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Em finais de 1246, o infante Afonso apoiou a causa do reiSancho II contra o seu irmão, oconde de Bolonha com um exército que integrava a vários nobres dos reinos deLeão eCastela. Embora, "o infante castelhano, apercebendo-se das dificuldades da empresa ou porque o pai o pressionava para o assédio a Sevilha [...] Em março convencera já o rei português a acompanhá-lo a Castela."[5]
Na política interna, teve que fazer frente a rebeliões, das quais se destacam a dosmudéjares (mouros em territórios controlados peloscristãos) em 1264 e o problema sucessório nos últimos anos do seu reinado. Casado desde 1249 comViolante de Aragão, filha deJaime I,o Conquistador, o monarca teve no entanto váriosfilhos ilegítimos.
O seu primogénito legítimo, e herdeiro do trono,Fernando de La Cerda, morreu em 1275. Afonso X passou a defender os direitos sucessórios do seu neto primogénito de Fernando, Afonso de Lacerda, masSancho IV, seu segundo filho e irmão de Fernando, reclamou a sucessão para si, recebendo poderosos apoios à sua causa. Afonso X só conservou a fidelidade deMúrcia eSevilha, cidade em que viveu durante os seus últimos meses, bastante isolado e secundado apenas por um pequeno número dos seus antigos colaboradores. Apesar de ter deserdado o seu filho Sancho por decreto a 8 de novembro de 1282, este viria a ser coroado após a sua morte.
ComoD. Dinis seu neto, Afonso X fomentou a actividade cultural a diversos níveis. Realizou a primeirareforma ortográfica docastelhano, idioma que adoptou como oficial em detrimento dolatim. O objectivo seria desenvolver overnáculo do seu reino, segundo o historiadorJuan de Mariana.
A famosa escola detradutores deToledo juntou um grupo de estudiososcristãos,judeus emuçulmanos. Foi principalmente nesta que se realizou o importantíssimo trabalho de traduzir para as línguas ocidentais os textos daantiguidade clássica, entretanto desenvolvidos pelos cientistas islâmicos. Estas obras foram as principais responsáveis pelo renascimentocientífico de toda aEuropamedieval, que forneceria inclusivamente os conhecimentos necessários para o subsequente período dosDescobrimentos. A verdadeira revolução cultural que impulsionou foi qualificada derenascimento doséculo XIII. Mas a obra que mais foi divulgada e traduzida no reinado deste intelectual foi aBíblia.
No entanto, através de académicos judeus, também patrocinou uma tradução doTalmud. Mas depois da revolta liderada porD. Sancho, perseguiu a comunidade judaica de Toledo, aprisionando-os nas suassinagogas e demolindo as suas casas.[6]
Também colaborou noEl Libro del Saber de Astronomia, obra baseada nosistema ptolomaico. Esta obra teve a participação de várioscientistas que o rei congregara, e aos quais proporcionava meios deestudo einvestigação, tendo mesmo mandado instalar umobservatório astronómico em Toledo. Compõs astabelas afonsinas sobre as posições astronómicas dosplanetas, baseadas nos cálculos de cientistasárabes. Como tributo à sua influência para o conhecimento daastronomia, o seu nome foi atribuído àcrateralunar Alfonsus.
Outras obras com o seu contributo são oLapidario, um tratado sobre as propriedades das pedras em relação com a astronomia e oLibro de los juegos, sobre temas lúdicos (xadrez,dados e tabelas - uma família de jogos a que pertence ogamão), praticados pelanobreza da época.
Berengária (n. c. 1241). Contraiu matrimónio com Pedro Nunes de Gusmão, embora morreu jovem sem descendência.[9]
Depois, com Elvira Rodrigues de Villada, filha de Rodrigo Fernandes de Villada, que depois se casou com o merino-mor de Leão, Gonçalo Morán, teve a:[10]
Alfonso "o Niño" (1242–1281), senhor deMolina e Mesa pelo seu casamento com Branca Afonso de Molina, filha deAfonso de Molina e Mafalda Gonçalves de Lara, de quem teve dois filhos. Foi um dos colaboradores mais fiéis de seu pai.[11]
Teve uma filha natural comMor Guilhém de Guzmão, provavelmente a relação mais estável e duradoura do infante antes de seu matrimónio:[12][13]
Em 1240, o matrimonio do infante Afonso, que naquele ano tinha dezenove anos, eViolante de Aragão, com quatro anos, já estava acordado, segundo depreender-se do testamento do reiJaime I datado de 1 de janeiro de 1241: "Ioles, coniugi Alfonsi, primogeniti ilustris regis Castellae". O contrato de casamento foi assinado em Valladolid em 26 de novembro de 1246: "contraxit matrimonium solemniter per verba de presenti [...] cum domina Violante filia domini Iacobi, illustris regis Aragonum". Os testemunhas do documento foram, entre outros, Mor Arias, a viúva do ayo do infante, Garcia Fernandes de Villamayor, e Urraca Peres, "nutrix domini infanteis Alfonsi". A boda real celebrou-se em 25 de janeiro de 1249.[14] Violante era a filha deJaime I eIolanda da Hungria.[13] Deste casamento nasceram:
Berengária de Castela (Sevilha, 10 de outubro de 1253–depois de 1284),[15] senhora deGuadalajara, foi noiva de Luís Capeto, filho e herdeiro deLuís IX de França, mas com a morte deste em 1260 entrou no convento de Las Huelgas;
Pedro (Sevilha, 1260–Ledesma, 20 de outubro de 1283), senhor de Ledesma,Alba de Tormes,Salvatierra eMiranda, esposo de Margarita de Narbona, pai de Sancho "el de la Paz";[17]
João de Castela (1262–25 de junho de 1319), senhor deValencia de Campos,Oropesa,Ponferrada,Castroverde e outros lugares. Casou-se duas vezes: a primeira vez com Margarita de Montferrat e a segunda com Maria Diaz de Haro,senhora de Biscaia, filha de Lope Diaz de Haro e de Joana Afonso de Molina. Com descendência de ambos casamentos.[18]
Isabel de Castela (n. 1263/1264) morreu jovem;[19]
Violante de Castela (1265–12 de março de 1287/30 janeiro 1308), casou-se com Diego Lopes de Haro,senhor da Biscaia;[19]
Jaime de Castela (1266–Orgaz, 9 de agosto de 1284), senhor deOs Cameros, sem descendência.[19]
Teve outros dos filhos de mãe desconhecida, os dois menores de idade quando o rei Afonso outorgou testamento em janeiro de 1284:[20]
[b]^Nasceu no dia de São Clemente, como ele mesmo afirmou em maio de 1254 num documento "...et señadamente porque yo nascí el día de São Clemente", e na cidade de Toledo, como diz no documento em 1252, "...e porque nascimos en la cibdat de Toledo e rescibimos hy baptismo".Cfr. Salazar y Acha (1999), p. 213
[c]^Afonso X afirmou que eles "me criaron e me fezieron muchos servicios e sennaladamiente... me criaron en Villaldemiro e en Celada".
[d]^Esta rainha não deve ser confundida com suahomónima, filha do seu meio-irmãoSancho, que também se tornaria rainha de Portugal entre 1325 e 1357 por casamento comD. Afonso IV.
[e]^"Et otrosi, mandamos a doña Urraca Alfonso, nuestra fija doscientas veces mill maravedis...para en casamento...et encomendamos esta nuestra fija doña Urraca Alfono a la Reina doña Beatriz fasta que faga casamento bueno et honrrado...et mandamos a Martín Alfonso nuestro fijo cuarenta veces mill maravedis de los de la guerra con que vaya al Papa et para lo ál que oviera menester...et encomendamosle al Papa."
Ballesteros Beretta, Antonio (1984).Alfonso X el Sabio (em espanhol) 2ª ed. Barcelona: Ediciones El Albir, S.A.ISBN978-84-7370-069-6
Gingerich, Owen (1993). «Alfonso X as a Patron of Astronnomy».The Eye of Heaven: Ptolemy, Copernicus, Kepler (em inglês). New York: American Institute of Physics.ISBN978-0883-1886-37