Bernardo Rocha de RezendeCavMM (Rio de Janeiro,25 de agosto de1959), conhecido comoBernardinho, é um ex-jogador, treinador devoleibol,economista,[1] eempresário[2]brasileiro. Atualmente, treina oSesc-Flamengo e aSeleção Brasileira de Voleibol Masculino.[3]
Como treinador, Bernardinho é um dos maiores campeões da história do voleibol, acumulando mais de trinta títulos importantes em vinte e dois anos de carreira dirigindo as seleções brasileiras feminina e masculina. Entre 2001 e 2017, foi o técnico daSeleção Brasileira de Voleibol Masculino, tendo conquistado dois ouros olímpicos (2004 e 2016), trêsCampeonatos Mundiais, duasCopas do Mundo, trêsCopas dos Campeões e oitoLigas Mundiais. Conjuntamente à sua passagem pelaSeleção Brasileira de Voleibol Feminino, Bernardinho conquistou seis medalhas olímpicas consecutivas (de 1996, emAtlanta, a 2016, noRio de Janeiro): dois bronzes, duas pratas e dois ouros.
Como empresário, possui diversos empreendimentos de sucesso, tendo estrelado em comerciais de alguns deles, incluindo a maior rede de academias daAmérica Latina,[4] bem como projetos sociais como o Instituto Compartilhar, que visa desenvolver jovens de comunidades carentes por meio do esporte[5] e aeduK, que promove o empreendedorismo através de cursos on-line.
Bernardo Rocha de Rezende, mais conhecido como Bernardinho, nasceu em 25 de agosto de 1959. Formado em economia pela PUC-Rio,[1] jogou vôlei de 1979 até 1986, defendendo times do Rio de Janeiro e aseleção brasileira. Em 1988, parou de jogar, começando a carreira de treinador como assistente-técnico da seleçãoBebeto de Freitas, nasOlimpíadas de Seul. Dois anos depois, treinou a equipe feminina doPerugia, naItália, onde ficou até 1992. No ano seguinte, dirigiu a equipe masculina doModena. Em seguida, Bernardinho retornou ao Brasil e, em 1994, assumiu o comando daseleção feminina brasileira adulta até 2000. Depois disso assumiu a seleção masculina, ficando até 2016.
O êxito nas quadras fez do técnico um conferencista requisitado. Inspirado pelaPirâmide do Sucesso, criação do treinadorJohn Wooden, mito do basquete universitárionorte-americano e que usa a figura geométrica para ensinar o passo a passo do sucesso, Bernardinho desenvolveu a "Roda da Excelência". Nela, dispõe valores como trabalho em equipe, liderança, motivação, perseverança e outros conceitos comuns a manuais de recursos humanos.

Bernardinho foi casado com a jogadora de voleibolFernanda Venturini de1999 a2020, tendo duas filhas, Júlia e Vitória.[6] Por causa da mais nova largou aSeleção Francesa de Voleibol Masculino, com a qual havia assinado em 2021 visando aOlimpíada de Paris.[7]
Antes, foi casado com a ex-jogadora de voleibolVera Mossa, com quem teveBruno Mossa de Rezende, o Bruninho, que é levantador da seleção brasileira masculina de vôlei.

Em março de 2005, após o ouro nosJogos Olímpicos de Verão de 2004, foi admitido pelo presidenteLuiz Inácio Lula da Silva àOrdem do Mérito Militar no grau de Cavaleiro especial.[8]
Foi escolhido o melhor treinador da Super Liga Feminina 2007/2008[9] e peloComitê Olímpico Brasileiro, por quatro anos consecutivos, o melhor treinador do Brasil.[10]

É autor dos livrosBernardinho - Cartas a um jovem atleta - Determinação e Talento: O caminho da Vitória[11] eTransformando Suor em Ouro.[12] Em 11 de janeiro de 2017, foi anunciada a sua saída da Seleção Brasileira de voleibol masculino após um ciclo de 16 anos, sendo substituído porRenan Dal Zotto.[13]
Ostentando mais de 30 títulos de relevo em não menos de quatro décadas de carreira como atleta profissional e treinador, Bernardinho teve a oportunidade de atuar por dezenas de equipes brasileiras e internacionais. Em que pese sua ostensiva presença no mundo do voleibol e atuação pelosoutros três gigantes do esporte carioca, declara-se torcedor de longa data doBotafogo de Futebol e Regatas.[14][15]
| “ | "O esporte brasileiro jamais teve um treinador como Bernardinho. Nem o lendárioKanela, do basquete bicampeão mundial, nem o hiper vitoriosoLula, que reinou durante 11 anos no Santos dePelé, por tantas vezes campeão. Nem mesmoTelê Santana. Curiosamente, Bernardinho não briga com ninguém. Ou melhor, briga com todo mundo, a começar por brigar com ele mesmo. Briga para vencer, briga para ser o melhor, briga pela inalcançável perfeição. Mas ninguém o vê com picuinhas com este ou aquele atleta. Bernardinho tem a força dos esportistas excepcionais e a formação intelectual que raros esportistas têm. O que explica muita coisa."[16] | ” |
Bernardinho é um perfeccionista ao extremo, que enfatiza sempre o ritmo forte de treinamento. Fabi, líbero da Seleção Feminina e bicampeã olímpica, afirmou, em reportagem dada aoSporTV, que "as cobranças excessivas do Bernardinho são reflexo de um profissional que busca a perfeição e exige o melhor em qualquer circunstância".[17] Além disso, Ele gosta de mexer na estrutura da qual as equipes que treina dispõem.[18]
Um procedimento muito adotado por ele nos treinamentos é seu incansável esforço de tirar seus atletas da "zona de conforto".
Quando técnico da Seleção Feminina, uma das primeiras medidas do técnico foi a inclusão da musculação na rotina de treinamento, o que fez com que a qualidade técnica das jogadoras se unisse ao desenvolvimento da força física. Arevista Época publicou, em 1998, uma reportagem intitulada ‘Musas Turbinadas’, em que dizia que a Seleção contava com 12 atletas e um tirano que levava às jogadoras às lágrimas.[19]
Na Seleção Masculina, os períodos de treino aumentaram, a integração entre os jogadores também.[18]
| “ | "O Bernardinho trouxe uma mentalidade diferente para a seleção. Tirou a gente do que chama de "zona de conforto". Passamos a acordar mais cedo, a fazer um esforço adicional. E, de uma seleção que não vencia nada, passamos a vencer tudo."[18] | ” |
Outro ponto de mudança na Era Bernardinho foi a renovação de talentos. Ele soube mesclar novos nomes que aos poucos se incorporam à seleção.[18]
Às vésperas do início dosJogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro, em 2007, Bernardinho envolveu-se em uma polêmica ao optar pela escalação de última hora de seu filhoBruno no lugar do titularRicardinho. A decisão levantou suspeitas denepotismo sobre o treinador e seu filho, que enfrentaram resistência de parte do público e vaias da torcida brasileira em sua estreia na competição.[20][21]
Anos mais tarde, em 27 de março de 2019, Bernardinho criticou a jogadoraTifanny, primeira atletatransexual novôlei profissional, durante a partida do Sesc-RJ e oSesi-Bauru, 3 sets a 1 para o time paulista, pelas quartas de final daSuperliga de Vôlei. Bernardinho se irritou em um lance da atleta e esbravejou para seu banco de reservasUm homem, é fo**!. Uma câmera flagrou o desabafo de Bernardinho.[22]
Após o momento de irritação na derrota, Bernardinho se desculpou pelas redes sociais:
| “ | Peço desculpas a todos. Não foi minha intenção de forma alguma ofendê-la. Me referia ao gesto técnico e ao controle físico que ela tem, comum aos jogadores do masculino e que a maior parte das jogadoras não tem. Sempre trabalhei e tentei ajudar diversos jogadores e jogadoras sem qualquer tipo de preconceito. À Tiffany dou meus parabéns pela grande atuação e conquista! | ” |
— Bernardinho, em postagem[23] | ||
Além de conferencista, Bernardinho também é empresário em várias frentes de negócio distintas e faz parte do conselho de administração de todas elas:
Em agosto de 2013, Bernardinho filiou-se aoPSDB após ter sido convidado porAécio Neves, então presidente nacional do partido, que o considerava um bom nome para disputar o governo do Rio de Janeiro naseleições de 2014.[33]
Em abril de 2017, Bernardinho trocou de partido e filiou-se aoNOVO, partido pelo qual chegou a cogitar uma candidatura para disputar aseleições de 2018 noRio de Janeiro – ao final, não concretizada.[34]
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