Braga possui um vasto património cultural, cujo ex-líbris é oSantuário do Bom Jesus do Monte,Património Mundial daUNESCO. Em 2012 foi distinguida comoCapital Europeia da Juventude e em 2018 foi Cidade Europeia do Desporto. Desde 2017 pertence à rede de Cidades Criativas daUNESCO, na categoria Media Arts, e em 2021 foi eleita Melhor Destino Europeu do Ano, depois de ter ficado em 2.º lugar em 2019.
Na gíria popular é conhecida como"Cidade dosArcebispos". Durante séculos o seu arcebispo foi o mais importante naPenínsula Ibérica; é ainda detentor do título dePrimaz das Espanhas. A ação dos arcebispos ao longo da história é, de longe, o maior factor no desenvolvimento da cidade e região. Conta com figuras como São Pedro de Rates (? -45 d.C.), São Martinho de Dume, São Geraldo e São Frutuoso de Montélios (os patronos da cidade, assinalados a 5 de Dezembro, dia da cidade), os registos são mantidos fielmente a partir da reconquista em 1071 até hoje.
A"Roma Portuguesa": noséculo XVI o arcebispoD. Diogo de Sousa, influenciado pela sua visita à cidade deRoma, desenha uma nova cidade onde aspraças eigrejas abundam tal como emRoma. A este título está também associado o facto de existirem inúmerasigrejas por km² em Braga. É, ainda, considerada como o maior centro de estudos religiosos em Portugal.
O "Paiz Bracarense":[5] assim chamada noséculo XVIII, devido a um particularismo legal remontando às origens de Portugal sobre o domínio temporal da cidade de Braga. Na prática a cidade pertencia àSé Primacial mas legalmente estava aberta a questão se a cidade estava ou não sujeita a correção régia até à1º República.
A"CidadeBarroca": durante oséculo XVIII, com a investidura deD. José de Bragança, iniciou-se um processo de cosmopolitização para promover o estatuto da cidade.[5] Nesta renovação urbana destacou-se oarquitetoAndré Soares que transformou Braga no Ex-Libris doBarroco em Portugal.
A"Capital doMinho" ou o"Coração doMinho", por estar localizada no centro desta província, Braga reúne um pouco de todo oMinho e todo oMinho tem um pouco de Braga. A cidade está estreitamente ligada a todo oMinho: a Norte situa-se o tradicionalAlto Minho, a Este oParque Nacional da Peneda-Gerês, a Sul as terras senhoriais de Basto e o industrial Ave e a Oeste o litoral marítimo Minhoto.
A “Cidade da Juventude", apesar de ser das cidades mais antiga de Portugal (desde14 a.C.) é um município com uma percentagem significativa de jovens. Em 2012, celebrou-se a "Braga 2012 — Capital Europeia da Juventude".
Braga — A Cidade Encantadora, foi eleita pelo jornal 'The Guardian a "cidade mais encantadora" de Portugal. A cultura e a gastronomia estão entre as qualidades destacadas pela publicação britânica.[7]
Os vestígios da presença humana na região vêm de há milhares de anos, como comprovam vários achados. Um dos mais antigos é aMamoa de Lamas, ummonumento megalítico edificado no períodoNeolítico. No entanto, apenas se consegue provar a existência de aglomerados populacionais em Braga naIdade do Bronze. Caracterizam-se por fossas e cerâmicas encontradas emAlto da Cividade, local onde existiria umapovoação e por umanecrópole que terá existido na zona dos Granjinhos.[8]
NaIdade do Ferro, desenvolveram-se os chamados "castros". Estes eram próprios de povoações que ocupavam locais altos do relevo. OsGalaicos eram os seus habitantes e, nesta região em particular, habitavam osBrácaros (emlatim:Bracari), que dariam nome à cidade, após a sua fundação.
No decurso doséculo II a.C., a região foi percorrida pelas legiões romanas. Após a conquista definitiva do noroeste peninsular pelo imperador Augusto, este manda edificar a cidade de Braga entre 15 e13 a.C., com a designação deBrácara Augusta, em homenagem à aliança entre oimperador romanoAugusto(r. 27 a.C.–14 d.C.) e o povo indígena dosbrácaros.[8]
Busto do Imperador Augusto do Museu D. Diogo de Sousa
A cidade foi construída de forma planeada, conforme um projeto clássico de forma ortogonal (ruas alinhadas, com cruzamentos a ângulo recto) orientada Noroeste/Sudeste. Era dividida por pequenos quarteirões quadrados, ocupando no seu todo, uma área retangular de 29,85 ha.[9]O território rural adjacente à futura cidade, também foi dividido em lotes quadrados para ser distribuído, segundo o princípio dacenturiação,[10] dando condições para que inúmeros indígenas, alguns militares e imigrantes se deslocassem para ali viver. No entanto nos anos 50 o comércio já desempenhava um papel fulcral na cidade e na região.
Segundo a tradição,São Tiago Maior terá passado pela cidade durante as suas viagens apostólicas, onde terá ordenado um judeu pelo nome dePedro comoprimeiro bispo de Braga. Este terá sido martirizado na sua tentativa de cristianizar a população apesar de se ter refugiado emRates. A tradição igualmente dita que, os próximos dois bispos de Braga,São Basílio eSanto Ovídio, terão sido também martirizados pelas suas tentativas de cristianizar a população.
A cidade sofre reestruturações, devido à dimensão que terá atingido. Continuam as construções de edifícios públicos e a “monumentalização” da cidade comteatro,termas, templos, anfiteatro.[11] Aumentam os bairros e assiste-se à instalação de pessoas abastadas na zona oriental da cidade.Sabemos pela obra dePlínio, o Velho que o convento bracarense era dividido em 24civitates[nota 1] e tinha uma população de 285 000 pessoas livres, sendo o mais povoado do Noroeste peninsular[nota 2].[12]
ACrise do terceiro século instalada no Império, atinge também Brácara Augusta que conhece pela primeira vez um abrandamento do seu crescimento, com o fim progressivo das explorações mineiras (50 só no atual território português) e o fim da extração do ouro[13] que teria sido explorado de maneira intensiva eprotoindustrial. No entanto, a tradição do trabalho do ouro, irá manter-se viva na cidade até ao fim daIdade Moderna. Pouco depois do assalto e saque da cidade deTarragona pelosFrancos durante o reinado deGaliano,[14][15] no fim doséculo III inicio do IV, uma imponente muralha de 5–6 m de largura, com torreões, é construída em volta do centro da cidade de Bracara (mais de 48 hectares), e transforma por completo a sua configuração. Algumas casas e monumentos como o teatro e o anfiteatro são, em parte, destruídos para aproveitar a pedra para a nova construção.
Entre 284 e 289 por ordem deDiocleciano Brácara Augusta é promovida a capital da recém criada província deGalécia que integra os três conventos do Noroeste peninsular (Convento bracarense,Convento lucense eConvento Asturicense) e parte do convento de Clúnia.[13] Com esta decisão, a cidade sofre uma nova expansão urbana, reestruturam-se e criam-se edifícios públicos, requalificam-se as vias, introduzem-se melhoramentos na cidade. O comércio intensifica-se fortemente e aparecem muitas oficinas de cerâmica, com o poetaAusónio descrevendo a cidade como próspera.[16] A decretal do PapaS. Sirício em 385 ao bispo de Tarragona, faz uma referência à província eclesiástica da Galécia,[17] sugerindo que Brácara Augusta possuía já um bispado. No entanto, só existe confirmação deste cargo no ano de 400 com a presença de um bispo,São Paterno(400–405), noPrimeiro Concílio de Toledo.[13] Com esta elevação a cidade torna-se capital da província eclesiástica e assume a centralidade do Noroeste peninsular.
OsSuevos (povo germânico), sobre pressão dosHunos, atravessam o rioReno gelado, na noite de 31 de dezembro de 406, para encontrar refúgio dentro das fronteiras do Império Romano. Em outubro de 409, chegam à Península Ibérica, e em 411 aoconvento Bracarense.[18] Embora a chegada fosse pacifica, muito rapidamente entraram em conflito com os seus vizinhos, os VândalosAsdingos, que ocupavam também parte da Galécia. Em 419 os Suevos do reiHermerico são atacados e cercados naBatalha dos montes Nervasos pelos Vândalos do reiGunderico. Astério, conde de Hispânia, com tropas romanas vem ao seu socorro e muitos Vândalos são massacrados em Braga pelo vigário Maurocellus, na sua retirada para aBética.[19]
Tendo os Visigodos, em nome dos romanos, derrotado osAlanos que ocupavam a Lusitânia pouco tempo antes, os Suevos tomam conta desse território e Brácara Augusta torna-se a capital política doReino Suevo que englobava a extinta região da Galécia, e se prolongava até ao rio Guadalquivir. Esse curto reino de 174 anos, é no entanto, o primeiro reino medieval do ocidente, o primeiro reino católico e enfim o primeiro reino “bárbaro” a cunhar moeda. De facto, em Brácara foram cunhadossíliqua de prata com dum lado a efígie do imperadorHonório e do outro uma cruz laureada com as letras “B e R” por Brácara e a inscrição “ivssv richiari reges” por “Por ordem do reiRequiário”.[20] Requiário, que foi convertido ao catolicismo por Balcónio(415–447), que foi proeminente fundador de uma escola teológica na cidade.[21] Deste modo Requiário, não só foi o primeiro rei germânico a cunhar moeda em seu nome como também foi o primeiro monarca germânico na Europa a converter-se aocristianismo calcedônio, anterior à conversão deClóvis dosFrancos.
A presença de Balcónio foi registada quando o clero ibérico recebeu, em Toledo, em 435, um padre germânico daArábia Petreia acompanhado de vários gregos com notícias doConcílio de Éfeso (431).[16] Para além disso, Balcónio foi contemporâneo e correspondente doPapa Leão I,[16] sendo eventualmente elevado a primeiroArcebispo de Braga. Pelo seu papel a cristianizar os suevos foi atribuído à diocese de Braga o título dePrimaz das Hespanhas.[22] Outras figuras proeminentes, neste século, do catolicismo bracarense foram ohistoriador eteólogoPaulo Orósio (que contactou directamente comS. Agostinho e comS. Jerónimo), e os dois Avitos (umperegrino no Oriente, outro peregrino em Roma).[21] Avito de Braga e Paulo Orósio estiveram ainda envolvidos numa tentativa falhada de elevar ainda mais o estatuto religioso de Braga, tentando trazer relíquias deS. Estevão daTerra Santa até Braga para encorajar peregrinações à cidade.[23]
Depois de vários sucessos os Suevos alargam ainda mais o seu território. Os Visigodos sempre aliados e mesmofederados dos romanos são novamente enviados para a Península. Primeiro enviam uma embaixada para pôr os Suevos na ordem, sem resultados, e como resposta a segunda tentativa de diálogo dos Visigodos,Requiário, ataca a região deTarragona na atualCatalunha. Fartos, os Visigodos atacam também e derrotam os Suevos perto de Astorga (nabatalha do Rio Órbigo), muitos deles escapam, e durante a perseguição, os Visigodos atacam e saqueiam Bracara, no domingo 28 de outubro de 456. São feitos muitos prisioneiros “romanos”, as Igrejas são profanadas, mas segundoIdácio, Bracara caiu sem derrame de sangue e violações. Os Visigodos depois de terem capturado e morto Requiário no Porto seguem para a Lusitânia, e deixam o convento bracarense nas mãos de bandos armados de saqueadores.[24]
O reino de Galécia é dominado indiretamente pelos Visigodos, os Suevos encontrando-se numa clara posição de vassalagem e dividem-se em dois reinos. Bracara, já não sendo a única capital perde influência, ao invés Lugo e sobretudo Porto ganham importância. Essa decadência acaba em 561, com a ordem do reiAriamiro, de proceder aoPrimeiro Concílio de Braga, entre os anos 561 e 563, onde tiveram presentes entre sete a nove bispos, com a presença confirmada de Lucrécio, bispo de Bracara, e de São Martinho, bispo de Dume.[25] Em 572, no reino deMiro, realiza-se oSegundo Concílio de Braga, presidido porSão Martinho, agora já bispo tanto deDume como de Braga, que seria novamente única capital do reino. Destes concílios resultaram grandes reformas, principalmente no mundo eclesiástico e linguístico, destacando-se a criação do ritual bracarense e a abolição de elementos linguísticos pagãos, como osdias da semanaLunae dies, Martis dies, Mercurii dies, Jovis dies, Veneris dies, Saturni dies e Solis dies, porFeria secunda, Feria tertia, Feria quarta, Feria quinta, Feria sexta, Sabbatum, Dominica Dies, donde derivam os modernos dias emlíngua portuguesa egalega.
Essa curta fase marca um renascimento dum certo esplendor político e religioso de Bracara, muito influenciado pelo Império Bizantino e deve muito a obra de (re)organização ao bispo São Martinho de Dume. Este bispo fundou um importantemosteiro em Dume ao lado da basílica que teria sido consagrada aSão Martinho de Tours, em 550. Em 585, o reino Suevo, acaba, dominado pelo Reino Visigótico, durante 130 anos. Bracara deixa de ser definitivamente capital política de um estado, guardando, no entanto, o seu estatuto de capital eclesiástica.
Curiosamente, parece que os reis suevos nunca viveram em Bracara mas sim nos seus arredores,Teodomiro terá dado o seu nome a freguesia deMire de Tibães[nota 3][26] e perto do seu palácio São Martinho terá fundado um mosteiro.[27][28]Santa Marta das Cortiças é outro lugar com um palácio real ao lado duma basílica,[21] localizada no alto do monte e ao lado dum castro, numa clara posição defensiva. Para além disso, porque os especialistas ainda não têm certeza da datação da Capela de São Pedro de Balsemão, emLamego, actualmente Braga acolhe a capela mais antiga de Portugal: aCapela de São Frutuoso. A capela foi construída pelos Visigodos no topo de um templo romano dedicado aAsclépio e foi transformada em Capela Real. Em 656, a capela foi consagrada porSão Frutuoso para ser usada como seu túmulo.[16]
Em 717, os Mouros tomam Bracara,[29] cujo nome árabe eraSaquiate (emárabe:ساقية;romaniz.:Sâqiyât).[30] A sede da diocese bracarense é transferida paraLugo com o Arcebispo de Lugo a tornar-se líder em exílio da cidade de Braga até 1070. A resistência cristã recuou de forma mais permanente até ficar confinada numa pequena zona montanhosa das Astúrias. Porém menos de 40 anos depois, no tempo deAfonso I das Astúrias, Braga é de novo em zona cristã. Oséculo X é marcado, após um período de paz, por diversas destruições sangrentas deAlmançor, que consegue inverter o avanço da reconquista. Verifica-se uma vasta destruição muçulmana na Galiza, em 997, por Almançor e seu exército, mas não sabemos se passou por Braga.[29] Todavia o cronista árabeibne Abde Almumine Alhimiari fala duma cidade destruída pelos muçulmanos.[31]
A cidade de Braga que nasce noséculo XI, tem pouco a ver com a antiga e rica Bracara.[nota 4] Depois de D.Fernando I de Leão ter conquistado Coimbra, por decisão real, Braga é restaurada a sede episcopal com a nomeação do bispo D.Pedro de Braga, a1 de Maio de1070. A Sé é mandada reconstruir, sobre restos de uma antigabasílicapaleocristã, sendo reutilizado vários materiais romanos na sua recuperação. Ainda em 1088, aCondessa Gontrode Nunes[nota 5] ofereceu à igreja, que ainda se ia erguendo, entre diversos bens, alfaias e vasos sagrados, nomeadamente cálices e turíbulos de prata.[32] Sabe-se que a 28 de agosto de1089, foi sagrada a Catedral de Braga.
A cidade medieval desenvolve-se em torno da Sé fortificada, ocupando só o quarto noroeste da antiga Brácara até a muralha romano do norte.[33] O resto da cidade é aos poucos destruído e transformado em campos e hortas. O que confirma a crónica árabe é que toda a zona Oeste, ocupada com monumentos públicos, fórum, termas, teatro e anfiteatro, é abandonada. Uma muralha circundante é construída à volta da cidade medieval ainda antes doséculo XIII.[33]
Com a reabilitação da cidade e do arcebispado, a cidade readquire uma enorme importância a nívelIbérico. O arcebispoDiego Gelmírez deSantiago de Compostela, com medo da ascensão daSé de Braga, rouba asrelíquias dossantos bracarenses, incluindo o corpo deS. Frutuoso,[34] na tentativa de diminuir a importância religiosa da cidade. As relíquias sóretornaram a Braga noséculo XX. Tradição oral remete que Gelmírez saiu da cidade de noite numa carroça conduzida por um burro.
Deste modo, o novo rei concedeu grandes privilégios à cidade de Braga entregando-a ao controlo direto da Igreja, tornando-a basicamente num feudo pessoal do Arcebispo.[5] Este particularismo legal dava grande independência à cidade, sendo que, na prática, a cidade pertencia àSé Primacial mas legalmente a questão se a cidade estava ou não sujeita a correção régia ficou sem resolução até à1º República. Por exemplo, quando asOrdenações Filipinas aboliram o ofício de Tabeliães Gerais, ficou explicito que havia a exceção de Braga[35] deixando o notariado de Braga sobe o controlo do Arcebispado.
O ArcebispoD. João Peculiar terá cedido aoGrão-MestreGualdim Pais uma casa na ermida de S. Marcos (terreno perto de onde oHospital de São Marcos hoje existe) àOrdem dos Templários, sido dada juntamente com rendas para o sustento da Ordem naquele local.[36][37] Igualmente, D. Gualdim Pais, após o seu regresso a Portugal, trouxe várias relíquias para Braga, incluído uma relíquia deSão João Marcos que seria transladada para uma capela naquela ermida e dado otopónimo ao local[38].
Pedro Aurives e a sua mulher D. Elvira Mides, também tiveram um papel proeminente na cidade tendo eles mandado construir um hospital para acolher os pobres (doando, em 19 de junho de1145, vários bens para a sua sustentação) cuja administração terão entregue à Ordem do Templo. Mais tarde, terão mandado construir uma igreja junto ao Hospital, aIgreja de S. João do Souto, onde o casal terá sido sepultado juntamente com os freires da Igreja.[32] Igualmente, muitas das peças de ourivesaria feitas nesta época, em Braga, seriam da autoria de Pedro Aurives e que, pela sua generosidade para com a Sé Catedral, teria sido isento do pagamento do tributo de umaherdade.[36]
Sob o reinado deD. Dinis, amuralha citadina é requalificada, começando a construção datorre de menagem. Mais tarde, foram adicionadas novetorres, de planta quadrangular, à muralha existente, concluindo-se também oCastelo de Braga em torno da torre de menagem existente.
Já no reinado deD. João I foi realizada na cidade uma reunião dasCortes Gerais do Reino, em1387, onde são instituídassisas gerais em todo o reino para cobrir as despesas com a guerra contra Castela e explicita a forma de pagamento do imposto. Este monarca foi o último a requalificar a muralha, apesar de ainda haver várias modificações ao longo dos tempos, nomeadamente quando se rasgaram várias novas portas para dentro da cidade culminando com as 7 portas que subsistiram até a muralha ser demolida. D. João I, igualmente mandou construir a primeiraJudiaria de Braga, reunindo várias famílias judaicas na Rua do Poço (atual Rua D. Gonçalo Pereira), perto da Sé, com portões de cada lado da rua que fechavam à noite.[39] Face a um crescente sentimentoantissemita que se fazia sentir por todo o país (inclusive em Braga onde um Frei Paulo foi mandado parar, porcarta régia, de pregar contra os judeus), a comunidade judaica bracarense mudou-se para a Rua das Travessas, que ficou conhecida como a Judiaria Nova e asinagoga foi mudada para a Casa Grande de Santo António das Travessas, em 1502[nota 6].[39]
D. João I voltou ao Minho, em 1400, para consagração daIgreja de Nossa Senhora da Oliveira, emGuimarães, bem como para a celebração dasCortes de Janeiro de 1401. No entanto a comitiva ia ainda em Braga quando o seu filho e herdeiro, oInfanteAfonso, adoece. Este acaba por falecer, no dia 22 de Dezembro de 1400, e é enterrado num mausoléu na Sé.
Doséculo XVI ao XVIII, por intermédio de vários arcebispos, os edifícios de traçamedieval vão sendo apagados e substituídos por edifícios dearquitetura religiosa da época.
Entre 1505 e 1532, oArcebispo de BragaD. Diogo de Sousa modifica a cidade profundamente, introduzindo-lhe ruas, praças, novos edifícios, provocando-lhe também o crescimento para além do perímetro amuralhado. As suas mudanças no plano urbanístico de Braga ainda marcam a cidade actualmente. Por exemplo, as praças por ele concebidas, inspiradas por aquelas que visitou emRoma, ainda hoje existem juntamente com vários edifícios por ele mandado construir. A frente doPaço Arquiepiscopal, virada para oLargo do Paço no fim daRua do Souto, foi iniciada durante a sua governação da cidade, expandido o velho palácio medieval deD. Gonçalo Pereira e deD. Fernando da Guerra que tinha sido construído diretamente fora das muralhas romanas de Braga a norte da Sé Catedral (que ainda pode ser visto a partir doJardim de Santa Bárbara).
Noséculo XVI, uma residência eclesiástica localizada perto daIgreja de S. João do Souto foi comprada por D. João de Coimbra, provisor da Mitra de Braga. Em 1525, com a participação de mestres construtores da região daBiscaia, mandou alterar o edifício e construir uma capela para seu uso que ficou conhecida como aCasa e Capela dos Coimbras. Os construtores desta obra irão habitar uma rua da cidade que, pela sua presença, irá ser rebatizada como aRua dos Biscaínhos.
Entre 1544 e 1549, foi fundado o primeiro convento feminino de Braga, o Convento daNossa Senhora dos Remédios, localizado no antigo Campo dos Remédios (atual Largo de Carlos Amarante), pela iniciativa do bispo coadjutor D. Frei André deTorquemada.
A 10 de Abril de 1566, reuniram-se em Braga vários membros da Igreja portuguesa, juntamente com os bispos das cidades deCoimbra,Miranda ePorto, e o procurador do bispo deViseu, sobre a liderança do ArcebispoD. Frei Bartolomeu dos Mártires. Esta é a última reunião eclesiástica que pode ser considerada como umConcílioem Braga[nota 7].[40] O objetivo desta reunião seria de impor as reformas doConcílio de Trento no país. Apesar das resistências no conservadorismo e comodismo das estruturas eclesiásticas representadas pelos bispos presentes, com a exceção dobispo de Miranda, o Arcebispo conseguiu reformar as instituições dentro dos parâmetros estabelecidos por Trento publicando vários decretos sobre o assunto.[40]
Em 1571, ainda com D. Frei Bartolomeu dos Mártires, foi inaugurado o primeiroseminário da Península Ibérica, que começou a ser construído no lado sul doCampo da Vinha sobre a autoridade do Arcebispado.[41] No mapa de 1594 da cidade de Braga a larga massa do seminário, já batizado deSeminário de S. Pedro, já é visível. A sua fundação, tal como várias medidas por este Arcebispo, foi motivada pelo crescimento de tensões religiosas por toda a Europa, face àReforma Protestante.[41]
D. Luís de Sousa foi outro principal arcebispo que, entre outros méritos, mandou reconstruir aIgreja da Paróquia de São Victor, mandou ampliar oCampo de Santa Ana, reconstruir aIgreja de São Vicente, reedificar aCapela de São Sebastião e, por ultimo, mandou construir a Igreja dos Congregados que seria mais tarde monumentalizada para a versão atual daBasílica dos Congregados. Igualmente, sobre os auspícios deste arcebispo diplomata, ocónego do Cabido de Braga, João Meira Carrilho, mandou construir a Capela daCongregação do Oratório que existia dentro do Campo de Santa Ana.[42] Esta antiga capela seria de particular interesse, não só pela sua planta arquitectónica (seria totalmente circular), mas também por possuir toda uma arcada circundante cujas colunas seriam de origem romana.[42]
Em 1715,D. Rodrigo de Moura Teles expande os chamadosAlpendres, que ficavam no início daRua do Souto.[44] Estes correspondiam a uma área dearcadas adjacentes ao Castelo de Braga que eram polo comercial e social que ligava a cidade aos campos à sua volta que são precursoras diretas da atualArcada. Junto desta funcionava aAlfândega mandada construir durante o arquiepiscopado deD. Frei Agostinho de Jesus, arcebispo entre 1588 e 1609, para acomodar os mercadores e supervisionar os pesos e medidas utilizados[nota 8].[5] Devido à sua localização, os Alpendres, a Rua do Souto e a Rua Nova de Sousa (atual Rua D. Diogo de Sousa) tornaram-se nas zonas privilegiadas para habitação dos mercadores e, consequentemente, para fixação dos estabelecimentos comerciais na cidade,[5] algo que é confirmado no registo das atividades económicas da cidade.[45]
As famílias nobres de Braga, responderam a essa mudança deslocando-se das suas moradas naCividade e estabelecendo-se nos arredores da cidade de Braga.[44] Esta transição resultou na construção de grandes propriedades pelos nobres da cidade nos campos circundantes, que oPalácio dos Biscainhos, construído em 1699 e habitação dosCondes de Bertiandos durante três seculos, se destaca como exemplo máximo.[46] Entre vários exemplos outros também se sobressaem, nomeadamente: no último quartel do séc. XVII, constrói-se oCasal de Ínfias; entre1754-1755, é construído oPalácio do Raio, por autoria de André Soares; a construção no início do séc. XVIII, doPalacete dos Vilhenas Coutinhos; a construção em1703, mandada por Francisco de Meira Carrilho,cónego do Cabido de Braga, doPalácio dos Falcões; e, por último, a construção daCasa do Tanque, na primeira metade doséculo XVII, que serve como atual Paço do Arcebispo de Braga.
Em 1758, Braga, como muitos outros lugares, foi incluída no censo solicitado pela monarquia, sob o1º Marquês de Pombal. Esses registros são conhecidos comoMemórias Paroquiais que podem ser consultadas através de várias fontes.[47]
Em 1769, o arcebispoD. Gaspar de Bragança mandou demolir a Capela deNossa Senhora do Amparo e mudar de local vários cruzeiros de modo a ampliar oCampo da Vinha.[48] Este Arcebispo aumentou e reconstruiu oPalácio do Arcebispo, adicionando uma fachada, por autoria de André Soares, na direção do Campo dos Touros (atualPraça do Município),[49] onde se fazia grandes festastauromáquicas sobre o patrocínio dos Arcebispos. Quase um século depois, na noite de 15 de Abril de 1866, um incêndio destruiu esta parte do Palácio, juntamente com a livraria de D. Gaspar de Bragança e muito espólio arquivístico.[50] Foi também, durante o governo deste arcebispo que foi destruída a antiga Igreja de S. Pedro de Maximinos, que se tratava de um edifício remontando à épocapaleocristã, sendo erguida depoisuma nova igreja no local.
D. Gaspar também revolucionou a paisagem artística musical de Braga, comprando instrumentos musicais e procurando atrair à cidade bons músicos e cantores, como o cantor italiano daÓpera napolitana António Gallassi.[51]
Em 1775, o antigoPaço do Concelho, mandado construir pelo Arcebispo D. Diogo de Sousa e que se localizava junto à Sé, foi demolido face à mudança da sede de município para oedifício que tinha sido construída no Campo de Touros, em 1753, por André Soares.
Ruínas da antiga fortaleza construída no topo doanfiteatro romano ainda existiam noséculo XVIII (uma descrição deste foi feita no reinado deD. Maria I), na parte sul de Maximinos, mas o tempo cobrou o seu preço e os vestígios acima do solo foram desaparecendo. Atualmente, somente astermas romanas e oteatro romano são sítios arqueológicos, parcialmente abertos ao público.
Em 1875, é inaugurado pelorei D. Luís a linha e estação doscomboios de Braga, que ligaria o Porto à Galiza. Em 2004, esta linha ferroviária foi modernizada para incluir o uso dosAlfas Pendulares, possibilitando a ligação de Braga aFaro.
OCastelo de Braga, previamente inserido no centro da cidade foi destruído em 1905, apesar das tentativas de o salvar por várias pessoas como o arqueólogoAlbano Belino, que tentou mudar a localização do seu museu municipal para o edifício numa tentativa de o proteger. Belino, desgostoso, sofre de umacidente vascular cerebral (AVC), falecendo no ano seguinte acabando por doar o seu espólio aoMuseu Arqueológico da Sociedade Martins Sarmento deGuimarães. O sonho de Albano Belino em formar um museu em Braga foi só concretizado em 1918, com a fundação de um museu diretamente precursor aoMuseu de Arqueologia Dom Diogo de Sousa.
O Convento daNossa Senhora dos Remédios foi demolido a 31 de Outubro de 1907, sendo várias das suas obras de arte, entre elas retábulos, esculturas e fontanários, foram espalhadas pela cidade e pelas suas igrejas. Com a sua demolição, foi aberta uma nova rua (a RuaGonçalo Sampaio) e no seu espaço construiu-se oTheatro Circo e, eventualmente, o cinema São Geraldo e o centro comercial Santa Cruz. O antigo edifício do Cinema São Geraldo, criado em 1950, está a ser requalificado e, inicialmente daria lugar a um novo centro comercial,[52] no entanto o projeto foi revisto e será reconstruído para albergar umMedia Arts Centre[53]
Em 1914 é construída a rede deelétricos de Braga. Para abastecer os elétricos foram instalados na Rua da Cruz de Pedra geradores elétricos a vapor. Em dias de grande afluência podia-se registar uma lotação excecional de 200 passageiros em composições de carro-motor e um atrelado, ultrapassando largamente a respetiva capacidade nominal.[54] Após a descontinuação do serviço, em 1963, toda a frota foi desmantelada numsucateiro doPorto, que a havia adquirido a peso à Câmara Municipal de Braga por 111 milescudos.[54] Subsiste o carro-elevador, musealizado emCoimbra; este foi usado para reparação da rede aérea mesmo após a substituição dos elétricos portróleicarros.[54]
A 11 de Agosto de 1917, foi fundado oArquivo Distritalde Braga e vários caches arquivísticos foram trazidos para Braga de vários sítios e instituições, principalmente de conventos e igrejas que foram dissolvidos após aInstauração da República.
Rua Júlio Lima, a 3 de abril de 1937, na inauguração da luz elétrica
Em 28 de maio de 1926, oGeneralGomes da Costa iniciou a sua marcha paraLisboa nesta cidade, dando início àRevolução de 28 de Maio, onde aboliu aPrimeira República e implementou o governo ditatorial daDitadura Nacional de onde se formaria oEstado Novo. No décimo aniversário da Revolução, o ditadorAntónio de Oliveira Salazar, visitou a cidade motivando uma grande feira, um desfile e um discurso, que proferiu na varanda da Câmara Municipal.[55] Depois, o ditador voltaria diversas vezes à cidade nesta data, como no 40º aniversário.[56]
Em 1949, o terreno onde ficava a capela de Santo António na Praça dos Touros, foi vendida à Câmara Municipal, face aos seus planos de remodelação do plano urbano da cidade e o edifício foi destruído.
Em 1956, o Mercado Velho, localizado dentro daPraça do Município, que era um edifício de estrutura metálica semelhante aoMercado Ferreira Borges, no Porto, foi também demolido face à abertura de um novo mercado coberto na atual Praça do Comércio de Braga e que ainda hoje existe, tendo sido renovado entre 2020 e 2023. Com a abertura do espaço na Praça do Município, foi trazida aFonte do Pelicano deestilo maneirista-joanino para o meio desta, em 1967.
Em 1973, foi fundada aUniversidade do Minho, com polos em Braga eGuimarães. Em 1976, o Arquivo Distrital foi integrado na então recém criada Universidade. Entre 1988 e 1991,Luís Novais introduziu o famoso traje académico da Universidade do Minho, baseando-se nas descrições dos trajes dos estudantes doColégio Jesuíta de São Paulo da cidade nas memórias escritas de Ignácio José Peixoto, que fora secretário do Arcebispo de Braga.
Por fim, no final deste século, Braga sofre um grande desenvolvimento e cresce a um ritmo bastante elevado.
Situada no coração doMinho, a cidade de Braga encontra-se numa região de transições de Este para Oeste, entreserras,florestas e leiras aos grandesvales,planícies e campos verdejantes. Terras construídas pela natureza e moldadas pelo Homem.
O território bracarense pertence a duas bacias hidrográficas, a bacia hidrográfica dorio Cávado a Norte e a bacia hidrográfica dorio Ave a Sul. Orio Cávado, de caudal médio, é o elemento hidrográfico predominante a Norte, existindo também diversasribeiras que desaguam neste. O território a Sul é marcado pelorio Este e seus diversos afluentes, como orio Veiga, todos de pequeno caudal. Osolo, dado pertencer aosistema montanhoso do Gerês e a sua proximidade aoOceano Atlântico, é bastante rico emágua.
O município é predominantemente urbano,[58] principalmente em torno da cidade. As áreas rurais que outrora predominavam, hoje, confinam-se aos limites do município. É ainda de salientar que ascolinas de maior cota e asmontanhas encontram-se cobertas por manchas florestais, apesar da pressão urbana e dos fogos florestais que sucederam nos últimos anos.
Oclima em Braga, pelo facto de se situar entre serras e oOceano Atlântico, é tipicamente atlânticotemperado,[59] ou seja, comquatro estações bem definidas. OsInvernos são amenos epluviosos , e geralmente comventos moderados de Sudoeste. Ovento pode também soprar doNorte, normalmente forte, o que geralmente provoca uma grande descida da temperatura, estes ventos são designados comoNortadas. Em anos frios ocorre a queda deneve, havendo temperaturas mínimas médias de -3 °C. O último nevão na cidade foi em 9 de Janeiro de 2009. AsPrimaveras são tipicamente amenas, com grandes aberturas e ventos suaves. As brisas matinais ocorrem com maior frequência, principalmente nas maiores altitudes. No vale doCávado, a baixa altitude, é normal existirem os nevoeiros matinais. De salientar o mês de Maio que é bastante propício àstrovoadas, devido ao aquecimento do ar húmido com a chegada doVerão. Osverões são quentes e soalheiros comventos suaves d'Este. Nos dias mais frescos, podem ocorrer espontaneamentechuvas de curta duração, estas chuvas são bastante importantes para avegetação da região, pois reabastece oslençóis de água o que torna a região rica em vegetação durante o ano inteiro, pela qual é conhecida por Verde Minho. OsOutonos são amenos epluviosos, geralmente com ventos moderados. As maior e menor temperaturas registadas em Braga no período 1971-2000 foram 39,4 °C e -4,1 °C. Porém, há registos de -6,3 °C em 2001 e 41,3 °C em 1943 (fonte:Instituto de Meteorologia). Enquanto a temperatura desce, aumenta a pluviosidade. Existe uma maior frequência de nevoeiros, principalmente no vale doCávado onde ocorrem os nevoeiros matinais mais densos.
(Obs: De 1900 a 1950 os dados referem-se à população presente no município à data em que eles se realizaram Daí que se registem algumas diferenças relativamente à designada população residente)
População estrangeira (2021) no município de Braga: 12 718 (6,57% da população).
Paises de origem: Brasil: 7 773; Itália: 980; Ucrânia: 443.[62]
O município é densamente povoado, com 989,6 hab/km² e 193349 habitantes (2021), é um dos mais populosos de Portugal e é um dos mais jovens daEuropa. A maioria da população concentra-se na área urbana, onde a densidade atinge cerca de 10 000 hab/km².
A população bracarense é constituída por 78 954 indivíduos do sexo masculino e 85 238 indivíduos do sexo feminino. O grupo etário dos 0 aos 25 anos representava 35% da população total, enquanto 54% da população tinha entre 26 a 64 anos, o grupo etário dos idosos representava 11%. A população é maioritariamente portuguesa, mas existem também comunidades imigrantes, nomeadamentebrasileiros,africanos principalmente oriundos das antigas colónias portuguesas,chineses eeuropeus de leste.
No que diz respeito ahabitação, em Braga há 70 268 alojamentos (Censos de 2001), valor excedentário se tivermos em consideração o conceito clássico defamília (51 173 agregados).
No entanto, estas 19 095 habitações sobrantes não estão todas em excesso na realidade, muitas delas destinam-se a residência temporária, normalmente associadas aestudantes, a trabalhadores temporários, a estrangeiros que exercem a sua actividade profissional na cidade e muitos em alojamento local no mercado turístico. Existe também um grande número de habitações que pertencem a cidadãos residentes no estrangeiro que as utilizam quando regressam periodicamente a Portugal. O constante crescimento populacional e o aumento dahabitação individual associado à não constituição de umafamília clássica são também realidades que justificam este facto na sociedade bracarense.
As 19 095 habitações atrás referidas, representam em média uma capacidade para 60 000 indivíduos, o que faz com que a população real de Braga esteja próxima de um valor intermédio situado entre os 174 000 indivíduos e os 230 000 indivíduos.
O município cresceu 16,2% entre 1991 a 2001, o maior crescimento registou-se nas antigas freguesias suburbanas (hoje urbanas), por exemplo:Nogueira 124,6%,Frossos 68,4%,Real 59,8%,Lamaçães 50,9%. As previsões apontam para que Braga seja um dos municípios com maior crescimento nos próximos anos.
Possui umaCâmara Municipal, presidida porJoão Rodrigues desde 2025. A Câmara Municipal é composta, para além do presidente, por onze vereadores. Existe uma Assembleia Municipal que é o órgão legislativo do município, constituída por um presidente e dois secretários, sessenta e três deputados e os Presidentes de junta de freguesia.
Astorga,Castela e Leão,Espanha. A cidade de Braga possuilaços comAstorga há mais de dois mil anos, como evidencia a construção daGeira para encurtar distâncias entre estas.
Oartesanato bracarense há muito que ultrapassou as fronteiras do país. Na música, oscavaquinhos,violas,guitarras (nomeadamente aViola Braguesa). É interessante notar que será este instrumento a dar origem ao famosoukelele ao ser levado por emigrantes portugueses para o Hawai. Na Arte Sacra as representações bíblicas e aVela Votiva de Braga são os ex-libris. Embora estes quatro sejam famosos, o artesanato Bracarense é mais diversificado, os artigos delinho (panos, colchas, cortinados…), osbordados, a cestaria, miniaturas emmadeira, farricocos [(também em cêra)], bijuteria,ferro forjado (sinos, miniaturas, material para agricultura…), as louças típicas de Braga coloridas e de forma atractiva, entre outros, são artigos tradicionais que facilmente se encontram nas ruas, ruelas ou nas zonas rurais nas imediações.
Braga, como o resto do Minho tem umagastronomia riquíssima. Obacalhau assume-se como o prato depeixe favorito, a cidade é famosa pelas suas inúmeras receitas de bacalhau (bacalhau à Narcisa,[69] bacalhau à Minhota (Braga), bacalhau à moda de Braga…). O arroz de Pato, as papas de sarrabulho com rojões, a tripa enfarinhada, os farinhotes, os enchidos de sangue, ocabrito à moda de Braga, as frigideiras do Cantinho ou as da Sé, os rojões à moda do Minho, o frango "pica no chão", ovinho verde, oPudim Abade de Priscos, o toucinho do céu, o bolo rei escangalhado, fidalguinhos, pederneiras, suplícios, paciências, entre muitos outros, fazem de Braga uma cidade de sabores.
Iluminação da Arcada durante as festividades do S. João
Festa de São João em Braga[70][71]— Os primeiros registos do S. João de Braga datam de 1515, data que pela primeira vez a Câmara Municipal assume a sua realização, mas que agregam muitos elementos comprovadamente mais antigos, como por exemplo a Procissão dos Santos do Mês de Junho, onde tradicionalmente aparece o carro com aDança do Rei David, que apesar do nome, é de inspiraçãomoçárabe. De salientar também, a presença de "lavradeiras" ostentando asVelas Votivas de Braga (cumprindo a tradição de a oferecer ao São João pela graça concedida). Estasfestas repetem-se anualmente no mês de Junho.
Semana Santa —Páscoa[70]— Durante toda essa semana osaltares dasIgrejas, cada um invocando uma cena daPaixão de Cristo, encontram-se decorados comflores evelas. Esta semana atrai muitosturistas à cidade. Os visitantes procuram essencialmente as grandes procissõesnocturnas que se caracterizam pelas centenas defigurantes. Na quarta-feira realiza-se a tradicionalProcissão da burrinha, na quinta-feira a procissão deEcce Homo e, na Sexta-feira Santa, a soleneProcissão Teofórica do Enterro do Senhor. Em todas elas se recriam quadros da história religiosa. No sábado à noite, é habitual uma sessão defogo-de-artifício, onde rebenta uma figura dehomem, simbolizando o suicidaJudas, que traíraJesus. Após aVigília Pascal da madrugada de Domingo de Páscoa, conjuntos de pessoas saem de todas asigrejas da cidade para anunciarem a todas as casas a Ressurreição deJesus, dando umaCruz especialmente decorada a beijar aos residentes.
Dia da Cidade — Celebra-se no dia deSão Geraldo,padroeiro da cidade de Braga, a 5 de Dezembro. É uma celebração de cariz oficial, com sessão solene e entrega de medalhas da cidade, não havendo festa popular. De salientar ainda a especial decoração da Capela de São Geraldo naSé Catedral, que neste dia é enfeitada comfruta.
Festas dos Patronos — Por toda a cidade, cada paróquia celebra a festa do seu patrono. São particularmente conhecidas as deSão Vicente e da 'Cónega' (nome dado à zona ao fundo do Campo da Vinha e Rua da Boavista), bem como as de Nogueiró e Nogueira, com festividades e costumes significativos, como por exemplo os “moletinhos” no dia de São Vicente e São José (de São Lázaro), a 22 de janeiro e 19 de março, respetivamente.
Festas Académicas do Enterro da Gata — A primeira referência naimprensa relativamente ao "Enterro da Gata" reenvia-nos ao distante ano de 1889 e vem publicada nojornal "Aurora do Minho" com o título pomposo de "Enterro Xistoso". Lá se conta como um grupo deestudantes "para festejar o fim do ano e enterrar agata" fizeram um "enterro xistoso e novo na espécie". A academia bracarense era então representada pelos estudantes doLiceu Nacional (hojeEscola Secundária Sá de Miranda), que estava sediado noConvento dos Congregados. No estudo solicitado em 1989 pela Associação Académica da Universidade do Minho ao director daBiblioteca Pública de Braga, Dr. Henrique Barreto Nunes, concluiu-se que o 1.º Enterro da Gata se havia realizado em Maio de 1889. Assim, e passados exactamente 100 anos sobre o seu nascimento, era retomada atradição, agora nas mãos dosestudantes da jovemUniversidade do Minho. A "gata" representa o indesejado insucesso escolar. É feito um velório em que a "Gata" é transportada pelas artérias da cidade seguida por um séquito que não pára de chorar a "finada". As festas têm a duração de uma semana e realizam-se todos os anos no início do mês de Maio.
Festas Académicas do 1.º de Dezembro — osEstudantes da Cidade de Braga no ano de 1640, com o intuito de comemorar arestauração da independência, saíram à rua. No meio da folia, estes jovens assaltaram galinheiros e celebraram o acontecimento bebendo e comendo um prato típico de frango, o “Pica No Chão" (vulgo, cabidela). A tradição do jantar do 1.º de Dezembro é ainda seguida pelos estudantes da cidade, juntamente com uma Récita que conta com a participação dos Grupos Culturais daUniversidade do Minho.
Procissão dos Passos —A Procissão dos Passos, organizada anualmente no Domingo de Ramos pela Irmandade de Santa Cruz, é o primeiro grande cerimonial da Semana Santa de Braga. Instituída no ano de 1597 pelo Arcebispo D. Frei Agostinho de Jesus, é plausivelmente a segunda mais antiga do género em Portugal. O objetivo desta procissão é reconstituir o caminho (os passos) de Jesus Cristo desde o Pretório até ao Calvário. Por isso mesmo, ainda hoje, a procissão cumpre o itinerário dos Passos (calvários) espalhados no centro histórico. O ponto alto ocorre quando o préstito atinge o largo Carlos Amarante, defronte da igreja de Santa Cruz, onde é pronunciado o sermão do Encontro, momento catequético-devocional introduzido em 1946. Após esta encenação, a procissão prossegue a sua marcha, agora com o andor de Nossa Senhora da Soledade incorporado. Num passado não muito distante, a procissão era antecedida por grupos de farricocos, vestidos de túnicas roxas, e hordas de penitentes que se flagelavam em público. Em memória destas figuras, abre a procissão um farricoco, carregando uma trompeta.[1] Realiza-se em:Real (terceiro Domingo antes daPáscoa),Celeirós (segundo Domingo antes da Páscoa),Cabreiros (terceiro Domingo de Quaresma) e Braga (Domingo de Ramos).
Procissão do Corpo de Deus — A primeira "manifestação" pública, é uma forma de afirmarem publicamente a sua crença no Santíssimo Sacramento da Eucaristia, isto é, que opão evinho se transubstancian efectivamente no Corpo e Sangue deCristo. É, por isso, uma procissão diferente das restantes: aqui não há quadros explicativos da história religiosa, apenas a expressão do culto ao Santíssimo Sacramento, transportado peloArcebispo. Foi nesta procissão em Braga que, em 1923, pela primeira vez se mostraram ao público osEscuteiros do Corpo Nacional de Escutas, pelo que é tradicional que nesta procissão osEscuteiros apenas constituam corpo participativo, ao invés de apenas contribuírem para a sua organização como naSemana Santa.
Braga Romana —Guarda prétoriana de patrulha na Braga Romana Nestas festividades, inventadas já noséculo XXI, que decorrem anualmente no início do mês de Junho, são recriados alguns aspetos da vida no tempo da República Romana, com representações e simulações variadas.
Peregrinações aoSameiro — Realizam-se no primeiro Domingo de Junho, último Domingo de Agosto e 8 de Dezembro.
Festa em Honra do Divino Espírito Santo — Uma das festas mais antigas da cidade de Braga, realizada na freguesia de Nogueira.
Peregrinação à Sra. da Cabeça —Mire de Tibães (segundo Domingo de Julho)
Romaria de Santa Marta — Realiza-se nos Montes da Falperra e Santa Marta, dia vinte e nove de Julho.
As festas e eventos culturais são uma constante quase semanal por toda a região e Braga não escapa a isso, com o barulho de sinos, foguetes e música a sinalizar a festa mais próxima.
Ao longo dos séculos amúsica em Braga foi profundamente marcada pelamúsica popular,folclore e música religiosa ou Sacra. Em 1961, a instalação do Conservatório de MúsicaCalouste Gulbenkian abre os horizontes musicais da cidade. Nas décadas seguintes assiste-se a uma expansão musical, que continua a crescer nos nossos dias com o surgimento da Licenciatura em Música naUniversidade do Minho. Na cidade existem ainda várias instituições de referência nomeadamente a Orquestra Câmara do Minho, Orquestra Câmara de Braga, aOrquestra Filarmónica de Braga, o Conservatório Calouste Gulbenkian de Braga, o Orfeão de Braga, o Coro da Sé de Braga, o Coro de Pais do Conservatório Calouste Gulbenkian de Braga, o Coro Gregoriano de Braga, a Banda de Musical de S. Miguel deCabreiros, oCoro Académico da Universidade do Minho, a escola de músicaConservatório Bomfim, cerca de 23 ranchos folclóricos, entre outros.
Braga, tem-se também afirmado no panorama da música moderna portuguesa com o surgimento desde os anos 1980 de várias bandas de referência. Como incentivo a este tipo de música, a Câmara Municipal de Braga criou noestádio 1.º de Maio várias salas de ensaio. Simultâneamente existem também inúmeros concursos musicais.
No município de Braga existem 15 imóveis classificados como Monumentos Nacionais, 33 como Edifícios de interesse público e 20 em vias de classificação.
Via Romana XVII — com origem no limite leste da cidade e, atravessando o Barroso, passa em Acquae Flaviae (Chaves), de onde prossegue para Astorga — Em fase de classificação pelo IPPAR
Via Romana XVIII ou Via Nova (Geira) — localizada a nordeste da cidade, fazendo a ligação mais directa com Asturica Augusta (Astorga). Monumento nacional e em fase de preparação de candidatura a Património da Humanidade pela UNESCO
Via Romana XIX- unia as cidades de Braga, Ponte de Lima, Tude (Tui), Turoqua (Pontevedra), Aquis Celenis (Caldas de Reis), Iria, Martiae, Lucus Augusti (Lugo) e Asturica Augusta (Astorga).
Dos grandes artistas bracarenses de arte religiosa, destaca-seJosé de Santo António Vilaça, grande mestre da talha dourada. A sua obra é marcada por traços pessoais e decorada aouro. Grande parte dos ornamentos em talha que se encontram nasigrejas bracarenses são da sua autoria. Dada a importância da sua obra, certas figuras ligadas àarte defendem a candidatura da sua obra apatrimónio da humanidade. EMarceliano de Araújo que trabalhou tanto a madeira como a pedra (Fonte do Pelicano), sendo conhecido pelo seu trabalho em talha dourada daIgreja da Penha, famosa também pelos seus azulejos doséculo XVIII da autoria dePolicarpo de Oliveira Bernardes.
OCastelo de Braga e as muralhas medievais, são as maiores expressões arquitectónicas militares da cidade. A Torre de menagem do antigoCastelo de Braga, que foiingloriamente demolido em 1906, é o principal remanescente desta construção erguida sob o reinado deD. Dinis. De planta quadrada, esta torre emestilo gótico, ergue-se a aproximadamente trinta metros de altura, dividida internamente em três pavimentos. No alto, umajanela geminada e matacães nos vértices. No topo uma coroa deameias. Na torre e no alçado oeste, as pedras-de-armas de D. Dinis. Destaca-se ainda a enorme quantidade de símbolos inscritos nas faces das paredes internas e externas. Estes símbolos, segundo o povo medieval, protegeria a cidade de invasores. Da muralha medieval constituída por nove torres, subsistem ainda três torres, a Torre de Santiago, a Torre de São Sebastião e a Torre da Porta Nova.
A cidade bimilenar de Braga, que atravessouépocas distintas, é detentora de umpatrimónio rico e variado detradições e costumes seculares, deartes antigas, marcadas profundamente pela presença doclero. Parte deste acervo está exposta nosmuseus, e é fruto de anos investigação e preservação.
OPalácio dos Biscaínhos convertido emmuseu, é um espaço onde se pode apreciar o quotidiano da nobreza setecentista.
Asartes, ao longo das últimas décadas, foram o tema principal para abertura de novos museus na cidade. OMuseu Nogueira da Silva, gerido pelaUniversidade do Minho, detém variadas colecções de arte. OMuseu Medina expõe a maior colecção de obras, mais de uma centena, deHenrique Medina. OMuseu dos Cordofones está ligado à arte doscordofones. Na área dafotografia, oMuseu da Imagem reúne uma vasto espólio herdado das antigas casas fotográficas da cidade sobre Braga e tem exposições regulares de fotógrafos conceituados. OTheatro Circo, reconstruído em 2006, possui também uma zona museológica.
A cidade de Braga possui um património de valor incalculável, mas só parte deste se encontra nos seus museus. Durante oséculo XX, com a extinção de váriosconventos, casas senhoriais, entre outros por parte do governo da época, deu-se a deslocalização deste espólio bracarense para vários museus deLisboa. Segundo o governo de então: "Braga não tinha condições para acolher e preservar este legado, mas se num futuro as possuísse, este seria devolvido à cidade". Actualmente a cidade já possui equipamentos para o seu acolhimento e é unânime entre os bracarenses que o mesmo deverá retornar a Braga.
OTheatro Circo, inaugurado em 1911, é a mais prestigiada sala de espectáculos bracarense. A sala principal doTheatro Circo, de estilo italiano, possui mil lugares e um dos melhores sistemas de som daEuropa.[72] OEspaço Alternativo,teatro daPortugal Telecom, e o Teatro de bolso do TUM (Teatro daUniversidade do Minho) são também salas de espectáculos ligadas aoteatro.
Ao longo das últimas décadas, face ao crescimento de cidade, foram construídos váriosauditórios. Estes teatros multiusos modernos têm um grande impacto nasociedade bracarense, não só como espaços culturais, mas também como espaços aptos para a realização de conferências, congressos, palestras e apresentações. Dos grandesauditórios bracarenses, destaca-se o Grande Auditório doForum Braga com 1454 lugares, o Auditório deEstádio Municipal de Braga e o Auditório A1 daUniversidade do Minho. Existem também outrosauditórios na cidade, que embora de menor dimensão têm grande actividade ao nível cultural, destes destaca-se oauditório daBiblioteca Lúcio Craveiro da Silva, o Auditório Municipal Galécia, o Auditório Instituto Português da Juventude, o Auditório Adelina Caravana do Conservatório de Música Calouste Gulbenkian, o Auditório do Museu D. Diogo de Sousa, o Auditório José Sarmento noConservatório Bomfim e os vários auditórios daUniversidade do Minho e daUniversidade Católica.
Ocinema São Geraldo, inaugurado em 1 de junho de 1950, uma das primeiras salas do país, com vocação exclusiva para a projeção de filmes, foi ao longo de décadas a sala decinema dos bracarenses. Estamítica sala está fechada. O antigo cinema vai ser requalificado num centro de Média Artes
Hoje em dia, os espaços a funcionar na cidade são os cinemasLusomundo com nove salas e o Cineplace Nova Arcada com 12 salas de cinema Stadium, três salas XPlace de grande formato e um espaço exclusivo Cineplace Blue Diamond.
Irmãos Roby — Monumento Comemorativo emgranito da autoria do escultor Zeferino Couto (com a forma do mapa de África) com altos relevos em bronze dos dois irmãos, na Avenida Central, inaugurado no dia 3 de Julho de 1955.
João Penha — Monumento Comemorativo com busto, no Largo João Penha (Largo do Rechicho).
Monumento evocativo à SantidadePapa João Paulo II — Situado na avenida Central, assinala a vinda do Papa a Braga em 1982. É constituído por três elementos: uma placa circular, um muro que significa a linha do olhar, e a cripta constituída por três pirâmides que significa os três sacro-montes de Braga (Bom Jesus,Sameiro e Falperra).
Monumento bimilenário de Braga — Comemoração dos dois mil anos da cidade de Braga.
Monumento a Santa Maria de Braga — Situa-se na avenida Porfírio da Silva, o monumento é constituído pela imagem embutida numa espécie de capela, e os brasões dos concelhos daArquidiocese de Braga.
Monumento aos Arcebispos de Braga — Localiza-se no Rossio da Sé.
Monumento evocativo àForça Aérea Portuguesa — Monumento oferecido pelaForça Aérea Portuguesa à cidade de Braga, nas comemorações dos 54 anos da instituição realizadas em Braga (2006). O monumento foi concebido sobre o lema "O querer voar", e simbolicamente "águia institucional e os três eixos fundamentais da vida:céu,mar eterra". Localiza-se na avenida General Carrilho da Silva Pinto, o General Carrilho da Silva Pinto foi um militar bracarense de grande honra naForça Aérea Portuguesa.
Monumento evocativo das seis vias romanas que saíam da Brácara Augusta — Localizado na praça de Santiago, junto aoMuseu Pio XII. Inaugurado em 30 de Maio de 2008. O monumento é uma réplica de ummarco miliário, emaço corten, produzida pelo arquitecto Pedro Nogueira.
Braga no tempo dosromanos era conhecida por ser a cidade com mais estradas na Península. Nessa época possuía uma via com características de auto-estrada, aGeira, projectada para ser um percurso rápido e sem grandes desníveis, tinha várias portagens ao longo do trajecto,albergues e troca decavalos (verdadeiras estações de serviço).[73] Muitos séculos mais tarde, a cidade volta a estar na vanguarda com a inauguração em 1875, peloRei D. Luís, dalinha e estação dos caminhos de ferro de Braga. Sete anos depois, em 25 de Março de 1882, é inaugurado também oElevador do Bom Jesus que juntamente com uma linha de um pequenocomboio a vapor ligava o elevador à avenida Central na cidade. Nessa época foi também introduzido oCarro Americano. Mais tarde, em 5 de Outubro de 1914, tanto a linha do pequenocomboio a vapor como oCarro Americano foram substituídos pelosElétricos de Braga.
Hoje a nível rodoviário a cidade possui um conjunto de largas avenidas que diluem o trânsito nas várias direcções, é de salientar a Rodovia (Praça do Condestável, avenida da Imaculada Conceição, avenida João XXI, avenida João Paulo II) que atravessa a cidade de Oeste para Este. Braga possui também uma circular importante que distribui o trânsito citadino. A circular conecta importantes vias: a via-rápida dePrado (variante àEN101) liga as populações a norte,Prado eVila Verde, a variante do Fojo liga a zona Este e posteriormente pelaEN103 àPóvoa de Lanhoso e aVieira do Minho, a sul conecta a variante àEN14 que liga àA11 paraGuimarães (e posteriormente todo o vale do Ave, vale do Sousa e Terras de Basto) e àA3 paraVila Nova de Famalicão ePorto, a Oeste liga aA11 paraBarcelos eApúlia (Esposende) e àA3 paraValença e Galiza. Está igualmente projectada a variante do Cávado que ligará as populações do Noroeste eAmares, e a variante deGualtar que ligará o novo hospital da cidade à zona Este ePóvoa de Lanhoso. Diariamente circulam milhares deautomóveis na circular urbana e variantes de acesso à cidade, o que resulta em alguns congestionamentos principalmente nas horas de ponta.
Na área dos transportes em massa, o município é servido pelos transportes públicosTUB. A TUB possui uma frota de 116 viaturas, de cor azul e branca. A rede cobre todo o município com 1553 paragens, e 277,6 km em 76 linhas onde anualmente se percorre 5.089 milhões de quilómetros com 22.556 milhões de passageiros.[74] Está previsto a curto prazo o alargamento desta rede aos municípios vizinhos deVila Verde eAmares.[75] Braga possui também uma central de camionagem junto à circular urbana, onde existem ligações regionais diárias para todoMinho, ocidente deTrás-os-Montes e Alto Douro, eDouro Litoral. Na central podem também ser encontradas ligações diárias pela rede Expresso e Renex para todo país e semanais para aEuropa.
A nível de transportes aéreos possui umaeródromo,[76] constituído por umheliporto e uma pista (950x25 metros) utilizada por aviões com capacidade máxima de 25 passageiros. Os aeroportos internacionais mais próximos são:Aeroporto Francisco Sá Carneiro (50 km),Aeroporto da Portela (350 km), e na vizinhaGaliza o Aeroporto deVigo (125 km)
A população economicamente activa em 2001 foi 51,9%, ou seja, 85 194 indivíduos. Distribuído nos seguintes sectores: 893 indivíduos nosector primário, 31 374sector secundário, 47 031sector terciário dos quais 24655 indivíduos estavam ligadas a actividades económicas.
Osector primário, tem vindo a diminuir gradualmente devido à expansão urbana. Hoje subsistem asviniculturas,floricultura, empresas ligadas àfloresta eextracção de pedra, aagricultura tradicional é algo em vias de extinção, uma vez que se limita a ser uma actividade caseira e é mantida essencialmente por pessoas de idade avançada.
Osector secundário é bastante diversificado, mas é marcado por empresas ligadas àtecnologia, à indústriametalúrgica, àconstrução civil e à transformação demadeira. A indústria dosoftware é a nova força industrial Bracarense, considerada por muitos aSilicon Valley Portuguesa. Este sucesso deve-se especialmente àUniversidade do Minho, que desde 1976 forma profissionais nesta área. Também são importantes as indústrias ligadas àreligião, Braga é um importante centro produtor de imagens de santos, paramentaria e sinos. Os sinos de Braga estão espalhados um pouco por todo o mundo, de todos esses locais destaca-se, por exemplo, aCatedral de Notre-Dame de Paris.
Existem vários parques industriais e centros empresariais na periferia da cidade, tais como Complexo Grundig/Blaupunkt, centro empresarial deFerreiros, centro empresarial e parque industrial deFrossos, centro empresarial e parque industrial deCeleirós e parque industrial deAdaúfe. Com a construção em Braga doLaboratório Ibérico Internacional de Nanotecnologia (INL) (ver Investigação & Tecnologia) e a implantação doInstituto de Desenvolvimento Empresarial do Atlântico, empreendimento daIdeia Atlântico, onde estão a instaladas várias dezenas empresas de base tecnológica, prevê-se um grande impulso no crescimento deste sector na economia bracarense.
Rua do Souto
Osector terciário é o sector económico mais forte, razão pela qual Braga é designada como acapital do comércio em Portugal. Do seu Centro Histórico foi retirado o trânsito e pode desfrutar-se da maior área pedonal do país, onde convivem lado a lado as esplanadas, os serviços, o comércio local e as lojas das grandes cadeias internacionais, formando todo este conjunto um centro comercial gigante ao ar livre. Na periferia da cidade existe uma enorme variedade de superfícies comerciais, que vão desde os comuns hipermercados e lojas, às mega-lojas de música e filmes, electrodomésticos, bricolage e construção, entre outros. Está também implantado emCeleirós oMercado Abastecedor da Região de Braga(MARB).
AAssociação Comercial de Braga é relevante no apoio e desenvolvimento das empresas Bracarenses e empresas da região doMinho. Já oPME Portugal (Associação das Micro, Pequenas e Médias Empresas de Portugal) é uma associação, sedeada em Braga, de apoio às micro, pequenas e médias empresas, a nível nacional. OForum Braga com 45 000 m² oferece infra-estruturas para feiras, exposições e congressos a nível nacional e internacional.[carece de fontes?]
Ainvestigação e atecnologia são áreas em franco desenvolvimento na cidade de Braga. Desde a criação daUniversidade do Minho, instituição que se tem destacado pela sua juventude e inovação, a cidade de Braga passou de cidade conservadora, a cidade dinâmica, criativa e tecnologica. Tal facto obrigou à criação de grandes infraestruturas de suporte, nomeadamente redes defibra óptica (Braga possui actualmente a mais extensa rede defibra óptica do país[carece de fontes?]) e parques tecnológicos. Estando em fase de implementação o projectoTechValley, que inclui a construção de um parque tecnológico de excelência para Braga, na região estão previstos ainda mais dois parques nas proximidades desta cidade, oParque da Inovação e Conhecimento[80][81][82] (Vila Verde) a Norte, e oAvePark (Caldas das Taipas) a Sul, todos em parceria com aUniversidade do Minho.
Do projectoTechValley, destaca-se ainda oInstituto de Desenvolvimento Empresarial do Atlântico, empreendimento daIdeia Atlântico, localizado na Variante do Fojo, que contem várias valências, entre elas um Centro de Incubação, um Centro de Negócios, uma infra-estrutura de Escritório Virtual e um espaço onde estão alojadas várias dezenas de empresas de Base Tecnológica[carece de fontes?]. A Agência Portuguesa de Investimento classificou-o como Projecto de Interesse Nacional (PIN), o primeiro da região[carece de fontes?].
A cidade de Braga é considerada por muitos como aSilicon Valley Portuguesa[83] devido às inúmeras empresas ligadas aosoftware, algumas delas de grande renome como aPrimavera Software (empresa portuguesa líder na produção de software em Portugal[84] e entre as 500 empresas europeias com maior potencial de crescimento[85][86]),Mobicomp (empresa portuguesa líder no desenvolvimento de soluções de negócio assentes em tecnologias de computação e comunicações móveis[87]) ou aEdigma (empresa portuguesa líder na gestão de projectos digitais e interactividade[88]). Existem também grandes centros tecnológicos e de investigação noutras áreas, aBOSCH CM Portugal, que é a maior fábrica de produção de auto-rádios, sistemas de navegação e derivados daEuropa, está nas dez maiores empresas exportadoras nacionais, é também um grande centro de investigação e desenvolvimento de engenharia electrónica. Esta unidade daBOSCH CM desenvolve todos os seus produtos desde o protótipo até ao produto final, ou seja desde do layout da placa de circuito impresso (PCB) até ao design do produto. ACachapuz, do Grupo Bilanciai, é também uma empresa de excelência em termos de desenvolvimento e inovação. O Grupo Bilanciai é o maior grupo mundial de balanças e sistemas de pesagens. O maior grupo português dealumínios,[88] oGrupo Navarra, em homenagem àfreguesia que viu crescer a empresa, é um importante grupo que aposta na investigação e no progresso tecnológico no seu sector. Estas empresas, como muitas outras, são omotor da tecnologia e investigação privada na cidade de Braga.
A média do nível de ensino na cidade de Braga é superior ao nível nacional. Em 2001 44% da população tinha pelo menos o nono ano (escolaridade mínima obrigatória). Com o nível de ensino superior existiam 23 660 indivíduos (14%), com uma superioridade feminina. A percentagem com menos do nono de escolaridade era de 64%, é de relembrar que 19% da população tinha menos de catorze anos. O analfabetismo em 2001 foi de 5% (8 286 indivíduos), menos 1,9% que em 1991.
Ao nível superior, a cidade possui duas grandes universidades:
Universidade Católica Portuguesa — Esta universidade nasceu em Braga em 1967 e foi a primeira Escola Superior não estatal a conferir graus Académicos de licenciatura e doutoramento em Portugal. Braga foi também a sede da primeira escola particular do território que havia de ser Portugal. Já em 1072, segundoAvelino de Jesus da Costa, havia um mestre-escola para ensinar os alunos que quisessem acorrer à Escola do Cabido que funcionava junto daSé de Braga. É nesta tradição que se coloca a mais prestigiada instituição privada de ensino superior em Portugal.[carece de fontes?]
Seminário Arquidiocesano
Universidade do Minho — Foi fundada em Braga em 1973 e iniciou a sua actividade académica em 1975/76. É uma das então denominadas "Novas Universidades", que mudaram profundamente o cenário do ensino superior Português. Esta instituição, tem-se distinguido ao longo da sua História também pela singularidade das suas tradições académicas. Os estudantes desta universidade envergam um Traje Académico próprio, designado por "tricórnio" (nome que vem do chapéu que lhe pertence). De origem seiscentista, este traje encontra-se retratado em painéis de azulejos sobre a vida estudantil bracarense, no edifício que alberga actualmente a reitoria da UM, noLargo do Paço em Braga. O privilégio do seu uso foi concedido na época pelo Rei, aos estudantes do extinto colégio S. Paulo de Braga. Estas vestes são compostas por sapatos pretos lisos, meias pretas, bermudas, camisa, casaco, capa e chapéu tricórnio.
A cidade possuiu uma longa tradição na formação de pilotos de aeronaves. O Aero Club de Braga, desde a sua fundação em 1935, forma pilotos de aeronaves e pára-quedistas.[89] É uma instituição com uma longa história e com grande contributo para a aviação em Portugal.
Ao nível do ensino básico, secundário e profissional destacam-se também várias instituições de prestígio:
A Academia Bracarense é uma reputada escola de moda a nível nacional. A academia participa em várias feiras, campeonatos, salões de moda internacional, como oSalon Prêt a Porter de Paris (a maior e mais conceituada feira mundial de moda) ou oMondial Coiffure Beauté de Paris (maior campeonato mundial de cabeleireiros e estética).
OLiceu Nacional Sá de Miranda, que marcou o ensino secundário noséculo XX, designado hoje em dia comoEscola Secundária Sá de Miranda, foi durante grande parte dadécada de noventa a maior escola do país, com mais de seis mil alunos. A cidade tem no total sete escolas secundárias públicas e algumas escolas privadas.
Existem também várias Escolas Profissionais tuteladas pelo Ministério da Educação, a EsproMinho-Escola Profissional do Minho, a Escola Profissional Profitecla, a Escola Profissional Europeia e a Escola Profissional de Braga.
Ao nível de equipamentos tutelados pelo IEFP (Instituto de Emprego e Formação Profissional) destaca-se oCentro de Formação Profissional de Braga, mais conhecido por Mazagão.
Ao nível de equipamentos de ensino básico o município está também estrategicamente bem equipado. Conta com treze escolas EB 2,3, noventa e uma escolas do primeiro ciclo e sessenta e três estabelecimentos de ensino pré-escolar.
Em termos de ensino privado, as escolas mais conhecidas são o Colégio João Paulo II, Externato Infante D. Henrique, oColégio Dom Diogo de Sousa, e o Externato Paulo VI.
O Município de Braga tem também à disposição da população os seguintes equipamentos educativos:
Escola de Educação Rodoviária — A Escola Rodoviária de Braga foi criada com o objectivo de sensibilizar os mais jovens para os perigos da sinistralidade, nas vertentes preventiva e formativa.
Quinta Pedagógica de Braga — A Quinta Pedagógica de Braga é uma antiga quinta tradicional minhota, com cerca de dois hectares e meio, que foi reestruturada com o objectivo de reforçar a educação ambiental e o consequente contacto do Homem com a natureza. Esta estrutura tem equipamentos nas áreas dapecuária, agrícola tradicional e vitivínicola. Possui também umbosque, um parque de merendas, uma área de confecção alimentar e um laboratório de experiências ambientais.
Irmã Maria Estrela Divina foi uma religiosa terciária, nasceu a 4 de Agosto de 1904 e morreu a 5 de Outubro de 1961. Encontra-se sepultada naSé de Braga.
Irmãos Roby foram dois irmãos que morreram nas campanhas de pacificação deÁfrica no início doséculo XX.
João Peres de Aboim,Aboim da Nóbrega,Vila Verde, trovador e uma das figuras de maior relevo político na época de D. Afonso III de quem foi seu valido. Foi sub-signifer de 1250 a 1255, mordomo da rainha em 1254 a 1259, mordomo-mor entre 1264 e 1279, tenente de Ponte de Lima em 1259, e de Évora ou do Alentejo de 1270 até 1284.
Gualdim Pais,Amares, Grão-Mestre da Ordem dos Templários em Portugal, no tempo de Afonso Henriques, fundou a cidade de Tomar, os Castelos de Almourol, de Idanha, de Monsanto e de Pombal.
Francisco de Campos de Azevedo Soares,Coucieiro,Vila Verde, foi um político e juiz português. Presidente da Câmara Municipal de Braga (1856 a 1857), Governador Civil do Distrito em 1862, Conselheiro de Sua Majestade foi elevado à Grandeza, como 1.º Conde de Carcavelos em 1889.
Não nascidos em Braga, mas com relevo na cidade de Braga
António Nogueira da Silva, comerciante filantrópico foi feito cidadão honorário da cidade. Entre outras coisas financiou a requalificação e o fim das obras daBasílica dos Congregados e foi co-fundador da Universidade Católica. Apos a sua morte a sua casa, juntamente com a sua vasta coleção de bens, tornou-se naCasa Museu Nogueira da Silva.
Alguns dos principais clubes desportivos de Braga são oSporting Clube de Braga, oHóquei Clube de Braga e oAcadémico Basket Clube. Internacionalmente, Braga é conhecido pela equipa de futebol do Sporting de Braga, devido às constantes participações da equipa nas competições europeias. Para além deste, Braga tem também outros clubes de futebol, mas de menor dimensão. A seleção amadora de futebol de Braga conquistou em 2011 aTaça das Regiões da UEFA, juntando-se assim àTaça Intertoto de 2007 conquistada pelo Sporting de Braga no conjunto dos títulos internacionais conquistados pelas equipas de futebol do município. A cidade também possui aAssociação de Futebol de Braga.
Para além do futebol, Braga tem equipas e associações de outras modalidades como o hóquei, basquetebol, andebol, atletismo, entre outros.
Alves, Adalberto (2014).Dicionário de Arabismos da Língua Portuguesa. Lisboa: Leya.ISBN9722721798
Silva, Libório Manuel (2016).Sé de Braga – Nove Séculos de História / Braga Cathedral – Nine Centuries of History. V. N. Famalicão: Centro Atlântico.ISBN9789896152017
Silva, Libório Manuel (2015).Azulejo em/in Braga – O Largo Tempo do Barroco / The Baroque Period. V. N. Famalicão: Centro Atlântico.ISBN9789896152116
Oliveira; Silva, Eduardo Pires de; Libório Manuel (2014).Braga de/by André Soares. V. N. Famalicão: Centro Atlântico.ISBN9789896151942
↑Nestas judiarias tiram vivido, entre 1466 e 1509, 52 judeus, provavelmente de origem galega, devido ao sobrenome comum que utilizavam em registos do tabelião.
↑A sua característica provincial ainda é discutida na historiografia, juntamente com a sua possível designação somente de Sínodo.
↑«Pera melhor proveitamento da cidade mandou fazer no Castello a alfandega com apossentos, & separação bastante pera que os mercadores de fora podessem agazalharsse aly, & suas fazendas , sem pagarem outros direitos maes que o alluguer dos pezos, & medidas [...]».
↑Topografia e urbanismo fundacional deBracara Augusta, Manuela Martins UMinho; UAUM; Lab2PT, Maria do Carmo Ribeiro UMinho; UAUM; Lab2PT, Jorge Ribeiro Bolseiro de pós doc FCT; UMinho; Lab2PT, Ricardo Mar Universidade Rovira i Virgili, Tarragona, editeur servizo de Publicacións da Deputación de Lugo
↑ Topografia e urbanismo fundacional de Brácara Augusta, Manuela Martins UMinho; UAUM; Lab2PT, Maria do Carmo Ribeiro UMinho; UAUM; Lab2PT, Jorge Ribeiro Bolseiro de pós doc FCT; UMinho; Lab2PT, Ricardo Mar Universidade Rovira i Virgili, Tarragona, editor servizo de Publicacións da Deputación de Lugo
↑Carvalho, Helena (2019). lab2PT, ed.A Centuriação do Território de Bracara Augusta. [S.l.: s.n.]ISBN978-989-8963-32-1
↑Urbanismo e Arquitectura em Bracara Augusta. Balanço dos contributos da Arqueologia Urbana, Maria Manuela Martins, Simulacra Romae Bracara Augusta
↑História Natural de Plínio, o Velho, livro III, IV, 28. "Simili modo Bracarum XXIIII civitatesCCLXXXV capitum, ex quibus praeter ipsos Bracaros Bibali, Coelerni, Callaeci, Equasei, Limici, Querquerni citra fastidium nominentur. "
↑abcRui, Morais (2005). UAUM (Unidade de Arqueologia da Universidade do Minho) em parceria com o NARQ (Núcleo de Arqueologia da Universidade do Minho), ed.Autarcia e Comércio em Brácara Augusta Contributo para o estudo económico da cidade no período Alto-Imperial. Braga: [s.n.]
↑"Francorum gentes direpta Gallia Hispaniam possiderent vastato ac paene direpto Tarraconensium oppido ...", "Tendo os francos saqueado a Gália, eles tomaram posse da Espanha, tendo devastado e quase saqueado a cidade de Tarragona..."Sexto Aurélio Vítor, emLiber de Caesaribus, XXXIII, Licinius Gallienus
↑"Germani usque ad Hispanias penetraverunt et civitatem nobilem Tarraconem expugnaverunt ...", "Os germanos penetraram até a Espanha e tomaram a famosa cidade de Tarragona"Eutrópio emBreviário da História Romana, livro IX, 8
↑abcdMarques, António Henrique R. de Oliveira (1997).História de Portugal. 1: Das origens ao renascimento 13. ed., ed. revista e actualizada ed. Lisboa: Ed. Presenca. p. 43-44.ISBN9789722322546
↑Nunc fraternitatis tuae animum ad servandos canones et tenenda decretalia constituta magis ac magis incitamus, ut haec quae ad tua rescripsimus consulta, in omnium coepiscoporum nostrorum perferri facias notionem, et non solum eorum qui in tua sunt dioecesi constituti, sed etiam ad universos Carthaginenses ac Baeticos, Lusitanos atque Gallicios, vel eos qui vicinos tibi collimitant hinc inde provinciis, haec quae a Nobis sunt salubri ordinatione disposita, sub litterarum tuarum prosecutione mittantur.Enchiridion Symbolorum editado por Denzinger‐Schonmetzer, 1962, nº. 184. Tradução: "Agora sempre mais estimulamos a disposição de ânimo de Tua Fraternidade a observar os cânones e a manter os decretos estabelecidos, no sentido, de que, quanto temos dado por resposta à tua consulta, tu o faças chegar ao conhecimento de todos os nossoscorebispos, e não só dos que estão constituídos em tua diocese; mas também a todos os bispos cartagineses e béticos, lusitanos e galícios, ou seja, aos bispos das províncias vizinhas da tua, seja mandado, acompanhando uma carta tua, tudo quanto por Nós em salutar disposição foi estabelecido" emBlog Ofício Católico
↑’’Wandali Suevorum obsidione dimissa, instante Asterio Hispaniarum comite, sub vicario Maurocello, aliquantis Bracarae in exitu suo occisis, relicta Gallaecia ad Baeticam transierunt’’. Crónica do bispoIdácio de Chaves
↑In tempore sueborum, El tiempo do los Suevos en la Gallaecia, Jorge López Quiroga y Artemio Manuel Martínez Tejera, Deputación Provincial de Ourense, 2017
↑abcA Basílica paleocristã e o edifício palatino de Sta. Marta das Cortiças (Falperra): As escavações de F. Russell Cortez e de J. J. Rigaud de Sousa, de Mário J. Barroca, Andreia Arezes, Rui Morais
↑Wace, Henry; Piercy, William Coleman, eds. (2014).A dictionary of early Christian biography: and literature to the end of the sixth century A.D.; with an account of the principal sects and heresies. Peabody, Mass.: Hendrickson Publ. p. 1263-1264.ISBN978-1619702691
↑’’Mox Hispanias rex Gothorum Theudoricus cum ingenti exercitu suo, et cum voluntate et ordinatione Aviti imperatoris ingreditur. Cui cum multitudine Suevorum rex Rechiarius occurrens duodecimo de Asturicensi urbe milliario, ad fluvium nomine Urbicum, tertio nonas Octobris die, sexta feria inito mox certamine superatur: caesis suorum agminibus, aliquantis captis, plurimisque fugatis, ipse ad extremas sedes Gallaeciae plagatus vix evadit ac profugus. Theudorico rege cum exercitu ad Bracaram extremam civitatem Gallaeciae pertendente, quinto kal. Novemb. die dominico, etsi incruenta, fit tamen satis moesta et lacrymabilis ejusdem direptio civitatis. Romanorum magna agitur captivitas captivorum, sanctorum basilicae effractae, altaria sublata atque confracta, virgines Dei exin quidem adductae, sed integritate servata, clerus usque ad nuditatem pudoris exutus, promiscui sexus cum parvulis, de locis refugii sanctis populus omnis abstractus, jumentorum, pecorum, camelorumque horrore locus sacer impletus, scripta super Jerusalem ex parte coelestis irae revocavit exempla.II. Rechiarius ad locum qui Portucale appellatur, profugus regi Theudorico captivus adducitur: quo in custodiam redacto, caeteris qui de priore certamine superfuerant, tradentibus se Suevis, aliquantis nihilominus interfectis, regnum destructum et finitum est Suevorum ... In conventus parte Bracarensis latrocinantum depraedatio perpetratur.’’ Cronica de Idácio
↑Joseph-Maria Piel, "Os nomes germânicos na toponímia portuguesa"
↑José Carlos Gonçalves Peixoto, Mestre em Ciências da Educação; Professor; Coordenador do Departamento de Ciências Sociais e Humanas.«História por um canudo». Consultado em 2 de novembro de 2021 !CS1 manut: Nomes múltiplos: lista de autores (link)
↑ Frei Leão de S. Tomás, em Benedita Lusitana: «A uma légua da cidade de Braga, para o lado Norte, estiveram antigamente uns Paços e casas de prazer do Rei Teodomiro entre os grandes de Sobrado e Mire vizinhos ao Rio Cávado (...). Perto destes Paços do rei, em lugar mais alto e eminente à vista do mesmo rio, ficava um sítio retirado e solitário que a S. Martinho Dumiense pareceu muito acomodado, para nele se fundar um Mosteiro de Monges. (...) O rei como era tão pio mandou logo se edificasse e se dedicasse a S. Martinho Turunense, de quem era devotíssimo devoto...»
↑abA Capela de S. Frutuoso– Elementos para o seu estudo e compreensão. Rui Ferreira, Doutorando em Estudos Culturais pela Universidade do Minho, Braga, 2012
↑Coelho Borges, António (1989).Portugal na Espanha Árabe vol.1. Lisboa: Caminho.ISBN9789722104104
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↑abA evolução da paisagem urbana de Braga desde a época romana até a Idade Moderna. Síntese de resultados, Maria do Carmo Ribeiro, professora auxiliar do Departamento de História UM