| Augusto Malta | |
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| Nascimento | Augusto César Malta de Campos 14 de maio de 1864 Mata Grande |
| Morte | 30 de junho de 1957 Rio de Janeiro |
| Cidadania | Brasil |
| Ocupação | fotógrafo |
Augusto César Malta de Campos (Mata Grande,14 de maio de1864 —Rio de Janeiro,30 de junho de1957), conhecido comoAugusto Malta, foi umfotógrafobrasileiro que atuou como fotógrafo oficial doDistrito Federal entre 1903 e 1936. Nesse período registrou mais de 80 mil fotografias, com sua obra sendo hoje um dos principais acervos visuais das transformações ocorridas nacidade do Rio de Janeiro.
Malta nasceu em Mata Grande, no interior doAlagoas, em 1864. Morou no estado até seus 22 anos, em 1886, quando partiu para oRecife onde serviu como cadete sargento no Exército. Nessa época, tornou-se republicano e participou de encontros revolucionários com estudantes.[1]
Ao fim de 1888, chegou no Rio de Janeiro e começou a trabalhar na fábrica de móveis e tapeçaria Casa Leandro Martins, localizada na rua dos Ourives (atual rua Miguel Couto). Trabalhava como auxiliar de escrita e, no ano seguinte, foi promovido a guarda-livros. Ainda em 1889, participou dos eventos daproclamação da República no Brasil, tendo sido um dos signatários do termo de juramento lido na Câmara do Município Neutro, dando posse aogoverno provisório republicano.[2]
Na década de 1890, casou-se com uma prima distante, a alagoana Laura Oliveira Campos. O casal teve quatro filhas – Luthgardes, Arethusa, Callisthene e Aristocléa –, e um filho, Aristógiton. Todas as filhas do casal morreram de tuberculose, enquanto Aristógiton veio a se tornar fotógrafo como o pai. Em 1906, Laura faleceu e Malta passou a viver maritalmente com Celina Augusta Verschueren, que trabalhava desde os 15 anos como babá dos filhos de Malta e Laura. Com Celina, teve mais quatro filhos: Dirce, Eglé, Uriel e Amaltéa.
Em 1900, Malta comercializava tecidos finos no Centro do Rio e usava uma bicicleta para fazer as entregas das encomendas. Um de seus fregueses, um aspirante daMarinha, propôs trocar sua máquina fotográfica pela bicicleta de Malta. A partir desse trato, Malta começou a se interessar por fotografia.[1] Em 1903, foi apresentado pelo empreiteiro Antônio Alves da Silva Júnior, fornecedor da Prefeitura do Distrito Federal, que já havia visto suas fotografias, ao prefeito, Francisco Pereira Passos, que promovia uma grande reforma urbana na cidade, que ficou conhecida como o “Bota-Abaixo”.[3] Ele precisava de um fotógrafo para registrar as obras e os imóveis a serem desapropriados para posteriores pagamentos de indenizações. Em junho, pelo Decreto Municipal 445, Augusto Malta foi nomeado fotógrafo da Prefeitura do Distrito Federal. O cargo foi criado para ele e era subordinado à Diretoria Geral de Obras e Viação do Distrito Federal. Malta trabalhou na Prefeitura do Distrito Federal até 1936, quando se aposentou.[4]
Em 1905, foi contratado pela The Rio de Janeiro Tramway, Light and Power Company Limited – que ficaria popularmente conhecida comoLight. Ao longo dos anos, prestando serviços para a empresa, Malta fotografou as atividades modernizadoras da Light no Rio de Janeiro, como a implantação dos bondes elétricos e da iluminação pública.[3]
Entre os fatos documentados por sua obra estão a demolição doMorro do Castelo, aRevolta da Vacina, a inauguração daAvenida Central (hojeRio Branco), aExposição Nacional de 1908, aExposição Internacional do Centenário da Independência, em1922 e a inauguração da estátua doCristo Redentor. Também registrou imagens da vida cotidiana, a arquitetura, as alterações urbanísticas (como as primeirasfavelas), manifestações culturais como festas, ocarnaval, as "Batalhas das Flores" e desfiles cívicos e militares.
Em 1945, Malta foi comparado aMarc Ferrez (1843-1923) noBoletim da Sociedade de Geographia do Rio de Janeiro: “A documentação fotográfica e de gravuras era, como se vê, abundante e valiosa, oriunda de desenhos de Rugendas e outros, e de fotografias de Marc Ferrez, que desempenhou no Império a função que mais tarde seria, no Rio, exercida por Augusto Malta, fotógrafo da Prefeitura: de documentador pela imagem dos principais acontecimentos de seu tempo”.[5]
Em 30 de junho de 1957, Malta faleceu no Hospital da Ordem Terceira da Penitência, devido a uma insuficiência cardíaca. Foi sepultado no dia seguinte, no Cemitério do Caju (Correio da Manhã, 2 de julho de 1957, na seção “Prefeitura”).[6]
A maior parte de suas fotografias encontra-se dividida entre oMuseu da Imagem e do Som do Rio de Janeiro (MIS-RJ) e oArquivo Geral da Cidade do Rio de Janeiro. A coleção do MIS-RJ reunindo cerca de 27 700 fotografias, também possuindo 1700 negativos em vidro e 115 negativos em panorâmica que foram restaurados. Seu acervo, ao todo, possui mais de 80 mil fotos, incluindo 2600 negativos em vidro e 40 panorâmicas.[carece de fontes?] OInstituto Histórico e Geográfico Brasileiro, oInstituto Moreira Salles, aBiblioteca Nacional e oMuseu Histórico Nacional são outros importantes acervos da obra do fotógrafo.
Encontra-se colaboração fotográfica da sua autoria noBoletim Fotográfico (1900-1914).[7]