| Informações pessoais | ||
|---|---|---|
| Nome completo | Adolpho Milman | |
| Data de nascimento | 26 de julho de1915 | |
| Local de nascimento | Argentina | |
| Nacionalidade | brasileiro | |
| Data da morte | 11 de agosto de1980 (65 anos) | |
| Local da morte | Rio de Janeiro,Brasil | |
| Apelido | O Sábio de Chuteiras | |
| Clubes de juventude | ||
| Pelotas | ||
| Clubes profissionais | ||
| Anos | Clubes | Jogos e gol(o)s |
| 1933–1938 1938–1938 1939–1944 | Fluminense Cercle Paris Fluminense | |
| Seleção nacional | ||
| 1942 | Brasil | 1 (0) |
Adolpho Milman, mais conhecido comoRusso (província de Entre Ríos,Argentina,26 de julho de1915 –Rio de Janeiro,11 de agosto de1980), foi umfutebolistaargentino de origemjudaico-ucraniana naturalizadobrasileiro. É um doscinco futebolistas que não nasceram no Brasil a ter sido convocado para a Seleção Brasileira e o último que, nessa condição, foi utilizado noséculo XX, sendo sucedido porAndreas Pereira em2018.[1]
Embora divulgue-se que teria nascido em território doImpério Russo que hoje seria parte doAfeganistão, Milman nasceu no interior daArgentina, filho de imigrantesjudeusucranianos. A família posteriormente reinstalou-se nomunicípio brasileiro dePelotas, noRio Grande do Sul. As dúvidas acerca de suas origens acabaram alimentadas pelo próprio atleta, que recusava-se até mesmo com os filhos a falar muito do seu passado, sabendo eles apenas que Russo nascera naprovíncia argentina de Entre Ríos.[1]
Russo é um dos grandes artilheiros da história doFluminense, tendo feito 154 gols em 249 jogos, entre1933 e1944, sendo um dos destaques do famoso "Fla-Flu daLagoa", na final doCampeonato Carioca de1941, tendo conquistado quatrocampeonatos cariocas, umTorneio Aberto e umTorneio Municipal pelo Tricolor.
Ainda em2006, era o segundo maior artilheiro do Fluminense emFla-Flus com 13 gols, perdendo neste quesito apenas paraHércules, autor de 15 gols nas décadas de 30 e 40 doSéculo XX.
Russo era tido como jogador de rara inteligência, tendo, entre seus fãs, ninguém menos do que seu companheiro de clube,Tim, que quando se tornou treinador, foi um dos maiores estrategistas da história do futebol brasileiro, mestre de toda uma geração de técnicos.
Sofreu uma grave contusão em1938, não tendo disputado nenhuma partida pelo Tricolor neste ano, tendo ido paraParis, a fim de se recuperar e onde chegou a jogar por um pequeno clube local, oCercle, retornando para o Fluminense em1940, a tempo de se sagrar campeão carioca, e conseguindo recuperar a antiga forma.
No Campeonato Carioca de1941, fez parte do ataque que fez 106 gols, um feito jamais igualado neste torneio, tendo como companheiros o argentinoRongo,Romeu Pellicciari, Tim eHércules.
Contava Tim que, no dia doClássico Vovô de4 de setembro de1943, noEstádio de Laranjeiras, o então técnico do Fluminense, o uruguaioOndino Viera, no momento da distribuição de camisas e tarefas aos jogadores, pediu a Russo que marcasse o jogador Santamaría, umargentino que jogava noBotafogo, o que Russo recusou, devolvendo a camisa ao técnico. Interpelado por Ondino Viera, Russo explicou que sua posição em campo e suas características não lhe permitiriam executar bem a função, recomendando que o treinador escalasseCarlos Brant, que era volante e ainda sabia atacar. Vencido pelo argumento de Russo, Ondino preferiu deixá-lo entrar em campo e jogar como acreditava que seria o melhor para ele e para o tricolor. Resultado: o Fluminense ganhou do Botafogo por 5 a 3 e Russo marcou três gols.[2][3] Russo jogou, ainda, pelas seleçõesBrasileira (1 partida em 1942) eCarioca. Pelo Brasil, jogou na vitória por 2 a 1 sobre aSeleção Peruana, em jogo doCampeonato Sul-Americano de 1942, noEstádio Centenario,Montevidéu-URU.
Em1949 foi técnico doAmerica, conquistando oTorneio Início do Campeonato Carioca deste ano,[4] assim como foi técnico interino do Fluminense durante oTorneio Rio-São Paulo de 1955, com uma derrota para o Santos noEstádio da Vila Belmiro por 2 a 1 e uma vitória noFla-Flu por 3 a 1.[5]
Foi supervisor da Seleção Brasileira até1970, tendo sido demitido com o técnicoJoão Saldanha, de quem era amigo.[6]
Ao terminar sua exitosa carreira, manteve-se vinculado ao Fluminense, tendo-lhe prestado vários serviços relevantes.[7] Naturalizadobrasileiro, veio a falecer em 11 de agosto de 1980.
Em 2006, teve lançada uma biografia escrita pelojornalistaparanaenseCarlos Alberto Pessôa, intitulada "O Sábio de Chuteiras", pela editoraTravessa dos Editores.