Batalha de Esquiroz (ou Noáin) | |||
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Guerra Italiana de 1521-1526 | |||
Monumento em memória à Batalha | |||
Data | 1521-26 | ||
Local | Navarra | ||
Desfecho | Vitória decisiva dos espanhóis. | ||
Beligerantes | |||
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Comandantes | |||
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Forças | |||
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Baixas | |||
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ABatalha de Esquiroz (chamada pelos espanhóis deBatalha de Noáin) foi o segundo conflito da chamadaGuerra Italiana de 1521-1526, e considerada pelaHistória da Espanha como o principal combate daConquista de Navarra por parte das Coroas deCastela eAragão, já unificadas. Nela se enfrentaram as tropas do exército navarro com apoio secreto dosfranceses, que tinha reconquistadoNavarra ao exércitoImperial, sendo nesta batalha derrotados, acabando com as possibilidades deHenrique II de Navarra em recuperar seu território.
Depois da conquista de Navarra porFernando, o Católico, em1512 e posterior anexação da Coroa de Castela, em 1515, foram feitas três tentativas de recuperar o reino por parte dos Reis. Em 1521, na terceira ocasião, reinando Henrique II de Navarra, dito "o Sanguinário", intentou aproveitar-se da sublevação dasComunidades contraCarlos I, imaginando que naquele momento o poderoso exército castelhano não poderia reagir.
As operações foram supridas e financiadas pelos franceses, que negavam toda responsabilidade,[1] em virtude das disputas entre Carlos I e o rei francêsFrancisco I pela sucessão deMaximiliano I à frente doSacro Império Romano-Germânico, os franceses viram-se forçados a aceitar a intermediação deHenrique VIII que, visando manter a paz na Europa, ameaçara intervir contra quem primeiro interrompesse a paz.
Para lá enviou Henrique II um exército, que entrou pelo norte, ao comando do General Asparrós, contando com 12 000 soldados, 800 lanças e 29 peças deartilharia. Além disso foi produzido um levante da população de várias cidades, comoPamplona,Estella,Tafalla eTudela, logrando expulsar os castelhanos de toda Navarra.
Uma vez reconquistada Navarra, Asparrós dirigiu-se atéLogroño, já fora do reino, sitiando-a. Enquanto isso, Castela se reorganizou com três corpos de exército. A11 de junho partiram até chegarem, no dia 30, à esplanada conhecida porSalinas de Pamplona, onde decorreu a batalha.
Salinas de Pamplona é uma grande planície perto deNoáin e dePamplona. As tropas castelhanas estavam formadas por mais de 30 mil homens sob comando docondestávelIñigo Fernández de Velasco, co-regente da Coroa de Castela, do Duque de Nájera, vice-rei de Navarra.
As tropas do exército Imperial foram recrutadas da seguinte forma: uns 7 mil homens do Condestável de Castela; 5 mil dos territórios deVizcaya,Álava eGuipúzcoa - estes últimos depois da derrota dos vizinhos sublevados por parte deIgnácio de Loyola; uns 4 mil arregimentados pelo Conde de Lerín; entre mil e mil e duzentos soldados de várias cidades comoSegóvia,Valladolid,Palência,Burgos,Salamanca eToro; 800 porMedina del Campo, 500 deÁvila, e em números menores por outras cidades. Além dessas havia as tropas enviadas pelos membros da nobreza. Em muitos casos o recrutamento foi realizado entre os vencidos da Guerra das Comunidades[2]
As tropas franco-navarras, muito inferiores numericamente (estimadas entre 8 e 10 mil homens), eram capitaneadas pelo francês Andrés de Foix, senhor de Asparrós. Cometeu vários erros, como o de não aguardar os reforços que poderiam ser enviados, uns 6 mil homens de Pamplona e arredores, e outros 2 mil de Tafalla. Tomou a iniciativa, atacando no começo da tarde (as versões variam entre 14 e 17:30 horas), surpreendendo aos castelhanos e infligiu-lhes inicialmente um severo revés. Começou, assim, a batalha, com o domínio dos navarro-gascões, varrendo com sua artilharia os prados em que se encontravam os espanhóis de Castela - mas o Almirante e Duque Henrique, com suacavalaria, dominou o combate, atravessando com celeridade a serra de Erreniega e caindo sobre o flanco e a retaguarda inimiga. Ainfantaria decidiu o resto da batalha.
A batalha foi grande e sangrenta. Os navarros tiveram que render-se, após sofrerem mais de 5 mil baixas e ser feito prisioneiro o próprio de Foix, que foi ferido e ficando cego. Mais tarde foi libertado pelo Imperador, mediante pagamento de resgate. Graças a ela puderam os castelhanos se apoderar de todas as praças, que não mais resistiram.
Alguns dos sobreviventes navarros se reorganizaram na Baixa Navarra num exército mais modesto, tomando o vale Baztán-Bidasoa, o Castelo de Maya e a cidade de Fuentarrabía, onde se produziram as últimas resistências militares na conquista da Alta Navarra.
Num cerro sobre a planície onde se deram os combates foi erguido um monumento em memória dessa batalha, realizado porJoxe Ulibarrena em1996.