Iéltsin foi responsável pela transformação da economiasocialista daRússia em uma economia demercado, implementando a chamada "terapia de choque", com programas deprivatizações eliberalização econômica. Graças aos meios como foi conduzido este processo, uma grande parcela da riqueza nacional caiu nas mãos de um restrito grupo de milionários, que ficariam conhecidos como"oligarcas russos".[4] A era Iéltsin foi marcada pelacorrupção excessiva e generalizada,inflação,colapso econômico e enormes problemas políticos e sociais que afetaram a Rússia e também as demais repúblicas da União Soviética.Alexander Rutskoi, opositor de Iéltsin, denunciou as reformas do adversário, considerando-as um "genocídio econômico".[5]
Iéltsin é lembrado, principalmente, pelas suas várias reformas políticas, sociais e econômicas daRússia, as diversas situações constrangedoras decorrentes de seualcoolismo e o seu papel como líder da oposição, tendo sido ele um dos mais notáveis políticos favoráveis à independência da Rússia, uma república então controlada pela União Soviética.
Um dos eventos mais memoráveis de seu governo foi aCrise Constitucional de 1993. OLegislativo russo era contrário às reformasneoliberais impostas por Iéltsin, tornando-se um empecilho para o presidente. Em 21 de setembro, Iéltsin dissolve o parlamento, que se rebela, e anuncia oimpeachment de Iéltsin, proclamandoAlexander Rutskoi, chefe do parlamento, como novo presidente. O parlamento ganha apoio do povo, que passa a protestar contra o governo de Iéltsin. No mês seguinte, a situação se intensifica, e Iéltsin ordena a invasão daCâmara Branca, sede doSoviete Supremo, terminando com a explosão do edifício, resultando na morte de 187 pessoas e prisão dos líderes da oposição. Iéltsin então baniria temporariamente a oposição russa e anularia a Constituição soviética de 1978, estabelecendo uma nova Constituição, possibilitando a continuação de suas reformas econômicas. Segundo a antiga Constituição, anulada por Iéltsin.
A anulação do artigo acima alteraria profundamente o ambiente político russo, que sairia de um sistemaparlamentarista de poderes balanceados para entrar, radicalmente, em um regimesemipresidencialista sob forte influência do poderExecutivo.
Boris Iéltsin era casado com Naina Iéltsina, com quem teve duas filhas, Elena e Tatiana, nascidas em 1957 e 1958, respectivamente. O corpo de Iéltsin repousa no famosocemitério de Novodevitchi, diferentemente dos demais líderes russos, sepultados namuralha do Kremlin.
Boris Iéltsin nasceu na vila deButka, noÓblast de Sverdlovsk, naUnião Soviética, em 1 de fevereiro de 1931. Em 1932, após a estatização da propriedade agrícola de sua família, Iéltsin se mudou com a família paraKazan, a mais de mil quilômetros deSverdlovsk, onde seu pai trabalhou naconstrução civil, mesma área em que Iéltsin começou a carreira. Em 1934, Nikolai Iéltsin, pai de Boris, foi enviado para osGulags por três anos, por conta de suas agitaçõesantissoviéticas. Após cumprir dois anos de pena, sua libertação veio em 1936, e Nikolai levou sua família aoÓblast de Perm.
Boris Iéltsin estudou emPerm. Nesta época, perdeu o dedo indicador e o polegar de sua mão esquerda, quando tentou estourar umagranada que havia roubado com seus amigos em um quartel doExército Vermelho. Em 1949, Iéltsin ingressou noInstituto Politécnico do Ural, emSverdlovsk, graduando-se emconstrução civil em 1955.
Em 1963, foi promovido a engenheiro chefe, e dois anos mais tarde, passou a chefiar a diretoria responsável pelas instalações deSverdlovsk. Em 1968, passou a fazer parte daNomenklatura, ao ingressar no comitê de desenvolvimento industrial. Em 1976, oPartido Comunista promoveu Iéltsin para a chefia do comitê doÓblast de Sverdlovsk, tornando-se chefe de uma das regiões industriais mais importantes do país. Exerceu o cargo até 1985.
Com a morte deKonstantin Chernenko, oPCUS elegeuMikhail Gorbatchov o novo líder daUnião Soviética. O primeiro passo de Gorbatchov seria reanimar a economia soviética, mesmo sabendo que tal tarefa seria impossível de ser realizada sem antes reformar as estruturas políticas e sociais do país. Em 4 de abril de 1985, Iéltsin foi convocado porEgor Ligatchov, conhecido líder político, para que assumisse a chefia do departamento de construção civil dentro doComitê Central do partido. Em menos de três meses, Iéltsin foi promovido à secretaria de construção civil, tornando-se figura importante na capital.
Em 23 de Dezembro de 1985,Gorbatchov apontou Iéltsin como o primeiro-secretário do Partido Comunista emMoscou, um cargo semelhante ao de prefeito da cidade. Em 1986, Iéltsin foi convidado a ingressar noPolitburô. Durante sua participação, Iéltsin mostrou-sereformista epopulista. Ele tornou-se popular em Moscou por demitir oficiais corruptos dentro do partido.
Iéltsin era o líder da ala liberal. Em 1989, foi eleito para oparlamento.
Em 10 de setembro de 1987, após uma discordância com olinha-duraEgor Ligatchov, por ter permitido protestos nas ruas deMoscou, Iéltsin enviou uma carta de renúncia aMikhail Gorbatchov, que estava em férias noMar Negro. Quando o presidente recebeu a carta, ele se surpreendeu, já que ninguém em toda a história daUnião Soviética havia renunciado a um cargo do alto escalão doPolitburô.Gorbatchov pediu para que Iéltsin ponderasse, mas em 27 de outubro, frustrado por Gorbatchov não ter atendido aos seus pedidos na carta, Iéltsin fez um discurso expressando seu descontentamento tanto com a demora no processo de reformas sociais quanto às atitudes políticas deLigatchov, segundo-secretário do partido, e Gorbatchov,primeiro-secretário. Essa foi a primeira vez que um membro do Politburô fez críticas públicas tão agressivas à chefia do partido.[6] Em sua réplica,Gorbatchov acusou Iéltsin de "imaturidade política" e "irresponsabilidade absoluta". Ninguém, dentro doComitê Central do partido apoiou a postura de Iéltsin.
As críticas de Iéltsin foram logo divulgadas como um novo "discurso secreto", como aquele em queNikita Khrushchov criticou seu antecessor,Josef Stalin. Essa onda de rumores fez com que a reputação rebelde de Iéltsin crescesse, tornando-lhe uma das principais figuras da oposição. Em 11 de novembro de 1987, Mikhail Gorbatchov empreendeu um novo ataque a Iéltsin, confirmando sua demissão do comitê em Moscou. Dois dias antes, Iéltsin fora internado por conta de uma possível tentativa desuicídio, com lesões profundas no peito.[7]
A partir de então, Iéltsin caiu em desgraça com o partido. Seu cargo na chefia do departamento de construção civil foi retirado, e em 24 de fevereiro, ele perdeu sua cadeira no Politburô. Com argumentos bem formados, Iéltsin foi capaz de apresentar os pontos mais fracos do governo de Gorbatchov, aumentando o seu apoio popular.
As críticas de Iéltsin sobre o governo levaram a uma intensa campanha contra ele, que denunciava principalmente o comportamento excêntrico de Iéltsin. Em uma das edições doPravda, Iéltsin foi acusado de estar bêbado durante um encontro nosEstados Unidos, fatos que foram aparentemente confirmados por imagens de seu discurso. A campanha do governo, por outro lado, foi por água abaixo, visto que a insatisfação com o governo era tão grande, que as críticas a Iéltsin só lhe aumentaram a reputação.
Em 26 de março de 1989, Iéltsin foi eleito deputado porMoscou, com uma importante parcela de 92% dos votos, e três dias mais tarde, conquistou uma cadeira noSoviete Supremo. Em 19 de julho de 1989, Iéltsin anunciou a formação de uma facção radical a favor de reformas.
Em 29 de maio de 1990, Iéltsin foi eleito o chefe doSoviete Supremo daRSFS da Rússia, apesar das ameaças deMikhail Gorbatchov aos senadores, para que eles não elegessem Iéltsin. Mesmo assim, o apoio prevaleceu tanto por parte dosconservadores como dosdemocratas. A eleição de Iéltsin culminou em um conflito entre aUnião Soviética e aRússia. Em 12 de junho de 1990, o congresso russo adotou uma declaração de soberania. No mês seguinte, Iéltsin se retirou doPartido Comunista em um discurso dramático perante diversos membros do partido, incluindo os governistas e oslinhas-duras, em meio a gritos de"Vergonha!" e aplausos.[8]
Em 12 de junho de 1991, Iéltsin venceu as eleições para presidente daRSFS da Rússia com 57% dos votos, derrotando o candidato apoiado porMikhail Gorbatchov, ocomunistaNikolai Rizhkov, que conseguiu apenas 16% dos votos. Durante a campanha, Iéltsin criticou a "ditadura do centro", mas não sugeriu a introdução de umaeconomia de mercado, e ao contrário, disse que seria sensato quanto a mudanças econômicas, por conta dainflação. Iéltsin tomaria posse em 10 de julho.
Em 18 de agosto de 1991, os membros do governo soviético, contrários àperestróika, iniciaram umgolpe de estado frustrado para derrubar o presidente soviético,Mikhail Gorbatchov, defensor das reformas, e o presidente russo, Boris Iéltsin, cujo objetivo era tornar aRússia independente daURSS.Gorbatchov se isolou naCrimeia, enquanto Iéltsin foi àCâmara Branca, prédio doSoviete Supremo daRússia, para deter os golpistas e fazer um discurso memorável do topo de umtanque de guerra. O edifício foi cercado pelo exército, mas por conta do grande número de pessoas reunidas, as tropas desistiram do cerco. Em 21 de agosto, a maioria dos líderes do golpe fugiram deMoscou e Gorbatchov voltou da Crimeia para a capital. A atitude de Iéltsin, que se envolveu no calor da batalha, diferentemente de Gorbatchov, que nem sequer estava em Moscou, fez com que Iéltsin fosse fervorosamente enaltecido pelos seus seguidores, tornando-se um ícone de resistência ao golpe de estado frustrado.
Apesar de voltar ao posto, Gorbatchov foi politicamente derrotado com o triunfo de Iéltsin. Com a independência daRússia, principal república e sustentáculo daUnião Soviética, Gorbatchov perdeu todo o controle que detinha sobre o país. Iéltsin então passou a se apropriar de tudo que fazia parte da estrutura soviética, desde os ministros até o próprioKremlin. Em 6 de novembro de 1991, Iéltsin assinou um decreto proibindo qualquer atividade doPartido Comunista em solo russo.
Em 8 de dezembro, Iéltsin se encontrou com os presidentes daBielorrússia,Stanislav Shushkevitch, e daUcrânia,Leonid Kravtchuk, os chefes de dois países que acabavam de se tornar independentes daUnião Soviética, ainda em 1991. No encontro, foi assinado oPacto de Belaveja, que anunciava a dissolução daUnião Soviética e a formação daComunidade dos Estados Independentes, aCEI. De acordo com Mikhail Gorbatchov, Iéltsin teria mantido a ideia do pacto em segredo, pois o principal motivo para dar fim àURSS seria para que Iéltsin se livrasse de Gorbatchov. O então presidente soviético também afirmou que Iéltsin havia violado o desejo popular noReferendo de 1991, em que a maioria do povo votou para que aUnião Soviética continuasse existindo como estado.
Em 24 de dezembro, após uma conversa com Iéltsin, na qual Gorbatchov aceitava dissolver oficialmente a União Soviética, aFederação Russa herdou o assento da União Soviética naONU.
No final de 1991, Iéltsin favoreceu os especuladores e instituições estrangeiras, como oBanco Mundial, oFMI e até mesmo oDepartamento do Tesouro dos Estados Unidos, que nosanos 1980 haviam desenvolvido técnicas de recuperação econômica para economias em transição. Essas políticas ficaram conhecidas como"Consenso de Washington", e mais particularmente no caso daRússia, como"terapia de choque", por conta das duras penas que os russos sofreram durante este período. Essas reformas políticas possibilitaram queYegor Gaidar (1956-2009), um jovem economista russo favorável a reformas radicais, entrasse no alto escalão de Iéltsin.
Em 2 de janeiro de 1992, Iéltsin, que também tinha os poderes deprimeiro-ministro, ordenou a liberalização do comércio exterior, dos preços e damoeda. Ao mesmo tempo, Iéltsin seguiu uma política deestabilização macroeconômica, caracterizada por uma rígidaausteridade para o controle dainflação. Sob os programas de Iéltsin, as taxas de juros aumentaram para níveis altíssimos para ajustar a moeda e restringir ocrédito. Para balancear o gasto e a receita do país, Iéltsin aumentou os impostos violentamente, cancelousubsídios do governo à indústria e construção e fez duros cortes naprevidência.
O resultado foi a subida dos preços em toda aRússia e o crédito restrito resultou na falência de diversas indústrias, culminando em umadepressão econômica. As reformas devastaram os padrões de vida de boa parte da população, principalmente aqueles dos grupos dependentes de subsídios e da previdência, como osaposentados, que após anos de trabalho sob aURSS não puderam gozar da aposentadoria. Com o passar dos anos, oPIB daRússia caiu 50%, diversos setores da economia foram varridos do mapa, adesigualdade social e odesemprego cresceram dramaticamente, enquanto a receita caía. Ahiperinflação, causada pelas perdas do banco central russo fez desaparecer milhões derublos em poupanças pessoais, e dezenas de milhões de russos caíram na pobreza.[9]
Em 1992, Iéltsin lutava contra oSoviete Supremo, oparlamento daRússia, pelo controle das propriedades governamentais. Com o passar dos meses, o porta-voz doSoviete Supremo, Ruslan Khasbulatov, anunciou que a assembleia era contra as reformas, apesar do clamor popular pelos objetivos de Iéltsin em geral. Em dezembro, os senadores se uniram para deporYegor Gaidar do posto deprimeiro-ministro, que foi apontado pelopresidente, em um posto que deve ser eleito pelos parlamentares. Na mesma sessão, Valeri Zorkin, chefe da Corte Constitucional, vetou um acordo que incluía adotar um referendo nacional por uma nova Constituição, estabelecer a participação de Iéltsin na escolha dochefe-de-governo e a proibição do parlamento em aplicar emendas constitucionais, que supostamente impossibilitavam o balanço de poder entre os poderesLegislativo eExecutivo. Em 14 de dezembro, o parlamento aceitouViktor Chernomyrdin como primeiro-ministro. Chernomyrdin era visto pela oposição como uma figura comprometida e, diferentemente deGaidar, imparcial em relação a Iéltsin.
O conflito se intensificaria com um discurso de Iéltsin, no qual o presidente anunciava que assumiria certos "poderes especiais" para implementar suas reformas. Em resposta, o parlamento convocou um congresso para depor Iéltsin da presidência através de umimpeachment, em 26 de março de 1993. Os adversários de Iéltsin conseguiram mais de 600 votos, mas perderam por conta de 72, que completariam os 2/3 de votos necessários para a declaração. No decorrer de julho de 1993, uma guerra de poderes se desenvolveu naRússia, mas tudo indicava que a situação não permaneceria daquela forma por muito tempo.
Em 13 de agosto de 1993, o jornalIzvestia lançou a seguinte manchete:
"O Presidente assina decretos como se não houvesse umSoviete Supremo, e oSoviete Supremo assina decretos como se não houvesse um presidente".[10]
Em 21 de setembro, a situação chegou ao cúmulo quando Iéltsin anunciou sua decisão de dissolver oSoviete Supremo através de um decreto. Iéltsin declarou que governaria por decreto até a eleição parlamentar e um referendo por uma nova Constituição. Na noite do discurso, oSoviete Supremo declarava Iéltsin fora da presidência, por violação à Constituição, eAlexander Rutskoi foi proclamado o novo presidente. Começava aCrise constitucional de 1993.
Acrise de 1993 representa a grande mudança na reputação de Iéltsin. Antes adorado pelas massas por sua posturalibertária, a população passou a ver seu ladoautoritário.
Entre 21 e 24 de setembro, Iéltsin teve de lidar com a grande movimentação popular, que encorajava o parlamento. Durante estes dias,Moscou viu uma manifestação em massa, de dezenas de milhares de cidadãos russos marchando nas ruas contra o presidente Iéltsin, caminhando em defesa do edifício que sediava o parlamento. Os manifestantes também protestavam contra as terríveis condições de vida sob o governo de Iéltsin e contra oautoritarismo apresentado por ele, que durante sua época como líder da oposição sempre criticou oautoritarismo do governosoviético. A corrupção era outro problema irônico no governo de Iéltsin, além das altas taxas de crimes violentos, o colapso dos serviços médicos, que sob aUnião Soviética eram considerados os melhores do mundo. O preço das comidas e do combustível aumentavam e a expectativa de vida diminuía, exceto para uma fina camada endinheirada da população. Todas as suspeitas da culpa Iéltsin nos problemas daRússia foram escancaradas nos protestos de 1993.
No início de outubro, Iéltsin garantiu o apoio do exército russo e do ministério do interior. Para demonstrar força, Iéltsin convocou dezenas de tanques para cercar aCâmara Branca, sede doSoviete Supremo.
Com a dissolução doSoviete Supremo, foi estabelecida aDuma, o novo parlamento. Em 1993, as eleições para a recém instaurada assembleia foram marcadas por uma onda de oposição a Iéltsin. Os votos foram divididos entre candidatos doPartido Comunista ou ultra-nacionalistas. O referendo, contudo, aprovou a nova Constituição, proposta por Iéltsin, que foi capaz de aumentar significantemente os poderes presidenciais, dando a Iéltsin o poder para apontar novos membros de governo, demitir oprimeiro-ministro e até mesmo dissolver aDuma.
Em dezembro de 1994, Iéltsin ordenou a invasão militar daChechênia, procurando restaurar o controle deMoscou sobre a república. Dois anos depois, as forças russas desocuparam uma Chechênia completamente devastada, em um acordo de paz. O acordo permitiu grande autonomia à república chechena, mas não a independência por completo.
"Afinal, o que aconteceu com Boris Iéltsin? Ele certamente não pode mais ser considerado o mítico herói democrático. Mas terá ele se tornado um chefe comunista antiquado, virando as costas para as reformas democráticas que ele um dia apoiou, e se abraçando com militares e ultra-nacionalistas? Ou terá ele sido embriagado, manipulado, voluntária ou involuntariamente, por bem ou por mal, quem sabe? Se houvesse um golpe ditatorial, Iéltsin seria sua vítima ou seu líder?"
Os cheques de privatização foram distribuídos para os cidadãos para serem trocados por ações privadas. A população, contudo, vendia os cheques a troco de valores mínimos, enchendo os bolsos dos compradores, que eram em sua maioriaoligarcas.
Com o fim daUnião Soviética, Iéltsin promoveu asprivatizações como um modo de espalhar as parcelas das propriedades estatais, com o objetivo de criar um apoio político cada vez mais amplos para as suas reformas. No início dosanos 1990,Anatoli Chubais foi o advogado da privatização naRússia.
Em 1995, conforme se esforçava para financiar a crescente dívida externa daRússia e ganhar apoio das elites russas para sua candidatura naseleições de 1996, Iéltsin preparava-se para uma nova onda de privatizações, oferecendo parcelas de propriedades para alguns dos empresários mais ricos do país, em troca de empréstimos bancários. O programa foi realizado de forma a acelerar o processo de privatização e garantir o apoio financeiro necessário para o governo.
No final das contas, os contratos foram oportunidades para ricos grupos de magnatas dasfinanças, daindústria, daenergia, dastelecomunicações e damídia, que ficariam conhecidos como osoligarcas russos, em meados dosanos 1990. Com a distribuição devouchers para a população — que deveriam ser trocados porações, uma das medidas tomadas pelo governo para fomentar a iniciativa privada — os oligarcas ficaram ainda mais ricos, já que os cidadãos comuns vendiam seus cupons por preços mais baixos que os das ações, em busca dos mínimos valores para aumentar o padrão de vida baixíssimo que tinham, fruto da miséria e estagnação do crescimento de riqueza durante a era socialista. O resultado disso foi a falência do programa de vouchers e o aumento da riqueza dos oligarcas.Boris Berezovski, que controlava grande parte das propriedades bancárias e da mídia, tornou-se um dos mais notáveis oligarcas do círculo de Iéltsin.Mikhail Khodorkovski eRoman Abramovitch são outros oligarcas conhecidos.
Em meio às crises políticas e problemas de saúde, Iéltsin anunciou a intenção de participar daseleições de 1996, em um momento que muitos acreditavam ser o fim de sua carreira política, por conta da popularidade cada vez mais baixa. No início de 1996, a popularidade de Iéltsin era tão baixa que beirava 2%.[11] Ao mesmo tempo, oPartido Comunista, que venceu as eleições legislativas, representado pelo candidatoGuennadi Ziuganov, crescia e tinha forte apoio, nos centros urbanos, por conta dos velhos tempos de prestígio, e principalmente nas regiões rurais, extremamente afetadas pelas reformas agrícolas de Iéltsin.
Era perceptível que Iéltsin seria derrotado nas urnas, e seus assessores chegaram até a citar que Iéltsin cancelasse as eleições e governasse como ditador. Com o choque, medidas foram rapidamente tomadas, eAnatoli Chubais, o responsável pelas privatizações, usou seu controle no programa como instrumento para a reeleição do presidente. Com o apoio de diversos oligarcas, Iéltsin conseguiu fundos para sua campanha e manipulou a mídia a seu favor, e em troca, permitiu que os oligarcas recebessem parcelas maiores de propriedades estatais. A imprensa — controlada ou pelo governo ou pelos oligarcas aliados de Iéltsin — agiu de forma terrorista, e destacou uma suposta "volta aototalitarismo" no caso da vitória deZiuganov, e até mesmo uma guerra que os comunistas iniciariam para restabelecer aURSS. Ao mesmo tempo, a imprensa exaltava Iéltsin, omitindo por completo seus problemas de saúde. Iéltsin prometeu acabar com aGuerra da Chechênia, dar um intervalo às reformas e voltar a pagar pensões aos aposentados e salários aos funcionários públicos.
Com a aproximação da reta final da campanha presidencial,Ziuganov viu sua popularidade inicial desaparecer. No primeiro turno, Iéltsin venceu com apenas 3,5% de votos a mais que o adversário Ziuganov. No segundo turno, após diversas manobras políticas que incluíram o apoio de um candidato bem-votado e damilítsia russa, Iéltsin foi reeleito com 53% dos votos, contra 40%.
No início do segundo mandato, Iéltsin foi internado com urgência para realizar a sua quinta cirurgia deponte de safena. Por conta de complicações na cirurgia, o presidente ficou meses no hospital. Durante esse período, aRússia receberia 40 bilhões dedólares doFMI e de outras organizações financeiras mundiais. Contudo, seus oponentes afirmam que esse dinheiro foi roubado do tesouro pelos magnatas do círculo de Iéltsin e estariam guardados em bancos estrangeiros.[12][13]
Em 1998, o governo de Iéltsin não pagou suas dívidas, causando pânico no mercado financeiro e o colapso dorublo, o que levou àCrise russa de 1998.
Durante aGuerra do Kosovo, em 1999, quando tropas daOTAN atacaram alvos daIugoslávia, Iéltsin se opôs fortemente à campanha contra aIugoslávia, e ameaçou uma possível intervenção russa no caso de aOTAN enviar tropas terrestres aKosovo. Pela televisão, Iéltsin afirmou que"disse àOTAN, aosamericanos e aosalemães para não empurrar aRússia para uma ação militar, senão haverá sem dúvida uma guerraeuropeia e talvez umaguerra mundial".[14]
Em 15 de maio de 1999, Iéltsin se livrou de mais uma tentativa deimpeachment, desta vez por parte da oposiçãocomunista naDuma. Foi acusado de diversas atividades inconstitucionais, incluindo a assinatura doPacto de Belovezh, que oficializou o fim daUnião Soviética, apesar de a escolha do povo ter sido à favor da existência do país; ogolpe de Estado em outubro de 1993; e aguerra da Chechênia, em 1994. Nenhuma dessas acusações recebeu 2/3 dos votos naDuma, o necessário para iniciar um processo deimpeachment contra o presidente.
Em 9 de agosto de 1999, Iéltsin demitiu todo o seu gabinete, e indicouVladimir Putin como seu novoprimeiro-ministro, revelando seu desejo de que Putin fosse seu sucessor na presidência.
Em novembro, durante uma conferência, Iéltsin e o presidentenorte-americanoBill Clinton se desentenderam com relação àChechênia. Clinton apontou seu dedo para Iéltsin e exigiu que o presidente russo parasse com os ataques e bombardeios que resultaram nas mortes de civis. Iéltsin, ofendido, zombou de Clinton exigindo que ele parasse os bombardeios naIugoslávia, e imediatamente abandonou a conferência.[15] O presidente russo, que tinha uma relação amigável com Clinton, jamais perdoaria o colega, que em resposta confessou a jornalistas uma das mais desagradáveis situações vividas por Iéltsin, ocorrida em uma de suas viagens aWashington.[16]
Em dezembro, enquanto visitava aChina em busca de apoio naChechênia, Iéltsin respondeu novamente aClinton, que desta vez criticara o ultimato russo aos cidadãos deGrozni. Iéltsin disse:
"Ontem, Clinton se permitiu pôr pressão naRússia. Me parece que ele esqueceu, por um minuto, um segundo que seja, que a Rússia tem um arsenal cheio de armas nucleares. Ele se esqueceu disso.". Clinton desdenhou o comentário do colega russo afirmando que"não acha que ele esqueceu que aAmérica era uma grande potência quando entrou em desacordo com o que eu [Clinton] fiz emKosovo".
Com respostas mais agressivas de Iéltsin, foi responsabilidade deVladimir Putin abrandar os comentários de seu presidente e apresentar novas propostas para as relações entreRússia eEUA.[17]
Em sua renúncia, Iéltsin leu ao povo russo uma mensagem dramática e emocionante que ficou conhecida como"Carta de Renúncia", na qual ele demonstra sua frustração e pede perdão à população. A carta ficou muito conhecida por apresentar o lado humano de Iéltsin e representar o fim de uma época dolorosa através de uma carta com teor de retrospectiva.
Dois versos do final da carta de Iéltsin foram lidos por um jornalista russo em seu funeral no momento em que seu caixão foi fechado.[18]
Após a aposentadoria, Iéltsin quase não fez mais aparições públicas. Em 13 de setembro de 2004, após oMassacre de Beslan e uma sequência de ataques terroristas emMoscou, o presidentePutin assinou um decreto para substituir as eleições regionais para governador por um sistema em que o própriopresidente nomeia os governadores, que são aprovados peloLegislativo regional. Iéltsin, junto comMikhail Gorbatchov, criticaram publicamente o plano de Putin, afirmando que ele estaria dando um passo para longe dademocracia naRússia e retornando ao aparato de centralização de poder existente naUnião Soviética.
Em setembro de 2005, Iéltsin teve de operar o quadril emMoscou, após quebrar ofêmur em uma queda, enquanto passava férias na ilha deSardenha.
Em 1 de fevereiro de 2006, Iéltsin celebrou seu aniversário de 75 anos. Ele aproveitou a ocasião para criticar o "monopólio" diplomático dosEstados Unidos e afirmar que Putin foi a escolha certa para a Rússia.
Iéltsin protagonizou diversas situações desagradáveis publicamente, muitas delas por conta de seualcoolismo unido às altas doses demedicamentos para problemas cardíacos. Algumas destas situações incluem:
Em sua primeira visita aoCanadá, em 1991, Iéltsin foi orientado para que descesse do degrau onde seria recebido por um guarda de honra. No momento em que o guarda posicionou-se na frente de Iéltsin, em vez de caminhar em sua direção, como lhe foi orientado, o presidente permaneceu olhando para o guarda, que sem saber o que fazer, gesticulou e fez mímicas, na esperança de que Iéltsin lembrasse o que lhe foi instruído.[19]
Em agosto de 1994, Iéltsin viajou para aAlemanha para as celebrações da retirada do último soldado russo do país. Durante o almoço comemorativo, Iéltsin teria exagerado nochampanhe, e apareceu cambaleando em público. Na hora do discurso, enquanto todos os presentes no auditório estavam formalmente alinhados, Iéltsin mexia os braços incessantemente. Na hora do discurso, apenas recitou provérbios populares arrastando as letras e ainda esqueceu o sobrenome do anfitrião, ochanceler alemãoHelmut Kohl. Ao sair do palco onde estava, ao lado do chanceler, Iéltsin acelerou o passo de repente e começou a gesticular e saudar a audiência que o assistia do outro lado da rua, distanciando-se de Kohl. Seguido por uma dúzia de seguranças, Iéltsin continuou caminhando rapidamente pela calçada, e ainda gesticulando, ele avançou em direção à rua, onde passava um ônibus. Seus seguranças tentaram segurá-lo, mas ele empurrou um deles, e a solução foi pedir para que o motorista parasse. Iéltsin finalmente chegou do outro lado da rua, onde umaorquestra estava tocando, tomou abatuta domaestro e começou a conduzir a banda enquanto dançava freneticamente. Em seguida, a banda foi prestar-lhe uma homenagem tocando amúsica tradicional russaKalinka. Iéltsin, contudo, pegou o microfone e pôs-se a cantar a música. Sua garganta, para o alívio de uns e frustração de outros, não aguentou até o final da música, e Iéltsin se engasgou, abandonando a festa.[20][21][22]
Em 30 de setembro de 1994, Iéltsin seria recebido noaeroporto de Shannon, naIrlanda. O primeiro-ministro estava a espera do presidente russo no aeroporto, e o tapete vermelho já estava pronto para a recepção. Quando o avião pousou na pista de aterrissagem, somente os assessores de Iéltsin desceram a escada. Quando questionados onde estava Iéltsin, os assessores afirmaram que ele estava passando mal. Ao chegar no aeroporto deMoscou, Iéltsin desceu perfeitamente bem. Mais tarde, a situação ficou clara, já que Iéltsin confessou que estava dormindo e não conseguiu levantar do sono pesado.[23]
Iéltsin aceitou o convite de participar de uma conferência com jornalistas estrangeiros, que aconteceria em um dos cômodos doKremlin. No momento em que as portas se abriram, Iéltsin se dirigiu ao lado oposto de onde estavam os jornalistas e cumprimentou seus próprios assessores, e teve de ser alertado por um de seus secretários sobre quem eram de fato os jornalistas, que permaneceram estáticos e sequer cumprimentaram Iéltsin.[24]
Em 1995, Iéltsin viajou paraWashington D.C., onde ficou hospedado naBlair House. De madrugada, agentes do serviço secreto teriam ouvido barulhos vindos do porão do edifício. Quando saíram, se depararam com o presidente russo de cuecas, bêbado e chamando um táxi em plenaAvenida Pensilvânia. Ao ser questionado do porquê de tudo aquilo, Iéltsin afirmou que só estava indo encomendar umapizza.[25]
Em 1996, durante sua campanha presidencial na cidade deRostov, Iéltsin dançou a música derock«Дождь и я», do cantorEvgueni Osin. Ele ainda estava em recuperação médica, já que na semana anterior, ele havia tido um ataque cardíaco.[26][27]
Em 1997, quando Iéltsin viajou aEstocolmo, naSuécia, ele começou a falar coisas incompreensíveis à plateia que o assistia, como por exemplo, quealmôndegas suecas faziam-no lembrar da cara do tenistaBjörn Borg, e após tomar uma única taça dechampanhe, Iéltsin quase caiu do pódio onde estava.[28][29]
Em um discurso, ao terminar a primeira página, Iéltsin levou mais de trinta segundos para achar o verso do caderno que tinha em mãos, e ainda precisou do auxílio de um de seus assessores.[30]
No ano de 1999, Iéltsin foi ao funeral do reiHussein, daJordânia, e quase tropeçou no momento em que o caixão passava em sua frente, sendo segurado por seus guarda-costas e derrubando as flores que carregava nas mãos. Após o evento, ele sairia apressadamente do funeral.[31]
Em uma reunião com seus assessores, no ano de 1999, Iéltsin lia um documento, quando de repente olhou com reprovação aos seus ministros. Em seguida, repreendeu o primeiro-ministroSerguei Stepashin e ordenou-lhe que se sentasse em outra cadeira.[31]
Boris Iéltsin morreu em decorrência de umataque cardíaco, em 23 de abril de 2007, aos 76 anos.[32][33] De acordo com o jornalKomsomolskaia Pravda, a condição de Iéltsin piorou com uma viagem feita àJordânia, entre 25 de março e 2 de abril.[34]
Iéltsin foi enterrado nocemitério Novodevitchi,[35] em 25 de abril de 2007, após ser velado naCatedral de Cristo Salvador, emMoscou. Iéltsin foi o primeiro líder russo em 113 anos a ser enterrado em uma cerimônia religiosa, após oczarAlexandre III. Ele também foi o primeiro líder de toda a históriarussa esoviética a morrer aposentado, após transferir o poder pacificamente ao sucessor.
O presidenteVladimir Putin declarou luto nacional no dia de seu funeral, em que a bandeira esteve ameio-mastro e todos os programas de entretenimento foram suspensos por 24 horas. Seu funeral foi transmitido ao vivo por todas as redes estatais de televisão. Iéltsin foi sepultado ao som dohino da Rússia, que utiliza a mesma melodia dohino da União Soviética, que durante seu governo Iéltsin proibira de ser executado.
O presidente Putin afirmou na ocasião de seu funeral:
"A presidência o gravou para sempre na história daRússia e de todo o mundo. Uma nova Rússia, democrática, nasceu neste período, uma nação livre, aberta e pacífica. Um estado em que o poder realmente pertence ao povo. A força do primeiropresidente da Rússia consistia no apoio em massa dos cidadãos russos por suas ideias e aspirações. Graças ao desejo e iniciativa direta do presidente Boris Iéltsin, umanova Constituição foi adotada, declarando que os direitos humanos é um valor supremo. Isso deu ao povo a oportunidade de expressar livremente seus pensamentos, escolher livremente o poder, realizar seus planos de criação e empreendedorismo. Esta Constituição permitiu que nós começássemos a construir uma Federação realmente efetiva. Nós o conhecemos como uma pessoa valente, prestativa e espirituosa. Foi um líder nacional corajoso e valoroso. E sempre foi muito honesto e franco ao defender sua posição. Iéltsin assumiu toda a responsabilidade por aquilo que ele tenha causado, por tudo que ele tenha aspirado. Por tudo que ele tentou fazer e fez pelo bem da Rússia, pelo bem de milhões de russos. Ele invariavelmente absorveu todos os desafios, dificuldades e problemas do povo, e deixou que eles entrassem em seu coração."
Guardas carregam o caixão de Iéltsin em seu funeral
Logo que as notícias a respeito da morte do ex-presidente saíram,Mikhail Gorbatchov, velho adversário político de Iéltsin, afirmou:"Eu ofereço as minhas mais profundas condolências à família de um homem cujos ombros foram o apoio de tantas realizações e erros graves, um destino trágico". O ex-presidente dosEstados Unidos,Bill Clinton, amigo e rival de Iéltsin, afirmou:"Em sua presidência, Iéltsin trabalhou incansavelmente pela restauração da grandeza daRússia através da democracia. Iéltsin trabalhou em detrimento de sua saúde, mas pelo bem de seu país." O então presidente americano,George W. Bush, disse que"agradece os esforços do presidente Iéltsin pela construção de relações sólidas entreEstados Unidos eRússia". O então primeiro-ministrobritânico declarou que"a defesa das reformas econômicas e democráticas desempenhada por Iéltsin tiveram papel essencial em um período crucial da história da Rússia". O ex-presidentealemão,Helmut Kohl, disse que"nunca se esquecerá da maneira que Iéltsin coordenou a retirada das tropas russas daAlemanha". A ex-primeira-ministrabritânicaMargaret Thatcher acredita que Iéltsin deve"ser honrado como um patriota e libertador". O crítico do presidentePutin,Boris Nemtsov, afirmou acreditar que"a melhor homenagem a Iéltsin seria trazer a liberdade de volta ao nosso país".
Yegor Gaidar, economista que planejou a terapia de choque na economia, favorecendo o processo de privatização. Foi primeiro-ministro durante o ano de 1992, mas foi deposto durante acrise constitucional.
Anatoli Chubais, empresário russo, responsável pela aceleração das privatizações do patrimônio público e legalização dos processos.
↑Babington, Charles (19 November 1999). "Clinton Spars With Yeltsin On Chechnya, President Denounces Killing of Civilians". The Washington Post: pp. A01.
↑Clinton revelou que em uma das visitas do presidente russo aos Estados Unidos, Iéltsin teria saído de seu quarto Blair, quarto de hóspedes oficial, e furtivamente entrado no porão. Quando foi achado, o presidente russo estava bêbado e de cuecas, prestes a entrar em um táxi, em uma rua paralela àCasa Branca, por volta das quatro horas da manhã. Quando perguntado por que fugiu de seu quarto sem sequer avisar os seguranças e chamou o táxi, Iéltsin disse que estava com vontade de comer pizza.http://www.dailymail.co.uk/news/article-1215101/Drunk-Boris-Yeltsin-outside-White-House-underpants-trying-hail-cab-wanted-pizza.html
↑Laris, Michael (10 December 1999). "In China, Yeltsin Lashes Out at Clinton Criticisms of Chechen War Are Met With Blunt Reminder of Russian Nuclear Power". The Washington Post: p. A35.
↑No funeral de Iéltsin, foram lidos os seguintes trechos de sua carta: "Eu me vou. Eu fiz tudo o que pude. Serei substituído por uma nova geração, a geração daqueles que podem fazer mais e melhor. Me despedindo, eu gostaria de dizer a cada um de vocês: Sejam felizes! Vocês fizeram por merecer a felicidade. Vocês merecem a felicidade e a prosperidade." - Boris Iéltsin
↑YouTube - Vídeo"Пьяный Ельцин пошел не в ту сторону".