![]() | Estabiografia de uma pessoa vivacitafontes, mas quenão cobrem todo o conteúdo. Ajude a inserirfontes confiáveis eindependentes. Material controverso que esteja sem fontesdeve ser imediatamente removido, especialmente se for de naturezadifamatória.—Encontre fontes:ABW • CAPES • Google (notícias • livros • acadêmico)(Abril de 2022) |
Antonio Negri | |
---|---|
Nascimento | 1 de agosto de1933 Pádua,Itália |
Morte | 16 de dezembro de 2023 (90 anos) Villejuif (França) |
Nacionalidade | italiano |
Cidadania | Itália |
Cônjuge | Judith Revel |
Alma mater | |
Ocupação | filósofo, político |
Empregador(a) | Universidade Duke,Universidade Paris 8 Vincennes Saint-Denis,Collège international de philosophie,Universidade de Pádua |
Obras destacadas | Empire |
Escola/tradição | pós-estruturalismo,pós-modernismo,pós-marxismo |
Principais interesses | Política |
Movimento estético | autonomismo |
Religião | ateísmo |
Antonio Negri, também conhecido comoToni Negri (Pádua,1 de agosto de1933 -16 de dezembro de2023), foi umfilósofo políticomarxista,acadêmico emilitante políticoitaliano.
Tradutor dos escritos deFilosofia do Direito deHegel, especialista emDescartes,Kant,Espinosa,Leopardi,Marx eDilthey, Negri foi também um dos expoentes do marxismooperaísta,entre os anos 1960 e 1970. A partir dos anos 1980, dedicou-se ao estudo do pensamento político deBaruch Spinoza, contribuindo, juntamente comLouis Althusser eGilles Deleuze, para a redescoberta teórica do filósofo neerlandês. Em colaboração comMichael Hardt, escreveu algumas obras muito influentes na teoria política contemporânea. Ganhou notoriedade internacional nos primeiros anos doséculo XXI, após o lançamento do livroImpério[1] — que se tornou um manifesto do movimentoanti-globalização — e de sua sequência,Multidão, ambos escritos em co-autoria com seu ex-alunoMichael Hardt.
Paralelamente ao seu trabalho teórico, desenvolveu intensa atividade demilitância política, tendo sido um dos fundadores das organizações daesquerdaextraparlamentarPotere Operaio eAutonomia Operaia.
Em 1979, já professor universitário de filosofia, Toni Negri foi investigado, preso e julgado por "cumplicidade política e moral" com o grupo terroristaBrigadas Vermelhas, em um polêmico e controverso inquérito judicial chamado pela imprensa de "julgamento de 7 de abril". Tachado decattivo maestro por seus detratores,[2] Negri foi condenado a 12 anos de prisão, aos quais foram acrescentados outros tantos, nos anos 1990, pelos crimes de "associação subversiva" e "cumplicidade moral em roubo". Cumpriu um total de dez anos, os últimos dos quais em regime de semiliberdade.
Graduou-se em Filosofia naUniversidade de Pádua, onde foi aluno brilhante e, inserindo-se no ambientegoliardesco, dirigiu o jornal dos estudantes da universidade,il Bo.[3]
Em 1955 apresentou sua tese de graduação "Lo storicismo tedesco da Dilthey aWeber" ("O historicismo alemão de Dilthey a Weber").
Em 1956, foi-lhe concedida uma bolsa de estudos doIstituto Italiano per gli Studi Storici (Instituto Italiano de Estudos Históricos). Posteriormente, foi nomeado assistente do diretor da faculdade e, em 1967, obteve a cátedra de Teoria do Estado, sempre na Universidade de Pádua, onde também dirigiu o Instituto de Ciências Políticas.
Iniciou sua militância política nosanos 1950 comoativista daGioventú Italiana di Azione Cattolica (GIAC) ("Juventude Italiana de Ação Católica"), organização ligada àAção Católica. Foi membro daInternacional Socialista, de 1956 a 1963.
No início dosanos 1960, Negri compôs o comitê editorial dosQuaderni Rossi ("Cadernos Vermelhos"), jornal que representava o renascimento intelectual do marxismo na Itália, fora da esfera de controle doPartido Comunista Italiano.
Foi também um dos fundadores doPotere Operaio ("Poder Operário"), em 1969, e do movimento denominadooperaísmo. OPotere Operaio se desfez em 1973, dando lugar àAutonomia Operaia, também liderado por Negri.
Escreveu vários trabalhos com muitos outros "autonomistas" famosos, tais comoRaniero Panzieri,Mario Tronti,Sergio Bologna eFranco Berardi, ligados a movimentos dos trabalhadores italianos, estudantes efeministas dosanos 1960 e1970.
Durante seu exílio naFrança, foi professor dasUniversidades de Paris VII (Denis Diderot) e VIII (Vincennes–Saint-Denis). Também lecionou naÉcole normale supérieure, naUniversidade Européia de Filosofia e noCollège international de philosophie, onde também eram docentesJacques Derrida,Michel Foucault eGilles Deleuze.
Em 7 de abril de 1979 foi preso sob várias acusações, dentre as quais a de ser oideólogo dasBrigadas Vermelhas (Brigate Rosse) e mandante moral dohomicídio deAldo Moro, líder daDemocracia Cristã italiana, ocorrido em 1978. Negri foi preso juntamente com outros membros daAutonomia Operaia (O. Scalzone, E. Vesce, A. Del Re, L. Ferrari Bravo, F. Piperno e outros) e cumpriu quatro anos e meio emprisão preventiva.
Durante o período que passou na prisão, conseguiu provar sua inocência com relação a quase todas as acusações, inclusive as de envolvimento em 17 homicídios e associação com as Brigadas Vermelhas, grupo responsabilizado pelo sequestro e morte de Aldo Moro. Mesmo assim, foi condenado a trinta anos de prisão em um controverso processo de "associação subversiva", "conspiração contra o Estado" e "insurreição armada", pena que foi reduzida para 17 anos.
AAnistia Internacional denunciou os processos políticos italianos e a repressão à contestação e chamou a atenção para algumas “irregularidades legais sérias” no manejo do caso Negri. O filósofo francêsMichel Foucault posteriormente comentou “Ele não está na cadeia simplesmente por ser um intelectual?”.[4] Além de Foucault, outros intelectuais franceses comoGilles Deleuze,[5]Félix Guattari eJean-Pierre Faye manifestaram apoio a Negri e seus companheiros.
Enquanto estava na prisão em junho de 1983, Antonio Negri foi eleito deputado peloPartido Radical Italiano, o que lhe permitiu deixar provisoriamente a detenção, graças àimunidade parlamentar. Quando o parlamento, por pequena maioria de quatro votos (todos do Partido Radical) decidiu suspender essa imunidade, Negri fugiu para a França.
Depois de passar vários anos na França, sem documentos mas protegido peladoutrina Mitterrand como a maior parte dos "emigrados políticos" italianos, Antonio Negri retornou voluntariamente à Itália em julho de 1997 para cumprir sua pena e tentar encontrar uma solução política para osanos de chumbo. Afinal, depois de seis anos e meio de detenção, a metade dos quais em regime semiaberto, obteve a liberação definitiva em abril de 2003.
No exílio, ensinou naUniversidade de Paris VIII e noCollège International de Philosophie, fundado porJacques Derrida. Apesar de as condições de sua residência na França lhe proibirem de se engajar em atividades políticas, escreveu prolificamente e era ativo numa coalizão de intelectuais de esquerda. Em 1990, fundou com Jean-Marie Vincent e Denis Berger o jornal “Futur Antérieur”. O jornal cessou suas publicações em 1998, mas foi recriado como “Multitudes” em 2000, com Negri como membro da mesa editorial internacional.
Atualmente Antonio Negri vive emVeneza com sua companheira,Judith Revel, e divide seu tempo entreRoma, Veneza eParis, onde ministra seminários noCollège International de Philosophie e na Universidade de Paris I (Panthéon-Sorbonne).
Negri dirige a revista italianaPosse. Também fez parte do comitê de redação internacional da revista francesaMultitudes, dirigida porYann Moulier-Boutang.
Entre os temas centrais da obra de Negri estãomarxismo,globalização democrática,anti-capitalismo,pós-modernismo,neoliberalismo,democracia, o comum[6] e amultidão. Sua produção intelectual prolífica, iconoclasta e cosmopolita constitui uma análise altamente original docapitalismo tardio.
Negri é extremamente desdenhoso em relação aopós-modernismo, cujo único valor, segundo sua avaliação, é que serviu como sintoma da transição histórica cuja dinâmica ele e Hardt procuram explicar em"Império". Negri reconhece a influência deMichel Foucault, deDavid Harvey (A condição pós-moderna, de 1989), deFredric Jameson (Pós-modernismo ou a lógica cultural do capitalismo tardio de 1991), deGilles Deleuze &Felix Guattari (Capitalismo e Esquizofrenia).
Hoje, Antonio Negri é mais conhecido como o coautor, comMichael Hardt, do livroImpério (2000). A tese marcante de “Império” é que aglobalização e informatização dos mercados mundiais desde o fim dos anos 1960 levaram a um declínio progressivo na soberania dos estados-nação e a emergência de uma nova forma de soberania, composta por séries de organismos nacionais e supranacionais unidos sobre uma única regra lógica de governo. Esta nova forma global de soberania é o que os autores chamam “Império”. Esta mudança representa a “subordinação real da existência social pelo capital.” Fala sobre resistência constitutiva autônoma, epitomada pelosWobblies. O livro teve influência mundial. Ele inspirou muitas iniciativas, incluindo oNo border Network, aLibre Society, oKEIN; ORG. ONeuro-networking Europe, oD-A-S-H, entre outros. Uma sequência de “Império” chamada “Multidão” foi publicada em agosto de 2004.
Uma alternativa para as caracterizações estritamente políticas do projeto de Negri vem de um crítico Neoliberal,John J. Reilly, que chama “Império” de “um plot pós-moderno para acabar com a Cidade de Deus”. De fato, o envolvimento de Negri no começo dos anos 1950 com omovimento operáriocatólico e aTeologia da Libertação parecem ter deixado uma marca permanente em seus pensamentos. Um de seus mais novos trabalhos, o “Time for Revolution” (2003), se segura muito em temas deSanto Agostinho atéBaruch Spinoza e pode ser descrito como uma tentativa de achar a Cidade de Deus sem ajuda de “ilusões transcendentais” e da “Teologia do Poder” que ele acha um disparate de pensadores comoMartin Heidegger eJohn Maynard Keynes. Estendendo e tentando corrigir a critica daideologia comofalsa consciência feita porKarl Marx.