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Augusto Nobre

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Augusto Nobre
Augusto Nobre.
Nascimento23 de junho de 1865
Porto
Morte13 de setembro de 1946 (80–81 anos)
CidadaniaPortugal,Reino de Portugal
Alma mater
Ocupaçãobotânico
Distinções
  • Grã-Cruz da Ordem Civil de Afonso XII (1922)

Augusto Pereira Nobre (Porto,23 de Junho de1865Porto,Foz do Douro,13 de Setembro de1946) foi um cientista, político e professor daUniversidade do Porto e um dos fundadores dazoologia moderna, pioneiro no estudo daBiologia Marinha emPortugal. Na sua carreira política foi deputado e por três vezes nomeadoMinistro da Instrução Pública durante aPrimeira República Portuguesa. Foi irmão do poetaAntónio Nobre.

Biografia

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Augusto Pereira Nobre nasceu noPorto em25 de Junho de1865, filho de uma família abastada. Fez os estudos liceais na cidade do Porto e em1884 matriculou-se na Faculdade de Filosofia daUniversidade de Coimbra.

Desencantado com o ensino dasCiências Naturais que era ministrado emCoimbra, pouco depois transferiu-se para aAcademia Politécnica do Porto, onde continuou os seus estudos.

Ainda estudante, Augusto Nobre iniciou as suas investigações zoológicas no hoje desaparecidoMuseu Allen, do Porto, colaborando na obra de renovação científica em que estavam empenhadosnaturalistas comoAugusto Luso da Silva, Isaac Newton eFrancisco Newton (filho do anterior, que viria a ser um famoso recolector),Eduardo Sequeira, devotadozoólogo, eBento Carqueja, naturalista e professor da Academia Politécnica do Porto.

Ligado a este grupo surgiu aSociedade de Instrução do Porto, que publicou um periódico destinado à divulgação cultural, no qual Augusto Nobre se estreou como autor de publicações sobre História Natural. Por essa mesma época, publicou também alguns artigos noMocidade de Hoje, uma revista em que seu irmão, o poetaAntónio Nobre, também publicava.

Interessado emMalacologia, em especial no estudo dosmoluscos marinhos, sendo então já um dos pioneiros daBiologia Marinha em Portugal, não existindo na Academia Politécnica do Porto laboratórios ou capacidade científica que pudesse ajudá-lo na sua investigação, Augusto Nobre partiu paraParis com o objectivo de melhorar os seus conhecimentos deZoologia.

Em França frequentou aEscola Prática de Altos Estudos (École pratique des hautes études - EPHE) daSorbonne, onde foi aluno dozoólogoEdmond Perrier, e oMuseu de História Natural de Paris (Muséum national d'Histoire naturelle), onde estudouSistemática. Por recomendação de Perrier, foi aceite como aluno pelo professorArmand Sabatier, estagiando então na Estação de Biologia Marítima deSète (Station de Biologie Marine de Sète) daUniversidade de Montpellier, na costa mediterrânica daFrança, onde aprofundou os seus estudos de biologia marinha, em especial de sistemática dosmoluscos.

Regressado ao Porto em1890, foi convidado pelo professorAmândio Gonçalves para assistente deBotânica da Academia Politécnica do Porto, cargo que aceitou, iniciando assim uma carreira na academia portuense que manteria até atingir o limite de idade em1935.

Sendo reconhecida a sua mestria em Zoologia, no ano imediato,1891, por proposta do professor Aarão de Lacerda, foi nomeado ajudante prático de Zoologia tendo como função organizar o Gabinete de Zoologia da Academia. Colocou então os seus vastos conhecimentos práticos em anatomia comparada e sistemática ao serviço da criação de um Museu de Zoologia na instituição, classificando os espécimes existentes, promovendo excursões para recolha e estabelecendo colecções que foi progressivamente enriquecendo. O resultado desse labor aparece bem espelhado nos catálogos das colecções que foi publicando noAnuário da Academia Politécnica entre os anos de1892 e1903. A5 de Dezembro de1901 foi nomeado naturalista-adjunto do Museu da Academia Politécnica do Porto.

Trabalhador incansável, foi um dos naturalistas portugueses que mais publicações produziu. Foi também editor, entre1894 e1906, da revistaAnais das Ciências Naturais, publicação que conseguiu congregar a colaboração de vários naturalistas portugueses e estrangeiros de relevo.

Em1912 concluiu a licenciatura em Ciências Histórico-Naturais, sendo logo nomeado, por distinção, professor extraordinário por decreto de7 de Dezembro desse mesmo ano. Esta nomeação, da autoria deDuarte Leite, entãopresidente do Ministério e ministro do Interior, o departamento governamental competente em matéria de educação antes da criação doMinistério da Instrução Pública em1913. Conjuntamente com Augusto Nobre foi nomeado outro naturalista,Gonçalo Sampaio, já que ambos estavam desde há alguns anos encarregues da regência teórica de diversas disciplinas da área da Zoologia.

Três anos depois, a21 de Agosto de1915, foi nomeado professor ordinário, título correspondente ao de actual professor catedrático, da entretanto criadaFaculdade de Ciências da Universidade do Porto.

Enquanto docente universitário sempre defendeu uma forte componente de prática laboratorial no ensino da Zoologia, razão pela qual, inspirado no modelo daStation de Biologie Marine de Sète, onde estagiara, promoveu a criação de umlaboratório marítimo no Porto, inicialmente localizado emLeça da Palmeira e mantido essencialmente à sua custa. Esse laboratório daria origem em1914 àEstação de Zoologia Marítima Dr. Augusto Nobre, o conhecidoAquário da Foz, na freguesia daFoz do Douro, localidade onde se fixaria.

O seu Gabinete de Zoologia serviria de embrião ao Museu de Zoologia, integrado actualmente noMuseu de História Natural da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto.Dirigiu também, desde a sua fundação em1893, a Estação Aquícola do Rio Ave, uma instituição voltada para o repovoamento piscícola dos rios portugueses, criada sob o impulso deBernardino Machado.

Membro destacado doPartido Republicano Português, viveu numa época social e politicamente muito conturbada da vida portuguesa, envolvendo-se activamente na vida política, tendo exercido cargos públicos de relevo, sendo deputado eleito pelo Porto de1913 até1925. Naquelas funções integrou por várias vezes as comissões parlamentares que tinham a seu cargo a área da instrução pública e foi durante muitos anos deputado relator do orçamento doMinistério da Instrução Pública.

Augusto Nobre lutou sempre para que o ensino e a investigação na Universidade do Porto se mantivessem ao nível das melhores escolas europeias com as quais mantinha relacionamento científico. Foi assim que em1915, nas funções de deputado, propôs e viu aprovada a criação da Faculdade Técnica, actualFaculdade de Engenharia da Universidade do Porto.

Ficando vago em1919, por morte do professor Cândido Pinho, o cargo de Reitor da Universidade do Porto, foi nomeado para o cargo, exercendo-o até 1926, malgrado a crónica instabilidade política que se instalara no país e as múltiplas funções para que foi sendo chamado.

Em1919 foi chamado para o cargo de chefe do gabinete doMinistro da Instrução Pública, passando a ocupar o lugar de Ministro daquela pasta no executivo presidido porJosé Ramos Preto que governou de26 de Junho de1920 até19 de Julho de1920. Esta passagem pelo Ministério da Instrução Pública, e as que se lhe seguiriam, permitiu-lhe obter alguns benefícios para a Universidade do Porto, com destaque para os seus laboratórios e para a organização dos primeiros cursos de férias que existiram em Portugal.

Voltou a ocupar o cargo de Ministro da Instrução Pública de30 de Novembro de1920 a2 de Março de1921, nos gabinetes ministeriais revolucionários presididos primeiro porÁlvaro de Castro e depois porLiberato Pinto, num dos períodos mais conturbados daPrimeira República Portuguesa.

Tornaria, pela terceira e última vez, ao cargo de Ministro da Instrução Pública a6 de Fevereiro de1922, no governo presidido porAntónio Maria da Silva, permanecendo no cargo até30 de Novembro daquele ano.

Por decreto de31 de Março de1921 foi nomeado director do Instituto de Zoologia, que organizara, exercendo então também o cargo de professor daFaculdade de Farmácia da Universidade do Porto.

Durante a Primeira República ocupou os lugares de vogal da Comissão Central Permanente de Piscicultura, vogal do Conselho de Estudos de Oceanografia e Pescas, vogal naturalista da Comissão Central de Pescarias e membro do Conselho Florestal do Ministério da Agricultura.

Em1935 jubilou-se, mas continuou a sua actividade científica e editorial, publicando as suas recordações deLeça da Palmeira, em1946, ano em que viria a falecer. Aquela obra, intituladaLeça da Palmeira – recordações e estudos de há sessenta anos, reúne memórias pessoais e testemunhos sobre vários temas, incluindo a vida e a produção poética do seu irmãoAntónio Nobre, sendo acompanhada de várias cartas inéditas daquele poeta. Aliás, deve-se a Augusto Nobre a publicação póstuma de boa parte da obra de António Nobre, com destaque para a colectâneaDespedidas, publicada em1902 com prefácio deSampaio Bruno, e a oferta aoMuseu Municipal do Porto do espólio daquele poeta.

Todo o trabalho que desenvolveu ao longo dos anos, em particular sobreMalacologia, é ainda de consulta obrigatória para quem se dedica ao estudo da fauna marinha portuguesa. A sua bibliografia compreende mais de uma centena de livros e artigos, com destaque para as obras que publicou sobre a fauna marinha da costa portuguesa, com destaque para osequinodermes ebraquiópodes, sobre os moluscos terrestres, fluviais e de águas salobras de Portugal e daMadeira, e sobre a fauna das ilhasBerlengas.

Quando se aposentou por limite de idade, foi dado o seu nome ao Instituto de Zoologia e à Estação de Zoologia Marítima da Foz do Douro, os quais são agora parte do Museu de História Natural da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto, um estabelecimento dependente daquela escola superior. Aquele museu compreende diferentes pólos, correspondentes aos núcleos museológicos dos anteriores estabelecimentos anexos, Museu e Laboratório Mineralógico e Geológico, Instituto de Botânica do Dr. Gonçalo Sampaio (Museu, Laboratório e Jardim Botânico), Instituto de Zoologia e Estação de Zoologia Marítima do Dr. Augusto Nobre (Museu e Laboratório Zoológico), Instituto de Antropologia do Dr. Mendes Correia (Museu e Laboratório Antropológico), agora integrados nos departamentos de Geologia, Botânica e Zoologia e Antropologia, respectivamente.

O Professor Augusto Nobre é também lembrado no nome doLaboratório de Ecotoxicologia Augusto Nobre, do Centro Interdisciplinar de Investigação Marinha e Ambiental (CIIMAR) daUniversidade do Porto.O professor Augusto Nobre foi membro daAcademia das Ciências de Lisboa, instituição para a qual foi eleito a23 de Novembro de1893. Era também membro doInstituto de Coimbra e de várias academias estrangeiras.

Referências

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Ligações externas

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António de Sousa JúniorJosé Sobral CidFrederico Ferreira de SimasJoaquim Pimenta de Castro(interino)Manuel Goulart de MedeirosJunta ConstitucionalJosé de Castro(não empossado)Sebastião de Magalhães LimaJosé de Castro(interino)João Lopes MartinsFrederico Ferreira de Simas(2.ª vez)Joaquim Pedro MartinsAntónio José de Almeida(interino)Joaquim Pedro Martins(continuação)José Maria Barbosa de MagalhãesArtur de Almeida Ribeiro(interino)José Maria Barbosa de Magalhães(continuação)Junta RevolucionáriaAlfredo MagalhãesDomingos PereiraLeonardo CoimbraJoaquim José OliveiraAfonso Pinto Veloso(não empossado)Joaquim José Oliveira(reconduzido)João de Deus RamosVasco BorgesAugusto NobreFrancisco Velhinho Correia(interino)Artur Octávio do Rego ChagasFelisberto Pedrosa(interino)Júlio DantasAugusto Nobre(2.ª vez)Júlio MartinsTomé de Barros Queirós(interino)António Ginestal MachadoAntónio Alberto Torres Garcia(não empossado)Manuel de Lacerda de AlmeidaFrancisco Alberto da Costa CabralAlberto Rocha SaraivaAugusto Nobre(3.ª vez)Leonardo Coimbra(2.ª vez)João CamoesasAntónio Maria da Silva(interino)João Camoesas(continuação)Manuel de Melo e SimasAntónio SérgioHélder RibeiroAntónio de Abranches FerrãoAntónio de Sousa Júnior(2.ª vez)Rodolfo Xavier da SilvaEduardo Santos SilvaJoão Camoesas(2.ª vez)Eduardo Santos Silva(2.ª vez)

Bandeira ministerial portuguesa
Presidente do Ministério
António Maria da Silva, 75.º chefe de governo de Portugal
Ministros
Interior
Justiça e dos Cultos
Finanças
Guerra
Marinha
Negócios Estrangeiros
Comércioe Comunicações
Colónias
Instrução Pública
Trabalho
Agricultura
24.º governo (1920) •26.º governo (1920) →
Presidente do Ministério
Liberato Pinto, 78.º chefe de governo de Portugal
Ministros
Interior
Justiça e dos Cultos
Finanças
Francisco da Cunha Leal (1920–1921) •Liberato Pintointerino (1921)
Guerra
Marinha
Júlio Martins (1920–1921) •Liberato Pintointerino (1921)
Negócios Estrangeiros
Comércioe Comunicações
Colónias
Instrução Pública
Trabalho
Agricultura
27.º governo (1920) •29.º governo (1921) →
Presidente do Ministério
António Maria da Silva, 85.º chefe de governo de Portugal
Ministros
Interior
Justiça e dos Cultos
Finanças
Guerra
Marinha
Negócios Estrangeiros
Comércioe Comunicações
Colónias
Instrução Pública
Trabalho
Agricultura
34.º governo (1921–1922) •36.º governo (1922) →
Controle de autoridade
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