Blairo Maggi | |
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foto oficial como Senador da República pelo Mato Grosso | |
| 120.º Ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento doBrasil | |
| Período | 12 de maio de 2016 a 1º de janeiro de 2019 |
| Presidente | Michel Temer |
| Antecessor(a) | Kátia Abreu |
| Sucessor(a) | Tereza Cristina Corrêa da Costa Dias |
| Senador peloMato Grosso | |
| Período | 1º de fevereiro de 2011 a 1º de fevereiro de 2019[nota 1] |
| 53.º Governador deMato Grosso | |
| Período | 1º de janeiro de 2003 a 31 de março de 2010 (2 mandatos consecutivos) |
| Vice-governador | Silval Barbosa |
| Antecessor(a) | Rogério Salles |
| Sucessor(a) | Silval Barbosa |
| Dados pessoais | |
| Nascimento | 29 de maio de1956 (69 anos) Torres,RS |
| Nacionalidade | brasileiro |
| Progenitores | Mãe:Lúcia Borges Maggi Pai:André Antônio Maggi |
| Alma mater | Universidade Federal do Paraná(UFPR) |
| Prêmio(s) | |
| Esposa | Terezinha Maggi |
| Partido | ARENA(1973-1979) PDS(1980-1985) PFL(1985–2001) PPS(2001–2006) PR(2006–2016) PP(2016–2022) UNIÃO(2022-presente) |
| Religião | católico |
| Profissão | empresário,engenheiro agrônomo,político |
Blairo Borges MaggiGCMTGV •GOMM •GOMA (Torres,29 de maio de1956) é um engenheiro agrônomo,empresário epolíticobrasileiro filiado aoUnião Brasil (UNIÃO). Foi o 53.ºgovernador deMato Grosso de 2003 a 2010 esenador da República pelo mesmo estado de 2011 até maio de 2016.[4][5][6] Exerceu a função deministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento[7] dogoverno Michel Temer, de 12 de maio de 2016 a 1º de janeiro de 2019.
Graduado emAgronomia pelaUniversidade Federal do Paraná, Blairo chegou a Mato Grosso para plantarsoja emItiquira, no sul do estado. O negócio prosperou, dando origem ao atualGrupo Amaggi fundado por Blairo, um dos grupos empresariais que mais produzem e exportamsoja do País bem como com negócios em diversas atividades econômicas, incluindologística de transportes,pecuária e produção deenergia elétrica.
O pai de Blairo,André Antônio Maggi, havia fundado em1973 a Sementes Maggi, uma produtora de sementes de soja cujocultivo começava a avançar pelocerrado e produtora a qual tornou-se depois oGrupo Amaggi fundado por Blairo e o qual é um dos principais acionistas junto de sua mãe Lúcia, do cunhado Itamar Locks e da irmã Marli.[8]
Os Maggi foram os líderes mundiais na produção de soja nos 1990 e início dos 2000, o que rendeu ao político a fama de "rei da soja".[9][10] Em 2014, segundo a revistaForbes, a família era a sétima mais rica do país,[11] sendo Blairo o segundo político mais rico do Brasil.[12]
Considerado o maior produtor individual de soja do mundo, Blairo Maggi (através do Grupo Amaggi) é responsável por 5% da produção anual do grão brasileiro.[1] Na safra de 2005/2006 perdeu o título para seu primo Eraí Maggi Scheffer, presidente do Grupo Bom Futuro.
No fim dosanos 80,[13] de acordo com documento confidencial da Polícia Federal (DPF) em Mato Grosso, na fazenda nomeada Gleba Jarinã deAndré Maggi, pai do ex-ministro, foram encontrados trabalhadores em situação análoga à escravidão. No relatório, obtido a partir do Instituto Brasileiro de Defesa Florestal (IBDF), órgão anterior aoInstituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), que fiscalizava sobre desmatamento ilegal na propriedade, um dos trabalhadores (chamado José Laerton da Rocha) relatou ter sido chicoteado por um empreiteiro de André Maggi. Além disso, foram encontradas pessoas trabalhando contra a própria vontade, sofrendo “maus tratos” e doentes.
Blairo ingressou na política como suplente do senadorJonas Pinheiro, ocupando o posto de primeiro suplente do senador eleito em 1994. Naquela época, era filiado ao antigoPartido Progressista (PP). A proximidade com o senador refletiu em todo o seu governo eleito em 2002.GovernouMato Grosso de2003 a2007, tendo sido reeleito para o termo2007-2010.
Em 2002, ao postular pela primeira vez o governo deMato Grosso, admitiu preferir a candidatura deLuiz Inácio Lula da Silva à Presidência da República em relação ao seu então correligionárioCiro Gomes, indicado pelo Partido Popular Socialista (PPS; atualCidadania).[14] Eleito com 51% dos votos, priorizou os investimentos em infraestrutura no estado, tendo pavimentado mais de mil quilômetros de rodovias estaduais.[15]
Em 2003 e 2004, Maggi foi duas vezes condecorado pelo presidente Lula, sendo admitido pelo mesmo ao grau de Grande-Oficial especial respectivamente daOrdem do Mérito Aeronáutico e daOrdem do Mérito Militar.[2][1]
Por apoiar oficialmente a reeleição do petista[16] contra a campanha de Ciro, quatro anos depois, ao se reeleger governador, deixou o PPS e filiou-se ao Partido da República (PR, atualPartido Liberal), meses depois.[17] Participou, assim, da base de sustentação política, comogovernador, no segundogoverno Lula. Nesta época, oGreenpeace o elegeu o rei do desmatamento e lhe concedeu o prêmio Motoserra de Ouro.[18] Como senador, no início do primeirogoverno Dilma, continuou apoiando o PT, tendo sido, inclusive, cotado para assumir oMinistério dos Transportes na época.[19][20] Opôs-se a ela, contudo, sobretudo no seu segundo governo, apoiando o prosseguimento doprocesso de Impeachment que depôs a Presidente.[21] Nesta feita, deixou o PR e se filiou ao PP para compor ogoverno Michel Temer.[22]
Em2008, Maggi criou o programa denominadoMT Legal, que visa estimular a regularização e legalização fundiária, além de monitorar as propriedades rurais do seu estado através deimagens de satélite. Todavia, o estado de Mato Grosso não só continua incluído no chamado "Arco do Desmatamento" (a parte daAmazônia Legal que mais perde área florestada) como o ritmo do desmatamento do estado dobrou (depois do seu governo), entre agosto de2012 e julho de2013. Mato Grosso foi o estado que mais desmatou, depois doPará, respondendo por 621km² dos 2.007 km² de acréscimo à área devastada, nesse período.[23]
Foi considerado pelaRevista Época um dos 100 brasileiros mais influentes de2009.[24]
Também em 2009, aRevista Forbes[25] considerou o empresário como 62º entre os 67 líderes mais influentes do mundo. Entre os critérios avaliados pela revista estão o grau de influência sobre outras pessoas, capacidade de liderança, importância econômica e as áreas de atuação que, no caso de Maggi, são política, industrial, na produção de alimentos e na logística de transportes.
Desfiliou-se do Partido Popular Socialista (PPS) por apoiar a reeleição do presidenteLula em 2006 a troco da renegociação de dívidas dos produtores rurais brasileiros com oBanco do Brasil e a prerrogativa de indicar ou vetar nomes para alguns cargos no governo federal, entre outros entendimentos candidamente expostos pelo governador na campanha pela reeleição de Lula.
Renunciou ao cargo para poder ser candidato aoSenado Federal.[26]
Em 2010, foi eleito com mais de um milhão de votos para compor o Senado Federal pelo Mato Grosso. Foi seguido, então, por Pedro Taques, eleito com ele, que por sua vez recebeu pouco mais de 700 mil votos.[27]
Em27 de fevereiro de2013, Blairo assumiu a presidência da Comissão de Meio Ambiente, Fiscalização e Controle do Senado Federal, apesar da resistência dos parlamentares ligados aomovimento ambientalista.[28]
Em novembro de 2015, anunciou seu ingresso aoPartido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB).[29] Porém meses depois, em março de 2016, recuou na decisão e confirmou que continuaria no Partido da República (PR), ao menos até as eleições de 2016.[30]
Em maio de 2016, filiou-se aoPartido Progressista (PP) a fim de representar o partido nogovernoMichel Temer, assumindo oMinistério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.[31] Técnico na área, Maggi assumiu a pasta no lugar deKátia Abreu, com o desafio de atender ao segmento que responde por mais de um quarto do PIB brasileiro: o agronegócio.
Logo após sua posse o ambientalista Daniel Nepstad afirmou que Blairo Maggi fará sim uma agenda ambiental brasileira,[32] vez que, quebrou paradigmas ao sair das críticas que recebeu em 2005 - quando o Greenpeace entregou um prêmio ao empresário denominado "Motosserra de Ouro". Conforme cita o ambientalista, Blairo foi responsável por levar uma delegação de 35 pessoas à Bali, em 2007, para participar da Conferência para Acordo do Clima (COP). Fruto dessa experiência, Maggi estipulou um ambicioso plano de redução do desmatamento em Mato Grosso, e no ano de 2009 conseguiu abaixar as taxas em 87%.[carece de fontes?] Trabalho que o credencia para o desempenho da nova função, por mostrar que desenvolvimento e produção podem sim caminhar lado a lado com o meio ambiente.
À frente da pasta, Maggi lançou o Plano Agro+ no intuito de reduzir a burocracia de diversos processos do setor, assim como de atualizá-los. A iniciativa foi a primeira, entre os Ministérios do novo governo, criada com essa intenção.[33] As medidas incluíram redução da fiscalização sanitária, poucos meses antes daOperação Carne Fraca. Em setembro do mesmo ano, em viagem oficial àChina, expressou o objetivo de expandir em mais de 3% a participação brasileira no comércio mundial de alimentos num prazo de cinco anos, saindo dos então 7% e alcançando 10%.[34] Na ocasião, fez críticas às restrições chinesas, como a demora na habilitação de novas plantas, que, segundo ele, ocorreriam para impor a compra de produtos chineses pelo Brasil.[35]
Após o escândalo provocado pelaOperação Carne Fraca, que evidenciou as falhas nas fiscalizações sanitárias, corrupção e fraudes, as exportações brasileiras de carne caíram 19%.[36]
No dia 2 de maio de 2018 a Procuradoria Geral da República denunciou Blairo Maggi por corrupção ativa no esquema de compra e venda de vagas no Tribunal de Contas do Mato Grosso (na época Maggi era Governador do Estado).[37] O ministro já havia afirmado que não seria candidato ao senado - já que seu mandato se encerra em 2018 - e fica no Ministério da Agricultura até dezembro de 2018. A assessoria de imprensa de Maggi divulgou mensagem afirmando que "por estes motivos é que (eu, Blairo Maggi) estou deixando a vida pública no final do meu mandato".[38]
Findo ogoverno Michel Temer, Blairo Maggi esteve entre os primeiros a serem admitidos na recém-criadaOrdem do Mérito do Trabalho Getúlio Vargas, sendo elevado ao seu último grau, a Grã-Cruz, em novembro de 2018 por Temer.[3]
De ascendência paternaalemã eitaliana,[39] Blairo é casado com Terezinha Maggi, e possui com ela três filhos: André, Belisa e Ticiane.
Em 2005, quando governava Mato Grosso, Blairo foi contemplado com o antiprêmioMotosserra de Ouro, criado pelaONGambientalistaGreenpeace, por sua relevante contribuição aodesmatamento e à destruição daFloresta Amazônica.[40] No entanto, Maggi se recusou a receber o prêmio, que seria entregue pelaMulher Samambaia durante um movimentado evento conduzido peloRepórter Vesgo.[41][42][43]
O desmatamento do ano ficou em cerca de 24 597 km², dos quais mais de 48% apenas no estado governado por Blairo. Maggi chegou a afirmar que "Esse negócio de floresta não tem o menor futuro".[44]
Quatro anos após, em 2010, oGreenpeace novamente presenteou o governador Maggi - dessa vez, com uma caixa de bombons decupuaçu,[45][fonte confiável?] fruto de uma árvore originária daAmazônia brasileira. Maggi foi premiado por implementar o programa MT Legal, criado por ele mesmo em2008 com a finalidade de promover olicenciamento ambiental e o uso de tecnologias de controle douso do solo através deimagens de satélite, além de fiscalizar as atividades desenvolvidas naspropriedades rurais, de modo a preservarmatas ciliares enascentes e afinal reduzir opassivo ambiental do seu estado.[carece de fontes?] Até outubro de 2011, segundo informado no site de Blairo Maggi, o programa havia cadastrado 20 milhões dehectares de propriedades - cerca de metade da área de produção agrícola de Mato Grosso.[46]
Em 14 de setembro de 2017, foi alvo de uma operação daPolícia Federal em conjunto com oMinistério Público Federal batizada como "Operação Malebolge", com cumprimento demandados de busca e apreensão expedidos peloSupremo Tribunal Federal (STF) em endereços do ministro. A Operação Malebolge é uma sequência daOperação Ararath, que investiga desvio de dinheiro público elavagem de dinheiro por meio defactorings clandestinas.[47]
Oprocurador-geral da República,Rodrigo Janot, afirmou que Blairo Maggi solicitou ao então presidente do BicBanco (hoje Banco Industrial e Comercial), José Bezerra de Menezes, que fizesse empréstimos ao ex-secretário Eder de Moraes para cobrir um desfalque de 130 milhões de reais deixados pela gestão de Maggi como governador de Mato Grosso (MT).[48]
Durante aOperação Carne Fraca, como Ministro da Agricultura, Blairo anunciou medidas que chamou de “desburocratização do agronegócio”, cujo ponto fundamental foi a redução da fiscalização sanitária. Blairo Maggi afirmou que "Temos de confiar mais nas empresas que fazem. Quem vai penalizar as empresas, uma vez erradas, pegas numa infração, é o sistema de fiscalização, mas é principalmente o mercado que tem de punir aquele que faz as coisas erradas".[49] Poucos meses após o anúncio, a Operação Carne Fraca se tornou conhecida, evidenciando acorrupção sistêmica dos agentes e processos que deveriam garantir a qualidade da carne e de seus derivados.
Durante a 22ª Conferência do Clima emMarrakech, um dos encontros mais importantes da ONU, o ministro minimizou o conflito agrário, afirmando, sobre o número de mortes de ambientalistas no ano, que "é só 50". Naquele ano houve, no mundo, 200 mortes do tipo, sendo 50 no Brasil, o que fez do país o campeão mundial de assassinato de ambientalistas.[50]
Também afirmou que o meio ambiente era protegido pela "consciência dos agricultores" que, segundo ele, seria maior que a lei. Alguns meses antes Blairo havia proposto o fim do licenciamento ambiental, ainda durante a comoção iniciada após oRompimento de barragem em Mariana, da mineradoraSamarco, que causou prejuízos ambientais bilionários e dezenas de mortes.[50]
| Precedido por Rogério Salles | Governador de Mato Grosso 2003 – 2010 | Sucedido por Silval Barbosa |
| Precedido por Kátia Abreu | Ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento 2016 – 2019 | Sucedido por Tereza Cristina Corrêa da Costa Dias |