da região, de 1579.[2]
  5. Algumas fontes históricas falam de 1755.[qual?]
  6. ORio Grande do Norte só seria anexado no século seguinte.
  7. Franceses e potiguaras viam nos luso-pernambucanos os mesmos rivais portugueses que tanto combatiam há décadas.
  8. Há vários escritos da época que atestam que oImpério Lusitano Ocidental (Brasil) já era mais rentável e importante que o Oriental (naÁfrica e naÁsia), mesmo antes da perda de parte desse último para os neerlandeses (Ceilão,Malaca,Java etc.), em virtude dos altíssimos custos de manter tais praças, os fortes militares, bem como enviarnaus a zonas tão distantes, onde os colonos portugueses eram uma população secundária e portanto deviam tributos em acordos com os soberanos locais.[carece de fontes?]
  9. Até então o povoado era conhecido pelospotiguaras comoAcejutibiró.
  10. Um destes, na condição de chefe militar daCompanhia das Índias Ocidentais, quis transferir a sede daNova Holanda para ailha de Itamaracá
  11. Os neerlandeses cobiçaram tais técnicas, roubando-as e levando-as para asAntilhas, o que deixou o preço do arroba do açúcar menor, obrigando o aumento da área de produção para compensar a queda no valor proporcional (aumentando as vendas no setor atacadista).

Referências

  1. abcdefghOLIVEIRA, Elza Regis de;MENEZES, Mozart Vergetti de;LIMA, Maria da Vitória Barbosa (organ.) (2001).Catálogo de Documentos Manuscritos Avulsos referentes à capitania da Paraíba, existentes no Arquivo Histórico Ultramarino de Lisboa. [S.l.]: Ed. Universitária (UFPB)  !CS1 manut: Nomes múltiplos: lista de autores (link)
  2. abDepartamento de História da UFRN (1996).Caderno de história, Volumes 3-6. [S.l.]: Universitária (UFRN) 
  3. Serviço de Documentação Geral da Marinha do Brasil (1975).História naval brasileira. [S.l.]: O Serviço 
  4. Confraria do IAHGP (1919).Revista, volume 21, edições 103-106. [S.l.]: Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico Pernambucano (IAHGP) 
  5. Horácio de Almeida (1997).História da Paraíba, Volume 2. [S.l.]: Editora Universitária (UFPB) e Conselho Estadual de Cultura 
  6. Jorge Eduardo Alves de Souza (1999).Aquarelas do Brasil. [S.l.]: Autor. 159 páginas.ISBN 9788590102618 
  7. Associados do IHGP (2000).Revista IHGP, Volume 33. [S.l.]:Instituto Histórico e Geográfico Paraibano 
  8. João Fernando de Almeida Prado (1964).A conquista da Paraíba. [S.l.]: Ed. Nacional. 364 páginas 
  9. Horácio de Almeida (1978).História da Paraíba, Volume 1. [S.l.]: Editora Universitária (UFPB) 
  10. Robert Southey (1977).História do Brasil, Volume 3. [S.l.]: Melhoramentos 
Colônia
Capitanias iniciais
Capitanias posteriores
Governo-Geral e Estados
Outras divisões coloniais
Império
Províncias
Outras divisões imperiais
República
Territórios federais
Outrasdivisões
Obtida de "https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Capitania_da_Paraíba&oldid=61027957"
Categorias:
Categorias ocultas:

[8]ページ先頭

©2009-2025 Movatter.jp