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Caculé | |
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Município do Brasil | |
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Hino | |
Lema | Fides, Ordo, Labor "Fé, Ordem, Trabalho" |
Gentílico | caculeense |
Localização | |
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Localização de Caculé noBrasil | |
Mapa de Caculé | |
Coordenadas | 14° 30′ 10″ S, 42° 13′ 19″ O |
País | Brasil |
Unidade federativa | Bahia |
Municípios limítrofes | Ibiassucê,Rio do Antônio,Guajeru,Jacaraci,Licínio de Almeida,Caetité,Condeúba ePindaí |
Distância até acapital | 782 km[1] |
História | |
Fundação | meados de 1854 |
Emancipação | 14 de agosto de1919 (105 anos) |
Administração | |
Prefeito(a) | Pedro Dias da Silva[2] (PSB, 2021–2028) |
Vereadores | 11 |
Características geográficas | |
Área total[3] | 610,983 km² |
População total(2024) [4] | 23 246 hab. |
• Posição | BA: 136º |
Densidade | 38 hab./km² |
Clima | Semi-árido |
Altitude | 587 m |
Fuso horário | Hora de Brasília (UTC−3) |
CEP | 46300-000 |
Indicadores | |
IDH(PNUD/2010[5]) | 0,637—médio |
• Posição | BA: 28º |
PIB(IBGE/2021[6]) | R$ 364 286,00 mil |
PIBper capita(IBGE/2021[6]) | R$ 15 563,12 |
Sítio | www.governodecacule.ba.gov.br (Prefeitura) |
Caculé é ummunicípio dointerior doestado daBahia, noBrasil.[3] Localiza-se na zona fisiográfica da Serra Geral, noPolígono das secas doNordeste brasileiro, na Região Sudoeste daBahia,[7] mais especificamente naMesorregião do Centro-Sul Baiano e naMicrorregião de Guanambi, a sudoeste dacapital do estado, distando desta cerca de 782quilômetros. Ocupa uma área de 610,983 km²[3] e sua população estimada peloIBGE em 2024 era de 23 246 habitantes.[4]
Nas terras que hoje integram o município de Caculé existia, noséculo XIX, a Fazenda Jacaré, de propriedade de Dona Rosa Prates. A fazenda era bem extensa, com um território que se alongava do distrito deIbiassucê, até os limites do antigo município de "Bom Jesus dos Meiras", atual município deBrumado. Contudo, o fato era que, de tão grande, seus proprietários não conheciam exatamente toda sua extensão e limites de forma precisa.[7]
O registro histórico e oral que predomina entre a população mais idosa, que também ouviu dos seus antepassados, relata que umescravoafricano que assumia a função de vaqueiro da Fazenda Jacaré, de nome "Manoel Caculé", foi a razão e origem do atual nome da cidade.[7] Por volta do ano de 1854, após uma viagem a cavalo de quatro léguas no interior das terras dessa vasta fazenda, esse escravo encontrou uma linda lagoa, que ainda tinha proximidade com um rio - que hoje é conhecido como "Rio do Antônio". Deslumbrado com aquele cenário e abundância de água num terreno desconhecido pelos próprios donos da fazenda, Manoel Caculé resolveu construir um rancho de taipa com telhados de palmas deouricuri e passou a residir nesse local que, para ele, representava o paraíso e a liberdade da sua condição de escravo.[7][8]
Durante muito tempo, Manoel Caculé foi dado como morto pela família de dona Rosa Prates, até que o momento em que um outro escravo que havia encontrado Manoel no seu "pedacinho do céu", denunciou a situação do escravo Caculé para os donos da fazenda. Ao chegar no local, junto com toda uma comitiva para recapturar o escravo fugitivo, dona Rosa Prates se deparou com uma surpresa: recebeu uma proposta de pagamento em dinheiro de Manuel para o pagamento da sua própriaalforria, por orientação de abolicionistas da região. Dona Rosa Prates aceita a proposta e envia em poucos dias a carta de alforria de Manoel Caculé.[7]
Em 1854, esse lugarejo, além de uma grande mata virgem, era cortada por uma estrada real que dava acesso aos viajantes do estado de Minas Gerais aos municípios de Jacaraci,Caetité e São Felix. Os viajantes que tomavam aquela direção, ao se cruzarem pelo caminho, perguntavam, uns aos outros, de onde vinham e para onde iam, e a resposta era sempre a mesma: "Lagoa do Caculé". Este nome passou assim a designar o acidente geográfico, depois o povoado e, mais tarde, estendeu-se a todo o atual município de Caculé.[7][8]
Ao conhecer a região da fazenda que Manoel Caculé vivia, Dona Rosa também ficou encantada com o local. Anos depois, após a divisão da Fazenda Jacaré entre os herdeiros, ela opta por ficar e residir na terras que futuramente será instalado o atual município. Após a mudança de Dona Rosa Prates para lá, ela constrói uma grande casa, no alto, próximo a lagoa, uma outra casa pequena para seu sobrinho Tinoco e a senzala dos escravos. Com isso, o lugarejo passou então a ser conhecido como "Fazenda Caculé".[7]
Em 1860, Dona Rosa doou um terreno aoSagrado Coração de Jesus para ser erguida umacapela sob essa invocação, no local onde, atualmente, se ergue a cidade. No entanto, a ideia de construir essa primeira capela foi de Dona Ana Tereza, mãe de Dona Rosa. Com a morte da sua genitora que não teve a satisfação de ver o seu ideal religioso concretizado, Dona Rosa se empenhou para a construção desse sonho. Com o término das obras, a primeira missa foi celebrada pelo Padre Joaquim Pedro Garcia Leal, sobrinho de Dona Rosa Prates e Vigário de Umburanas.[7] Além disso, Dona Rosa Prates também fez um testamento dando alforria para todos os seus escravos da Fazenda, além de deixar vários pedaços de terra entre todos eles, a fim de que os mesmo pudessem se manter após a sua morte.[7]
Com a construção da Capela, a alforria dos escravos que tinham terra para plantar, juntamente com a presença da estrada real que cortava a região e dava acesso aos viajantes, se formou ali, com o passar do anos, um vilarejo que foi se desenvolvendo de forma promissora. Assim, em 23 de julho de 1880, essa região do Santíssimo Coração de Jesus de Caculé foi eleva a "Distrito de Paz" por meio da Lei Provincial de n° 2.093. Vinte e dois anos depois, em agosto de 1902, devido ao amplo progresso da região de Caculé, a sede dafreguesia foi transferida para lá por ato do Arcebispo da Bahia na época, DomJerônimo Tomé da Silva. Em 1880, Caculé é elevada a Distrito de Paz pela Lei Provincial n° 2.093[7] e depois emancipada em 14 de agosto de 1919.[7][8]
A lei estadual nº 1.365, de14 de agosto de1919, criou o município de Caculé, com território desmembrado do deCaetité.[7][8] A sua instalação ocorreu a 1 de janeiro de 1920. Desta maneira foi o arraial deCaculé elevado à categoria devila. Em 30 de março de 1938, a vila deCaculé transformou-se em cidade. O Decreto-lei estadual nº 519, de 19 de junho de 1945, criou aComarca de Caculé constituída pelo termo único de idêntico nome, desmembrado da de Caetité.[7][8]
Segundo o quadro administrativo do País, vigorante em 1º de janeiro de 1960, o município era composto de 4 distritos: Caculé,Ibiassucê,Ibitira eRio do Antônio.
Caculé localiza-se na zona fisiográfica daSerra Geral, noPolígono das secas doSertãoNordestino, na Região Sudoeste da Bahia, mais especificamente, naMesorregião do Centro-Sul Baiano e na Microrregião de Guanambi. A sede do município possui as seguintes coordenadas geográficas: 14º 50'26 de latitude S; e 42º 22'e 25 de longitude W.[1] O Rumo do município, partindo dacapital do estado, é O.S.O., e dela dista, em linha reta, 416quilômetros e, por meio de estradas, cerca de 782 quilômetros.
O município limita-se aonorte com os municípios deIbiassucê eCaetité, ao sul com os municípios deJacaraci eCondeúba, a leste com os municípios deGuajeru, Rio do Antônio e a oeste com o município dePindaí,Licínio de Almeida.[1][3] O município com mais de 300 mil habitantes que se localiza mais próximo a Caculé é o deVitória da Conquista, distando cerca de 240 km.[1]
O seu território é pouco acidentado e altitude da sede do município é de 572,55 metros. A sede se situa no local de uma chapada cravada, à direita da porta principal, na Estação daViação Férrea Federal Leste Brasileiro.[7]
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a população de Caculé (BA) atingiu 22.462 habitantes no Censo de 2022. Esse número reflete um crescimento populacional em relação ao Censo de 2010[9].
No ranking dos municípios, Caculé está na 1.543ª colocação noBrasil, 523ª colocação nonordeste e 138ª colocação no estado daBahia[9].
A pesquisa do IBGE também revela que Caculé (BA) possui uma densidade demográfica de 36,76 habitantes por km² e uma média de 2,87 pessoas por residência[9].
Ano | População | Taxa de crescimento (%) |
---|---|---|
1970 | 12.608 | 2,28 |
1980 | 15.481 | 1,37 |
1991 | 17.812 | 1,58 |
2000 | 20.339 | 0,93 |
2010 | 22.236 | 0,08 |
2022 | 22.462 | - |
De acordo com o Mapa Climático do IBGE, oclima de Caculé é semiárido quente, com uma estação seca que dura, em media, seis meses e a média das temperaturas fica acima de 18 °C em todos os meses do ano.[11] O município encontra-se nazona tropical Brasil Central.[12] No que se refere à pluviometria do município, apesar da estação da seca ser mais predominante, entre os meses outubro a fevereiro é possível cair trovoadas, acompanhadas de grande chuvas que transbordam os pequenos riachos e lagoas que encharcam as estradas e, em alguns locais, as tornam intransitáveis.[7] Contudo, essa condição não ocorre de forma regular. No período de janeiro de 2000 a outubro de 2012, por exemplo, as médias de precipitação anual são bem irregulares. O maior índice anual registrado ocorreu no ano de 2008, com 985 milímetros de água, enquanto que o menor índice anual aconteceu no ano de 2003, com 343 milímetros.[13]
Gráfico climático para Caculé | |||||||||||
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J | F | M | A | M | J | J | A | S | O | N | D |
133 30 20 | 96 30 20 | 93 30 20 | 59 30 19 | 15 29 17 | 10 28 16 | 11 28 15 | 8 29 16 | 15 30 18 | 57 31 20 | 159 30 20 | 159 29 20 |
Temperaturas em °C •Precipitações em mm Fonte:[1] Os dados climatológicos representam uma média do período entre 1961 e 1990. |
A hidrografia de Caculé é caracterizada pela presença dorio do Antônio: umrio temporário (corrente apenas noperíodo das águas). Ele é um dos afluentes doRio Brumado, que desce do município deJacaraci com o nome de Palmeiras para unir-se com o seu afluente de nome Rio do Salto, nas proximidades das divisas com Caculé, para então receber esse nome: Rio do Antônio.[1][7] Após passar por Caculé, ele deságua noRio Brumado e este, por sua vez, noRio das Contas.[13][14]
À margem esquerda do Rio do Antônio, nas proximidades da cidade, é o local da histórica Lagoa de Manuel Caculé, que abastece parte da população, mas, por sersalobra, não tem condições adequadas para o consumo doméstico.[1][7] Além da Lagoa de Caculé, compõem o ambiente hidrográfico da região as Lagoas do Cercado, Jaboticaba, Capivara, Periperi, Malhada e Cabeceira. À margem direita da parte do mesmo Rio do Antônio que corta o município, existem as lagoas do Esconso, Espinho, Cambambosa, Amargoso, Torta, dentre outras. Já no centro, é possível encontrar as lagoas Alecrim, Alegre e Patos.[7]
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