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Augusto Fuschini

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Augusto Fuschini.

Augusto Maria Fuschini[Nota 1] (Lisboa,1843Lisboa,8 de Março de1911), mais conhecido comoAugusto Fuschini, foi umengenheiro civil, vogal doConselho dos Monumentos Nacionais, ministro de estado honorário e conselheiro de estado efectivo, político e deputado em várias legislaturas.[1] Militando noPartido Regenerador, professava ideiassocialistas, defendendo a causa do operariado com grande simpatia e fazendo propaganda para a criação decooperativas. Foi ministro da Fazenda em 1893, no governo deErnesto Rudolfo Hintze Ribeiro e, em 1899, eleitodeputado pelo círculo deSantiago do Cacém, localidade a que muito ficou ligado.

Biografia

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Nasceu em Lisboa, tendo sido baptizado na freguesia daEncarnação, filho de António Eduardo Maria Fuschini, professor de música e compositor (filho de Arcângelo Fuschini, pintor da Real Câmara, duma famíliaitaliana oriunda deFaenza, e de sua mulher Anacleta da Costa e Almeida), e de sua segunda mulher, Maria Isabel Joyce, de ascendênciairlandesa.[2] Seu pai casara em primeiras núpcias, na cidade dePonta Delgada, no ano de 1840, com Maria Ângela Coleta de Meneses e Vasconcelos, natural daquela cidade, mas que falecera no ano imediato.

Matriculou-se no curso deMatemática daFaculdade de Ciências e no curso deFilosofia daFaculdade de Letras daUniversidade de Coimbra, tendo sido um dos estudantes mais laureados do seu tempo. Formou-se seguidamente emengenharia civil eengenharia de minas, concluindo o curso com distinção[1].[2]

Terminado o curso iniciou uma carreira na área da engenharia, à qual aliou um grande interesse pelosmonumentos, pelaarquitectura e pelahistória da arte. Iniciou a sua vida profissional nas funções de engenheiro distrital, mas depois ingressou nos quadros daCompanhia Real dos Caminhos de Ferro Portugueses, na qual ascendeu ao cargo de chefe de serviço, podendo-se encontrar colaboração da sua autoria nas revistasGazeta dos Caminhos de Ferro de Portugal e Hespanha[3] (1888-1898) e na continuação desta, aGazeta dos Caminhos de Ferro[4] (1899-1971). Ao mesmo tempo, dedicou-se ao estudo da arquitectura religiosa medieval, tendo projectado e dirigido as obras de restauros de diversos monumento.

Entrou na política activa aquando das eleições gerais de 1881, quando foi eleitodeputado da Nação[2] às Cortes pelo círculo eleitoral de Belém, vencendo uma renhida disputa eleitoral.

Filiou-se então noPartido Regenerador, mas após a morte deAntónio Maria Fontes Pereira de Melo, acompanhou a dissidência deBarjona de Freitas, ingressando no grupo político então criado, aEsquerda Dinástica. Aquele agrupamento foi efémero e com a sua extinção, Augusto Fuschini declarou-se independente, passando a colaborar com aLiga Liberal.

Apesar de se professar monárquico, nas suas intervenções parlamentares defendeu o ideáriosocialista e desenvolveu um conjunto de iniciativas voltadas para a defesa doproletariado, em especial o movimentocooperativista ligado àscooperativas de consumo, algumas das quais chegaram a ostentar o seu nome[1].

Quando em 1893 coube aErnesto Rodolfo Hintze Ribeiro formar governo, Augusto Fuschini foi convidado a integrar o elenco ministerial, com a pasta deMinistro da Fazenda. Dadas asopiniões avançadas do ministro, especialmente sobre questões sociais e económicas, a sua entrada para o governo causou geral surpresa e muita expectativa. Contudo, a sua passagem pelo poder foi rápida, saindo do ministério em ruptura com Hintze Ribeiro e com oPartido Regenerador que apoiava o governo e de que fora anteriormente militante. Sobre a sua passagem pelo governo escreveu um livro, publicado em 1896[5].

Apesar das fortes dissidências políticas em que se envolveu, manteve o seu assento parlamentar, tomando parte nas discussões mais relevantes, especialmente as que versaram questões económicas e financeiras, matérias que estudou com profundidade e sobre as quais escreveu múltiplos artigos e discursos. Na sequência de conferências públicas realizadas na cidade doPorto e que causaram grande celeuma na imprensa e no parlamento, envolveu-se numa dura disputa parlamentar comJoão Marcelino Arroio sobre as questões da dívida externa portuguesa e do relacionamento do governo português com os credores externos[1].

Após esse incidente, retirou-se da vida parlamentar e dedicou-se à história da arte e à arquitectura religiosa antiga, com destaque para a condução dos trabalhos de reconstrução daSé de Lisboa.

Para além de múltiplos artigos dispersos na imprensa, com destaque para as revistasJornal do domingo[6] (1881-1888) eIllustração portugueza[7] (1903-1923), e de conferências e discursos, publicou obras sobre economia política e sobre arquitectura religiosa medieval. Foi, ainda,Conselheiro de Sua Majestade Fidelíssima.[2]

Casou com sua prima Maria Rita Joyce, natural deLeiria,Leiria, filha de José Joyce e de sua mulher Maria Justina Fernandes Coelho, irmã do ConselheiroAntónio Fernandes Coelho,Ministro do Reino, com descendência.[2]

Notas

  1. abcdAugusto Fuschini noPortugal - Dicionário Histórico.
  2. abcde"Costados", D. Gonçalo de Mesquita da Silveira de Vasconcelos e Sousa, Livraria Esquina, 1.ª Edição, Porto, 1997, N.º 125
  3. Gazeta dos Caminhos de Ferro de Portugal e Hespanha (1888-1898) [cópia digital, Hemeroteca Digital]
  4. Gazeta dos Caminhos de Ferro (1899-1971) [cópia digital, Hemeroteca Digital]
  5. Liquidações políticas, Lisboa, 1896.
  6. Jornal do domingo : revista universal (1881-1888) [cópia digital, Hemeroteca Digital]
  7. Illustração portugueza (1903-1923) [cópia digital, Hemeroteca Digital]

Obras

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  • A architectura religiosa na Edade Média.(eBook) Lisboa : Imprensa Nacional, 1904
  • Liquidações Políticas, Vermelhos e Azuis. Fragmentos de Memórias. Lisboa : Companhia Typographica, 1896.
  • O Presente e o Futuro de Portugal. Lisboa : Companhia Typographica, 1899 (e-book).

Notas

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  1. Pronunciado:AFI[fusˈkini]

Ligações externas

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Luís Mouzinho de AlbuquerqueAntónio César de Vasconcelos Correia(interino)José António Ferreira Brak-LamyJosé Dionísio da SerraJosé Xavier Mouzinho da SilveiraJosé da Silva Carvalho(inicialmente interino)Francisco António de CamposJosé da Silva Carvalho(2.ª vez)Francisco António de Campos(2.ª vez)José Jorge Loureiro(interino)José da Silva Carvalho(3.ª vez)Visconde de Sá da BandeiraVisconde de Porto Covo(não empossado)Passos Manuel(interino)João de OliveiraManuel António de Carvalho(interino)Flórido Rodrigues Pereira FerrazManuel Gonçalves de MirandaBarão do Tojal(2.ª vez)António José de Ávila(interino no final)Junta Provisória de GovernoJosé Jorge Loureiro(2.ª vez; interino)Barão do Tojal(3.ª vez)Duque de Palmela(inicialmente interino)Júlio Gomes da Silva SanchesVisconde de Oliveira(interino)Visconde de Algés(interino)Conde do Tojal(4.ª vez)Marino Miguel FranziniJoaquim José FalcãoAntónio Roberto Lopes BrancoAntónio José de Ávila(2.ª vez)Marino Miguel Franzini(2.ª vez; inicialmente interino)Francisco da Silva FerrãoAntónio Maria de Fontes Pereira de Melo(inic. interino)Frederico Guilherme da Silva Pereira(interino)António Maria de Fontes Pereira de Melo(continuação)José Jorge Loureiro(3.ª vez; interino)Júlio Gomes da Silva Sanches(2.ª vez; interino)António José de Ávila(3.ª vez)José Maria do Casal RibeiroAntónio José de Ávila(4.ª vez)Joaquim Tomás Lobo de ÁvilaMatias de Carvalho e VasconcelosConde de Ávila(5.ª vez)António Maria de Fontes Pereira de Melo(2.ª vez)José Dias FerreiraCarlos Bento da SilvaSebastião Lopes de Calheiros e Meneses(interino)Carlos Bento da Silva(continuação)Sebastião Lopes de Calheiros e Meneses(interino)Conde de SamodãesAugusto Saraiva de CarvalhoAnselmo José BraamcampDuque de Saldanha(interino)José Dias Ferreira(2.ª vez)Conde de MagalhãesMarquês de Ávila(6.ª vez)Carlos Bento da Silva(2.ª vez; inicialmente interino)António Maria de Fontes Pereira de Melo(3.ª vez)António Cardoso Avelino(interino)António Maria de Fontes Pereira de Melo(3.ª vez; continuação)António SerpaCarlos Bento da Silva(3.ª vez)José de Melo Gouveia(interino)António Serpa(2.ª vez)Henrique de Barros GomesLopo Vaz de Sampaio e MeloAntónio José de Barros e Sá(interino)Lopo Vaz de Sampaio e Melo(continuação)António Maria de Fontes Pereira de Melo(4.ª vez)Júlio de Vilhena(interino)António Maria de Fontes Pereira de Melo(4.ª vez; continuação)Ernesto Hintze RibeiroMariano de CarvalhoHenrique de Barros Gomes(2.ª vez; interino)Augusto José da CunhaJoão FrancoJosé de Melo Gouveia(2.ª vez)Augusto José da Cunha(2.ª vez)Mariano de Carvalho(2.ª vez)Alberto António de Morais Carvalho(interino)Mariano de Carvalho(2.ª vez; continuação)Joaquim Pedro de Oliveira MartinsJosé Dias Ferreira(3.ª vez)Pedro Vítor da Costa Sequeira(interino)José Dias Ferreira(3.ª vez; continuação)Augusto FuschiniErnesto Hintze Ribeiro(2.ª vez)Frederico Ressano GarciaAntónio Eduardo Vilaça(interino)Manuel Afonso de EspregueiraAnselmo de AndradeFernando Matoso dos SantosAntónio Teixeira de SousaRodrigo Afonso PequitoManuel Afonso de Espregueira(2.ª vez)Conde de Penha GarciaAntónio Teixeira de Sousa(2.ª vez)Ernesto Driesel SchröeterFernando Martins de CarvalhoManuel Afonso de Espregueira(3.ª vez)João Soares BrancoFrancisco de Paula de AzeredoJoão Soares Branco(2.ª vez)Anselmo de Andrade(2.ª vez)

Bandeira de Portugal (1830–1910)
Presidente do Conselho
de Ministros
Ernesto Hintze Ribeiro, 42.º chefe de governo de Portugal
Ministros e
Secretários de Estado
Reino
Negócios Eclesiásticos
e de Justiça
Fazenda
Guerra
Marinhae Ultramar
Negócios Estrangeiros
Ernesto Hintze Ribeiro (1893) •Frederico Arouca (1893–1894) •Ernesto Hintze Ribeirointerino (1894) •Carlos Lobo de Ávila (1894–1895) •cargo vago (1895) •Ernesto Hintze Ribeirointerino (1895) •Luís Pinto de Soveral (1895–1897)
Obras Públicas, Comércio
e Indústria
Bernardino Machado (1893) •Carlos Lobo de Ávila (1893–1894) •Artur de Campos Henriques (1894–1897)
46.º governo (1892–1893) •48.º governo (1897–1898) →
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