Açoca,[1]Asoca[2] ouAxoca[3] (embrami:𑀅𑀲𑁄𑀓;Asoka;[4] emdevanágari:अशोक,IAST:Aśoka[5]), também conhecido comoAçocavardana (Açokavardhana; 304 –232 a.C.) foi um imperadorindiano dadinastia máuria que reinou entre 273 e232 a.C. Frequentemente citado como um dos maiores imperadores da Índia, Açoca reinou sobre a maior parte do território correspondente àÍndia atual depois de várias conquistas militares. Seu império estendia-se do atualPaquistão,Afeganistão e partes doIrã, a oeste, atéBengala e os atuaisestados indianos deAssão, a leste, e deMaiçor, ao sul. Sua capital era emMágada (atualmente no estado indiano deBiar). Ele converteu-se aobudismo, abandonando atradição védica predominante, depois de testemunhar os massacres daguerra de Calinga, que ele mesmo havia iniciado devido a seu desejo de conquista. Dedicou-se posteriormente à propagação do budismo naÁsia e estabeleceu monumentos marcando diversos lugares significativos na vida deGautama Buda.
Seu título imperial emprácrito advém do devanágariDevanampriya Priyadarsi (देवानांप्रिय प्रियदर्शी ; "aquele que é amado pelos deuses e que é amável para com todos") eDamma (धम्म; "que segue a lei, religioso, justo").
Açoca era filho doimperador máuriaBindusara e de sua rainha Dharma (embora ela fosse umabrâmane ou shubhadrangi, era subestimada porque não tinha sangue real). Açoca teve vários irmãos mais velhos (todos meio-irmãos, filhos de outras esposas de Bindusara). Ele tinha apenas um irmão mais novo, Vitthashoka (um irmão muito amado da mesma mãe). Devido à sua grande inteligência e habilidades de guerreiro, dizia-se ter sido o favorito de seu avôChandragupta Máuria. Como diz a lenda, quando Chandragupta Máuria deixou seu império por uma vidajainista, ele jogou fora suaespada. Açoca encontrou a espada e a guardou, apesar da advertência de seu avô.
Açoca, em suaadolescência, era rude e impertinente. Era um caçador temível. Foi umxátria e recebeu todos os treinamentos militares reais e outros conhecimentosvédicos. De acordo com umalenda, ele matou umleão com apenas uma haste de madeira. Era muito conhecido por sua luta de espadas. Ele era muito aventureiro e isso fez, dele, um lutador espetacular. Era um guerreiro assustador e um general impiedoso. Devido a esta qualidade, ele foi enviado para destruir omotim deAvanti.
Revelando-se um general guerreiro impecável e um político astuto, Açoca passou a comandar vários regimentos do exército máuria. Sua crescente popularidade em todo o império fez seus irmãos mais velhos desconfiarem de suas chances de serem preferidos porBindusara para se tornarem o próximo imperador. O mais velho deles,Susima, o tradicional herdeiro ao trono, convenceu Bindusara a enviar Açoca para reprimir uma revolta emTaxila, uma cidade no distrito noroeste da região paquistanesa de Punjab, onde o príncipe Susima era o governador. Taxila era um lugar muito inconstante por causa do estado de guerra entre a populaçãoindo-grega e da má gestão do próprio Susima. Isto levou à formação de diferentesmilícias, causando tumultos. Açoca consentiu e partiu para a área problemática. Quando as notícias da visita de Açoca com seu exército começaram a aparecer, ele foi saudado pelas milícias revoltantes e a rebelião terminou sem um conflito (a província revoltou-se mais uma vez durante o reinado de Açoca, mas desta vez a revolta foi esmagada com punho de ferro).
O sucesso de Açoca deixou seus meio-irmãos mais desconfiados de suas intenções de se tornar o imperador e mais incitamentos de Susima levaram Bindusara a enviar Açoca para oexílio. Ele foi para Calinga e lá permaneceu incógnito. Lá ele conheceu uma mulher pescadora chamadaKaurwaki, por quem ele se apaixonou. Recentemente, foram encontradas inscrições indicando que ela viria a se tornar sua segunda ou terceira rainha.
Entretanto, houve novamente uma revolta violenta emUjaim. O imperador Bindusara convocou Açoca a retornar do exílio depois de dois anos. Açoca foi para Ujaim e na batalha que se seguiu foi ferido, mas seus generais reprimiram a revolta. Açoca foi tratado de forma oculta para que os partidários do grupo de Susima não pudessem prejudicá-lo. Ele foi tratado por monges e monjasbudistas. Nesta ocasião, ele aprendeu pela primeira vez sobre os ensinamentos deBuda, e foi também quando se encontrou com Devi, que foi sua enfermeira pessoal e filha de um comerciante da adjacenteVidixá. Após a recuperação, ele se casou com ela. Era completamente inaceitável para Bindusara que um de seus filhos se casasse com uma budista, por isso ele não permitiu a Açoca ficar emPataliputra, mas em vez disso mandou-o de volta para Ujaim e o fez governador dessa cidade.
O ano seguinte foi de completa paz para ele e Devi estava prestes a ter seu primeiro filho. Entretanto, o Imperador Bindusara morreu. Quando a notícia do herdeiro ao trono prestes a nascer espalhou-se, o príncipe Susima planejou a execução do nascituro. No entanto, o assassino que veio para matar Devi e seu filho matou sua mãe em seu lugar. Nesta fase da sua vida, Açoca era conhecido por sua sede insaciável por guerras e campanhas lançadas para conquistar as terras de outros governantes e tornou-se conhecido como Chandaxoque (terrível Açoca; a palavra emsânscritochanda significa cruel, feroz ou rude).
Enquanto a primeira parte do reinado de Açoca foi aparentemente bastante sanguinária, ele se tornou um seguidor dos ensinamentos deBuda após a conquista deCalinga, na costa leste da Índia, no estado atual deOrissa. Calinga era um estado que se orgulhava de suasoberania edemocracia. Com a sua democracia parlamentar monárquica, o estado era uma completa exceção naÍndia antiga, onde existia o conceito deRajdharma (Rajdharma significa "o dever dos governantes", que era intrinsecamente entrelaçado com o conceito de bravura edarmaxátria).
O pretexto para o início da Guerra de Calinga (265 ou263 a.C.) é incerto. Um dos irmãos de Susima poderia ter fugido para Calinga e encontrado refúgio oficial lá. Isto teria enfurecido Açoca imensamente. Ele foi aconselhado por seus ministros para atacar Calinga devido a este ato de traição. Açoca então pediu que Calinga lhe pagasse para manter sua supremacia. Quando eles se recusaram a qualquer pagamento, Açoca enviou um de seus generais para Calinga para fazê-los ceder.
O general e suas forças ficaram, no entanto, completamente desnorteados através do tato hábil do comandante-em-chefe de Calinga. Açoca, perplexo com esta derrota, atacou com a maior invasão já registrada na história da Índia até então. Calinga resistiu fortemente, mas sucumbiram à força brutal de Açoca. Calinga inteira foisaqueada e destruída.Éditos posteriores de Açoca afirmaram que cerca de 100 000 pessoas foram mortas pelo lado de Calinga e 10 000 no exército da Açoca. Milhares de homens e mulheres foramdeportados.