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Baleia-bicuda-de-gray

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Baleia-bicuda-de-gray
Classificação científicaedit
Domínio:Eukaryota
Reino:Animalia
Filo:Chordata
Classe:Mammalia
Ordem:Artiodactyla
Infraordem:Cetacea
Família:Ziphiidae
Gênero:Mesoplodon
Espécies:
M. grayi
Nome binomial
Mesoplodon grayi
von Haast, 1876

ABaleia-bicuda-de-gray (Mesoplodon grayi) é um cetáceo da família doszifiídeos (Ziphiidae) encontrado nas águas temperadas frias dohemisfério sul.

As baleias-bicudas-de-Gray são animais marinhos ainda pouco conhecidos, pertencentes à família Ziphiidae, referente às  “baleias de bico”. Embora sejam mamíferos de grande porte, assim como outras baleias, eles se distinguem por características anatômicas peculiares, como a presença de dentes e um bico característico. As baleias-bicudas-de-Gray possuem uma parte dos dentes localizados na mandíbula inferior, mas esses dentes são encontrados principalmente em machos de algumas espécies.[2]

Ao contrário do que ocorre com muitas outras baleias, as baleias-bicudas-de-Gray se alimentam principalmente de lulas, que são capturadas através de um processo de sucção com a língua, e não utilizam os dentes para mastigar. Essa adaptação alimentar é uma característica marcante da família.[2]

Esses animais são extremamente raros e difíceis de estudar, uma vez que habitam águas profundas, longe da costa, e não são frequentemente avistados. Como resultado, a maior parte das informações sobre as baleias-bicudas-de-Gray provêm de animais encalhados nas praias, o que limita o conhecimento sobre seu comportamento, ecologia e padrões migratórios. A escassez de dados torna essas baleias um dos grupos mais enigmáticos entre as espécies.

Distribuição geográfica

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Habitam nas águas do Hemisfério Sul, entre 30 e 55° de latitude, e são frequentemente vistas em profundidades de 2.000 metros. Sendo encontradas em países como: Nova Zelândia, Austrália, África do Sul, Ilhas Malvinas, Brasil, Chile, Argentina, Peru e Uruguai. Sua presença na Antártica é incerta.[3][4]

No Brasil foram registrados quatro encalhes no Rio Grande do Sul.[5]

Descrição morfológica[2]

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A baleia-bicuda-de-gray tem um bico proeminente, um dos seus traços morfológicos mais destacados, adaptado para a alimentação de presas em águas profundas.

Representação artística deMesoplodon Grayi

O corpo é robusto e alongado, com uma coloração escura, geralmente cinza escuro ou preto, o que pode variar ligeiramente dependendo da localização geográfica.

Possuem uma nadadeira dorsal pequena e uma nadadeira caudal ampla e potente, adaptada para nadar com eficiência em águas profundas.

A variação no tamanho pode ser observada entre os indivíduos, com as fêmeas sendo um pouco maiores que os machos, mas essa diferença não é muito significativa.[2]

A distribuição de dentes também é importante na morfologia desta espécie. Os machos adultos têm dentes visíveis, enquanto as fêmeas têm dentes menores ou não visíveis[2].

Outra observação anatômica é o formato de seu orifício respiratório, que possui a forma de uma meia-lua, além de dois sulcos em "V" localizados na região da garganta.[6]

Ecologia

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baleia-bicuda-de-gray encalhada em Port Waikato, Nova Zelândia

Esses animais são geralmente avistados em grupos de 1-8 indivíduos, mas, em média, são cerca de 3 indivíduos por grupo; acredita-se que esses grupos são separados por gênero e que os indivíduos de um mesmo grupo não costumam ser relacionados[7], então não se trata de um mesmo núcleo familiar, sendo essa uma estratégia que amplia a variabilidade genética.  É uma espécie de águas profundas, mas há registros de indivíduos em águas rasas quando estão com alguma enfermidade e/ou prestes a encalhar.

Comportamento

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São animais vistos em grupos com média de 3 indivíduos, mas pouco se sabe sobre seus comportamentos uma vez que  passam a maior parte do tempo em águas profundas, muito provavelmente emergindo apenas para obtenção de oxigênio ou quando estão enfermos.

Conservação

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É considerada uma espécie pouco ameaçada (Least Concern (LC), pela IUCN). No entanto, não está isenta de ser alvo de problemas como:

A alta poluição dos oceanos[8][9]- há muitos casos de baleias bicudas sendo vítimas de lixo presente nas águas, especialmente plástico, que pode tanto obstruir a via digestória, caso seja grande o suficiente, quanto causar danos internos ao animal por micro plásticos que podem liberar resíduos químicos no interior do sistema digestório.

Provável baleia-bicuda-de-grayi em autópsia por pesquisadores na Nova Zelândia

Contaminação pororganoclorado[10] - embora seja mais registrada em espécies de cetáceos do hemisfério norte, é uma potencial ameaça à outras espécies.

Poluição sonora[11][12][13]- decorrente de sonares e de abalos sísmicos, que desorientam animais como as baleias bicudas, causando encalhamentos e doença das bolhas

Aquecimento global[14] - é um problema que afeta tanto as baleias quanto suas presas além de todo o ecossistema, contudo, espera-se que as baleias bicudas não sejam tão afetadas por conta dos seus habitats, de cânions e águas profundas.

Com tantas potenciais ameaças, são necessários mais estudos para determinar os reais impactos causados, porém atualmente não há um sistema de monitoramento para essa espécie.[15]

Referências

  1. Pitman, R.L.; Taylor, B.L. (2020).«Mesoplodon grayi».Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas.2020: e.T13247A50366236.doi:10.2305/IUCN.UK.2020-3.RLTS.T13247A50366236.enAcessível livremente. Consultado em 19 de novembro de 2021 
  2. abcdeThompson, K. F.; Ruggiero, K.; Millar, C. D.; Constantine, R.; van Helden, A. L. (4 de junho de 2014).«Large‐scale multivariate analysis reveals sexual dimorphism and geographic differences in the<scp>G</scp>ray's beaked whale».Journal of Zoology (1): 13–21.ISSN 0952-8369.doi:10.1111/jzo.12151. Consultado em 16 de fevereiro de 2025 
  3. Baker, AR (1984).«Book Review: Whales and Dolphins of New Zealand and Australia. An Identification Guide».Wildlife Research (3). 589 páginas.ISSN 1035-3712.doi:10.1071/wr9840589. Consultado em 17 de fevereiro de 2025 
  4. Van Waerebeek, Koen; Leaper, Russell; Baker, Alan N.; Papastavrou, Vassili; Thiele, Deborah; Findlay, Ken; Donovan, Greg; Ensor, Paul (14 de fevereiro de 2023).«Odontocetes of the Southern Ocean Sanctuary».J. Cetacean Res. Manage. (3): 315–346.ISSN 2312-2706.doi:10.47536/jcrm.v11i3.611. Consultado em 17 de fevereiro de 2025 
  5. Castello, Hugo P; Pinedo, Maria Cristina (dezembro de 1980).«Mesoplodon densirostris (Cetacea, Ziphiidae), primeiro registro para o Atlántico Sul Ocidental».Brazilian Journal of Oceanography (2): 91–94.ISSN 1679-8759.doi:10.1590/s1679-87591980000200020. Consultado em 17 de fevereiro de 2025 
  6. Nishimura, Saburo; Nishiwaki, Masaharu (dezembro de 1964).«RECORDS OF THE BEAKED WHALE MESOPLODON FROM THE JAPAN SEA».Publications of the Seto Marine Biological Laboratory (4): 323–334.ISSN 0037-2870.doi:10.5134/175368. Consultado em 17 de fevereiro de 2025 
  7. Patel, Selina; Thompson, Kirsten F.; Santure, Anna W.; Constantine, Rochelle; Millar, Craig D. (9 de março de 2017).«Genetic Kinship Analyses Reveal That Gray's Beaked Whales Strand in Unrelated Groups».Journal of Heredity (4): 456–461.ISSN 0022-1503.doi:10.1093/jhered/esx021. Consultado em 17 de fevereiro de 2025 
  8. Baini, Matteo; Martellini, Tania; Cincinelli, Alessandra; Campani, Tommaso; Minutoli, Roberta; Panti, Cristina; Finoia, Maria Grazia; Fossi, Maria Cristina (2017).«First detection of seven phthalate esters (PAEs) as plastic tracers in superficial neustonic/planktonic samples and cetacean blubber».Analytical Methods (9): 1512–1520.ISSN 1759-9660.doi:10.1039/c6ay02674e. Consultado em 17 de fevereiro de 2025 
  9. Baulch, Sarah; Perry, Clare (março de 2014).«Evaluating the impacts of marine debris on cetaceans».Marine Pollution Bulletin (1-2): 210–221.ISSN 0025-326X.doi:10.1016/j.marpolbul.2013.12.050. Consultado em 17 de fevereiro de 2025 
  10. Sun, Caoxin.«PERSISTENT ORGANIC POLLUTANTS IN THE ARCTIC, ATLANTIC AND PACIFIC OCEANS». Consultado em 17 de fevereiro de 2025 
  11. D'Amico, Angela; Gisiner, Robert C.; Ketten, Darlene R.; Hammock, Jennifer A.; Johnson, Chip; Tyack, Peter L.; Mead, James (1 de dezembro de 2009).«Beaked Whale Strandings and Naval Exercises».Aquatic Mammals (4): 452–472.ISSN 0167-5427.doi:10.1578/am.35.4.2009.452. Consultado em 17 de fevereiro de 2025 
  12. Claridge, Diane; Dunn, Charlotte (30 de setembro de 2009).«Establishing a Marine Mammal Stranding Network in the Bahamas». Fort Belvoir, VA. Consultado em 17 de fevereiro de 2025 
  13. Cox, T. M.; Ragen, T. J.; Read, A. J.; Vos, E.; Baird, R. W.; Balcomb, K.; Barlow, J.; Caldwell, J.; Cranford, T. (14 de março de 2023).«Understanding the impacts of anthropogenic sound on beaked whales».J. Cetacean Res. Manage. (3): 177–187.ISSN 2312-2706.doi:10.47536/jcrm.v7i3.729. Consultado em 17 de fevereiro de 2025 
  14. Learmonth, J; MacLeod, C; Santos, M; Pierce, G; Crick, H; Robinson, R (13 de junho de 2006).«Potential Effects Of Climate Change On Marine Mammals». CRC Press: 431–464. Consultado em 17 de fevereiro de 2025 
  15. Barbara Taylor (Protected Resources Division, Southwest Fisheries Science Center, National Marine Fisheries Service, NOAA 3333 N. Torrey Pines Court, La Jolla, CA, USA); Robert Pitman (Protected Resources Division, Southwest Fisheries Science Center/NOAA) (23 de agosto de 2020).«IUCN Red List of Threatened Species: Mesoplodon grayi».IUCN Red List of Threatened Species. Consultado em 17 de fevereiro de 2025  !CS1 manut: Nomes múltiplos: lista de autores (link)
  • SINGLE WHALE SURVIVES STRANDING. Nova Zelândia: The Waikato Times/Stuff, 2000-
  • MEAD, J. G.; BROWNELL, R. L. (2005).Order Cetacea. In: WILSON, D. E.; REEDER, D. M. (Eds.)Mammal Species of the World: A Taxonomic and Geographic Reference. 3ª edição. Baltimore: Johns Hopkins University Press. p. 723-743.
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Espécies viventes da ordemCetacea
SubordemMysticeti
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Balaenopteridae
(Rorquais)
Balaenoptera
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Eschrichtiidae
Eschrichtius
Neobalaenidae
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SubordemOdontoceti(cont. abaixo)
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Cephalorhynchus
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Globicephala
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Lagenodelphis
Lagenorhynchus
Lissodelphis
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Orcinus
Peponocephala
Pseudorca
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Sousa
Stenella
Steno
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Monodon
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Neophocaena
Phocoena
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Physeter
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Platanista
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Pontoporia
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(Baleias-bicudas)
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Mesoplodon
Tasmacetus
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