Movatterモバイル変換


[0]ホーム

URL:


Saltar para o conteúdo
Wikipédia
Busca

Bonnetiaceae

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Como ler uma infocaixa de taxonomiaBonnetiaceae
Classificação científica
Reino:Plantae
Divisão:Magnoliophyta
(sem classif.)eurosídeas
Ordem:Malpighiales
Família:Bonnetiaceae
L.Beauvis. exNakai[1]
Distribuição geográfica
Distribuição natural das Bonnetiacae.
Distribuição natural das Bonnetiacae.
Géneros
Flores dePloiarium alternifolium.
Bonnetia stricta.
Bonnetia stricta.
Bonnetia roraimae (hábito) noRoraima-Tepui.
Ramo com folhagem e flores deBonnetia anceps.
Bonnetia anceps.
Ilustração deArchytaea triflora (esquerda)
Ilustração mostrandoBonnetia sessilis (esquerda) eBonnetia paniculata (direita).

Bonnetiaceae é umafamília deplantas com flor, pertencente à ordemMalpighiales, que agrupa 3géneros com 35espécies aceites,[2][3] comdistribuição natural naregião neotropical, com excepção do géneroPloiarium, que também ocorre naMalésia.

Descrição

[editar |editar código-fonte]

Afamília Bonnetiaceae, pertencente à ordem dasMalpighiales, na sua presentecircunscrição taxonómica agrupa apenas trêsgéneros (Bonnetia,Archytaea ePloiarium) que em conjunto agregam 33-35espécies de arbustos e pequenas árvores encontradas nas florestas tropicais daAmérica do Sul,Sudeste Asiático eMalásia. A vasta maioria da família está limitada às regiõestropicais daAmérica do Sul, já que apenas o géneroPloiarium ocorre naregião biogeográfica daMalésia.

São essencialmente arbustos e árvores de folha perene, em geral pouco ramificados, com ohábito típico das plantas lenhosas das florestas tropicais húmidas. A espéciePloiarium alterniflorum produz as árvores mais altas da família, atingindo alturas de até 25 metros.

Morfologia

[editar |editar código-fonte]

As espécies de Bonnetiaceae são arbustos ou árvores defolha perene, em geral de ramificação esparsa. A suamadeira apresenta umcerne castanho-avermelhado escuro e pesado. As árvores mais altas da família podem ser encontradas na espéciePloiarium alterniflorum, que atinge alturas de crescimento de até 25 metros. Osnós são trilacunares com três cicatrizes foliares ou unilacunares com uma única cicatriz foliar. As folhas e restantes superfícies da planta são glabras, embora nas axilas foliares possam ocorrer pequenas acumulações detricomas multicelulares, designados por tricomas colaterais, que podem secretar umamucilagem.

Asfolhas estão dispostas comfilotaxia espiral, curtas e inseridas próximo umas das outras, dando origem a uma folhagem densa, mas de curta duração. Ospecíolos contêm uma camada cilíndrica demedula, que penetra no caule, no todo ou em parte. As folhas podem ter formas variadas, porém geralmente assumem a forma laminar com margem finamente dentada ou serrilhada, de tamanho moderado e com uma espessura que varia consoante a espécie.

Notável é anervação paralela altamente desenvolvida, única entre asdicotiledóneas, que se assemelha à de algumasmonocotiledóneas. Essa característica distingue os membros desta família relação à famíliaTheaceae, com a qal apresenta algumas semelhanças morfológicas.

Osestômatos são paracíticos. Em algumas espécies, existemfeixes vasculares especiais compostos por duas camadas concêntricas: uma camada interna com múltiplas camadas de fibras e uma camada externa, a endoderme, constituída por células de paredes finas com umabanda de Caspari bem desenvolvida. No topo domesófilo estão células produtoras de mucilagem.

São muito variáveis entre as espécies características como a espessura da cutícula, a proporção ou espessura relativa doparênquima em paliçada ou esponjoso e a presença deescleritos (células endurecidas) ou cristais no mesófilo.

Asflores são hermafroditas, solitárias ou dispostas eminflorescências cimosas. Cadapedúnculo (haste floral) emerge da axila de uma única folha de suporte, mas muitas vezes uma ou duasbrácteas emergem da haste, podendo estar inseridas muito próximas da base docálice. Operianto é claramente diferenciado em doisverticilos.

As cincosépalas são livres ou fundidas apenas na base, carnudas (com cerca de 10 a 20 células de espessura), escamosas e frequentemente diferentes entre si. Enquanto as sépalas deBonnetia eArchytaea são preservadas nofruto amadurecido, caem dePloiarium antes da maturação. EmBonnetia, as sépalas são frequentemente avermelhadas. Nas espécieBonnetia kathleenae eBonnetia rubicunda existemcoléteres nas sépalas.

Acorola é contorcida, com cincopétalas que podem ser livres ou fundidas na base, carnudas, mais espessas que as sépalas (com cerca de 8 a 15 células de espessura) e escamosas, muitas vezes diferenciadas. As pétalas são arroxeadas, com manchas brancas, avermelhadas ou amarelas. São viscosas nas espéciesBonnetia bolivarensis eBonnetia steyermarkii.

Osestames são numerosos, drequentementeconatos na base e formando um tubo que circunda o verticilo e forma um círculo completo na base da flor. No géneroBonnetia os estames estão em num único verticilo, em linhas de dois a quatro estames de largura. Muitas vezes, vários são fundidos na base a um tubo. Nos génerosArchytaea ePloiarium, os estames estão separados em cinco grupos, sendo que emArchytaea, os dois terços inferiores estão fundidos. Os génerosArchytaea ePloiarium apresentam umdisco nectarífero na base da flor, situado entre os verticilos de estames.

Asanteras são fundidas na base com osfilamentos e são constituídas pelas duastecas habituais e quatrosacos polínicos. Muitas vezes, os sacos polínicos inferiores são mais curtos do que os superiores. Os grãos depólen têm entre 28 e 60 µm de comprimento, com uma abertura polínica germinativa redonda. O ovário é formado por trêscarpelos emBonnetia e por cinco carpelos nos outros dois géneros.

Oovário consiste em três (raramente quatro)carpelos emBonnetia e cinco carpelos nos outros dois géneros. Oestilete é geralmente redondo, embora seja achatado emBonnetia fasciculata. Oestigma épapiloso. Os numerosos óvulos são anatrópicos. O canal domicrópilo é formado pelostegumentos externos dando origem a um micrópilo exostómico.

Osfrutos são cápsulas septicidas, um subgénero decápsula valvar, com numerosassementes. As sementes são extraordinariamente pequenas, com um revestimento (testa) excepcionalmente espesso elenhificado.

Fitoquímica

[editar |editar código-fonte]

As Bonnetiaceae são ricas emxantonas eantraquinonas, compostos similares aos que são encontradas nasClusiaceae, um táxon estreitamente relacionado com as Bonnetiaceae, e nasHypericaceae.

Distribuição geográfica

[editar |editar código-fonte]

Bonnetiaceae são comuns em várias regiões tropicais distribuídas pelo norte daAmérica do Sul e doCaribe, bem como noSueste Asiático e naMalésia, mais especificamente no oeste daMalásia, noCambodja, nasMolucas e naNova Guiné. NoBrasil, afamília Bonnetiaceae tem seu domínios Fitogeográficos naAmazônia,Caatinga eMata Atlântica, podendo assim, ser encontrada na região Norte (Amazonas, Pará, Roraima), Nordeste (Alagoas, Bahia, Sergipe) e Sudeste (Espírito Santo, Rio de Janeiro).

As espécies do géneroBonnetia são encontradas apenas na América do Sul, com apenas uma espécie emCuba. Os génerosArchytaea ePloiarium ocorrem na América do Sul, mas também são encontrados noSueste Asiático e naMalésia.

Ocentro de diversidade deBonnetia, isto é a área onde a maioria das espécies são nativas e ocorre maiorbiodiversidade no táxon, está localizada nas terras altas daGuiana, onde existem 27 espécies, todasendemismos daquela região, exceptoBonnetia paniculata, espécie com distribuição natural mais alargada.

O géneroArchytaea preferehabitats abertos emsolos pobres emnutrientes. O géneroPloiarium cresce noBornéu nas planícies próximas ao mar, geralmente em solo pantanoso ou em solo arenoso pobre em nutrientes.Bonnetia cresce principalmente nas montanhas deRoraima e dasGuianas (Tepui), onde se desenvolvem nas encostas húmidas dearenito e de areias ricas emquartzo.

Como muitas espécies da família de Bonnetiaceae são endémicas, elas são particularmente vulneráveis. Por exemplo, aIUCN (União Internacional para Conservação da Natureza) lista 13 espécies do géneroBonnetia na suaLista Vermelha de Espécies Ameaçadas de Extinção. A espécieBonnetia ptariensis, que não é encontrada desde 1978, é consideradacriticamente ameaçada de extinção(critical endangered).[4] Nenhuma espécie dos génerosArchytea ePloiarium estão listados pela IUCN como ameaçados.

Usos

[editar |editar código-fonte]

A madeira de algumas espécies, especialmente dePloiarium alterniflorum, é usada localmente devido à sua alta durabilidade como material de construção, embora não tenha importância económica relevante nem seja comercializada a nível global. Algumas espécies apresentem potencial para utilização comoplanta ornamental.

Filogenia e sistemática

[editar |editar código-fonte]

Dentro da OrdemMalpighiales a família Bennetiaceae esta intimamente relacionadas com a famíliaClusiaceae, fazendo parte doclado:

[Ochnaceae] [Clusiaceae+ Bonnetiaceae] [Calophyllaceae] [Hypericaceae +Podostemaceae]

As Bonnetiaceae são ricas emxantonas eantraquinonas, que também são encontradas nas plantas da famíliaClusiaceae, o que pode ser identificado como evidência de uma relação de parentesco mais próxima entre as duas famílias.

Filogenia

[editar |editar código-fonte]

Um estudo defilogenética molecular, realizado em 2012, usou dados resultantes da análise de um número alargado degenes e por essa via obteve umaárvore filogenética com maior resolução que a disponível nos estudos anteriormente realizados.[5] Nesse estudo foram analisados 82 genes deplastídeos de 58 espécies (a problemática famíliaRafflesiaceae não foi incluída), usando partições identificadasa posteriori pela aplicação de ummodelo de mistura com recurso ainferência bayesiana. Esse estudo identificou 12clados adicionais e 3clados basais de maior significância.[6][5] A posição da família Bonnetiaceae no contexto da ordemMalpighiales é a que consta do seguintecladograma:[7]

Oxalidales (grupo externo)

Malpighiales
euphorbioides

Peraceae

  

Rafflesiaceae

  

Euphorbiaceae

phyllanthoides

Picrodendraceae

Phyllanthaceae

linoides

Linaceae

Ixonanthaceae

clado parietal
salicoides

Salicaceae

Scyphostegiaceae

Samydaceae

Lacistemataceae

Passifloraceae

Turneraceae

Malesherbiaceae

Violaceae

Goupiaceae

Achariaceae

Humiriaceae

clusioides

Hypericaceae

Podostemaceae

Calophyllaceae

Clusiaceae

Bonnetiaceae

Ochnaceae

Ochnoideae

Quiinoideae

Medusagynoideae

Rhizophoraceae

Erythroxylaceae

Ctenolophonaceae

Pandaceae

Irvingiaceae

chrysobalanoides

Chrysobalanaceae

Euphroniaceae

Dichapetalaceae

Trigoniaceae

Balanopaceae

malpighioides

Malpighiaceae

Elatinaceae

Centroplacaceae

Caryocaraceae

putranjivoides

Putranjivaceae

Lophopyxidaceae

A família Bonnetiaceae é parte do clado das clusioides, cujo táxon mais conhecido é a famíliaHypericaceae, com a qual partilha algumas características morfológicas. Por sua vez, este clado é ogrupo irmão da famíliaOchnaceae.

Sistemática

[editar |editar código-fonte]

Os Bonnetiaceae estão intimamente relacionados com asClusiaceae e com o grupo de outra formaparafilético formado com asTheaceae. No entanto, um estudo defilogenética realizado em 2004 também revelou evidências de uma grande afinidade com asKielmeyeroideae e com asTernstroemiaceae, mas estas estas relações são consideradas incertas.[8]

A relação com asHypericaceae e asPodostemaceae, no entanto, parece certa. Umcladograma com base num estudo realizado em 2007 produz a seguinte estrutura:[9]

Clusiaceae

Bonnetiaceae

Hypericaceae

Podostemaceae

Um trecho docladograma de um estudo realizado em 2009 permite estabelecer as seguintes relações:[10]

RestantesMalpighiales

Clado das clusióides

Bonnetiaceae

Clusiaceae

Calophyllaceae

Hypericaceae

Podostemaceae

Como quase todas as famílias de plantas tropicais, a sistemática interna das Bonnetiaceae é controversa.William C. Dickison eAnna Weitzmann incluíram seis géneros na família em 1996.[11] Um ano depois, Weitzmann e Stevens excluíram os génerosAcopaneaSteyerm.,NeblinariaMaguire eNeogleasoniaMaguire, mas estes foram novamente incluídos e agora existem três géneros com cerca de 33 espécies:[12]

Géneros

[editar |editar código-fonte]

Lista de géneros e sinónimos ordenados por ordem alfabético segundo o APWeb:[14]ArchytaeaMart.

Sinónimos:

Referências

[editar |editar código-fonte]
  1. Angiosperm Phylogeny Group (2009). «An update of the Angiosperm Phylogeny Group classification for the orders and families of flowering plants: APG III».Botanical Journal of the Linnean Society.161 (2): 105–121.doi:10.1111/j.1095-8339.2009.00996.x 
  2. Michael Allaby (29 de março de 2012).A Dictionary of Plant Sciences. [S.l.]: Oxford University Press. p. 66.ISBN 978-0-19-960057-1 
  3. Christenhusz, M. J. M. & Byng, J. W. (2016).«The number of known plants species in the world and its annual increase».Phytotaxa.261 (3): 201–217.doi:10.11646/phytotaxa.261.3.1 
  4. IUCN Red List:Bonnetia.
  5. abXi, Z.; Ruhfel, B. R.; Schaefer, H.; Amorim, A. M.; Sugumaran, M.; Wurdack, K. J.; Endress, P. K.; Matthews, M. L.; Stevens, P. F.; Mathews, S.; Davis, C. C. (2012).«Phylogenomics anda posteriori data partitioning resolve the Cretaceous angiosperm radiation Malpighiales».Proceedings of the National Academy of Sciences.109 (43). 17519 páginas.PMC 3491498Acessível livremente.PMID 23045684.doi:10.1073/pnas.1205818109 
  6. Catalogue of Organisms: Malpighiales: A Glorious Mess of Flowering Plants
  7. Rhizophoraceae no APWebsite.
  8. Isolda Luna, Helga Ochoterena (2004).Phylogenetic relationships of the genera of Theaceae based on morphology.Cladistics.20. [S.l.: s.n.] p. 223–270.doi:10.1111/j.1096-0031.2004.00024.x 
  9. {{subst:Internetquelle|url=http://www.mobot.org/MOBOT/Research/APweb/orders/malpighialesweb.htm%7Ctitel=Malpighiales%7Czugriff=26 de agosto de 2007|editor=Angiosperm Phylogeny Group}}
  10. Kenneth J. Wurdack & Charles C. Davis:Malpighiales phylogenetics: Gaining ground on one of the most recalcitrant clades in the angiosperm tree of life. In:American Journal of Botany. 2009, Volume 96, S. 1551–1570, Abschnitt Systematik (PDF; 788 kB (Memento vom 6. fevereiro 2015 imInternet Archive)).
  11. William C. Dickison, Anna Weitzmann (1996).Comparative anatomy of the young stem, node and leaf of Bonnetiaceae, including observations on a foliar endodermis.American Journal of Botany.83. [S.l.: s.n.] p. 405–418.doi:10.2307/2446210 
  12. Anna Weitzmann, P. F. Stevens (1997).Edición Esp., ed.Notes on the circumscription of Bonnetiaceae and Clusiaceae, with taxa and new combinations.BioLlania.6. [S.l.: s.n.] p. 551–564 
  13. abDavid John Mabberley:Mabberley’s Plant-Book. A portable dictionary of plants, their classification and uses. 3. Auflage. Cambridge University Press 2008,ISBN 978-0-521-82071-4.
  14. Bonnetiaceae en APWeb consultado a 20 de maio de 2011.

Bibliografia

[editar |editar código-fonte]
  • William C. Dickison, Anna L. Weitzmann: In: Band 125, Nr. 4, S. 268–286.
  • Anna Weitzmann, P. F. Stevens: In: . Band 6. Edición Esp, 1997, S. 551–564.
  • Bittrich, V. 2015. Bonnetiaceae in Lista de Espécies da Flora do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro.
  • William C. Dickison, Anna L. Weitzmann.Floral morphology and anatomy of Bonnetiaceae.Journal of the Torrey Botanical Society.125. [S.l.: s.n.] p. 268–286 
  • Anna L. Weitzmann, Klaus Kubitzki, P. F. Stevens (2007). Klaus Kubitzki, ed.Bonnetiaceae.The Families and Genera of Vascular Plants.9. Berlin/Heidelberg: Springer. p. 36–39.ISBN 3-540-32214-0.doi:10.1007/978-3-540-32219-1  !CS1 manut: Nomes múltiplos: lista de autores (link)

Galeria

[editar |editar código-fonte]

Ligações externas

[editar |editar código-fonte]
OCommons possui umacategoria com imagens e outros ficheiros sobreBonnetiaceae
OWikispecies tem informações relacionadas aBonnetiaceae.


Identificadores taxonómicos
Obtida de "https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Bonnetiaceae&oldid=67384681"
Categorias:
Categorias ocultas:

[8]ページ先頭

©2009-2025 Movatter.jp