O primeiro ataque ocorreu às 15h33minCET no Centro CulturalKrudttønden, durante um seminário público chamado "Arte, Blasfêmia e Liberdade de Expressão", organizado para homenagear as vítimas doataque em janeiro contra a sede do jornal francês satíricoCharlie Hebdo, emParis.[1] Estavam presentes: o embaixador da França na Dinamarca,François Zimeray, a co-fundadora do movimento feministaFemenInna Shevchenko, o deputado Jette Plesner Dali do Partido Popular dinamarquês e o artista suecoLars Vilks. Acredita-se que Vilks era o alvo principal, por conta da controvérsia sobre seus desenhos deMaomé. O atirador matou o realizadorFinn Nørgaard e feriu três agentespoliciais.[2][3]
Algumas horas depois, às 00h50min CET, na manhã de 15 de Fevereiro, um segundo tiroteio ocorreu em frente da Grande Sinagoga da cidade de Copenhaga, em Krystalgade, onde o mesmo atirador matou um membro da comunidadejudaica durante uma celebração deBar Mitzvá e feriu outros dois agentes policiais.[4]
Mais tarde naquela manhã, a polícia atirou e matou um homem perto da estaçãoNørrebro (um dos bairros de Copenhaga), depois que ele abriu fogo contra as forças policiais. Em uma conferência de imprensa, a polícia disse acreditar que ele era o responsável por ambos os ataques anteriores.[5][6]
Estes atentados ocorrem num contexto de uma série de ataques de terroristas jihadistas contra os caricaturistas com acabeça a prémiopelaAl-Qaeda na Península Arábica como já foi o caso deCharb,morto no ataque contraCharlie Hebdo em Janeiro de 2015 e como é ainda o caso para Lars Vilks «que faz parte dahit list» da Al-Qaeda. Lars Vilks é um artista sueco conhecido por ter representado a cabeça de Maomé num corpo de cão em 2007 no jornal suecoNerikes Allehanda.[7]
Estes ataques também destinam-se contra a comunidade judaica: o ataque da Grande Sinagoga de Copenhaga é semelhante ao caso em Paris do supermercadokasher daPorte de Vincennes.
O autor dos ataques, Omar Abdel Hamid El-Hussein (22 anos) foi morto pela polícia em 15 de Fevereiro por volta das 5 horas da manhã, enquanto ele dirigia-se para um apartamento vigiado desde que o suspeito tinha sido identificado perto da Estação Nørrebro, e depois que ele abriu fogo contra os agentes policiais[8].
Ele já era conhecido da polícia por posse ilegal de armas e violência. Ele pertencia a uma quadrilha de jovens muçulmanos "Brothas" e foi condenado em Novembro de 2013 por agredir um homem com um punhal[9].
Omar Abdel Hamid El-Hussein havia prometido fidelidade ao Estado Islâmico[10].
O realizador e produtor Finn Nørgaard (55 anos) foi morto no ataque do centro culturalKrudttønden. Nørgaard dirigia e realizava documentários para a televisão dinamarquesa[11].
Um civil de 38 anos, Dan Uzan, morto no ataque da Grande Sinagoga. Era um membro da comunidade judaica de origem israelita e dinamarquês, que guardava a entrada durante uma cerimónia debar mitzvah com a participação de cerca de 80 pessoas[12].
Três agentes policiais feridos no primeiro tiroteio e dois no segundo.
A RainhaMargarida II da Dinamarca comentou: "É com tristeza que eu aprenda a extensão dos eventos dos últimos dias. Meus pensamentos estão com o cineasta morto e o jovem guarda da comunidade judaica, que se tornou o alvo das ações do agressor. […] É importante que nós fiquemos juntos em uma situação tão séria e que valorizaremos os valores nos quais a Dinamarca se baseia."[13]
A Primeira-ministraHelle Thorning-Schmidt declarou: "Temos certeza agora que é um ataque por motivos políticos e, assim, ele é um ataque terrorista. Consideramos esta situação extremamente séria. Estamos em um alerta vermelho em todo o país e nossa principal prioridade nesta fase é a de capturar os seus autores e ter certeza de que vamos encontrá-los o mais rápido possível."[14]
O Conselho Islâmico Dinamarquês condenou o ataque, dizendo: "O Conselho Islâmico Dinamarquês convida a todos na sociedade dinamarquesa se unir na luta contra o extremismo e o terrorismo."[15][16]
O rabino da Grande Sinagoga de Copenhaga, Jair Melchior, declarou: "O terror não é uma razão para ir para Israel […] O objetivo de terror é mudar nossas vidas e não vamos deixá-lo […] Esta é a verdadeira resposta para este perverso, cruel e covarde ato de terror."[17][18]
Austrália: o primeiro-ministroTony Abbott afirmou que "o ataque em Copenhague é uma afronta a um dos nossos valores mais fundamentais, o da liberdade de expressão. Estamos com o povo e o governo da Dinamarca para enfrentar esta tentativa cínica de minar esse direito fundamental." Ele também afirmou que a segurança seria intensificada nas fronteiras australianas.[19]
França: Logo após o primeiro ataque, o Presidente francês,François Hollande, telefonou para a Primeira-ministra dinamarquesa,Helle Thorning-Schmidt, para expressar a "total solidariedade da França a este calvário" e descreveu o ataque como "deplorável". O primeiro-ministro francês,Manuel Valls, também expressou sua solidariedade, denunciando o ataque a Copenhaga um "ataque à liberdade". O jornal satírico francêsCharlie Hebdo da mesma forma expressou a sua solidariedade para com a Dinamarca.Patrick Pelloux, um dos principais contribuidores sobreviventes doCharlie Hebdo, afirmou que os tiroteios foram um acto de "horror" e advertiu contra o risco crescente da auto-censura: "Nós devemos permanecer firmes e não ter medo".[21]
Israel: o primeiro-ministroBenjamin Netanyahu disse em uma reunião de gabinete: "Nós enviamos nossas condolências para o povo dinamarquês e também para a comunidade judaica na Dinamarca. Mais uma vez os judeus são assassinados no solo da Europa apenas por serem judeus. Esta onda de terror […] ataques deverão continuar, incluindo estes ataques antissemitas assassinos. Obviamente judeus merecem proteção em todos os países, mas […] Israel é o lar de cada judeu […] Israel espera por vocês de braços abertos."[22]
Reino Unido: o primeiro-ministroDavid Cameron emitiu uma declaração condenando o ataque, dizendo que seus pensamentos estavam com o povo dinamarquês, e que: "[…] Eu condeno os tiroteios em Copenhague. A liberdade de expressão deve ser sempre protegida."[23]
União Europeia: AComissão Europeia divulgou uma declaração condenando o ataque: "A Comissão Europeia e o Alto Representante deploram os ataques em Copenhague, que custaram a vida de pelo menos dois cidadãos e feriram vários outros. Mesmo uma vida é demais. Nossos pensamentos estão com as vítimas e suas famílias. A Europa está unida com a Dinamarca, em defesa da liberdade de expressão e liberdade de expressão. Nós estamos contra o antissemitismo e todas as formas de discriminação. A Europa não será intimidada".[24]