A expressão "América Latina" foi utilizada pela primeira vez em 1856 pelo filósofo chileno Francisco Bilbao[9] e, no mesmo ano, pelo escritor colombiano José María Torres Caicedo;[10] e aproveitada pelo imperador francêsNapoleão III durante sua invasão francesa no México como forma de incluir a França — e excluir os anglo-saxões — entre os países com influência na América, citando também aIndochina como área de expansão daFrança na segunda metade doséculo XIX.[11] Deve-se também observar que na mesma época foi criado o conceito deEuropa Latina, que englobaria as regiões de predomínio delínguas românicas.[12] Pesquisas sobre a origem da expressão conduzem, ainda, aMichel Chevalier, que mencionou o termo "América Latina" em 1836, durante umamissão diplomática feita aos Estados Unidos e ao México.[13] Nos Estados Unidos, o termo não foi usado até o final do século XIX tornando-se comum para designar a região ao sul daquele país já no início do século XX.[14] Ao final daSegunda Guerra Mundial, a criação daComissão Econômica para a América Latina e o Caribe consolidou o uso da expressão como sinônimo dos países menos desenvolvidos dos continentes americanos, e tem, em consequência, um significado mais próximo da economia e dos assuntos sociais.[14]
O termo foi utilizado pela primeira vez em 1856, numa conferência do filósofo chilenoFrancisco Bilbao[9] e, no mesmo ano, pelo escritor colombianoJosé María Torres Caicedo em seu poemaLas dos Américas ("As duas Américas", em português).[10]
O termo "América Latina" foi usado pelo Império Francês deNapoleão III da França durante suainvasão francesa no México (1863-1867) como forma de incluir aFrança entre os países com influência na América e excluir osanglo-saxões. Desde sua aparição, o termo evoluiu para designar e compreender um conjunto de características culturais, étnicas, políticas, sociais e econômicas.[15]
É provável que os primeiros povos vieram daÁsia para aAmérica, cerca de 20 mil anos antes da chegada deCristóvão Colombo aohemisfério ocidental.[16] Esses habitantes primitivos possivelmente vieram da Ásia para a América, passando por uma ponte feita de terra, naera glacial, ou atravessando de barco oEstreito de Bering, ou ainda passando de ilha por ilha pelasAleutas.[17] Dirigindo-se para o sul, se espalharam progressivamente pela América.[17]
Esses habitantes de origem asiática, denominados, hoje, deíndios americanos, ou ameríndios, vagueavam pela terra, perseguindo os animais para caçar e tirando os peixes da água.[18] Depois de uma grande quantidade de gerações na América, novos modos de vida foram desenvolvidos por certas tribos.[19] Em vez de vaguear, ergueram comunidades agrícolas.[19] Foram os primeiros habitantes que plantaramcacau,milho,feijão,favas,batatas,abóbora etabaco.[20] Nas regiões em que ótimas colheitas foram conseguidas pelos agricultores que viviam tranquilamente, ocrescimento populacional foi acelerado.[19]
AEspanha reclamou para o seuimpério colonial da maioria do território latino-americana,[27] logo após a chegada deCristóvão Colombo a essa área, em 1492. Terras no hemisfério ocidental eram reivindicadas porPortugal. Em uma grande quantidade de vezes, ambos os países desejavam as mesmas terras.[27] Para estes conflitos que fossem resolvidos, uma linha demarcadora foi traçada pelopapa Alexandre VI (1431-1503), em 1493.[28] Essa linha imaginária, a qual percorria de norte a sul, ultrapassava mais de 400 km a oeste das ilhas dosAçores e deCabo Verde.[29] Osespanhóis e osportugueses exploravam uma diminuta porção do hemisfério ocidental.[30] Estavam de acordo que aCoroa de Castela poderia ter o total das terras das terras a oeste desta linha e oReino de Portugal o total das terras a leste.[31] Esse acordo fazia referência somente a terras que não fossem governadas por um adepto do cristianismo.[30]
Nos primeiros anos do século XVI, osconquistadores dentre os quais eram encontradosHernán Cortés (1485-1547) eFrancisco Pizarro (1478?-1541), auxiliaram na consolidação do domínio daCoroa de Castela sobre a América Latina.[35] Cortés chegou nolitoral doMéxico em 1519.[38] Dois anos depois, tinha umaforça de guerra com mais de milespanhóis, uma grande quantidade de aliadosameríndios, certa artilharia leve e poucos cavalos.[35] Com essa força, em 1521, havia dominadoTenochtitlán (atualCidade do México), antiga sede de governo doImpério Asteca.[39] Nos últimos dias daquele ano, a maioria do território mexicano já foi conquistada por Cortés.[35] Em 1523, um de seus oficiais,Pedro de Alvarado, saiu do México em direção ao sul, até aAmérica Central.[40] Naquele mesmo ano, foi encontrado com tropas que dirigiam-se para o norte, as quais vieram da colônia pertencente àCoroa de Castela queVasco Núñez de Balboa (1475?-1519) fundou noPanamá e Pedro de Alvarado assegurou para a Coroa de Castela aAmérica Central inteira.[35]
Em 1531, Pizarro saiu doPanamá, velejando em direção aosul, com mais de 180homens e 27cavalos.[41] Chegou noPeru e, em torno de 1533, depois que venceu facilmente osindígenas, já conquistou a maioria do território doImpério Inca.Pedro de Valdivia (1500-1553), um dos oficiais de Pizarro, havia conquistado onorte doChile e criouSantiago em 1541.[42] As regiões dominadas do litoral oeste daAmérica do Sul, doPanamá até o centro do Chile foram dadas por essa conquista àCoroa de Castela.[35] No Chile, o tempo de sobrevivência contínua dosaraucanos foi de cerca de 300 anos.[43]
Esquema mostrando como eram transportados escravos em um navio negreiro
Por onde percorriam, oseuropeus obrigavam que boa parte dos nativos trabalhassem para eles, noscampos, nasflorestas e nasminas.[46] Trouxeram os primeirosescravos que vieram daÁfrica para aAmérica nos primeiros anos doséculo XVI.[47] Principalmente, o litoral leste daAmérica do Sul fornecia uma pequena quantidade de atrativos para os colonizadores.[45] Uma pequena quantidade deindígenas habitavam a região e nada restou ouro e prata.[45] Por isso, o litoral leste continuou quase sem exploração até o início do século XVII, na época em que a fertilidade do solo para alavoura e apecuária foi verificada pelos europeus.[45]
Já se colonizou boa parte do território da América Latina[48] numa época anterior à chegada definitiva dos colonizadores ingleses naAmérica do Norte, mais precisamente onde é hoje o estado mais antigo dosEstados Unidos, aVirgínia em 1607.[49][50] A maior parte dosespanhóis eportugueses vindos para a América Latina queria se enriquecer com rapidez e retornar aos países de onde vieram.[51] Porém, em suas expedições existiam, também,artesãos ecamponeses, os quais queriam iniciar um novo tipo de vida.[46]
Ascolônias da América Latina ficaram sendo dominadas pelaEuropa por aproximadamente 300 anos.[52] Entre 1791 e 1824, a maior parte das colônias que batalharam em guerras, foram libertadas do domínio europeu por esses conflitos.[53] Todo o país possuía seus próprios heróis revolucionários, porém, ambos os homens mereceram destaque como líderes da América Latinaindependente.[35] Um dos dois é general venezuelanoSimón Bolívar (1783-1830) que venceu libertando aVenezuela, aColômbia, oEquador, oPeru e aBolívia.[54] O outro éJosé de San Martín (1778-1850), general argentino e líder de um exército, que saiu daArgentina, e auxiliou para que oChile se tornasse independente daEspanha.[55] Contribuiu, também, para que o Peru fosse libertado.[55]
A maior parte das colônias possuía quatro motivos de base para batalhar pelaindependência:[35]
Muitosmestiços enriquecidos que tinham fazendas, pensavam que era obrigatório participar ativamente no governo de seus países. Em geral, osespanhóis encaravam menosprezadamente os mestiços, que não eram nada socialmente prestigiados. Sendo dessa forma, os mestiços que influenciaram em cima dosnativos, foram líderes de rebeliões que destituíram os senhores europeus;[35]
Oscrioulos (descendentes deespanhóis que nasceram nasAméricas) não admitiram a ocupação exclusiva de cargos daadministração pública por funcionários espanhóis. Os crioulos, do mesmo modo que os mestiços, desejavam possuir representantes ou políticos que defendessem os seus direitos nogoverno;[35]
Ocomércio entre as colônias na América Latina foi proibido pelos reinos daEspanha e dePortugal, que obrigavam-na acomerciar com as metrópoles.[56] Osgovernos da Espanha e de Portugal aboliram uma grande quantidade de restrições durante oséculo XIX, porém, o sentimento de injustiça econômica motivou as colônias a agirem;[35]
A tentativa de libertação do país de nascimento deFrancisco de Miranda (1750-1816), revoltoso venezuelano, foi infrutífera em 1806 e pela segunda vez em 1811.[64]Simón Bolívar, que seguia Miranda, havia empreendido um novo tipo de campanha em 1813.[54] A luta de seus exércitos, que finalmente venceram noatual distrito peruano deAyacucho em 1824, foi contrária às forças espanholas por mais de 10 anos.[54] Esta glória libertou o total das colônias doReino da Espanha na América do Sul.[54]
Em 1821, a autoridade doReino da Espanha foi repudiada pelos cidadãos nascidos naAmérica Central.[59] Os rebeldes não resistiram muito, já que as forças do Reino da Espanha eram reduzidas e o partido dos revolucionários foi tomado pelo governador espanhol.[59]
Asrelações internacionais entre ospaíses fronteiriços latino-americanos foram pontilhadas por uma grande quantidade de lutas menos importantes, além de uma grande variedade deguerras.[66] O maior desses conflitos foi aGuerra do Paraguai, pela qual os três países daTríplice Aliança (Brasil,Argentina eUruguai) e o vilãoParaguai estiveram envolvidos. Seu tempo de duração foi entre 1864 e 1870.[67] O Paraguai alargou suasfronteiras, e isso provocou principalmente as lutas, ainda nos tempos atuais se discutem certas fronteiras do país e esses limites geopolíticos são controversos.[66]
Em 1932, aBolívia e oParaguai guerrearam porque um dos dois países queria se apossar doGran Chaco.[69] As negociações de paz iniciaram-se em 1935 e, em 1938, um acordo final dava 237 800 km² de extensão territorial em litígio para oParaguai.[66] Ambos os lados não se satisfizeram.[66]
O Chile batalhou contra aBolívia e oPeru entre 1879 e 1883, porque o Chile desejava discutir sobrenitratos.[70] A guerra foi vencida peloChile, que tomou posse da região a qual era enriquecida de nitrato e que obrigou aBolívia a deixar o seu litoral antes banhado peloPacífico.[70] A partir de então, a Bolívia não é mais banhada por litoralmarítimo.[70] O Chile e o Peru debateram por questõeslimítrofes até o acerto finalizado de sua situação geográfica, em 1929.[66]
Equador e Peru batalharam porque um dos dois países queria se apossar de uma áreaagreste, não disponível nos mapas, que se estendia do Equador até a região oeste doBrasil.[66] De 1940 até 1941, ambos os países batalharam porque essa região era litigiada.[66][71] O Peru venceu o Equador, que havia anexado quase oterritório inteiro aos peruanos.[71]
Embora exista uma grande quantidade de problemas, ocomércio entre os países da América Latina havia aumentado, sendo influenciado por dois ou três acordos.[71] Exemplificando, o algodãomexicano oubrasileiro está sendo importado peloChile, em contrapartida aoalgodão que antes seria comprado nosEstados Unidos.[71] OMéxico exportaaço para uma grande variedade de países da América do Sul, e produtos industrializados no Brasil, comomáquinas de escrever ecomputadores, são exportados para oChile e oParaguai.[71] Em 1969, um acordo econômico denominadoPacto Andino foi assinado porBolívia,Chile,Colômbia,Equador ePeru.[79] Os países haviam convencionado que acabassem, até 1980, com as barreiras comerciais dentre eles.[71]
No século XXI houve aguinada à esquerda, que foi um aumento no número de governos de esquerda pelo continente.[80] Pouco depois, em meados dos anos 2010, houve aonda conservadora, caracterizada pela ascensão, desta vez, de governos de centro-direita e direita.[81]
Está norte e sul, devido à extensão da mos hemisférios ria de suas terras ao sul daLinha do Equador.[46][83] Quase todas as terras da América Latina, estão localizadas nazona climáticatertropical; uma porção menor está situada nazona temperada do norte e uma área muito grande localizaNse na zona temperada do sul.[46][83] Tem como limites: ao norte, com osEstados Unidos; ao sul; com a junção das águas salgadas dos ,csAtlântico ePacífico; a leste, o oceano Atlântico; e a oeste, o oceano Pacífico.[46][83]
A América Latina possui a mesma ordem de formas derelevo, no sentido norte-sul, em todas aslatitudes.[84][85] Dessa forma, há cinco unidades geomorfológicas mais importantes:[84][85]
As elevadas cordilheiras latino-americanas apresentam altitudes acima de 5 mil metros e picos revestidos por neve e derivam ainda de demais surgimentos de tectonismo, como terremotos, da atividade de uma grande variedade de vulcões, certos dos quais prontificados para que entrem em ação.[84][85]
NoMéxico, a cordilheira é denominada de Sierra e constitui ambas as cristas horizontais (linhas no relevo pelas quais são reunidos os pontos de maior altitude), que recebem o nome deSierra Madre Ocidental eSierra Madre Oriental.[84] NaAmérica Central, essa cordilheira é formada por serras, como as de Isabela e Tatamanca.[84] NaAmérica do Sul, aparecem osAndes, cujo ponto culminante é o picoAconcágua, com 6 959 metros, naArgentina. Assim como na Sierra Madre, os Andes possuem cristas, dentre as quais estão localizados planaltos de soerguimento, chamados na região de altiplanos, com altitudes acima a 3 mil metros.[84][85]
Planaltos de desgaste na porção oriental daAmérica do Sul, cujas altitudes são menores, que pouquíssimas vezes ultrapassam 2 mil metros, devido à formação do relevo regional por pedras de grande antiguidade, de grande desgaste pela erosão e não possuem surgimentos de tectonismo. Pertencem a este relevo os planaltos dasGuianas eBrasileiro, tendo como pontos culminantes os picosda Neblina (3 014 metros),31 de Março,da Bandeira,das Agulhas Negras, etc.[84][85]
Baixadas litorâneas banhadas pelooceano Atlântico, as quais quer são estreitas e somem, possibilitando o aparecimento de falésias ou litorais elevados, quer aparecem muito longas, originando grandes balneários naturais.[84][85]
Todos osclimas regionais são dependentes de uma grande quantidade de fatores: latitude, altitude e relevo disposto,massas de ar,continentalidade,maritimidade,correntes marítimas, entre outros. Uma pequena ou grande latitude determina caso uma região esteja mais perto ou mais longe doEquador e, assim sendo, caso faça maior ou menor calor. Além disso, por causa do relevo, esta região, possivelmente, possui faixas térmicas diferenciadas, de acordo com a altitude.[86][87]
Com embasamento nisto, é simples o entendimento de que em quase a América Latina inteira são predominantes temperaturas elevadas e quais essas se reduzem quando se dirigem aopolo Sul. Por esse motivo, a porção sul da América Latina, denominada deCone Sul, é uma área de verões brandos e invernos gelados.[86][87] Por ser longamente disposto no sentido norte-sul, fazendo com que o território daAmérica esteja situado em latitudes diferenciadas, ele é climaticamente muito diversificado.[86][87] Na América Latina, merecem destaque osclimas tropicais, úmidos ou secos, surgindo, em certos pontos, otropical de altitude. Cercado por essa ampla extensão tropical, há um pedaço declima equatorial, também enormemente grande, caracterizado por pequenaamplitude térmica, temperaturas altas e chuvas permanentes.[86][87] Desde oTrópico de Capricórnio, naAmérica do Sul, os climas predominantes são modificados aos poucos depois que a latitude aumenta, começando a predominar os tipos climáticostemperados e frios.[86][87] Atemperatura influi mais em cima do relevo na porçãoocidental, em que as cordilheiras possuem faixas de terras quentes, amenas e geladas. Estas faixas desaparecem à proporção em que reduz o distanciamento relacionado ao polo sul, em que mesmo aonível do mar já se localizam regiões continuamente frias.[86][87] Na América Latina, os ventos colaboram para que seja alterado o regime chuvoso e as próprias temperaturas. Em certos países sul-americanos, especialmente nos dos centro-sul, a diminuição térmica nublada tem muita nitidez durante a chegada dafrente fria.[86][87]
As altas temperaturas daregião equatorial trazem, no inverno, as massas de ar frio, as quais, em geral, causam chuvas e posterior diminuição da temperatura quando ela passa. No verão, no hemisfério sul, as temperaturas de maior elevação acontecem no centro da América do Sul, o que atrai ventos dooceano Atlântico.[86][87]
Como qualquer região em que predomina oclima tropical, a América Latina possui vastos contrastes: certas áreas de grande umidade e demais de desertos ousemidesertos. As primeiras são frequentes na porção equatorial da América do Sul ou em regiões de litoral. Já as regiões de deserto aparecem principalmente no momento em que os ventos de umidade são impedidos de passar para o sertão pelo relevo. Há certos desertos (quantidade menor de 250 mm chuvas ao ano) na América Latina:Mexicano; deAtacama, doChile aoPeru; e daPatagônia, no sul daArgentina. Essa porção das Américas possui regiões de semideserto nos planaltos mexicanos e nopolígono das secas, naRegião Nordeste do Brasil.[86][87]
Uma quantidade chuvosa muito pequena é recebida por estas regiões de estiagem devido ao seu isolamento litorâneo pelo relevo disposto, dificultando que contatem com os ventos de umidade. Odeserto de Atacama constituiu-se porque acorrente marítima de Humboldt influência, e isso, quando esfria aságuas doPacífico, causa a condensação de nuvens cheias de vapor de água em cima do nível do oceano, fazendo elas chegarem secadas no continente.[86][87]
Como seu relevo é disposto, a maior parte dos rios americanos, e especialmente latino-americanos, drenam no sentido oeste-leste, porque o paredão dacordilheira dos Andes faz eles se dirigirem ao Atlântico.[88]
Ao contrário da América do Norte, a América Latina não possui imensos lagos, no entanto, essa região tem numerosas lagoas em seu litoral, especialmente na vertente do Atlântico, como alagoa dos Patos, no Brasil, lagoas de inundação nas planíciesAmazônica e do Orenoco; e lagos de altitude, como oTiticaca, doPeru até aBolívia.[88][91]
A maioria da vegetação a qual cobria a América Latina até oséculo XVI desapareceu.[92] Porém os países mais antigos desmatavam áreas consideradas "mato" na Idade Média para ocupar e ampliar as áreas férteis e já desmatavam as terras desocupadas desde tempos antigos, já que a maioria do territóriobrasileiro ainda é coberto por matas nativas e a grande parte do território dos Estados Unidos é coberto por florestas nativas e o percentual é o mesmo desde o século XIX, o desmatamento trouxe mais áreas agrícolas, mas não trouxe enriquecimento econômico, que só aconteceu após a Revolução Industrial,[93] porém desde 1970, muito tempo após a industrialização do continente europeu, passaram a recuperar as florestas desmatadas na época anterior as Primeira e Segunda Guerras Mundiais, porém a exceção ao desmatamento do território no Velho Mundo e na Ásia é o Japão, onde 68% da vegetação ainda está preservada e possui uma densidade populacional maior que da América Latina.[94] Só se preservou a cobertura vegetal nos lugares de pouco interesse econômico ou em regiões de relevo íngreme, no entanto, de qualquer forma, é de grande facilidade a reconstituição da vegetação original, porque ela resultou do clima e do tipo de solo em que foi desenvolvida. Dessa forma, podem ser identificadas na região:[92][95]
Vegetação declima equatorial: florestas daAmazônia e de parte daAmérica Central. São florestas entrelaçadas, constituídas por árvores de vários comprimentos, de folhas longas, revestidas e rodeadas por muitas trepadeiras e vegetações diversificadas, de tal modo espessas que até mesmo aluz solar não consegue passar por elas;[92][95]
Vegetação declima tropical:Florestas ousavanas, na maioria da América Central e nas porções norte e central da América do Sul. Espessas e entrelaçadas florestas recobrem as regiões de maior umidade; nas áreas de menor umidade, destaca-se a savana, formada por árvores de pouco comprimento e arbustos ligados a uma formação vegetal rasteira, como ocerrado noBrasil, oslhanos naVenezuela e ochaco naArgentina e noParaguai. Nas regiões tropicais semiáridas surge uma formação vegetal ainda mais pouco densa, por exemplo, acaatinga brasileira;[92][95]
Vegetação declima frio:Coníferas no sul daArgentina e doChile. É uma floresta arbórea, com plantas que têm folhas mais endurecidas e pontudas (aciculifoliadas);[92][95]
Vegetação de altasmontanhas: NosAndes, a formação vegetal varia por causa das altas montanhas, as quais causam temperaturas menores e pouquíssimas chuvas;[92][95]
Vegetação declima desértico: Formada especialmente porarbustos exerófitas, é caracterizada por ser uma vegetação bem espalhada. As punas dodeserto de Atacama, noChile e noPeru, destacam-se entre os outrosdesertos da América Latina, porque a altitude do relevo faz com que sua área de ocorrência seja um deserto gelado.[92][95]
Uma pesquisa realizada em toda a América Latina, divulgada em 2014 relatou que o número de protestantes na região já chegava a 19% da população latino-americana, enquanto os católicos estariam em 69%.[114]
Em diversas nações, principalmente as caribenhas, existem os idiomas crioulos, que derivam de línguas europeias e línguas nativas do país, antes dacolonização. Em outras, existe uma grande quantidade de falantes das línguas indígenas, como oMéxico, oPeru, aGuatemala e oParaguai. Nestes casos, é comum os governos nacionais ou regionais reconhecerem estes idiomas não europeus como idiomas oficiais, ao lado do idioma europeu predominante. Por exemplo, oQuíchua é reconhecido no Peru como idioma oficial, ao lado do Espanhol. OGuarani também é idioma oficial no Paraguai juntamente com o Espanhol.[115]
Politicamente, a América Latina não é uniformemente apresentada em consideração aos seus aspectos humanos. Há muitos anos, aregião era politicamente instável. Mas, nos anos de 1980, diversos países passaram por um período deditaduras militares e, atualmente, háeleições livres em quase a América Latina inteira, apesar da existência de focos tensos em certos países onde grupos de tendências políticas de oposição rivalizam pelo poder.[120]
Os países da América Latina, em sua totalidade, sãosubdesenvolvidos, apesar de certas nações seremindustrialmente etecnologicamente avançadas, sendo que o capitaltransnacional controla a maior parte de tudo isso, como é o caso doBrasil,México eArgentina. Mas a economia da maior parte dos países da América Latina é a agricultura que se baseia nas técnicas primitivas e numa distribuição desigual de terras, pela qual os grandes fazendeiros são privilegiados.[120]
Durante ocolonialismo, eram obedecidos pelos cidadãos da América Latina as leis que osmonarcas distantes aprovaram e quase não podiam discutir seus próprios assuntos. Como revolta, foram criados pelos latino-americanos seus própriospaíses, eram politicamente menos experientes. Por líderes que tiveram sensatez, comoSimón Bolívar, não era considerado com prudência o estabelecimento derepúblicas na América Latina. O argumento dos líderes sensatos era de que o povo não era experiente em autogoverno. Porém, entre oMéxico e aArgentina, a impetuosidade dospatriotas tinha visto o rumo daRevolução Francesa e daRevolução Americana. O desejo dos patriotas impetuosos era um governo republicano, com a esperança de acompanhamento do mesmo rumo. Para melhor entendimento dos problemaspolíticos da América Latina o importante é um pouco de conhecimento da história de certos países.[59]
Mapa das Guerras entre a Espanha e suas colônias na América Latina:
Até 1829, aArgentina era sucedida porgovernos fracos.[59] Naquele ano, porJuan Manuel de Rosas (1793-1877), um rico proprietário de terras que liderava o seu próprioexército, foi assumido o poder e o político foi tornadoditador. Em 1852, houve a revolta da população contra Rosas e seu poderio foi derrubado. A partir de então, osmilionários controlavam muitas partes davida dopaís. Pela desonestidade daseleições e pelos militares revoltosos eram, acompanhadamente, colocados governantes autoritários napresidência. Na Argentina foi eleito o presidenteRaúl Alfonsín em eleições diretas, voltando o país àdemocracia.[59]
NoChile, foi mantido pelos donos de terras o fato de controlarem o governo por cerca de 100 anos após o país ser proclamadoindependente.[66] Com a constituição de 1833 foram estabelecidaseleições livres.[125] O governo, porém, aprovou uma lei cujas exigências eram as propriedades doseleitores e a suaalfabetização.[66] O resultado da lei era a falta de direito do povo ao voto até a abolição do fato de o governo exigir propriedade, em 1874.[66] Em 1920, houve a união dospartidos políticos onde eram incluídos comomembrosagricultores e operários.[66] Os agricultores e operários venceram a maioria dos votos válidos daseleições naquele ano e mantiveram sua força política.[66] Durante quase todo o século XX oChile elegeu governos civis.[66][126] Em 1970, oChile foi o primeiro país dohemisfério ocidental que elegeu, por livre e espontânea vontade, umpresidente que tinha omarxismo como ideologia política.[127] Em 1973, pela primeira vez em aproximadamente 45 anos, houve a subida dos líderes militares ao poder no Chile.[66][127]
Durante os primeiros tempos dahistória da república no México, os líderes militares lutaram violentamente pelo poder.[66] Foi a chamadaRevolução Mexicana, cujo tempo de duração foi de dez anos, de 1910 a 1920, que levou a reformar muitas coisas do país, inclusive a de um programa do governo que redistribuía terras.[128] A partir de 1934, a estabilidade dos governos já promove o fato de o país progredir, realizando melhorias nas condições da sociedade e da economia.[66]
Ditaduras têm tido muita frequência em repúblicascentro-americanas, excetoCosta Rica, que, há muitos anos, seu governo tem estabilidade e constitucionalidade.[66]
Simón Bolivar compreendeu a importância de se reunirem representantes dasAméricas.[131] Em 1826, convocou umaconferência que visava reunir todas as novas repúblicas latino-americanas sob um sógoverno.[131] Mas as nações não concordaram.[131] Por mais de 60 anos, certas desconfianças nacionalistas impediram que as repúblicas tomassem qualquer medida para umacooperação internacional.[71]
Finalmente, em 1890, osEstados Unidos e as repúblicas latino-americanas formaram a União Internacional das Repúblicas Americanas.[132] Esta organização criou o Escritório Comercial das Repúblicas Americanas, que, em 1910, teve seu nome mudado para União Pan-Americana.[133] O propósito da União Pan-Americana era estreitar as relações econômicas, culturais e políticas entre os países participantes.[71] No início doséculo XX, foram realizadas várias reuniões.[71] Em 1933, emMontevidéu, noUruguai, os países-membros comprometeram-se a não interferir nos assuntos internos uns dos outros.[134] Em 1936, emBuenos Aires, naArgentina, comprometeram-se a manter a paz nohemisfério ocidental.[71]
AOrganização dos Estados Americanos (OEA) foi criada na nona Conferencia Pan-Americana, realizada emBogotá, naColômbia, em 1948.[132] Inicialmente era constituída por 20 repúblicas latino-americanas e osEstados Unidos.[132] Em 1962,Cuba, por ter um governo comunista, foi expulsa.[136] Neste mesmo ano, os países da OEA, apoiaram o bloqueio dos Estados Unidos para impedir o desembarque de mísseis russos em Cuba.[71][137][138] Em 1964, a OEA serviu de mediador na polêmica entre Estados Unidos ePanamá sobre as condições naZona do Canal do Panamá.[139] A OEA procura encontrar soluções pacíficas para todos os problemas surgidos entre seus membros, além de defender os princípios dejustiça social,cooperaçãoeconômica eigualdade entre os homens, independente deraça,nacionalidade oucredo.[137] Em 1970, a União Pan-Americana passou a chamar-se Secretariado Geral da OEA.[137]
OsEstados Unidos tomaram sua primeira posição importante nos assuntos relacionados com ohemisfério ocidental quando formularam aDoutrina Monroe, em 1823.[140] A Doutrina Monroe colocava as nações latino-americanas sob a proteção dos Estados Unidos.[137] Durante muitos anos, a doutrina causou ressentimentos na América Latina.[137]
Acaça, como base econômica de sobrevivência, é praticada naAmérica somente por esparsos grupos indígenas em via de integração. Apesca, além de atividade econômica de valor regional para todos os países que apresentam extensões litorâneas, tem especial importância para oPeru,[155] maior exportador de pescado da América Latina,[156] embora oChile seja o maior produtor.[157]
OBrasil é o segundo produtor mundial deferro;[169] o Chile,[170] o Peru,[171] sendo o Chile o maior produtor domundo;[172] o Brasil é um dos cinco maiores produtores mundiais demanganês,[173] além de grande produtor deestanho, minério do qual a Bolívia é grande exportadora.[174]
A América Latina, que inclui essencialmentepaíses subdesenvolvidos, de maneira geral é pouco industrializada, ficando sua economia subordinada àagropecuária e àmineração. Mesmo com essa dependência agrícola, a maior parte de suas terras é cultivada de forma extensiva e possui um reduzidoPIB per capita.[183] Em muitos países, a atividade agrícola ainda se desenvolve segundo os moldes doperíodo colonial: grandes propriedades, pertencentes a poucas famílias, cuja produção se destina quase integralmente aomercado externo. Devido principalmente à concentração das terras mais férteis nas mãos de poucos proprietários e ao grande número de agricultores sem terras para cultivar,[183][184] surgiram nessas áreas muitos conflitos fundiários,[184] o que originou projetos dereforma agrária que visam à distribuição mais igualitária da terra,[184] em países como México,[185] Bolívia,[186] Chile,[187] Peru[carece de fontes?] eCuba.[188]
Em todos os países da América Latina é possível identificar basicamente dois tipos de agricultura: a desubsistência,[190] praticada com o uso de técnicas primitivas, e a de caráter comercial, em geral monoculturas realizadas em grandes extensões de terra e, com frequência, dependentes de investimentos estrangeiros. Como exemplos característicos desse sistema, podemos citar ocafé,[191] responsável por uma parte substancial das rendas de exportação da Colômbia,[192]Costa Rica,[193]Guatemala[194] eEl Salvador,[195] e abanana, com igual importância para oPanamá[196] eHonduras,[197] além de outros produtos de menor expressão.[184]
A pecuária, atividade de grande destaque na América Latina,[190] é praticada em todos os países, ainda que de formas diferentes. A pecuária extensiva é realizada em grandes propriedades e sem o emprego de técnicas especiais; já na intensiva, utilizam-se técnicas de seleção do plantio, isto é, animais de boa raça, e cultivam-sepastagens.[184] Os rebanhos mais numerosos na América latina, pela ordem, são os debovinos,suínos eovinos. Brasil, Argentina e México são os países que possuem a maior quantidade de cabeças degado.[184]
A consequência dessa atuação foi a ampliação daprodução, o enriquecimento dascomunidades do interior e a agregação de valor à produção.[198] O mais importante de tudo, no entanto, é que essa atuação das cooperativas propiciou a contínua e crescente libertação dosagricultores associados do jugo da intermediação na comercialização daprodução.[198] Embora o sistema cooperativista tenha vivenciado, também, crises de várias cooperativas em vários estados, por razões as mais diversas, os benefícios dascooperativas sobrevivente são infinitamente maiores do que os problemas que atravessaram.[198] No Brasil, as cooperativas agropecuárias estão mais presentes nos estados doRio Grande do Sul,Santa Catarina,Paraná,São Paulo,Mato Grosso,Mato Grosso do Sul eGoiás, que são as principais regiões agrícolas.[198]
Plantação de soja noMato Grosso. Em 2020, o Brasil era o maior produtor mundial, com 130 milhões de toneladas. A América Latina produz metade da soja do mundo.Cana-de-açúcar emSão Paulo. Em 2018, o Brasil era o maior produtor mundial, com 746 milhões de toneladas. A América Latina produz mais da metade da cana-de-açúcar do mundo.Laranja emSão Paulo. Em 2018, o Brasil era o maior produtor mundial, com 17 milhões de toneladas. A América Latina produz 30% das laranjas do mundo.Café emMinas Gerais. Em 2018, o Brasil era o maior produtor mundial, com 3,5 milhões de toneladas. A América Latina produz metade do café do mundo.Milho emDourados. Brasil, Argentina e México estão entre os 10 maiores produtores mundiaisPlantação de uvas na Argentina. A Argentina e o Chile estão entre os 10 maiores produtores de uvas e vinho do mundo, e o Brasil está entre os 20 maioresAbacaxi em Veracruz, México. A América Latina produz 35% do abacaxi mundialCriação de salmão no Chile. Um terço de todo o salmão vendido no mundo vem do paísCaminhão de uma empresa de carnes no Brasil. A América Latina produz 25% da carne bovina e de frango do mundoMina de ametista emAmetista do Sul. A América Latina é um grande produtor de gemas como ametista, topázio, esmeralda, água-marinha e turmalina.
Os quatro países com a maior agricultura naAmérica do Sul são Brasil, Argentina, Chile e Colômbia:
O Chile é um dos 5 maiores produtores mundiais decereja ecranberry e um dos 10 maiores produtores mundiais de uva,maçã,kiwi,pêssego,ameixa eavelã, com foco na exportação de frutas de alto valor;
A Colômbia é um dos 5 maiores produtores mundiais decafé, abacate eóleo de palma, e um dos 10 maiores produtores mundiais de cana-de-açúcar, banana,abacaxi ecacau;
Peru é um dos 5 maiores produtores de abacate,mirtilo,alcachofra easpargos, um dos 10 maiores produtores mundiais de café e cacau, um dos 15 maiores produtores mundiais debatatas e abacaxi, e também tem uma produção significativa de uva, cana-de-açúcar, arroz, banana, milho emandioca; sua agricultura é notavelmente diversificada;
A agricultura do Paraguai está em desenvolvimento, sendo atualmente o sexto maior produtor de soja do mundo e entrando na lista dos 20 maiores produtores demilho e cana do açúcar.[199]
Na América Central, destacam-se:
Guatemala, um dos 10 maiores produtores mundiais de café, cana-de-açúcar,melão eborracha natural, e um dos 15 maiores produtores de banana eóleo de palma no mundo;
Honduras, que é um dos 5 maiores produtores de café do mundo e um dos 10 maiores produtores deóleo de palma;
Costa Rica, que é o maior produtor mundial de abacaxi;
República Dominicana, que é um dos 5 maiores produtores mundiais demamão e abacate, e um dos 10 maiores produtores de cacau.
OBrasil é o maior exportador mundial decarne de frango: 3,77 milhões de toneladas em 2019.[201][202] O país é dono do segundo rebanho do maior rebanho bovino do mundo, 22,2% do rebanho mundial. O país foi o segundo maior produtor decarne bovina em 2019, responsável por 15,4% da produção mundial.[203] Foi também o terceiro maior produtor deleite do mundo em 2018. Este ano o país produziu 35,1 bilhões de litros.[204] Em 2019, o Brasil era o 4º maior produtor decarne de porco do mundo, com quase 4 milhões de toneladas.[205]
Em 2018, a Argentina era o quarto maior produtor de carne bovina do mundo, com uma produção de 3 milhões de toneladas (atrás apenas dos Estados Unidos, Brasil e China). OUruguai também é um grande produtor de carne bovina. Em 2018, produziu 589 mil toneladas.[206]
Na produção decarne de frango, o México está entre os 10 maiores produtores do mundo, a Argentina entre os 15 maiores e Peru e Colômbia entre os 20 maiores. Na produção de carne bovina, o México é um dos 10 maiores produtores do mundo e a Colômbia um dos 20 maiores produtores. Na produção desuínos, o México está entre os 15 maiores produtores do mundo. Na produção demel, a Argentina está entre os 5 maiores produtores do mundo, o México entre os 10 maiores e o Brasil entre os 15 maiores. Em termos de produção deleite de vaca, o México está entre os 15 maiores produtores do mundo e a Argentina entre os 20.[207]
Na produção depetróleo, o Brasil foi o 10º maior produtor mundial de petróleo em 2019, com 2,8 milhões de barris/dia. O México foi o 12º maior produtor, com 2,1 milhões de barris/dia. A Colômbia vinha em 22º lugar com 886 mil barris/dia, a Venezuela em 23º lugar com 877 mil barris/dia, o Equador em 28º com 531 mil barris/dia e a Argentina em 29º com 507 mil barris/dia. Como a Venezuela e o Equador consomem pouco petróleo e exportam a maior parte de sua produção, eles fazem parte daOPEP. A Venezuela registrou uma queda acentuada na produção após 2015 (onde produziu 2,5 milhões de barris/dia), caindo em 2016 para 2,2 milhões, em 2017 para 2 milhões, em 2018 para 1,4 milhões e em 2019 para 877 mil, por falta de investimentos.[208]
Na produção degás natural, em 2018, a Argentina produziu 1,524 bcf (bilhões de pés cúbicos), o México 999, a Venezuela 946, Brasil 877, Bolívia 617, Peru 451, Colômbia 379.[209]
O Brasil é o segundo maior exportador mundial deminério de ferro, possui 98% das reservas conhecidas denióbio no mundo e é um dos 5 maiores produtores mundiais debauxita,manganês eestanho, além de ter produções consideráveis decobre,ouro eníquel. O Chile contribui com cerca de um terço da produção mundial decobre. Em 2018, o Peru era o segundo maior produtor deprata ecobre do mundo e o sexto produtor deouro (os 3 metais que mais geram valor), bem como era o terceiro maior produtor mundial dezinco eestanho e o quarto dechumbo. A Bolívia é o quinto maior produtor deestanho, o sétimo produtor deprata e o oitavo produtor dezinco do mundo.[210][211]
OMéxico é o maior produtor deprata do mundo, representando quase 23% da produção mundial, produzindo mais de 200 milhões de onças em 2019. Também possui importantescobre ezinco e produz uma quantidade significativa deouro.[212]
OBanco Mundial lista os principais países produtores a cada ano, com base no valor total da produção. Pela lista de 2019, o México tem a 12ª indústria mais valiosa do mundo (US$ 217,8 bilhões), o Brasil tem a 13ª indústria mais valiosa do mundo (US$ 173,6 bilhões), a Venezuela a 30ª maior (US$ 58,2 bilhões, mas depende do petróleo para obter esse valor), a Argentina era a 31ª maior ($ 57,7 bilhões), Colômbia a 46º maior ($ 35,4 bilhões), Peru a 50º maior ($ 28,7 bilhões) e Chile a 51º maior ($ 28,3 bilhões).[219]
O Brasil é o líder industrial da América do Sul. Naindústria de alimentos, o Brasil foi o segundo maior exportador mundial de alimentos processados em 2019.[220][221][222] Em 2016, o país foi o 2º produtor decelulose no mundo e o 8º produtor depapel.[223][224][225] No setor decalçados, em 2019, o Brasil ocupou o 4º lugar entre os produtores mundiais.[226][227][228][229] Em 2019, o país foi o 8º produtor deveículos e o 9º produtor deaço do mundo.[230][231][232] Em 2018, aindústria química brasileira ocupava a 8ª posição mundial.[233][234][235] Naindústria têxtil, o Brasil, embora estivesse entre os 5 maiores produtores do mundo em 2013, estava mal integrado ao comércio mundial.[236] No setor de aviação, o o Brasil tem aEmbraer, a terceira maior fabricante de aeronaves do mundo, atrás apenas daBoeing eAirbus.
Na América Latina, são apenas três países que se destacam pela produção industrial: Brasil, Argentina,[237] México[238] e, em menor escala o Chile.[239] Iniciada tardiamente, a industrialização desses países tomou grande impulso a partir daSegunda Guerra Mundial:[240] esta impediu os países em guerra de comprar os produtos que estavam habituados a importar e de exportar o que produziam.[241]
A porcentagem de população ativa empregada nosetor terciário depende bastante do nível de desenvolvimento de cada país. É maior nas nações latinas mais industrializadas -Brasil,[245]Argentina,[166]Colômbia[246] eMéxico[247] -, reduzindo-se nos demais países.[241] Assim, a atividade comercial, que é a mais importante desse setor, apresenta pesos diferentes conforme o país, ainda que constitua uma importante fonte de recursos.[241]
Asexportações da maior parte dos países da América Latina ainda se apoiam em produtos naturais, cujos preços no mercado internacional oscilam muito, não representando grande aumento de divisas. Um dos fatores que criam sérias dificuldades aodesenvolvimento econômico e à integração social da América Latina é a relativa carência de vias detransporte em boas condições de uso.[241]
As dificuldades impostas pelo relevo; atropicalidade dominante do clima, caracterizada porchuvas freqüentes; o predomínio de rios de planalto, dificultando anavegação; e a densidade da vegetação, quase intransponível em certos trechos, são fatores naturais que têm de ser vencidos. Mas é principalmente a ausência derecursos financeiros para a construção de modernosportos, grandesrodovias,comportas fluviais ouaeroportos modernos, que impede que essa parte do continente apresente uma densa malha de circulação.[241]
Entre os países latino-americanos, os mais industrializados são, naturalmente, os mais bem servidos nessa área, ainda que em todos eles haja grandes deficiências quanto aosmeios de transporte.[241]
Na região mais densamente povoada daAmérica do Sul e servida pela bacia dos riosParaná,Paraguai eUruguai (bacia Platina) vem sendo desenvolvida uma hidrovia que fará a interligação fluvial entre os quatro países do sudeste do continente.[241]
O público de todo o mundo aprecia amúsica decompositores latino-americanos de destaque, como o brasileiroHeitor Villa-Lobos (1887-1959) e omexicanoCarlos Chávez (1899-1978). Entre outros compositores importantes destacam-se: Alberto Williams (1862-1952), daArgentina, Enrique Soro (1884-1954) e Domingo Santa Cruz Wilson (1899-1987), do Chile, Manuel Ponce (1882-1948), do México, e Eduardo Fabini, doUruguai. Os pianistasGuiomar Novaes (1895-1979), do Brasil,Claudio Arrau (1903-1991), do Chile, e acantora de óperaBidu Sayão (1902-1999), do Brasil, também atingiram fama internacional.[248]
Muitascanções folclóricas latino-americanas servem tanto para cantar como para dançar. A América Latina tem muitasdanças alegres e pitorescas, além dos famosostango,rumba esamba. Uma delas é opericón, da Argentina eUruguai, em que diversos pares dançam em círculo. Há também omaxixe, aciranda, ofrevo, ococo e outras do Brasil. Durante ocarnaval, os latino-americanos frequentemente constroemtablados para dançar nos jardins e praças públicas, além de isolarem certasruas comcordas, com a mesma finalidade. Esta forma de expressão é uma parte importante da vida na América Latina. Osíndios enegros que vivem nointerior têm suas próprias danças que, quase sempre, são de caráterreligioso. As danças formam uma parte importante dos festejos dosferiados.[248]
Osespanhóis incentivaram aarte logo após a conquista da América Latina. Abriram umaescola de arte naCidade do México, em 1530 e, logo após, uma outra emQuito, noEquador. Durante o período colonial, os artistas geralmente pintavam quadros sobre temasreligiosos. Depois que as nações latino-americanas tornaram-se independentes, muitos artistas foram para aEuropa aperfeiçoar seus estudos. Até meados doséculo XX, perdurou uma fase de imitação dos estilos europeus. Foi então que os artistas latino-americanos voltaram-se para temas americanos e criaram seus próprios estilos.[249]
Opintorargentino Prilidiano Pueyrredón (1823-1870) tomou-se famoso pelos quadros que retratavam a vida dosgaúchos. Os murais revolucionários deDiego Rivera (1886-1957),José Clemente Orozco (1883-1949), eDavid Alfaro Siqueiros (1898-1974) expressam ahistória do México e a luta da humanidade pela liberdade. Camilo Blas (1903-1985) e Júlia Codesido (1892-1979) pintam cenas peruanas. Um importante grupo doHaiti baseia seus trabalhos nofolclore e na vida diária dosnegros.[249]
Oartista brasileiroCândido Portinari (1903-1962) pintava cenas que retratam o brasileiro comum, o povo. Há ummural de sua autoria no edifício daOrganização das Nações Unidas, emNova Iorque.[249] Muitos índios da América Latina eram excelentesescultores muito antes que osbrancos chegassem aohemisfério ocidental. Painéis esculpidos napedra e imensas colunas com formas deserpentes ou de figuras humanas decoram antigas edificações índias, em muitas partes da América Latina. Os trabalhos mais importantes do período colonial foram asesculturas em pedra e as imagens religiosas esculpidas emmadeira e pintadas em dourado, que eram usadas para decorar asigrejas. O escultor earquiteto brasileiroAntônio Francisco Lisboa (1730-1814), que tinha a alcunha de "O Aleijadinho", foi o criador de excelentes esculturas durante este período. Atualmente, o trabalho da escultoraboliviana Marina Núñez del Prado (1910-1995) está entre o que há de melhor na América Latina.[249]
Ainda existem, na América Latina, edificações erguidas por arquitetos índios centenas de anos antes da conquista europeia. Osastecas,toltecas emaias construíram grandestemplos depedra no topo de enormespirâmides noMéxico e naAmérica Central. Osincas eram excelentes construtores. Suas edificações na América do Sul são tão resistentes que até hoje mantêm-se firmes, suportando violentosterremotos que causam graves danos a edifícios modernos. Asigrejas ecatedrais, geralmente construídas no trabalhado estilo espanhol dos séculos XVII e XVIII, representam a arquitetura mais importante do período colonial da América Latina, O brasileiroOscar Niemeyer (1907-2012) projetou muitos edifícios notáveis, no Brasil, desde 1937. Foi o principal arquiteto-projetista das edificações deBrasília.[249] Muito antes da chegada deCristóvão Colombo àAmérica, os índios da América Latina já eram excelentesartesãos embarro,metal etecelagem. Ainda fazem coloridas peças decerâmica e artigos tecidos à mão, além de peças emcobre,prata eestanho.[249]
Afilosofia latino-americana é uma categoria abrangente e de usos diversos que começou a ser elaborada enquanto um ramo distintivo dahistória da filosofia na segunda metade doséculo XX. Foi o filósofo peruanoAugusto Salazar Bondy que lançou, em 1968, o notório questionamento “existe uma filosofia em nossa América?”.[250] Igualmente, pode significar uma filosofiana América Latina, como também uma filosofiaporlatino-americanos; o termo por vezes inclui, e outras vezes exclui, países de herança não-ibérica naAmérica do Sul ou noCaribe.[251] A origem do ensino e exercício da filosofia na américa latina é comumente situada na fundação das primeiras instituições coloniais de educação, apesar da crítica descolonial recente que busca retomar e revalorizar os fragmentos de pensamento filosóficopré-Colombiano, como também o pensamento de sociedades indígenas contemporâneas.[251] A filosofia na América Latina é historicamente influenciada pelas correntes intelectuais europeias, principalmente continentais.[251]
A busca pela autenticidade é o motor do questionamento por um filosofia latino-americana, como iniciado em Bondy, que deu à sua própria pergunta uma reposta negativa, em razão do que considera uma persistência da relação colonial na cultura, o que, para o pensador, impede o desenvolvimento de uma filosofia propriamente latino-americana. O questionamento de Bondy, e sua resposta, despertou outras abordagens ao problema. Leopoldo Zea publica no ano seguinte, 1969, sua obraLa filosofía latinoamericana como filosofía sin más (A filosofia latino-americana como filosofia sem poréns), onde afirma a capacidade atual dos latino-americanos de produzir uma filosofia que tome a experiência da colonização e os projetos de libertação como base. A continuidade da controvérsia entre os autores levou à definição de alguns dos temas centrais da filosofia latino-americana - a dominação, a alienação, e a libertação.[250]
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