"Somente as árvores que souberes cujo fruto não se pode comer, é que destruirás e cortarás, e contra a cidade que guerrear contra ti edificarás baluartes, até que seja vencida." (Deuteronómio 20ː20, Versão deJoão Ferreira de Almeida)
Era utilizado como plataforma deartilharia, para cruzar fogos com os baluartes vizinhos, impedindo o assalto inimigo àscortinas situadas entre eles.
Observe-se queDuarte de Armas emPortugal e outros autores do início doséculo XVI - período em que a nova terminologia ainda não era muito difundida - empregaram o termo "baluarte" para designar qualquer obra fortificada.
O baluarte tem, normalmente, um formato pentagonal, apresentando duas faces, dois flancos e uma gola (linha pela qual está ligado à estrutura principal). Normalmente, é sustentado pormuralhas dealvenaria e preenchido com terra apiloada.
Em relação aoscastelosmedievais, constitui-se numa defesa mais baixa e mais larga, melhor adaptada ao emprego daartilharia, que se difundiu naEuropa a partir doséculo XV.
Baluarte em tenalha: aquele cujo ângulo flanqueado forma um reentrante;
Baluarte truncado: aquele cujo ângulo flanqueado é substituído por um ou dois ângulos reentrantes;
Baluarte de orelhões: aquele cujos ângulos retirados e convexos estão cobertos até ao centro por uma extremidade da face conhecida por "orelhão";
Baluarte destacado: reduto isolado em forma de baluarte;
Baluarte duplo: aquele que possui um baluarte menor no seu interior;
Baluarte terraplanado: aquele que, além do terrapleno normal da praça, era ainda cheio no seu interior com outro terrapleno, ficando mais reforçado;
Baluarte plano: aquele que tem meias golas em linha reta;
Baluarte real: aquele que apresenta dimensões muito elevadas, com vários entrincheiramentos e com capacidade para albergar uma grande guarnição;
Baluarte regular: aquele cujas linhas e ângulos correspondentes são iguais entre si;
Baluarte simples: aquele cujo terrapleno acompanha as suas faces e flancos, deixando um espaço vazio no centro, que pode ser utilizado para se construir alguma edificação;
Baluarte vazio: aquele sem qualquer terrapleno;
Meio-baluarte: aquele que apenas tem uma face e um flanco.
GIL, Júlio.Os Mais Belos Castelos de Portugal. Lisboa/São Paulo: Editorial Verbo, 1986.
NUNES, António Lopes Pires.Dicionário de Arquitetura Militar. Casal de Cambra: Caleidoscópio, 2005. 264p. il.ISBN 972-8801-94-7
Patterson, B.H. (1985).A Military Heritage A history of Portsmouth and Portsea Town Fortifications. [S.l.]: Fort Cumberland & Portsmouth Militaria Society. pp. 7–10
Hyde, John (2007).Elementary Principles of Fortification. Doncaster: D.P&G. pp. 50–54.ISBN978-1-906394-07-3