Brunno Maffi | |
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Nascimento | 12 de abril de1909 Turim |
Morte | 20 de agosto de2003 (94 anos) Milão |
Nacionalidade | italiano |
Ocupação | político, tradutor |
Filiação | Partido Comunista Internacional (Il programma comunista) |
Brunno Maffi (12 de abril de1909 -20 de agosto de2003) foi um político italiano, dirigente do Partido Comunista Internacional (bordiguista).
Sobrinho do deputadosocialista maximalistaFabrizio Maffi (que entrou depois, em 1924, no Partido Comunista de Itália), iniciou a sua atividade política no movimento socialista e entrou em 1930 no Comité Central da organização antifascistaGiustizia e Libertà, sendo preso em 1934; na altura escrevia para os jornaisPolitica socialista e oNuovo Avanti.[1] Em 1953 volta a ser preso e conhece na prisão alguns elementos da ala esquerda ("bordiguista") do Partido Comunista de Itália. A partir de 1936 afasta-se progressivamente doantifascismo democrático e aproxima-se dos bordiguistas (1938).[1]
Em 1943 foi um dos fundadores doPartido Comunista Internacionalista, em colaboração comOnorato Damen,Rosolino Ferragni,Mario Acquaviva e outroscomunistas de esquerda.[2] No outuno de 1945, quando os grupos da esquerda comunista do Norte e do Sul de Itália foram finalmente reunidos, participou na organização do congresso de Turim, praticamente o ato constitutivo oficial do partido. Durante a preparação do congresso de 1949 (Firenze), tentou uma linha conciliatória entre as duas facções (a deAmadeo Bordiga e a de Damen) que se estavam a delinear no partido sobre várias questões (sindicatos, colonialismo,centralismo orgânico versusdemocrático, etc.). Em 1951, perante a cisão entre as correntes, alinhou-se definitivamente com a de Bordiga. A cisão, consumada em 1952, deu origem a um novo Partido Comunista Internacionalista (Il programma comunista),[3] de que até ao fim da sua vida, Maffi foi um dos principais dirigentes. Durante a recomposição do novo partido (que pouco depois muda de nome para Partido Comunista Internacional;[4] para os seus militantes, o partido existe em continuidade do Partido Comunista de Itália original) foi encarregue de representar o "centro", um organismo informal baseada na dupla direção entre os membros do partido. Tal organismo, na intenção de Bordiga, deveria substituir os clássicos instrumentos do centralismo democrático típicos dos partidos daTerceira Internacional.
Bordiga odiava formalismos organizativos que não tivessem "necessidade vital" e considerava-os um "perigo suspeito e estúpido", pelo que a função confiada a Maffi foi jocosamente chamada de "comissário único", já que um coordenador "mais que bastava" para as condições objetivas em que o partido estava. Obviamente não havia precedentes históricos para a aplicação do novo centralismo.
Após a crise sofrida pelo partido em 1981-82 (segundo alguns, por razões similares à de 1951), Maffi trabalhou para a sua reconstituição, em volta de um grupo de militantes usando o nome do jornal"Il programma comunista".[4]
Maffi foi também um tradutor dealemão,inglês efrancês, atividade que após a guerra desempenhou muitas vezes em colaboração comoCesare Pavese naEinaudi. Apresentou a várias editoras traduções de obras importantes deMarx,Engels,Trotsky,Luxemburgo,Orwell,[1] Harrington ou Isaacs. É dele, por exemplo, a edição filológica deO Capital[1] pela Utet; de nota são também as suas traduções de várias importantes obras historiográficas e de histórica económica publicadas pela Laterza. Nos últimos anos foi presidente da Fundação Amadeo Bordiga, estabelecida pelo testamento da viúva de Bordiga, Antonietta de Meo. Ele morreu em Milão com 94 anos.[1]
Maffi escreveu ininterruptamente paraIl programma comunista de 1952 a 2001, pelo que é impossível fazer uma seleção dos seus trabalhos que não seja arbitrária. Aqui apresentam-se alguns que saíram sob a forma de livro: