Sabin nasceu em uma família de judeus, em 1906, na cidade de Białystok, então parte daRússia (atualmente naPolônia), e emigrou em 1921 para osEstados Unidos com sua família. Sabin estudou medicina naUniversidade de Nova Iorque e desenvolveu um intenso interesse em pesquisa, especialmente na área dedoenças infecciosas. Em 1931, completou o doutorado em medicina. Passou uma temporada trabalhando em Londres em 1934, como representante do Conselho Americano de Pesquisas. De volta aos Estados Unidos, tornou-se pesquisador do Instituto Rockfeller de Pesquisas Médicas. Nesse instituto, demonstrou o crescimento do vírus da poliomielite em tecidos humanos.
Sabin esteve várias vezes noBrasil, acompanhando pessoalmente o combate à poliomielite, tendo se casado em 1972 com a brasileira Heloisa Dunshee de Abranches.[1] Centenas de escolas, hospitais, clínicas e instituições brasileiras levam o seu nome. O cientista recebeu do governo brasileiro, em 1967, aGrã-Cruz do Mérito Nacional.
Com o aumento do número de surtos da pólio crescendo, após aSegunda Guerra Mundial, ele e outros pesquisadores, comoHilary Kropowski, mas principalmenteJonas Salk emPittsburgh, iniciaram a busca por uma vacina para prevenir ou amenizar a doença. A vacina de Salk, desenvolvida com vírus "inativado ou morto", foi testada e liberada para o uso em 1955. Ela era eficaz na prevenção da maioria das complicações da pólio, mas não prevenia a infecção inicial de acontecer.
A vacina contra pólio desenvolvida por Sabin precisava de grandes testes clínicos para atestar a sua eficácia e segurança. No entanto ficou praticamente impossível realizar amplos testes clínicos nos Estados Unidos após o sucesso atingido pela vacina de Jonas Salk. Sabin então recorreu a colegas pesquisadores do outro lado daCortina de Ferro, como aTchecoslováquia,Polônia,Hungria e as Repúblicas daUnião Soviética.[2][3] Foi auxiliado nos teste clínicos pelo Dr. Mikhail Chumakov, diretor do Instituto de Pesquisas contra a Poliomielite em Moscou.[2] Os primeiros resultados positivos foram informados pelos médicos russos na Primeira Conferência Internacional pela vacina viva da Pólio, sediada em Washington naOPAS, em junho de 1959.[2] A vacinação iniciada em janeiro de 1959 superou a marca de 8 milhões de crianças imunizadas em outubro do mesmo ano só naUnião Soviética.[2] Após o êxito demonstrado pela vacinação em massa no Leste Europeu os Estados Unidos aprovaram o uso da vacina em 1960 e a partir de 1968 passaram usar exclusivamente a vacina desenvolvida por Albert Sabin. Seu produto, preparado com o vírus atenuado da pólio, poderia ser tomada oralmente, e prevenia a contração da moléstia. Esta é a vacina que eliminou efetivamente a pólio em quase todo o mundo (exceto em alguns países naÁfrica eÁsia).
Sabin renunciou aos direitos de patente da vacina que criou,[4] facilitando a difusão dela e permitindo que crianças de todo o mundo fossem imunizadas contra a poliomielite, que é mais conhecida como paralisia infantil no Brasil.
Albert Sabin morreu de ataque cardíaco, aos 86 anos, em sua casa em Washington, em 1993. No mesmo ano, foi fundado naquela cidade o Instituto Sabin de Vacinas, a fim de dar prosseguimento às pesquisas sobre vacinas e perpetuar o legado construído por ele.[5] Foi sepultado noCemitério Nacional de Arlington,Arlington,Virgínia nosEstados Unidos.[6]
↑«Polio Vaccination in Cold War Hungary». The history of vaccine/ The College of Physicians of Philadelphia. 21 de março de 2011. Consultado em 22 de março de 2021