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Bernardini

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Bernardini
Razão socialBernardini S.A Indústria e Comércio
AtividadeDefesa,Automobilística
Fundação1912
Encerramento2001
SedeSão Paulo,SP,Brasil
ProdutosCofres, portas blindadas, móveis de aço,carros de combate ejipes

Bernardini foi umaempresa criada na cidade deSão Paulo em1912 porimigrantes italianos. No começo produzia cofres e portas blindadas. Nos anos 60 teve seus primeiros contatos com a área militar, fabricando carrocerias para os caminhões doExército e dosFuzileiros Navais. Tornou-se um dos nomes daindústria bélica do Brasil, ao lado daEmbraer,Engesa,Avibrás,Taurus eIMBEL.[1]

Em 1972, foi alistada a colaborar com a Biselli na modernização dos carros de combate levesM3A1 Stuart, resultando nos X1. Seu desenvolvimento posterior levou ao às versões Lança-Ponte XLP-10 e lançador de foguetesXLF-40. A partir de 1976 modernizou ainda oM41 Walker Bulldog, resultando no M41C, e em 1984 modificou oM4 Sherman para uma versão anti-minas. Trabalhava com melhorias incrementais sobre as tecnologias existentes e dependia do Exército para o desenvolvimento, financiamento e suporte técnico, ao contrário da Engesa, que adquiriu maior independência e feitos de inovação e teve uma participação muito mais relevante na economia nacional.[2] Com sua experiência foi encarregada em 1979 de projetar um carro de combate nacional, o X-30, posteriormenteMB-3 Tamoyo. Seus três protótipos foram respectivamente terminados em 1984, 1985 e 1987. Tinha as especificações bastante limitadas definidas pelo Exército, embora depois recebeu modificações em reação ao sofisticadoEE-T1 Osório da Engesa. Entretanto o Tamoyo nunca chegou a ser produzido em série.

Em 1984, criou o jipe Xingu, versão militarizada doToyota Bandeirante, e em 1988 o veículo antidistúrbio AM-IV 4×4, um pequeno blindado montado sobre ochassi curto do mesmo Toyota, com três portas (uma traseira), escotilha no teto, seteiras, lançadores de granadas de gás, ar condicionado e filtro contra gases na cabine. Cerca de 50 veículos foram fabricados, a maior parte exportada para oChile. Em 1990 estava a investir emsoftware ehardware industriais.[3] Nesse mesmo ano, porém, a indústria bélica estava em crise, numa decadência que se prolongaria pelos governosCollor eFHC.[4] A Bernardini não sobreviveu e fechou as portas em 2001.[5][6][7][8][9][10]

Após testes de motorização naRodovia dos Imigrantes, um dos M41C se envolveu em um acidente fatal em 16 de janeiro de 1985 quando esmagou umVolkswagen Brasília ocupado por três pessoas, no cruzamento da Avenida Abraão de Morais com a rua Francisco Tapajós. Duas pessoas morreram e a terceira perdeu uma perna. Inicialmente a Bernardini alegou que não teve culpa pelo acidente, culpando um semáforo queimado como o responsável pela colisão e esmagamento. No dia seguinte o Departamento de Operações do Sistema Viário (DSV) da prefeitura de São Paulo divulgou que o semáforo daquele cruzamento encontrava-se funcionando na ocasião do acidente, apontando o condutor do M41C (um mecânico da empresa Bernardini com habilitação para conduzir blindados vencida desde novembro de 1984) como responsável pelo mesmo.[11] O acidente irritou a cúpula do Exército (que culpou exclusivamente a Bernardini pelo acidente) e foi um dos fatores que prejudicou a empresa no relacionamento com o Exército Brasileiro.[12]

Referências

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Citações

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  1. Azevedo 2018.
  2. Ladeira Junior 2013, pp. 175-177.
  3. Neto 1990, pp. 432-433.
  4. Mello 2010, p. 123, cap. 4.
  5. Bernardini.Lexicar Brasil. Consultado em 14 de janeiro de 2021.
  6. Infantaria do Ipiranga.Prefeitura de Santo André. Consultado em 14 de janeiro de 2021.
  7. Nicolaci, Angelo.Bernardini - Uma história de expertise e inovação brasileira.GBN Defense. Consultado em 14 de janeiro de 2021.
  8. Bernardini: do Ipiranga para a OTAN (2 de outubro de 2008).Forças Terrestres. Consultado em 14 de janeiro de 2021.
  9. Nita 2014.
  10. Bressan 2016.
  11. «Tanque de guerra esmaga carro e mata 2 passageiros». Folha de S.Paulo, Ano 64, edição 20378, Seção Geral, página 21. 17 de janeiro de 1985. Consultado em 14 de agosto de 2019 
  12. Nunzio Briguglio (18 de janeiro de 1985).«Exército culpa empresa por acidente». Folha de S.Paulo, Ano 64, edição 20379, Seção Geral, página 17. Consultado em 14 de agosto de 2019 

Bibliografia

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