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Arvicola sapidus

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Como ler uma infocaixa de taxonomiaArvicola sapidus

Estado de conservação
Espécie vulnerável
Vulnerável
Classificação científica
Reino:Animalia
Filo:Chordata
Classe:Mammalia
Ordem:Rodentia
Família:Cricetidae
Género:Arvicola
Espécie:A. sapidus
Nome binomial
Arvicola sapidus
Miller,1908
Distribuição geográfica

Skull of 'Arvicola sapidus -MHNT

OArvicola sapidus,comummente conhecido comorato-de-água[1] ourata-de-água[2], é uma espécie roedora pertencente ao géneroArvicola, onde está incluído o seu congénererato-dos-lameiros (Arvicola amphibius).

Actualmente é uma espécie que se encontra vulnerável na Europa segundo oIUCN[3].

Etimologia

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Quanto aonome científico desta espécie[4]:

  • Onome genérico,Arvicola, provém doneolatim[5], resultando da aglutinação dos étimos latinos clássicosarvum[6], que significa «campo», e do sufixo -cola, que significa «habitante».[7]

Descrição física

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O rato-de-água tem um tamanho médio, com o comprimento cabeça-corpo de 170 a 230 milímetros e um peso entre 140 a 310 gramas.[9] Possui um corpo alongado, com os membros bem desenvolvidos. Possui uma cabeça comprida com as orelhas e os olhos pequenos.A pelagem é espessa podendo ser castanho-escura a preta no dorso e cinza no ventre. Os juvenis possuem uma pelagem mais escura que os adultos desta espécie. As fêmeas têm um par de mamas na região peitoral e dois pares na região inguinal.[10][9] A suafórmula dentária é:1.0.0.31.0.0.3×2=16{\displaystyle {\tfrac {1.0.0.3}{1.0.0.3}}\times 2=16}. É um serdiploide, com 40 cromossomas (2n = 40).[9]

Distribuição geográfica

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Mapa
Mapa de distribuição deArvicola sapidus em Portugal, de acordo com o Atlas de Mamíferos de Portugal.

O rato-de-água (Arvicola sapidus) ocorre em França e na Península Ibérica. Na França, o rato-de-água ocorre em três regiões:Charente-Maritime,Bretanha e na Cordilheira dosPirenéus, com distribuições desiguais nestas regiões. A espécie tornou-se vulnerável em várias regiões metropolitanas, ocorrendo apenas num local.[3] Em Espanha, o rato-de-água ocorre a norte, a este e em algumas regiões a sul, não estando presente no centro de Espanha, onde no passado era uma espécie comum.[3] Em Portugal, o rato-de-água é a única espécie do géneroArvicola que ocorre em grande número por todo o país em áreas associadas a água doce.[11]Ocorre desde o nível do mar até aos 2300 metros de altitude, nos Pirenéus.[3]

Habitat e ecologia

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O rato-de-água prefere habitats com acesso direto à água intercalando com vegetação herbácea,[12][13] como pequenos lagos de água doce, canais de irrigação e margens de rios com terra húmida nas quais possa fazer escavações e tocas. Essas tocas geralmente têm duas entradas: uma acima do nível da água e outra aquática.[3] Quando as condições não são ideias éencontrado acima do nível da água em campos húmidos.[3]Em Portugal, as salinas de Aveiro, onde a gramata-branca (Haliminone portulacoides) e o junco-das-esteiras (Juncus maritimus) são as espécies vegetais predominantes, e onde existem cursos de água estáveis, são um local favorável para a ocorrência da espécie.[14]O rato-de-água apresenta uma dieta essencialmente herbívora, preferindo caules e folhas de plantas que ocorrem nas margens dos rios, como as gramíneas. Por vezes pode consumir insetos, caranguejos, pequenos peixes, girinos e camarões de água doce.[9][3]O rato-de-água é um mamífero diurno, apresentando dois picos de atividade: um ao final da manhã e outro ao início da tarde, podendo também ter alguma atividade noturna.[3]

Reprodução

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A maturidade sexual do rato-de-água é atingida às 5 semanas de idade e a esperança média de vida varia entre 2 e 4 anos.[9]A época de reprodução do rato-de-água tem uma grande duração, ocorrendo entre Março e Outubro, período durante o qual pode ter entre três e quatro ninhadas, nascendo entre duas e oito crias por ninhada. Geralmente, a período de gestação tem uma duração de três semanas.[3]Na Península Ibérica, em algumas populações a época de reprodução estende-se ao longo de todo o ano, apresentando o pico nas estações quentes.[9]

Predação

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O rato-de-água é predado por diversas aves de rapina, a salientar acoruja-das-torres (Tyto alba), acoruja-pequena (Asio otus), oaluco (Strix aluco), omocho-galego (Athene noctua) e aáguia-de-asa-redonda (Buteo buteo).Também é predado por alguns carnívoros, como é o caso dotourão (Mustela putorius), otexugo-europeu (Meles meles), alontra-europeia (Lutra lutra), ovison-europeu (Mustela lutreola), ovison-americano (Neovison vison)[9] e mesmo por cães e gatos domésticos.[3]

Factores de ameaça

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O rato-de-água é uma espécie restrita a habitats próximos de água, estando assim sujeito a ameaças habituais associados a este habitat. A alteração ou perda do seu habitat, através da construção de habitações, estradas ou a atividade agrícola intensa são as principais ameaças a que a espécie está sujeita.[3]A competição com outros roedores, nomeadamente com orato-castanho (Rattus norvegicus),rato-almiscarado (Ondatra zibethicus) e oratão-do-banhado (Myocastor coypus) põe em causa a ocorrência da espécie em algumas regiões da sua distribuição.[9]Por último, embora a espécie possa sobreviver durante longos períodos com escassez de água, a falta deste recurso tem efeitos negativos sobre o rato-de-água, tornando-se uma espécie particularmente sensível às alterações climáticas.[15]

Conservação

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O rato-de-água é uma espécie que se encontravulnerável (VU) segundo o IUCN, devido ao seu declínio por toda a sua distribuição geográfica, causado pela modificação do seu habitat e ao isolamento de certas populações.[3]Embora o rato-de-água ocorra em várias áreas protegidas na sua distribuição geográfica, a espécie continua em declínio. Assim, devem ser tomadas medidas para garantir a manutenção e o aumento da densidade da espécie, nomeadamente com a proteção legal nos países onde ocorre (Portugal, Espanha e França).[13] Deve ser estabelecida uma cooperação internacional entre estes países com oobjectivo de monitorizar e proteger a espécie em áreas transfronteiriças, onde pode ocorrer a espécie.[13]A conservação do seu habitat é a medida chave de conservação do rato-de-água, pois a espécie necessita de áreas com água com vegetação nas suas imediações para servir de refúgio. Desta forma práticas agrícolas que possam provocar extinções locais devem ser limitadas ou mesmo proibidas.[3] É necessário erradicar espécies exóticas em áreas onde o rato-de-água ocorre, nomeadamente o vison-americano,Neovison vison.[15]Deve ser ainda criado um programa de reprodução em cativeiro de modo a aumentar o número de indivíduos da espécie e eventualmente reintroduzi-los em áreas protegidas, onde a espécie é endémica.[3]

Referências

  1. «Arvicola sapidus - Página de Espécie • Naturdata - Biodiversidade em Portugal».Naturdata - Biodiversidade em Portugal. Consultado em 11 de fevereiro de 2025 
  2. «Arvicola sapidus».Museu Virtual Biodiversidade. Consultado em 11 de fevereiro de 2025 
  3. abcdefghijklmn*Rigaux, P., Vaslin, M., Noblet, J.F., Amori, G. & Palomo, L.J. (2008). Arvicola sapidus. Em: IUCN 2013. IUCN Red List of Threatened Species. Version 2013.2. <www.iucnredlist.org>. Acedido a 20 Maio 2014.
  4. Wilson, Reeder, Don E., DeeAnn M. (2005).«Mammal Species of the World. A Taxonomic and Geographic Reference (3rd ed)». Johns Hopkins University Press. Consultado em 21 de maio de 2021 
  5. «Arvicola».WordSense Dictionary (em inglês). Consultado em 11 de fevereiro de 2025 
  6. «arvum».WordSense Dictionary (em inglês). Consultado em 11 de fevereiro de 2025 
  7. «-cola».WordSense Dictionary (em inglês). Consultado em 11 de fevereiro de 2025 
  8. «sapidus».WordSense Dictionary (em inglês). Consultado em 11 de fevereiro de 2025 
  9. abcdefghVentura, J. (2007). Arvicola sapidus Miller, 1908. Pp. 405-407. En: L. J. Palomo, J. Gisbert y J. C. Blanco (eds.). Atlas y Libro Rojo de los Mamíferos Terrestres de España. Dirección General para la Biodiversidad-SECEM-SECEMU, Madrid.
  10. Gromov, I.M. and Polyakov, I.Ya. (1992) Fauna of the USSR: Voles (Microtinae), Issue 8. Nauka Publishers, St. Petersburg.
  11. Santos-Reis, M., & da Luz Mathias, M. (1996). The historical and recent distribution and status of mammals in Portugal. Hystrix, the Italian Journal of Mammalogy, 8(1-2).
  12. Saucy, F. (1999). Arvicola sapidus. In: A. J. Mitchell-Jones, G. Amori, W. Bogdanowicz, B. Kry?tufek, P. J. H. Reijnders, F. Spitzenberger, M. Stubbe, J. B. M. Thissen, V. Vohralík, and J. Zima (eds), The Atlas of European Mammals, Academic Press, London, UK.
  13. abcFedriani, J. M., Delibes, M., Ferreras, P. and Roman, J. (2002). Local and landscape habitat determinants of water vole distribution in a patchy Mediterranean environment.Ecoscience 9: 12-19.
  14. Santos, J., LUÍS, A., & Fonseca, C. (2007). Mamíferos do sal. Universidade de Aveiro, Departamento de Biologia.
  15. abRomán, J. (2006). Arvicola sapidus Miller, (1908) (Categoría para España (2006): VU A2ace+3ce). Em: L. J. Palomo, J. Gisbert y J. C. * Blanco (eds.). Atlas y Libro Rojo de los Mamíferos Terrestres de España. Dirección General para la Biodiversidad-SECEM-SECEMU, Madrid.

Bibliografia

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  • Joana Bencatel, Helena Sabino-Marques, Francisco Álvares, André E. Moura & A. Márcia Barbosa, ed. (2019).Atlas de Mamíferos de Portugal 2ª ed. ed. [S.l.: s.n.] 271 páginas.ISBN 978-989-8550-80-4  !CS1 manut: Nomes múltiplos: lista de editores (link) !CS1 manut: Texto extra (link)
  • Le Louarn, H. and Quéré, J.-P. (2003). Les Rongeurs de France, Faunistique et Biologie.INRA.
  • Mira A, Ascensão F & Alcobia S (2003). Distribuição das espécies de roedores e insectívoros. Relatório final para o ICN (não publicado). Unidade de Biologia da Conservação, Departamento de Biologia da Universidade de Évora.


Identificadores taxonómicos
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