Obilimbi (Averrhoa bilimbi), conhecido também comobiribiri,bilimbim,bilimbino,biro-biro,piripiri,piri-piri,caramboleira-amarela,limão-de-caiena,limão caiano,groselheira,azedinha[1],limão-japonês,[2] elimãozinho é uma plantatropical da famíliaOxalidaceae.
As palavrasbilimbi,bilimbim ebilimbino originam-se domalaiobalimbing.[1]Caramboleira-amarela é uma referência a uma outra espécie do gêneroAverrhoa, acarambola (Averrhoa carambola).Groselheira é uma referência àRibes uva-crispa, também chamadagroselheira. Em algumas regiões doBrasil, a fruta é chamada debiribirí, especialmente naCeará, onde é muito cultivada.
O bilimbi é originário doSudeste da Ásia e foi introduzido no Brasil pelaAmazônia através deCaiena, naGuiana Francesa. Por isso, o nome limão-de-caiena.
Pertencente à família dasOxalidaceae (a mesma dacarambola), a árvore mede até dez metros de altura. Possui tronco com casca lisa e escura e tem uma copa com forma piramidal. As folhas são verdes e compostas por de cinco a dezesseisfolíolos alongados com de quatro a doze centímetros de comprimento. A planta é sensitiva noturna e fecha as folhas à noite para dormir (nictantes). As flores são pequenas, vermelho-claras, aromáticas, presas aos ramos e tronco. O bilimbi tem uma floração contínua, produzindoflores e frutos ao mesmo tempo, e pode gerar frutos durante o ano todo.
Na verdade, os frutos sãobagaselipsoides, com de cinco a oito centímetros de comprimento e de dois a quatro centímetros de diâmetro. Nascem agrupados no tronco e ramos lenhosos da planta, com aproximadamente dezsementes de cor marrom e polpa verde-clara.
Especialmente quando verdes, os frutos contêm um alto teor deácido oxálico. Quando amadurecem, há uma redução desse ácido e um aumento devitamina C, que passa de 20,82 para cerca de 60,65 miligramas por cem gramas de polpa.
O cultivo é feito através desementes ouenxertias, preferencialmente em regiões declima tropical esubtropical, com melhor desenvolvimento em locais com temperatura média de 25 graus centígrados e pluviosidade acima de mil milímetros.
Os frutos são consumidos ao natural ou usados no preparo de saladas,compotas,geleias,vinagres, caipirinha evinhos. Os frutos verdes podem ser usados no preparo depicles,condimentos emolhos. Pode ainda ser utilizado com substituto do limão, como no ceviche, ou ser comido como tira-gosto, cortado em rodelas e adicionando-lhesal.
No sul do estado daBahia, noBrasil, o bilimbi é muito utilizado na preparação demoquecas oumariscados.
Bnouham e colaboradores (2006)[3] demonstraram que oextratoetanólico de folhas de biribiri tem açãoantidiabética, contribuindo para a redução da taxa de glicose. Segundo Negri (2005),[4] o extrato aquoso de bilimbi inibiu o aumento daglicemia em ratos que tiveram odiabetes induzido porestreptozotocina. O mecanismo de ação foi a inibição da atividade daenzimaglicose-6-fosfatase nofígado dos ratos. Esse é o mesmo mecanismo de ação dametformina e outras drogas da classe dasbiguanidas, amplamente utilizadas no tratamento do diabetes. Por seu alto teor devitamina C, o suco da fruta pode ser consideradoantiescorbútico. Outros usos propalados para o fruto incluem o combate àhiperlipidemia ehipercolesterolemia,reumatismo e afecções de pele.[5]
Entretanto, assim como sua parente próxima, acarambola, o bilimbi também é muito rico emácido oxálico, que étóxico, especialmente para osrins. Bakul e colaboradores (2013)[5] detectaram uma média de 25,5miligramas de ácido oxálico para cada 100gramas de frutos de bilimbi, o que é mais de três vezes a quantidade encontrada noabacaxi (ananás), quase cinco vezes o teor notomate e oito vezes a concentração nabanana.[5] Os mesmos autores relataram dois casos denecrose tubular aguda causada por cristais deoxalato de cálcio nos rins, após o consumo de apenas um copo por dia de suco de bilimbi durante 4-5 dias seguidos. Foi necessário o tratamento comhemodiálise. Os autores concluem que o consumo mais que eventual de bilimbi não é seguro.[5]
Referências
- ↑abFERREIRA, A. B. H.Novo Dicionário da Língua Portuguesa. Segunda edição. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1986. p.258
- ↑Araújo, Emmanuelle Rodrigues; Lânia Isis Ferreira Alves, Elizanilda Ramalho do Rêgo, Maílson Monteiro do Rêgo, Juliana Pereira de Castro, Moryb Jorge Lima da Costa Sapucay (2009).«Caracterização físico-química de frutos de biri-biri (Averrhoa bilimbi L.)»(PDF).Biotemas, 22 (4),. pp. 225–230. Consultado em 27 de outubro de 2012 !CS1 manut: Nomes múltiplos: lista de autores (link)
- ↑BNOUHAM, M.; ZIYYAT, A.; MEKFI, H.; TAHRI, A.; LEGSSYER, A. 2006. Medicinal plants with potential antidiabetic activity – A review of ten years of herbal medicine research (1990-2000). International Journal of Diabetes & Metabolism, 14: 1-25. Apud: ARAÚJO, Emmanuelle R. et al. Caracterização físico-química de frutos de biri-biri (Averrhoa bilimbi L.). Biotemas, 22 (4): 225-230, dezembro de 2009PDF Ago. 2012
- ↑NEGRI, Giuseppina. Revista Brasileira de Ciências Farmacêuticas, vol. 41, n. 2, abr./jun., 2005PDF Ago. 2012
- ↑abcdBakul, G; Unni, VN; Seethaleksmy, NV; Mathew, A; Rajesh, R; Kurien, G; Rajesh, J; Jayaraj, PM; Kishore, DS (1 de julho de 2013).«Acute oxalate nephropathy due to 'Averrhoa bilimbi' fruit juice ingestion».Indian Journal of Nephrology (em inglês).23 (4).PMC 3741977
.PMID 23960349.doi:10.4103/0971-4065.114481. Consultado em 27 de maio de 2018