Apresentação do Senhor Vitral na Igreja de São Nicolau emÖrebro, naSuécia.
AApresentação de Jesus no Templo, festividade litúrgica celebrada no dia2 de fevereiro, celebra um episódio da infância deJesus. É também a data em que se comemora aFesta da Candelária (festa à luz de velas), uma festa de origem pagã e latina comemorada tradicionalmente em alguns países, que depois se tornou uma festa religiosa cristã.[carece de fontes?]
Este episódio foi descrito emLucas 2:22–40. De acordo com o evangelho, aVirgem Maria eSão José levaram oMenino Jesus para oTemplo de Jerusalém quarenta dias depois do nascimento para completar oritual de purificação de Maria após o parto e para realizar aredenção do primogênito, de acordo com aTorá[1].São Lucas explicitamente afirma que José e Maria escolheram a opção disponível para os pobres (os que não podiam comprar um cordeiro[2]), sacrificando«Um par de rolas ou dois pombinhos.» (Lucas 2:24).Levítico 12:1–4 indica que este evento deve se realizar quarenta dias após o nascimento de um menino, daí a Apresentação ser celebrada quarenta dias depois doNatal.
Ao trazer Jesus até o Templo, eles encontraramSimeão. O evangelho relata que Simeão recebeu uma promessa de que ele«ele não morreria antes de ver o Cristo do Senhor.» (Lucas 2:26). Simeão então entoou uma oração que ficaria conhecida comoNunc Dimittis (ou "Cântico de Simeão"), que profetiza aredenção do mundo por Jesus:
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«Agora tu, Senhor, despedes em paz o teu servo Segundo a tua palavra; Porque os meus olhos já viram a tua salvação, a qual preparaste ante a face de todos os povos: Luz para revelação aos gentios, E glória do teu povo de Israel.» (Lucas 2:29–32)
”
Simeão então profetizou a Maria:«Este é posto para queda e para levantamento de muitos em Israel, e para sinal de contradição. (também uma espada traspassará a tua própria alma), para que os pensamentos de muitos corações sejam revelados.» (Lucas 2:34–35)
A idosa profetisaAna também estava no Templo e ofereceu orações e glórias a Deus, contando a todos os que estavam por ali sobre Jesus e seu papel na redenção de Israel (Lucas 2:36–38).
Na Igreja Católica Romana, a festa é conhecida como "Apresentação do Senhor" nos livros litúrgicos publicados pela primeira vez pelopapa Paulo VI[3] e como "Purificação da Abençoada Virgem Maria" nasedições anteriores. NaIgreja Ortodoxa e nasIgrejas Católicas Orientais derito bizantino, como "Festa da Apresentação de Nosso Senhor, Deus e Salvador Jesus Cristo no Templo" ou como "O Encontro de Nosso Senhor, Deus e Salvador Jesus Cristo".
Ela é conhecida como "Apresentação de Nosso Senhor" naIgreja Evangélica Luterana da América. Em algumas igrejasprotestantes, a festa é conhecida como o "Nomeação de Jesus" (embora, historicamente, ele teria recebido seu nome no oitavo dia após o nascimento, quando ele foicircuncidado.
A mais antiga referência sobre os rituais litúrgicos específicos sobre a festa foram descritos pelafreiraEgéria durante a sua peregrinação àTerra Santa entre 381 e 384. Ela reportou que 14 de fevereiro era um dia solene emJerusalém, com uma procissão até aBasílica da Ressurreição deConstantino I, com umahomilia sobreLucas 2:22 e umaLiturgia Divina. A chamadaItinerarium Peregrinatio ("Itinerário da Peregrinação") de Egéria não oferece, porém, nenhum nome específico para a festa. A data de 14 de fevereiro indica que em Jerusalém, na época, celebrava-se o nascimento de Jesus em 6 de janeiro, dia daEpifania. Nas palavras dela:
Originalmente, a festa era uma celebração menor. Mas então, em 541, uma terrívelpraga irrompeu emConstantinopla matando milhares. Oimperador bizantinoJustiniano I, em consulta com opatriarca de Constantinopla, ordenou um período dejejum eoração por todo oImpério Bizantino. E, na festa do "Encontro do Senhor", organizou grandes procissões por todas as cidades e vilas, além de um serviço solene de orações (Litia) para pedir a libertação de todos os males e o fim da praga. Em agradecimento, em 542, a festa foi elevada para uma celebração mais solene e passou a ser celebrada por todo o império pelo imperador.
EmRoma, a festa aparece no "Sacramentário Gelasiano", uma coleção demanuscritos dos séculos VII e VIII associados com opapa Gelásio I, mas com muitas interpolações e algumas fraudes. É ali que aparece pela primeira vez o novo título da festa, "Purificação da Abençoada Virgem Maria".
Tradicionalmente, a festividade deNossa Senhora das Candeias (ou da Candelária) era a última festa do ano cristão, que era todo marcado em relação à data doNatal. Asfestas móveis são calculadas em relação à data daPáscoa.
A festividade das Candeias (ou das Candelárias) ocorre passados quarenta dias após o Natal. Tradicionalmente, o termo "Candeias" ou "Candelárias" faz referência à prática na qual o sacerdote, no dia 2 de fevereiro, abençoa as velas decera de abelha utilizadas nos serviços religiosos do ano todo, algumas das quais são distribuídas entre os fiéis para uso doméstico.
Esta festa nunca cai naQuaresma (aQuarta-feira de Cinzas mais cedo possível no ano cai em 4 de fevereiro, quando a Páscoa cai em 22 de março de um ano não bissexto). Porém, nos calendários que tinha umTempo da Septuagésima, poderia acontecer que o "Aleluia" tinha que ser omitido da liturgia.
Em Portugal festeja-se no dia 2 de fevereiro a festividade deNossa Senhora das Candeias ouNossa Senhora da Luz. Na tradição popular, o estado do tempo neste dia condiciona o tempo para o resto do inverno. Dizendo-se"Nossa Senhora a rir, está oInverno para vir. Nossa Senhora a chorar está o Inverno a passar." Quer isto dizer que se no dia estiversol, ainda virá muito "Inverno", se no dia estiverchuva, o inverno já passou.
Norito bizantino, a "Apresentação do Senhor" é singular entre asGrandes Festas por combinar elementos de uma Grande Festa do Senhor com os de uma Grande Festa daTeótoco. Ela conta com uma pré-festa de um dia e uma pós-festa de sete.
O feriado é celebrado com uma vigília de noite inteira na véspera e uma celebração daDivina Liturgia na manha seguinte, na qual as velas de cera de abelha são abençoadas.
Os crepes são tradicionalmente preparados no dia da Candelária.
A Candelária é sempre celebrada nas igrejas no dia 2 de fevereiro e o presépio de natal deve ser desmontado a partir desta festa, que é a última do ciclo da Natividade. A Candelária é celebrada pelos leigos como o "dia dos crepes": a tradição é atribuída aoPapa Gelásio Primeiro, que distribuía crepes aos peregrinos que chegavam aRoma, mas também podemos ver o costume dasVestais, que durante aLupercália fizeram uma oferenda de bolos preparados com o trigo da colheita velha para que a próxima fosse boa. Diz-se também que os crepes, pelo seu formato redondo e dourado, lembram o disco solar, evocando o retorno da primavera após o inverno escuro e frio.
Ainda hoje existe todo um simbolismo ligado à confecção de crepes. Uma tradição que remonta ao final do século V e ligada a um rito de fertilidade consiste em refogar os crepes com a mão direita enquanto se segura uma moeda de ouro na mão esquerda (por exemplo, umluís de ouro ou, na sua falta, uma moeda qualquer) afim de desfrutar de prosperidade ao longo do ano, o desafio sendo de garantir que o crepe caia bem na frigideira. Diz-se também que o primeiro crepe feito deve ser guardado em um armário para que a próxima colheita seja abundante. Às vezes, se diz que é na parte superior de um armário e que o crepe ali colocado é então considerado como não mofado e como protetor de miséria e pobreza.
A celebração da Candelária foi geralmente substituída na mídia peloDia da Marmota, embora a tradição da Candelária ainda persista com esse nome em várias regiões onde as tradições francesas permanecem vivas, como em Quebec, Acádia, Louisiana, no Vale do Mississippi e no Maine.