A doença transmite-se através degotículas produzidas nasvias respiratórias das pessoas infetadas.[2][16] Ao espirrar ou tossir, estas gotículas podem ser inaladas ou atingir diretamente a boca, nariz ou olhos de pessoas em contacto próximo.[2][17] Estas gotículas podem também depositar-se em objetos e superfícies próximos que podem infetar quem nelas toque e leve a mão aos olhos, nariz ou boca, embora esta forma de transmissão seja menos comum.[2][17] O intervalo de tempo entre a exposição ao vírus e o início dos sintomas é de 2 a 14 dias, sendo em média 5 dias.[1][18][19] Entre osfatores de risco estão a idade avançada e doenças crónicas graves comodoenças cardiovasculares,diabetes oudoenças pulmonares.[3] O diagnóstico é suspeito com base nos sintomas e fatores de risco e confirmado com ensaios em tempo real dereação em cadeia de polimerase para deteção deARN do vírus em amostras de muco ou de sangue.[4]
Entre as medidas de prevenção estão a lavagem frequente das mãos, evitar o contacto próximo com outras pessoas, evitar tocar com as mãos na cara e o uso de máscara em locais públicos.[20] À data de 25 de março de 2021, 12 vacinas contra a COVID-19 tinham recebido autorização de uso por pelo menos uma entidade reguladora nacional em todo o mundo.[21] Não existetratamento antiviral específico para a doença. O tratamento consiste no alívio dos sintomas e cuidados de apoio.[22] As pessoas com casos ligeiros conseguem recuperar em casa.[23] Osantibióticos não têm efeito contra vírus.[2]
A gravidade dos sintomas varia, desde sintomas ligeiros semelhantes àconstipação atépneumonia viral grave com insuficiência respiratória potencialmente fatal.[13] Operíodo de incubação entre a exposição ao vírus e o início dos sintomas é, em média, de 5 dias, embora possa variar entre 2 e 14 dias.[27][1] A doença é contagiosa durante o período de incubação, pelo que uma pessoa infetada pode contagiar outras antes de começar a manifestar sintomas.[1]
Entre os sinais de emergência que indicam a necessidade de procurar imediatamente cuidados médicos estão a dificuldade em respirar ou falta de ar, dor persistente ou pressão no peito,confusão, outom azul na pele dos lábios ou da cara.[1]
Apesar de disfunções no olfato e paladar serem normalmente temporárias e afetarem menos pessoas nasvariantes mais recentes do vírus,[33][34] existem relatos de pessoas com sintomas de longo prazo da doença que têm reveladoparosmia.[34][35] Pessoas afetadas descrevem como um odor "insuportável" a peixe, ou a queimado, ou mesmo de enxofre.[35] A doença trouxe um aumento no número de casos a respeito de pacientes com redução da funçãocognitiva — comomemória,habilidade perceptiva eatenção — associada ao vírus,[36][37][38] e existe forte evidência de patologias afetando o cérebro relacionadas à doença.[39] Em particular, a anosmia está associada a dano no centro de olfato do cérebro, possivelmente causado por falta de estímulo, uma vez que o vírus ataca células no nariz associadas à transmissão dos cheiros aos neurônios responsáveis pelo olfato.[33][39]
A COVID-19 é causada pela infeção com ocoronavírus da síndrome respiratória aguda grave 2 (SARS-CoV-2).[40] O vírus transmite-se através de gotículas produzidas nasvias respiratórias das pessoas infetadas.[2][16] Ao espirrar ou tossir, estas gotículas podem ser inaladas ou atingir diretamente a boca, nariz ou olhos de pessoas em contacto próximo.[2][17] Estas gotículas podem também depositar-se em objetos e superfícies próximos que podem em seguida infetar quem nelas toque e leve a mão aos olhos, nariz ou boca, embora esta forma de transmissão seja menos comum.[2][17]
A doença é mais contagiosa nos três primeiros dias após o início dos sintomas.[41] No entanto, a transmissão do vírus também é possível durante o período de incubação, antes de aparecerem sintomas, e nos estádios finais da doença.[41] O SARS-CoV-2 pode manter-se ativo de várias horas a dias em gotículas e superfícies. É detectável em aerossóis por até três horas, até quatro horas emcobre, até 24 horas empapelão e até dois a três dias emplástico eaço inoxidável.[42]
O SARS-CoV-2 afeta principalmente ospulmões. O vírus entra no corpo pelo nariz, boca ou olhos e infeta células que produzem umaproteína denominadaenzima conversora da angiotensina 2 (ACE2). A ACE2 é mais abundante nascélulas alveolares do tipo II dos pulmões. O vírus liga-se à célula fundindo a suamembrana lipídica com amembrana da célula e em seguida começa a libertar o seuARN. A célula lê o ARN viral e começa a produzir proteínas que inibem osistema imunitário e ajudam a produzir novas cópias do vírus. Cada célula infetada pode produzir e libertar milhões de cópias do vírus antes de morrer, infetando novas células e causando sintomas respiratórios.[43][44] À medida que o vírus infeta cada vez mais células alveolares, a doença pode evoluir para insuficiência respiratória grave e morte.[45] O vírus pode também infetar as células docoração, abundantes em ACE2, causando doença cardíaca. Os sintomas respiratórios e o prognóstico são mais graves em pacientes comdoenças cardiovasculares, o que pode estar associado a uma maior secreção de ACE2 neste pacientes em comparação com pessoas saudáveis.[46] A densidade de ACE2 em cada tecido está correlacionada com a gravidade da doença nesse tecido.[47][45]
O SARS-CoV-2 apresenta uma baixataxa de mutação e poucavariabilidade. À data de agosto de 2020 existiam em circulação seisestirpes de SARS-Cov-2. A estirpe original é a estirpe L, que apareceu em Wuhan em dezembro de 2019. A primeiramutação genética do vírus ocorreu no início de 2020 e foi denominada estirpe S, tendo posteriormente ocorrido as mutações V e G. No fim de fevereiro, a estirpe G deu origem às estirpes GR e GH. A estirpes G e GR são as mais comuns na Europa e na América do Sul, enquanto a estirpe GH é mais comum na América do Norte. As estirpes L e V encontram-se a desaparecer gradualmente.[52][53]
Embora o dano alveolar difuso e a insuficiência respiratória aguda sejam as principais características da COVID-19, há envolvimento de outros órgãos, incluindo os rins.Insuficiência renal aguda (IRA) é uma importante complicação da COVID-19, já que ao atingir o pulmão com inflamação o vírus entra no sangue e chega aos rins atacando-o.[54]
Até o momento não está esclarecido se a IRA na COVID-19 é causada por efeitoscitopáticos induzidos pelo SARS-CoV-2 ou por uma resposta inflamatória sistêmica decorrente de uma "tempestade" de citocinas.[55] Em pacientes com tempestade de citocinas, a IRA pode ocorrer como resultado deinflamação intra-renal, aumento da fluxo vascular, perda de volume ecardiomiopatia, que podem levar àsíndrome cardiorrenal tipo 1. A síndrome de liberação de citocinas inclui lesão interna do vaso sanguíneo, que se manifesta vazamento de sangue dentro do pulmão, edema, hipertensão abdominal, perda de líquido das veias ehipotensão. Achados recentes confirmaram a estreita relação entre dano alveolar e tubular – o eixo pulmão-rim na síndrome respiratória aguda.[56][54]
Os critérios de diagnóstico definidos pelo hospital da Universidade de Wuhan sugerem métodos de deteção de infeções com base nas características clínicas e risco epidemiológico. Os critérios consistem em identificar pacientes com pelo menos dois dos seguintes sintomas, além de historial de deslocações para a província de Wuhan ou contacto com outros pacientes infetados: febre, achados imagiológicos sugestivos de pneumonia, concentração de glóbulos brancos normal ou inferior ao normal, ou contagem de leucócitos inferior ao normal.[57]
Um caso é considerado moderado quando existem sinais de pneumonia, como febre, tosse, falta de ar e respiração acelerada, mas não existem sinais de pneumonia grave (SpO2 ≥90%).[13] Em crianças, um caso é considerado moderado quando existem sinais de pneumonia sem gravidade, como tosse ou falta de ar e respiração acelerada ou contração do peito entre as costelas.[13]
Em adolescentes ou adultos, um caso é considerado grave quando existem sinais de pneumonia e pelo menos mais um dos seguintes sinais: frequência respiratória superior a 30 respirações por minuto, oudesconforto respiratório agudo ou SpO2 inferior a 90%.[13] Em crianças, um caso é considerado grave quando existem sinais de pneumonia, como tosse ou dificuldade em respirar, e pelo menos mais um dos seguintes sintomas:cianose central ou SpO2 inferior a 90%, ou desconforto respiratório agudo, ou sinal geral de perigo, ou incapacidade de amamentar ou beber, letargia ou convulsões.[13]
As estratégias para prevenir a transmissão da doença incluem o uso de máscaras faciais não cirúrgicas[63] e a manutenção de uma boa higiene pessoal: lavar as mãos, evitar tocar os olhos, nariz ou boca com as mãos sujas e tossir ou espirrar em um lenço de papel e colocar o lenço diretamente em um recipiente de lixo. Medidas dedistanciamento físico também são recomendadas para prevenir a transmissão.[64][65] Os profissionais de saúde que cuidam de alguém que pode estar infectado devem usar as precauções padrão, precauções de contato e proteção para os olhos.[66][67]
Muitos governos restringiram ou aconselharam contra todas as viagens não essenciais de e para as áreas afetadas pelo surto.[68] O vírus já se espalhou dentro de comunidades em grandes partes do mundo, com muitos não sabendo onde ou como foram infectados.[69]
Conceitos errôneos estão circulando sobre como prevenir a infecção; por exemplo, enxaguar o nariz e gargarejar comenxaguante bucal não são eficazes.[70]
A higiene das mãos é recomendada para prevenir a propagação da doença. OCDC recomenda que as pessoas lavem as mãos frequentemente com água e sabão por pelo menos vinte segundos, especialmente depois de ir ao banheiro ou quando as mãos estiverem visivelmente sujas; antes de comer; e depois de assoar o nariz, tossir ou espirrar. Isso ocorre porque, fora do corpo humano, o vírus é morto pelo sabão doméstico, que estoura sua bolha protetora.[71] Além disso, o sabão e a água interrompem a ligação pegajosa entre os patógenos e a pele humana, o que faz com que o patógeno do coronavírus deslize das mãos/corpo.[72] O CDC recomendou o uso de umdesinfetante para as mãos à base de álcool com pelo menos 60% de álcool por volume quando o sabão e a água não estiverem disponíveis. A OMS aconselha as pessoas a evitarem tocar os olhos, nariz ou boca com as mãos sujas.[73][74] Não está claro se lavar as mãos com cinzas, quando não houver sabão disponível, é eficaz para reduzir a propagação de infecções virais.[75]
Distanciamento físico emToronto, com um número limitado de clientes permitidos dentro de uma loja
Odistanciamento social (também conhecido como distanciamento físico) inclui ações de controle de infecção destinadas a retardar a propagação da doença, minimizando o contato próximo entre indivíduos. Os métodos incluemquarentenas; restrições a viajar; e fechamento de escolas, locais de trabalho, estádios, teatros e/oushopping centers. Os indivíduos podem aplicar métodos de distanciamento social ficando em casa, limitando viagens, evitando áreas lotadas, usando saudações sem contato e distanciando-se fisicamente dos outros.[73][76][77] Muitos governos agora estão exigindo ou recomendando o distanciamento social nas regiões afetadas pelo surto.[78][79] A não cooperação com medidas de distanciamento em algumas áreas contribuiu para a propagação da pandemia.[80]
O tamanho máximo de reunião recomendado por órgãos governamentais e organizações de saúde dos Estados Unidos foi rapidamente reduzido de 250 pessoas (se não houvesse nenhuma propagação de COVID-19 conhecida em uma região) para 50 pessoas e, posteriormente, para 10.[81] Em 22 de março de 2020, a Alemanha proibiu reuniões públicas de mais de duas pessoas.[82] Uma revisão daCochrane descobriu que a quarentena precoce com outras medidas de saúde pública são eficazes para limitar a pandemia, mas a melhor maneira de adotar e relaxar as políticas é incerta, pois as condições locais variam.[57]
No final de março de 2020, a OMS e outros órgãos de saúde começaram a substituir o uso do termo "distanciamento social" por "distanciamento físico", para esclarecer que o objetivo é reduzir o contato físico mantendo as conexões sociais, sejavirtualmente ou à distância. O uso do termo "distanciamento social" levou a implicações de que as pessoas deveriam se envolver em completoisolamento social, ao invés de encorajá-las a permanecer em contato por meios alternativos.[85][86] Algumas autoridades publicaram diretrizes de saúde sexual para a pandemia, que incluem recomendações para fazer sexo apenas com alguém com quem você more e que não tenha o vírus ou os sintomas do vírus.[87][88]
O CDC e a OMS aconselham que as máscaras reduzem a disseminação do coronavírus em indivíduos assintomáticos e pré-sintomáticos (na imagem, a presidente deTaiwan,Tsai Ing-wen, retratando o uso de uma máscara cirúrgica)
O CDC e a OMS recomendam que os indivíduos usem máscaras faciais não médicas em ambientes públicos onde há um risco aumentado de transmissão e onde as medidas de distanciamento social são difíceis de manter.[89][90][91] Essa recomendação visa reduzir a propagação da doença em indivíduos assintomáticos e pré-sintomáticos e é complementar às medidas preventivas estabelecidas, como o distanciamento social.[90][92] As máscaras faciais limitam o volume e a distância percorrida pelas gotículas expiratórias dispersas ao falar, respirar e tossir.[90][92] Muitos países e jurisdições locais encorajam ou determinam o uso de máscaras faciais ou coberturas de tecido para o rosto por membros do público para limitar a propagação do vírus.[93][94]
As máscaras também são fortemente recomendadas para aqueles que podem ter sido infectados e para aqueles que cuidam de alguém que pode ter a doença.[95] Quando não estiver usando uma máscara, o CDC recomenda cobrir a boca e o nariz com um lenço ao tossir ou espirrar e recomenda usar a parte interna do cotovelo se não houver lenço disponível. Recomenda-se a higiene adequada das mãos após tossir ou espirrar. Os profissionais de saúde que interagem diretamente com os pacientes da COVID-19 são aconselhados a usarrespiradores pelo menos tão protetores quanto o N95 certificado peloNIOSH ou equivalente, além de outrosequipamentos de proteção individual.[96]
Sem medidas de contenção da pandemia — como distanciamento social, vacinação e uso de máscaras faciais — os patógenos podem se espalhar exponencialmente.[97] Este gráfico mostra como a adoção antecipada de medidas de contenção tende a proteger faixas mais amplas da população
O isolamento voluntário em casa tem sido recomendado para aqueles diagnosticados com COVID-19 e aqueles que suspeitam que foram infectados. As agências de saúde emitiram instruções detalhadas para o auto-isolamento adequado.[98][99]
Muitos governos determinaram ou recomendaram a auto-quarentena para populações inteiras.[100][101] As instruções de quarentena mais fortes foram emitidas para aqueles em grupos de alto risco.[102] Aqueles que podem ter sido expostos a alguém com COVID-19 e aqueles que viajaram recentemente para um país ou região com a transmissão generalizada foram aconselhados a ficarem em quarentena por 14 dias a partir do momento da última exposição possível.[16][103][104]
As superfícies podem ser descontaminadas com uma série de soluções (dentro de um minuto de exposição ao desinfetante para uma superfície de aço inoxidável), incluindo 62–71 por cento deetanol, 50–100 por cento deisopropanol, 0,1 por cento dehipoclorito de sódio, 0,5 por cento deperóxido de hidrogênio e 0,2–7,5 por cento deiodopovidona. Outras soluções, comocloreto de benzalcônio egluconato de clorexidina, são menos eficazes.[105] A irradiação germicida ultravioleta também pode ser usada.[106] O CDC recomenda que se um caso de COVID-19 for suspeito ou confirmado em uma instalação como um escritório ou creche, todas as áreas como escritórios, banheiros, áreas comuns, equipamentos eletrônicos compartilhados comotablets, telas sensíveis ao toque, teclados, controles remotos, e os caixas eletrônicos usados pelos enfermos devem ser desinfetados.[107]
Prevenir um pico de infecções, prática também conhecida comoachatar acurva epidemiológica, foi recomendado como uma forma de evitar que os serviços de saúde fossem sobrecarregados, além de prover mais tempo para que vacinas/tratamentos fossem desenvolvidos.[108]
O CDC recomenda ventilação em espaços públicos para ajudar a limparaerossóis infecciosos, bem como vários outros, incluindo aqueles relacionados àfiltragem do ar;[106][109] no entanto, os médicos têm sido cautelosos ao recomendar a filtragem do ar devido ao tamanho potencialmente muito pequeno das partículas de vírus. Alguns filtros são rotulados para remover vírus ao nível de 5mícrons, mas há temores de que algumas partículas de vírus possam ser ainda menores.[110] Alguns especialistas recomendamluz ultravioleta dentro de sistemasAVAC.[111]
No caso de suspeita da doença, as autoridades recomendam que a pessoa coloque imediatamente uma máscara e telefone para uma linha de assistência antes de se deslocar a um estabelecimento de saúde.[5] Nos casos em que a pessoa esteja infetada ou suspeite de estar infetada, as autoridades de saúde recomendam que sejam tomadas medidas de prevenção adicionais para evitar contagiar outras pessoas.[23] Entre estas medidas de prevenção adicionais estão evitar o uso de transportes públicos, usarmáscara durante o contacto com outras pessoas, permanecer numa divisão isolada caso partilhem a casa com mais pessoas e, se possível, usarinstalações sanitárias separadas, evitar partilhar objetos pessoais e limpar com sabão ou detergente e depois desinfetar diariamente as superfícies frequentemente tocadas na divisão de isolamento, como telefones,comandos, bancadas, tampos, maçanetas, sanitários,teclados emesas de cabeceira.[23] É ainda recomendado aos cuidadores que usem máscara.[23]
Vários países acionaram programas nacionais de vacinação que dão prioridade a pessoas com maior risco de complicações, com os idosos, e a pessoas em maior risco de exposição e transmissão, como os profissionais de saúde.[113] À data de 25 de maço de 2021 tinham já sido administradas 508 milhões de doses de vacinas contra a COVID-19.[114]
As pessoas que suspeitem estar infetadas são aconselhadas a usar constantemente máscara e a contactar imediatamente um serviço de saúde para aconselhamento.[116][117] Não existe tratamentoantiviral específico recomendado para a doença. O tratamento consiste em cuidados de apoio para o alívio de sintomas. Em casos graves podem ser necessários cuidados para manter as funções vitais.[117]
Cerca de 81% dos casos de COVID-19 manifestam apenas sintomas ligeiros ou doença não complicada que pode ser tratada em casa.[13][115] No entanto, cerca de 14% são casos graves que requerem internamento hospitalar eadministração de oxigénio, e cerca de 5% são casos críticos que requerem internamento numaunidade de cuidados intensivos eventilação assistida.[13][115] O tempo médio desde o aparecimento de sintomas até ao internamento hospitalar é de cerca de 7 dias.[13]
As autoridades de saúde recomendam que as pessoas com sintomas ligeiros permaneçam em casa, contactem os serviços de saúde e monitorizem a evolução dos sintomas.[23] Os casos moderados são os casos com sinais de pneumonia, mas sem sinais de pneumonia grave.[13]
Em casos ligeiros ou sem sintomas pode não ser necessária intervenção hospitalar, exceto nos casos em que se receie rápida deterioração ou a pessoa não se consiga deslocar ao hospital no caso de piorar.[115] Nos casos moderados de baixo risco a pessoa pode ser aconselhada a permanecer isolada em casa.[13] Nos casos moderados de risco elevado ou em grávidas pode ser recomendado o tratamento em ambiente hospitalar.[13]
As pessoas que se encontram a recuperar em casa são instruídas a isolar-se e a adotarmedidas de prevenção para prevenir a transmissão do vírus a outras pessoas.[115] É recomendado à pessoa que esteja atenta a sinais de deterioração rápida e que contacte o serviço de apoio ou regresse ao hospital se a doença se agravar.[115] Entre os sinais de emergência que indicam a necessidade de procurar imediatamente cuidados médicos estão a dificuldade em respirar ou falta de ar, dor persistente ou pressão no peito,confusão, outom azul na pele dos lábios ou da cara.[1] As recomendações sobre quando terminar o isolamento em casa variam de país para país.[13]
Os sintomas de casos ligeiros e moderados podem ser aliviados comantipiréticos como oparacetamol ouanti-inflamatórios não esteroides como oibuprofeno.[115][13] Não há evidências de que os anti-inflamatórios não esteroides estejam associados a efeitos adversos mais graves, maior mortalidade ou diminuição da qualidade de vida de pacientes com COVID-19.[13] No entanto, o ibuprofeno não está recomendado em mulheres grávidas ou crianças com menos de seis meses.[13] Nos casos moderados em que se suspeite depneumonia bacteriana podem ser administradosantibióticos.[13]
Os casos graves ou em risco de rápida deterioração requerem internamento hospitalar.[13] Em adultos, os casos graves definem-se por casos em que existem sinais clínicos de pneumonia e pelo menos mais um dos seguintes sintomas: frequência respiratória superior a 30 respirações por minuto, desconforto respiratório grave ousaturação de oxigénio inferior a 90%.[13] Em crianças, casos graves são os casos em que existem sinais de pneumonia e pelo menos mais um dos seguintes sintomas: cianose central ou saturação de oxigénio inferior a 90%, desconforto respiratório grave, sinal geral de perigo, incapacidade de amamentar ou beber, letargia, perda de consciência ou convulsões.[13]
Em pessoas com sinais de emergência é recomendada a desobstrução imediata das vias respiratórias eadministração de oxigénio.[115][13] A oxigenação pode ser melhorada com o uso de umamáscara não reinalante e o repouso emposição prona.[13] Em pacientes despertos e não intubados, a posição prona espontânea melhora a oxigenação e pode atrasar ou diminuir a necessidade de cuidados intensivos.[13]
A dor e a febre podem ser aliviadas comantipiréticos eanalgésicos, embora as evidências atuais não apoiem a administração rotineira de antipiréticos no tratamento de febre em infeções respiratórias.[13] Alguns médicos têm sugerido que osanti-inflamatórios não esteroides como oibuprofeno possam agravar a doença, embora não haja atualmente evidências fortes que apoiem esta hipótese.[13][118] No entanto, o ibuprofeno não é recomendado durante a gravidez ou em recém-nascidos.[13] Em alguns casos podem ser administrados medicamentosantimicrobianos para prevenir o aparecimento de infeções bacterianas.[13] Oscorticosteroides não são eficazes nem recomendados.[13] Algunsantivirais existentes no mercado para outras doenças estão a serusados de forma experimental no tratamento de COVID-19.[13]
Cerca de 80% dos casos confirmados são ligeiros ouassintomáticos e a maioria recupera sem sequelas.[2][14] No entanto, 15% são infeções graves que necessitam deoxigénio e 5% são infeções muito graves que necessitam deventilação assistida em ambiente hospitalar.[14] Os casos ligeiros geralmente recuperam ao fim de duas semanas, enquanto os casos graves e críticos podem demorar de 3 a 6 semanas a recuperar.[119] Dos casos que resultaram em morte, a maior parte dos pacientes tinha o sistema imunitário debilitado por idade avançada ou problemas de saúde anteriores, comohipertensão,diabetes oudoenças cardiovasculares.[120][121] As crianças apresentam geralmente sintomas ligeiros e uma probabilidade muito menor de desenvolver doença grave.[122][123]
Pacientes com Covid-19 que recebemoxigenoterapia ou apresentam febre apresentam redução do volume de substância cinzenta na rede frontal-temporal do cérebro.[129][130]
Em pessoas com menos de 50 anos de idade, o risco de morte é inferior a 0,5%, enquanto em pessoas com mais de 70 é superior a 8%.[122][123] Amortalidade é influenciada pelosrecursos médicos e socioeconómicos de determinada região.[131] As estimativas da taxa de mortalidade da doença variam significativamente, devido não só às diferenças regionais nos cuidados de saúde[132] mas também devido a dificuldades metodológicas. Muitos dos casos ligeiros ou assintomáticos não chegam a ser contabilizados, o que pode fazer com que a taxa de mortalidade seja sobrestimada.[133] Por outro lado, o facto de as mortes serem o resultado de infeções contraídos no passado pode significar que as taxas de mortalidade atuais são subestimadas.[134][135]
Embora ainda não haja dados específicos para a COVID-19, com base nos dados de outros vírus semelhantes, como o daSARS ouMERS, é possível que asgrávidas estejam em maior risco de desenvolver infeção grave.[136][137] É provável quefumar esteja associado a pior prognóstico.[138]
Desconhece-se ainda se contrair uma infeção proporciona ou nãoimunidade eficaz e a longo prazo em pessoas que recuperam da doença.[139]
Ataxa de letalidade da COVID-19 depende da qualidade dos serviços de saúde, da resposta das autoridades, da média de idades e saúde da população e do número dos casos não diagnosticados.[144][145][146] Num relatório de 6 de março de 2020, a OMS estimava a taxa bruta de mortalidade (número de mortes divididas pelo número de casos confirmados) em 3–4%.[14] Um artigo com revisão por pares publicado em 19 de março do mesmo ano estima a taxa de letalidade entre todos os casos sintomáticos em 1,4% (IQR 0,9–2,1%).[147]
A velocidade de transmissão do vírus é maior em situações em que as pessoas estão em contacto próximo ou viajam para outras regiões. As restrições de viagens permitem diminuir onúmero básico de reprodução de 2,35 para 1,05, o que permite controlar a epidemia.[148]
Um estudo descritivo em Wuhan não encontrou evidências de transmissão através desexo vaginal, embora os autores fizessem notar que fosse possível transmissão por outras vias.[149] Atransmissão do vírus entre a mãe e o feto durante a gravidez é possível e ocorre numa pequena percentagem de casos durante o terceiro trimestre, sendo as taxas de infeção semelhantes às de outrospatógenos que causaminfeções congénitas. No entanto, ainda não são claras as taxas de transmissão no início da gravidez nem o potencial risco na mortalidade ou morbilidade infantil.[150]
OSARS-CoV-2 foi identificado pela primeira vez por autoridades da cidade de Wuhan, capital daprovíncia de Hubei naChina, entre pacientes que tinham desenvolvido pneumonia sem causa identificável.[151] O surto inicial deu origem auma pandemia global que à data de 2 de março de 2025 tinha resultado em 777 593 567 casos confirmados e 7 089 976 mortes em todo o mundo.[7][9][8]
Pensa-se que o SARS-CoV-2 tenha origemzoonótica.[40] A primeira transmissão para seres humanos ocorreu em Wuhan, na China, em novembro ou dezembro de 2019. No início de janeiro de 2020, a principal fonte de infeção era já a transmissão entre seres humanos.[152][153]
Em janeiro de 2020, cientistas chineses publicaram a sequência deácidos nucleicos do SARS-CoV-2 para que os laboratórios de todo o mundo pudessem desenvolver testes PCR para detectar infecção pelo vírus.[154][155] Em 18 de março de 2020 foi publicado o primeiro teste serológico para deteção de anticorpos no sangue.[156] Em 21 de março, a FDA aprovou o primeiroteste no ponto de atendimento.[157]
Durante a pandemia de 2019 começaram a circular nas redes sociais vários boatos, mitos edesinformação relativos à nova doença.[158] À data de março de 2020, não existiam ainda quaisquer medicamentos comprovadamente eficazes para o tratamento de COVID-19, embora estivessem vários em fase de testes.[158] É falsa a informação de que as vacinas contra a pneumonia, como avacina contra a doença pneumocócica ou avacina contra o Haemophilus influenzae tipo b, possam proteger contra o novo vírus.[158] Não há evidências de que lavar o nariz com solução salina ou comeralho ofereçam qualquer proteção contra o novo coronavírus.[158] Osantibióticos destinam-se a tratar infeções combactérias e não são eficazes contra vírus. No entanto, podem ser necessários em casos graves que desenvolvam outras infeções pulmonares.[158]
É falsa a informação de que apenas as pessoas idosas contraem o vírus. Embora idosos e pessoas com outras doenças crónicas como hipertensão, diabetes ou doenças cardiovasculares sejam mais susceptíveis à infeção, o vírus pode infetar pessoas de qualquer idade.[158] É falsa a informação de que o vírus não se transmite em climas quentes. O vírus pode ser transmitido em qualquer região do mundo, incluindo regiões com clima quente e húmido.[158] É falsa a informação de que o tempo frio mate o vírus. A temperatura corporal mantém-se por volta dos 37º, independentemente do tempo ou temperatura exterior.[158] Tomar um banho quente também não previne nem mata os vírus, dado que a temperatura do corpo se mantém inalterada.[158] É falsa a informação de que os coronavírus possam ser transmitidos pela picada de mosquitos. Os coronavírus são vírus respiratórios que se transmitem por gotículas ao tossir ou espirrar.[158]
É falsa a informação de que os secadores de mãos possam matar os vírus.[158] Não devem ser usadas lâmpadas ultravioleta para esterilizar as mãos, as quais podem causar irritações na pele.[158] Os scanners térmicos são apenas eficazes para detectar pessoas com febre e não detectam pessoas infetadas que ainda não desenvolveram sintomas. O período de incubação da doença, entre a exposição ao vírus e a manifestação de sintomas como febre, é de 2 a 14 dias.[158] Espalhar álcool oucloro pelo corpo não mata os vírus que já entraram no corpo e pode causar lesões nas mucosas.[158]
Oremdesivir é a única medicação para COVID-19 aprovada para uso hospitalar nos Estados Unidos e no Brasil, reduzindo em até 2 dias o tempo de internação.[160][161] Em março de 2021, a OMS emitiu comunicado dizendo que a cloroquina e a hidroxicloroquina não funcionam para lidar com a COVID-19, solicitando que o orçamento investido seja redirecionado.[162] Ademais, no mesmo mês, a Associação Médica Brasileira emitiu comunicado falando que "Cloroquina e outros remédios sem eficácia [ivermectina, azitromicina, nitazoxanida] não funcionam para COVID-19 e devem ser evitados".[163]
Até março de 2021, a OMS ainda não aprovou qualquer medicamento para o tratamento de infeções por coronavírus em seres humanos.[164][165] Estudos liderados pela organização mostraram a ineficácia de diversos antivirais, entre os quaislopinavir/ritonavir, remdesivir, hidroxicloroquina e interferão beta-1a.[166] Ainda, existem estudos adicionais para verificar a eficácia dos medicamentososeltamivir,ganciclovir,favipiravir,baloxavir marboxil,umifenovir einterferão alfa.[19]
Um estudo em 80 pacientes que comparou a eficácia dofavipiravir em relação aolopinavir/ritonavir, observou que o favipiracivir eliminou a presença de vírus em apenas 4 dias, em comparação com os 11 dias do grupo de controlo, e que 91,43% dos pacientes apresentavam melhorias nasTAC com poucos efeitos secundários. No entanto, as conclusões deste estudo são limitadas, por não ter sido umensaio aleatorizado controlado comdupla ocultação.[167][168]
↑abc«Q&A on coronaviruses».World Health Organization (WHO). 11 de fevereiro de 2020. Consultado em 24 de fevereiro de 2020.Cópia arquivada em 20 de janeiro de 2020.The disease can spread from person to person through small droplets from the nose or mouth which are spread when a person with COVID-19 coughs or exhales ... The main way the disease spreads is through respiratory droplets expelled by someone who is coughing.
↑abcd«2019 Novel Coronavirus (2019-nCoV)».Centers for Disease Control and Prevention (em inglês). 11 de fevereiro de 2020. Consultado em 18 de fevereiro de 2020.Cópia arquivada em 7 de março de 2020.The virus is thought to spread mainly from person-to-person ... through respiratory droplets produced when an infected person coughs or sneezes.
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↑«Night sweats». HealthDirect.Night sweats are one of the symptoms of COVID-19.
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