André Vidal de Negreiros | |
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Retrato anônimo de André Vidal de Negreiros. Século XVII,Museu do Estado de Pernambuco | |
| 13.ºCapitão-mor do Maranhão | |
| Período | 11 de maio de 1655 - 23 de setembro de 1656 |
| Antecessor(a) | Balthazar de Sousa Pereira |
| Sucessor(a) | Agostinho Correia |
| 2.ºCapitão-mor de Pernambuco | |
| Período | 26 de maio de 1657 - 26 de janeiro de 1661 |
| Antecessor(a) | Francisco Barreto de Meneses |
| Sucessor(a) | Francisco de Brito Freire |
| Período | 24 de janeiro - 13 de junho de 1667 |
| Antecessor(a) | Estêvão Soares Aragão |
| Sucessor(a) | Bernardo de Miranda Henriques |
| 26.ºCapitão-general de Angola | |
| Período | 1661-1666 |
| Antecessor(a) | João Fernandes Vieira |
| Sucessor(a) | Tristão da Cunha |
| Dados pessoais | |
| Nascimento | c.1606 Capitania da Paraíba |
| Morte | 3 de fevereiro de1680 (74 anos) Goiana,Capitania da Paraíba,Brasil Colonial |
| Profissão | militar político |
| Assinatura | |
André Vidal de Negreiros (engenho São João, atualSanta Rita,Capitania da Paraíba,1606 –Goiana,3 de fevereiro de1680) foi ummilitar egovernador colonialluso-brasileiro, conhecido principalmente por ter sido um dos líderes daInsurreição Pernambucana, contra acolonização holandesa no Brasil.

Nascido no engenho São João, na Capitania da Paraíba, André Vidal de Negreiros era filho de Francisco Vidal, natural deLisboa, e de sua mulher Catarina Ferreira, nascida emPorto Santo,Madeira. Nunca se casou[1] mas, por testamento, dotou seus vários filhos bastardos com heranças materiais, enquanto o sobrinho, filho de sua irmã e militar de carreira, recebeu as insígnias da nobreza. Dentre seus filhos, destaca-seMatias Vidal de Negreiros, que, à revelia do pai e pela graça do rei, acabou por ser legitimado, tornando-se nobre, além de lhe ter sido confiada a administração da considerável fortuna paterna. E assim, a contragosto das autoridades locais, Matias Vidal de Negreiros, mesmo sendo mulato e bastardo, tornou-se um homem muito poderoso.[2]
A atrizAlessandra Vidal de Negreiros Negrini (n.1970) também é sua descendente pelo lado materno.
No contexto dasinvasões holandesas do Brasil (1624-1654), André Vidal de Negreiros lutou contra os holandeses emSalvador naBahia (1624). Após oito anos em Portugal e Espanha, voltou ao Brasil para lutar contra o governo do príncipe holandêsMaurício de Nassau, instalado emPernambuco e capitanias vizinhas, participando de todas as fases daInsurreição Pernambucana (1645-1654), quando mobilizou tropas e meios no sertão nordestino.
Foi nomeadoMestre de campo, notabilizando-se no comando de um dosTerços doExército Patriota, nas duasbatalhas dos Guararapes, em 1648 e 1649, juntamente comJoão Fernandes Vieira,Henrique Dias eFilipe Camarão. Comandou osítio deRecife que resultou na capitulação holandesa no ano de 1654.

Encarregado de levar ao reiD. João IV (1640-1656), a notícia da expulsão dos holandeses, foi condecorado pelo soberano e sucessivamente nomeado Governador e Capitão-Geral daCapitania do Maranhão e doGrão-Pará (1655-1656). Posteriormente foi governador da capitaniade Pernambuco (1657-1661),de Angola (1661-1666) e, novamente, de Pernambuco (1667).[3]
O historiadorVeríssimo Serrão, complementa:
Vidal de Negreiros faleceu no Engenho Novo daVila de Goiana, Pernambuco, em 1680, aos 74 anos.[2]
Em que pese seu valor como heroico líder da Insurreição Pernambucana, vale lembrar que a disputa pelo território brasileiro inseria-se no contexto daGuerra Luso-Holandesa, que, por sua vez, era parte do quadro daGuerra da Restauração. Portanto, a expulsão dos holandeses de Pernambuco, em 1654, não significou o encerramento da questão, que, de fato, só começaria a ser resolvida a partir de 1661, pela via diplomática, mediante a assinatura doTratado de Haia. Nos termos desse acordo, aNova Holanda foi "vendida" a Portugal por quatro milhões de cruzados (ou oitomilhões deflorins), quantia equivalente a cerca de 4,5toneladas deouro[5] e pelo Tratado de Paz, Aliança e Comércio, firmado em julho de1669.[6]
Em 6 de agosto de 2012, a Lei Federal nº 12.701[7] determinou a inscrição dos nomes de André Vidal de Negreiros,Francisco Barreto de Menezes,João Fernandes Vieira,Henrique Dias,Antônio Filipe Camarão eAntônio Dias Cardoso noLivro de Heróis da Pátria (conhecido como "Livro de Aço"), depositado noPanteão da Pátria e da Liberdade Tancredo Neves, umcenotáfio que homenageia os heróis nacionais localizado naPraça dos Três Poderes, emBrasília.
O 15º Batalhão de Infantaria Motorizado doExército Brasileiro, localizado nacapital do estado da Paraíba, tem André Vidal de Negreiros como patrono e o homenageou com um busto, dando o nome ao batalhão de Regimento Vidal de Negreiros.[8]
Filho de Francisco Vidal, natural deLisboa, e de Catarina Ferreira, natural daIlha da Madeira, teve como irmã Isabel Ferreira de Jesus, casada com oTenente-GeneralLopo Curado Garro, o qual foi um dos trêsgovernadores da Paraíba nomeados para aRestauração em 1645.
Apesar de solteiro, André Vidal de Negreiros deixou filhos naturais de várias mulheres, dotando-os com bens materiais no seu testamento. Teve:
De Cristina dos Santos, dita como "descendente demulatos":
De Inês Barroso, mulher casada, esposa de Gaspar Nunes:
De mãe desconhecida, podendo alguns serem filhos de Isabel Rodrigues ou de Mônica Vidal (essa última seria sua ex-escrava):
Sua irmã, Isabel Ferreira de Jesus, casou com o português Lopo Curado Garro,nobre de origemcastelhana, Tenente-General, capitão naGuerra Holandesa e delamemorialista, o qual foi um dos três governadores da Paraíba nomeados para a Restauração a que se deu princípio no ano de 1645, além de senhor do Engenho Curado da Várzea[10]. Desse matrimônio, nasceram:

| Precedido por Baltasar de Sousa Pereira | Governador do Maranhão 11 de maio de 1655 — 23 de setembro de 1656 | Sucedido por Agostinho Correia |
| Precedido por Francisco Barreto de Meneses | Governador de Pernambuco 1657 — setembro de 1661 | Sucedido por Francisco de Brito Freire |
| Precedido por João Fernandes Vieira | Governador e Capitão-General de Angola 1661 — 1666 | Sucedido por Tristão da Cunha |
| Precedido por junta governativa | Governador de Pernambuco 1667 | Sucedido por Bernardo de Miranda Henriques |