Foi editor do suplemento de ensaios Folhetim, e correspondente daFolha de S. Paulo emParis eNova Iorque. Seus dois primeiros livros foram editados naFrança.
Em 2006, trabalhou com o grupoTeatro da Vertigem e escreveu, de forma colaborativa com o diretor e os atores, a peça BR3, encenada pelo grupo.[5]
Para escrever seu romanceMongólia, viajou pelo país, com bolsa de criação literária da fundação portuguesa Oriente, propondo, nesse texto, "um novo olhar sobre o espaço, uma nova consciência da inquietude e da mobilidade".[6]
Carvalho também passou um período vivendo entre os osKrahôs, para tentar entender o personagem de seu romanceNove Noites, um antropólogo estadunidense que se suicidou enquanto pesquisava esse povo indígena.[7]
Em 2021, publicouO último gozo do mundo, fábuladistópica ambientada no contexto de pós-pandemia da Covid-19, no qual reflete sobre a quarentena e a sensação de fim do mundo.[8]
Aberração (1993) — Volume de onze contos sobre personagens deslocados e obcecados por coincidências, em narrativas que investigam memória, identidade e o “duplo”.[11]
Onze (1995) — Trama em mosaico que aproxima personagens e acontecimentos díspares (um jogo de morto-vivo num sítio, um pintor estrangeiro no Rio, um acidente em Paris), explorando simetrias e espelhamentos narrativos.[12]
Os bêbados e os sonâmbulos (1996) — Romance sobre a percepção e a perda de identidade: um jovem com tumor cerebral vê a sanidade ruir, num enredo que mistura policial, drama familiar e simulacros de arte e sexo.[13]
Teatro (1998) — Dividido em duas partes e vozes, articula conspiração, celebridade e violência (um ataque químico por correio; um astro pornô implicado no assassinato de um político) para desmontar certezas de narrador e leitor.[14]
As iniciais (1999) — Após receber uma caixinha com quatro iniciais gravadas, o protagonista entra numa espiral de dedução e paranoia; o romance trabalha códigos, memória e oralidade do narrador.[15]
Medo de Sade (2000) — Um homem, acusado de homicídio depois de uma orgia da qual nada recorda, é internado; o livro acompanha seu esforço de reconstruir os fatos num diálogo claustrofóbico.[16]
Nove noites (2002) — Investigação ficcional sobre o suicídio do antropólogo Buell Quain (1939), combinando vozes e documentos para discutir verdade, alteridade e os limites entre relato e invenção.[17]
Mongólia (2003) — Um diplomata brasileiro parte de Pequim à Mongólia à procura de um fotógrafo desaparecido; o relato entre diários e depoimentos confronta choque cultural, geopolítica e o enigma do outro.[18]
O sol se põe em São Paulo (2007) — A partir de uma história de amor, o narrador percorre memórias ligadas ao Japão da Segunda Guerra, entrelaçando São Paulo contemporânea e tradições japonesas.[19]
O filho da mãe (2009) — Romance da coleção “Amores Expressos” que cruza maternidade, guerra e deslocamento (Rússia/Tchetchênia), em múltiplas vozes femininas que tentam proteger seus filhos.[20]
Reprodução (2013) — Em dois longos monólogos, um estudante detido na PF descarrega preconceitos e contradições; o livro encena o “ruído” do discurso público e a saturação informacional contemporânea.[21]
Simpatia pelo demônio (2016) — Entre terrorismo e romance tóxico, acompanha um funcionário de agência humanitária cuja experiência extrema contamina afetos e ética.[22]
O último gozo do mundo (2021) — Novela de “pós-pandemia” sobre uma professora que atravessa a ruína do casamento e um presente suspenso; distopia com tons de fábula sobre memória e desejo.[23]
Os substitutos (2023) — Romance centrado numa relação pai-filho num Brasil predatório (devastação amazônica, leilão de recursos), com reflexão amarga sobre masculinidade e violência.[24]
Não ficção
O mundo fora dos eixos: crônicas, resenhas e ficções (2005) — Seleção de textos publicados ao longo de uma década (crônicas, crítica e pequenas ficções) que discutem cultura, literatura e o presente.[25][26]
Teatro
BR-3 (2006, dramaturgia para o Teatro da Vertigem) — Peça encenada no rio Tietê (São Paulo) que atravessa três “Brasis” (Brasilândia–Brasília–Brasiléia) para repensar identidade nacional; texto de Bernardo Carvalho, direção de Antônio Araújo.[27][28][29]
Outros
O limpador de ouvidos (conto, 2018) — Publicado narevista piauí (ed. 145), narra uma experiência em chave de mistério psicológico.[30]