Acre é uma das 27unidades federativas doBrasil.[9] Localiza-se no sudoeste daRegião Norte, fazendo divisa com duas unidades federativas:Amazonas ao norte eRondônia a leste; e faz fronteira com dois países: aBolívia a sudeste e oPeru ao sul e a oeste.[10] Sua área é de 164 123,040 km²,[2] que equivale aproximadamente aoNepal.[11] Essa área responde inferiormente a 2% de todo o país.[12] De acordo com os geógrafos, se trata de um dosestados com menor densidade demográfica do Brasil e foi o mais recente que os brasileiros povoaram de maneira efetiva.[12] Nele localiza-se a extremidade ocidental do Brasil.[nota 2] A cidade onde estão sediados os poderes executivo, legislativo e judiciário estaduais é a capitalRio Branco.[13] Outros municípios com população superior a trinta mil habitantes são:Cruzeiro do Sul,Feijó,Sena Madureira eTarauacá.[14]
Somente em 1877 teve início no Acre — que naquela época pertencia à Bolívia — a chegada da quase totalidade dos migrantes que, oriundos doNordeste do Brasil, mais precisamente doCeará, colonizaram a região para buscar a borracha que se encontrava naFloresta Amazônica.[nota 3] Nas últimas décadas doséculo XIX, moravam cinquenta milbrasileiros na região.[12] Os seringueiros, lutaram com as tropas para realizar a ocupação da região e, em 1903, ao lado do último líder daRevolução Acriana, ogaúchoPlácido de Castro, foram os autores da proclamação doEstado Independente do Acre.[15] Então, a região foi ocupada militarmente pelogoverno brasileiro e depois o Brasil estabeleceu diálogo diplomático com a Bolívia.[15] Em consequência, o Brasil assumiria o controle do Acre[15] e, em 1904, cria o Território Federal do Acre em 1904[16] que, por força da lei federal n.º 4 070, transformou-se emestado em 1962.[17] Foi promovido pelaborracha produzida que o estado tinha sido ocupado e se desenvolveu. A produção de borracha declinou desde 1913.[18] Porém, ainda em tempos atuais, o Acre é um dos estados brasileiros que mais produzem e exportam borracha (hévea-latex coagulado).[19]
Aaltitude média de 200 metros, sendo umaforma de relevo com definição deplanalto é o relevo dominante da maioria do território acriano.[20]Juruá,Purus,Tarauacá,Muru,Envira eXapuri são os rios de maior importância do estado.[20] As principais atividades econômicas do estado são o trabalho de extrair borracha ecastanha, apecuária e aagricultura.[21] Com duas horas anteriores aofuso horário deBrasília (DF), nele está localizada a última localidade brasileira a ter visão do sol nascente, naserra da Moa, nafronteira com a República do Peru. A intensidade doextrativismo vegetal, que tem atingido o ponto mais alto noséculo XX, constituiu-se em atração para os brasileiros que, vindos de uma variedade de regiões, chegaram ao estado. Misturando tradições vindas daRegião Sul do Brasil, deSão Paulo, daRegião Nordeste do Brasil e dosgrupos étnicos indígenas, deu-se o surgimento de umaculinária com muitas diversidades, que põe junto acarne-de-sol com opirarucu, peixe característico da região, pratos que se acompanham comtucupi, molho cujo ingrediente é amandioca. Otransportefluvial, que se concentra nos rios Juruá eMoa, nooeste do estado, e Tarauacá e Envira, nonoroeste, é um dos mais importantes meios de transporte, junto àBR-364, ligando de Rio Branco até Cruzeiro do Sul e que o governo brasileiro recentemente asfaltou e construiu as pontes onde antigamente era preciso atravessar por meio de balsas.[22]
OtopônimoAcre, que foi passado dorio para oterritório federal, em 1904, e para aunidade federativa, em 1962, é derivado, talvez, da palavra tupia'kir ü que significa "rio verde" ou dea'kir, do verboker que significa "dormir, sossegar". Mas é quase certeza de que essas raízes etimológicas são as que deformam a palavraAquiri, que é acorruptela do vocábulo do dialeto IpurinãUmákürü,Uakiry, feita pelos exploradores que chegaram àregião. Também existe a opinião da raiz etimológica deAquiri a partir das palavrasYasi'ri,Ysi'ri, que significam "água corrente, veloz".[23][24]
O nome "Acre" do estado brasileiro é homônimo de uma antiga cidade localizada emIsrael que também chama-se "Acre".[25]
Na viagem feita por João Gabriel de Carvalho aorio Purus, em 1878, foi escrita uma carta pelo colonizador que teve como destinatário o comerciante paraense visconde de Santo Elias. Na carta que o colonizador nordestino escreveu, registra-se o pedido de mercadorias que chegaram à "boca do rio Aquiri".[23] Devido à incapacidade de entendimento pelaletra de João Gabriel na observação do proprietário e das pessoas que trabalhavam noestabelecimento comercial sediado emBelém, ou por causa da grafia errônea desse colonizador que escreveu às pressas comoAcri ouAqri, no lugar deAquiri, o destino de chegada das mercadorias e das faturas foi oRio Acre.[23][24]
O Acre possui alguns apelidos: Extremo do Brasil, Estado das Seringueiras, Estado do Látex e Extremo Oeste.[26] Os habitantes naturais do Acre são denominados acreanos pela lei estadual,[1] embora o acordo ortográfico defina a grafia comoacrianos.[27] Até a entrada em vigor doAcordo Ortográfico de 1990, a grafia correta eraacreano nosingular e nopluralacreanos.[27] Em 2009, com o novo acordo ortográfico, a mudança dogentílico gerou polêmica entre aAcademia Acriana de Letras e aAcademia Brasileira de Letras, alegando que a mudança significaria a negação das raízeshistóricas eculturais do estado, mudando a última letra dotopônimo de "E" para "I".[28] A mudança gerou discussões sobre o assunto, e é notório que a imensa maioria da população do estado não gostou e não adotou o "novo" gentílico, continuando a se autodenominaremacreanos,[26] e então foi oficializado localmente a grafia com "E" pelo governo do estado do Acre como patrimônio histórico e cultural.[1]
Na região do atual estado do Acre, foram encontrados inúmerosgeoglifos (estruturas feitas no solo) com idade variável de 1,5 mil a 2,5 mil anos atrás, que remetem àscivilizações pré-colombianas.[29][30][31] Uma pesquisa no período 2010-2014 aUniversidade Federal do Pará identificou 410 sítios arqueológicos com geoglifos no Acre.[29] Demonstrando o elevado grau de conhecimento em várias áreas e domínio de avançadas técnicas de movimentação de terra e água. As últimas escavações fizeram uma descoberta no município brasileiro deXapuri: um buraco de esteio (com 25cm de diâmetro e 1,31 m de profundidade) em boas condições foi localizado em um geoglifo de formato redondo, reforçando a tese de que os indígenas pré-colombianos teriam usadopaliçadas para habitação e segurança.[32][33] Um conjunto deestacas demadeira fincadas verticalmente no formato de "X".[34]
Colonização europeia
Assecasnordestinas e o apelo econômico daborracha — produto que, no fim doséculo XIX, começava sua trajetória de preços altos nosmercados internacionais — inscrevem-se entre as causas predominantes na movimentação de massas humanas em busca doEldorado acreano.[35] As penetraçõesportuguesas do período colonial já haviam atingido seus pontos máximos noBrasil durante oséculo XVIII.[36] Consequência inevitável foi a dilatação do horizonte geográfico na direção oeste, atingindo terras de posseespanhola, fato que culminou nos tratadosde Madri (1750)[37] ede Santo Ildefonso (1777).[38] Ambos os tratados, partindo das explorações feitas por Manuel Félix de Leme nasbacias doGuaporé e doMadeira, estabeleceram como linha divisória das possessões respectivas, na área em questão, os leitos doMamoré e do Guaporé até seu limite máximo ocidental, na margem esquerda doJavari.[35][39][40]
Até meados doséculo XIX não se pensou em povoamento sistemático da área.[35] Nessa época, o grande manancial virgem de borracha que aí se encontra atraíra o interesse mundial, provocando suacolonização de modo inteiramente espontâneo.[35]
Apesar de tal política, algunssertanistasbrasileiros exploravam aquela região agreste e despovoada, desconhecendo se pertenciam aoBrasil, aoPeru ou àBolívia.[35][45][46] Assim, ainda em meados doséculo XIX, no impulso que a procura da borracha ocasionou, solicitada que era nomercado internacional, várias expedições esquadrinharam a área, buscando facilitar a instalação dos colonos. Nessa época, João Rodrigues Cametá iniciou a conquista dorio Purus;[47]Manuel Urbano da Encarnação, índiomura grande conhecedor da região, atingiu oRio Acre, subindo-o até as proximidades doXapuri;[47] e João da Cunha Correia alcançou a bacia do altoTarauacá.[48] Todo esse desbravamento se deu, na maior parte, emterras bolivianas.[35]
As atividades exploradoras, a importância industrial das reservas deborracha e a penetração de colonosbrasileiros na região suscitaram o interesse da Bolívia, que solicitou melhor fixação de limites.[35] Após várias negociações fracassadas, em 1867 assinou-se oTratado de Ayacucho, que reconhecia outi possidetis colonial.[49] A divisória foi estabelecida pelo paralelo da confluência dosriosBeni-Mamoré, em direção ao leste, até anascente doJavari, embora ainda não fossem conhecidas as cabeceiras desse rio.[35]
Mapa do final doséculo XIX, em que o Acre aparece como parte daBolívia.
Em 1890, um oficialboliviano,José Manuel Pando, alertou seu governo para o fato de que nabacia hidrográfica doJuruá havia mais de 300seringais, com a ocupação dosbrasileiros implantando-se cada vez mais rapidamente em solo da Bolívia.[50] A penetração brasileira avançara em profundidade para oeste do meridiano de 64º até além do de 72º, numa extensão de mais de mil quilômetros, muito embora já estivessem fixadas as fronteiras acima da confluência doBeni-Mamoré, segundo otratado de 1867.[50]
Em 1895, criou-se uma comissão para o ajuste da divisa.[51] O representantebrasileiro,Gregório Taumaturgo de Azevedo, demitiu-se após verificar que a ratificação do tratado de 1867 iria prejudicar os seringueiros ali estabelecidos.[52][53]
Em 1899, os bolivianos estabeleceram um posto administrativo emPuerto Alonso, cobrando impostos e lançando taxas aduaneiras sobre as atividades dos brasileiros.[54] No ano seguinte, o Brasil aceitou a soberania da Bolívia na zona, quando reconheceu oficialmente os antigos limites naconfluência Beni-Mamoré.[50] Os seringueiros, alheios às tramitações diplomáticas, julgaram lesados seus interesses e iniciaram movimentos de rebeldia,[54] ocorrendo duas sérias contestações.[50]
Em abril de 1899, um advogado cearense, José Carvalho, liderou uma ação armada, que culminou na expulsão das autoridades bolivianas. Logo depois a Bolívia iniciou negociações com um truste anglo-americano, oBolivian Syndicate, a fim de promover, com poderes excepcionais (cobranças de impostos, força armada), a incorporação política e econômica do Acre a seu território. O governador doAmazonas,José Cardoso Ramalho Júnior, informado do ajuste por um funcionário doconsulado boliviano emBelém, o espanholLuis Gálvez Rodríguez de Arias, enviou-o à frente de contingentes militares para ocuparPuerto Alonso.[50][51] Gálvez proclamou ali aRepública do Acre, tornando-se seu presidente com o apoio dos seringalistas.[55] O novo estado tinha o objetivo de afastar o domínio boliviano para depois pedir anexação aoBrasil, a exemplo do que fizera oTexas, naAmérica do Norte. Em março de 1900, devido protestos da Bolívia, o presidenteCampos Sales extinguiu a efêmera república (oito meses após a criação).[51] Luis Gálvez teve que capitular e retirou-se para aEuropa.[50] Reinstalaram-se osbolivianos na região, mas sofreram em seguida o ataque de outra expedição que se constituíra emManaus, com a ajuda do novogovernador do AmazonasSilvério Néri, que também se opunha, nos bastidores, ao domínio da Bolívia sobre o Acre, de onde provinham, em forma deimpostos, grandes quantias para o tesouro estadual.Néri influenciou decisivamente na assinatura doTratado de Petrópolis na questão do Acre no auxílio a Plácido de Castro e a Barão do Rio Branco, na integração do território brasileiro.[9] Em dezembro de 1900, composta de moços intelectuais, da boêmia de Manaus, a "Expedição dos Poetas" desbaratou-se após rápido combate em frente aPuerto Alonso.[50][56]
Por fim, comerciantes e proprietários noRio Acre resolveram entregar a chefia de nova insurreição a um ex-aluno daEscola Militar de Porto Alegre,José Plácido de Castro,gaúcho deSão Gabriel, que, à frente de um corpo improvisado de seringueiros, iniciou operações na vila deXapuri, no alto Acre, e aí prendeu as autoridades bolivianas (agosto de 1902).[50][57] Depois de combates esparsos e bem-sucedidos, Plácido de Castro assediouPuerto Alonso, logrando a capitulação final das forças bolivianas (fevereiro de 1903).[51][57]
Influíra no espírito de Plácido de Castro o fato de haver aBolívia arrendado o território do Acre a um sindicato estrangeiro (chartered company), semelhante aos que operavam naÁsia e naÁfrica.[58] OBolivian Syndicate, constituído por capitaisingleses eamericanos, iria empossar-se na administração do Acre, dispondo de forças policiais e frota armada. Representantes dessa companhia chegaram à vila de Antimari (Rio Acre), abaixo dePuerto Alonso, mas desistiram da missão porque os revolucionários dominavam todo o rio, faltando pouco para o fim da resistência boliviana.[59]
Aclamado governador doEstado Independente do Acre, Plácido de Castro organizou um governo em Puerto Alonso. Daí por diante a questão passou à esfera diplomática. OBarão do Rio Branco assumira oMinistério do Exterior e seu primeiro ato foi afastar oBolivian Syndicate. Os banqueiros responsáveis pelo negócio aceitaram emNova Iorque a proposta doBrasil: dez millibras esterlinas como preço da desistência do contrato (fevereiro de 1903).[57][59] Subsequentemente, Rio Branco ajustou com aBolívia ummodus vivendi que previa a ocupação militar do território, até o paralelo de 10º20', por destacamentos doExército Brasileiro, na zona que se designou como Acre Setentrional. Do paralelo 10º20, para o sul — o Acre Meridional — subsistiu a governança dePlácido de Castro, sediada emXapuri.[57][59] Em novembro de 1903, Rio Branco e o plenipotenciário Assis Brasil assinaram com os representantes daBolívia oTratado de Petrópolis, pelo qual oBrasil adquiriu o Acre por compra (dois milhões delibras esterlinas, ou 36 268 contos e 870 mil-réis em moeda e câmbio da época), e cedeu pequenas faixas do então território doMato Grosso, a maior denominadaTriângulo do Abunã,[60] com aproximadamente 2 300 km², além de territórios na bacia dorio Paraguai, dentre eles aBahia Negra.[57][59] Em consequência, dissolveu-se o Estado Independente, passando o Acre Meridional (142 000 km²) e o Acre Setentrional (48 000 km²) a constituírem oterritório brasileiro do Acre, organizado, segundo os termos da lei n° 1 181, de 25 de fevereiro de 1904, e do decreto 5 188, de 7 de abril de 1904, em três departamentos administrativos: o do Alto Acre, o do Alto Purus e o do Alto Juruá, chefiados porprefeitos da livre escolha e nomeação dopresidente da república.[57][59][61]
Solucionada a parte daBolívia, um outro caso tinha de ser resolvido com oPeru. O governo de Lima, alegando validez de títulos coloniais, reivindicava todo o território do Acre e mais uma extensa área do estado doAmazonas.[62] Delegações administrativas e militares desse país tentaram estabelecer-se no Alto Purus (1900, 1901 e 1903) e no Alto Juruá (1898 e 1902).[62] Os brasileiros, com seus próprios recursos, forçaram os peruanos a abandonar o Alto Purus (setembro de 1903).[63] Rio Branco, para evitar novos conflitos, sugeriu ummodus vivendi para a neutralização de áreas no Alto Purus e no Alto Juruá e o estabelecimento de uma administração conjunta (julho de 1904). Isso não impediu um conflito armado entre peruanos e um destacamento do exército brasileiro em serviço no recém-criado departamento do Alto Juruá. A luta findou com a retirada das forças peruanas.[57][59] À luz dos títulos brasileiros e dos estudos das comissões mistas que pesquisaram as zonas do Alto Purus e do Alto Juruá, Rio Branco propôs ao governo do Peru o acerto de limites firmado a 8 de setembro de 1909.[64] PeloTratado foi reduzido em 40 000 km² o território do Acre estabelecido noTratado de Petrópolis, que se estendia até ascabeceiras dorio Purus.[65] Com esse ato completou-se a integraçãopolítico-jurídica do território na comunidade brasileira.[57][64]
Autonomia política
Memorial dos Autonomistas, localizado na capital Rio Branco
Entre 1904 e 1920 o Acre não teve uma única capital, com as capitais dos três departamentos se reportando diretamente ao governo federal.[carece de fontes?] Essa subjugação causou intensas revoltas da população, mas que foram sufocadas pelo governo central brasileiro. Com aconstituição de 1934, o Acre só obteve o direito de eleger dois deputados federais para representá-lo na Câmara Federal, sem alterar o regime de indicação dos governadores do território.[66]
Durante aSegunda Guerra Mundial (1939-1945), os seringais daMalásia foram ocupados pelos japoneses e, aTailândia um grande produtor de borracha, participou da guerra ao lado doEixo. Assim, o Acre representou uma das principais fonte de borracha dosAliados durante a guerra.[67] Em reconhecimento à contribuição produtiva em prol da vitória aliada, o Brasil conseguiu recursos norte-americanos para construir aCompanhia Siderúrgica Nacional, e assim alavancar a industrialização estagnada do Centro-sul, semindústrias de base.[68] Para solucionar o impasse e, também para suprir a borracha para o material bélico dosForças Aliadas, em maio de 1941 o governo brasileiro fez acordos com o governo dos Estados Unidos, os Acordos de Washington,[68] iniciando outra operação em larga escala de extração de látex na Amazônia, a Batalha da Borracha.[68]
Em meados da década de 1950, quando oPartido Social Democrático, do ex-governadorJosé Guiomard dos Santos, resolveu assumir essa bandeira e elaborar um projeto de lei que transformava o Acre em Estado. Esse projeto causou grande movimentação política em todo o Acre e chegou ao Congresso Nacional em 1957, provocando uma intensa disputa política entre oPTB deOscar Passos e o PSD de Guiomard Santos, tendo o primeiro se posicionado contra a lei de transformação do Acre em Estado. Depois de muitas disputas no Congresso Nacional, finalmente em 1962, durante a fase parlamentarista do governoJoão Goulart, foi assinada a lei 4 070, de autoria do então deputado Guiomard Santos.[69] Por uma ironia política, o presidente João Goulart era doPartido Trabalhista Brasileiro, o partido que, a nível nacional, se colocava contra o tal projeto. Ainda assim, o projeto foi aprovado e passou a vigorar a partir do dia 15 de junho de 1962.
O PTB, todavia, não foi de todo derrotado. Nas primeiras eleições livres e diretas realizadas na história do Acre, o PTB foi o grande vencedor, fazendo o primeirogovernador constitucional do Acre, o ProfessorJosé Augusto de Araújo, além de todas as prefeituras municipais acrianas. Na década de 1960, iniciou-se o segundo ciclo de esforços para acelerar o progresso da área amazônica, com a criação da Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia (SUDAM,1966). Procurou-se melhor entrosar os subsetores regionais dentro do próprio Estado, concorrendo para isso os ramais daTransamazônica, que ligaram Rio Branco eBrasileia, no alto curso do Acre, e Cruzeiro do Sul, às margens doJuruá, cortando os vales doPurus e doTarauacá. Incrementou-se a política de planejamento, destinada a corrigir as distorções demográficas, econômicas e políticas da integração nacional. Na década de 1980, o governo do Acre venceu uma ação judicial contra o Amazonas, onde reivindicava nova demarcação dos limites territoriais, sob a alegação de que deveriam ser acima da linha Cunha Gomes.[70] O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) constatou ser procedente.[70]
Em 2005, foi iniciada a construção daEstrada do Pacífico, que dá ao Brasil, pelo Acre, acesso a trêsportos peruanos noOceano Pacífico (Ilo, Maratani e San Juán) para facilitar as exportações para aÁsia.[71] A estrada foi concluída em 2011.[72] Em 2007, aassembleia legislativa do estado aprovou uma regularização fundiária para legitimar a posse e a alienação de propriedades públicas rurais, que beneficia 600 famílias em cerca de dez municípios acreanos, um feito inédito no país.[73] Em junho de 2008, entrou em vigor a lei que alterou osfusos horários brasileiros e o Acre passou a ter uma hora a menos, e não duas, em relação ao fuso deBrasília.[74] Apesar do referendo, o Acre mantém o antigo fuso horário.[74]
A partir de 2008, o Brasil reforçou o efetivo doExército na fronteira do Acre com odepartamento boliviano dePando.[75] Essa região da fronteira se tornara instável com o massacre de trinta camponeses bolivianos, feito por opositores ao referendo de aprovação de uma nova Constituição,[76] mas os conflitos se dissiparam com a realização do referendo na Bolívia, em janeiro de 2009.[77] Em abril de 2008, o Acre vence uma questão judicial com o estado do Amazonas em relação ao litígio em torno da linha Cunha Gomes,[70][78] em uma disputa territorial de 26 anos, anexando os municípios deEnvira,Guajará,Boca do Acre,Pauini,Eirunepé eIpixuna.[70] A redefinição territorial consolidou a inclusão de 1,2 milhão de hectares do complexo florestal Liberdade, Gregório e Mogno ao território do Acre, o que corresponde a 11 583,87 quilômetros quadrados. Desde 2019,Gladson de Lima Cameli (PP) é o governador do estado, tendo sido eleito com 53,71% dos votos válidos.[79]
O estado do Acre ocupa uma área de 152 581 km², localizado no extremooeste doBrasil, localiza-se a 70º00'00" delongitude oeste doMeridiano de Greenwich e a 09º00'00" delatitude sul daLinha do Equador e com fuso horário -5 horas em relação a hora mundial GMT. Dista 10º00'00" ao sul da Linha do Equador. No Brasil, o estado faz parte daregião Norte, fazendo divisa com os estados doAmazonas eRondônia e fronteira com dois países:Peru eBolívia.
Praticamente todo orelevo do estado do Acre se integra no baixoplatôarenítico, outerra firme, unidademorfológica que domina a maior parte daAmazônia brasileira. Essesterrenos se inclinam, no Acre, desudoeste paranordeste, comtopografia, em geral, tabular. No extremo oeste se encontra aSerra da Contamana ou do Divisor, ao longo dafronteira ocidental, com as maioresaltitudes do estado (609 m). Cerca de 63% dasuperfície estadual fica entre 200 e 300 m de altitude; 16% entre 300 e 609; e 21% entre 200 e 135. Os principaisrios do Acre, navegáveis principalmente nas cheias (Juruá,Tarauacá,Envira,Purus,Iaco eAcre), atravessam o estado com cursos quaseparalelos e que só vão confluir fora de seu território.
Oclima équente e muitoúmido, do tipoAm deKöppen, e astemperaturas médiasmensais variam entre 24 °C e 27 °C, sendo a menor média da Região Norte. Aschuvas atingem o total anual de 2 100 mm, com uma nítidaestaçãoseca nos meses de junho, julho e agosto. AFloresta Amazônica recobre todo oterritório estadual. Muito rica emseringueiras da espécie mais valiosa (Hevea brasiliensis) e Castanheiras (Bertholletia excelsa), afloresta garante ao Acre o lugar de maior produtor nacional deborracha ecastanha.
De acordo com ocenso brasileiro de 2022, o Acre era habitado por 830 018 habitantes, sendo que haviam 617 942 habitantes em área urbana e 212 076 habitantes em área rural. Quanto à questão de gênero, haviam 415 332homens e 414 686Mulheres. Foram identificados 319 321 domicílios, dos quais 261 001 estavam ocupados, gerando um déficit habitacional de 58 320 domicílios. A média de habitantes por domicílio era de 3,16 pessoas.[82][83] A capital,Rio Branco, é a maior e mais populosa cidade do estado, com quase 370 mil habitantes, sendo a sétima maior cidade na Região Norte.[84]
Asdensidades demográficas, em 2006, mostravam-se bastante homogêneas. Naregião mais povoada, a do baixoAcre, havia 17,2 hab./km² e, na menos povoada, a do altoPurus, 1,1 hab./km². Na formação da população acriana entraram, além dosíndios, osnordestinos - principalmentecearenses - que aí chegaram maciçamente durante operíodo áureo da borracha (1880-1913) e ossulistas, que chegaram maciçamente durante a década de 70 em diante. Houve também imigrações de árabes (principalmentesírios-libaneses) eitalianos (sendo ambas as maiores na Região Norte), além de japoneses, alemães e eslavos (esses em pequena escala).[95]
O Acre é um estado dafederação, sendo governado por três poderes, oexecutivo, olegislativo e ojudiciário. Por meio dereferendos eplebiscitos, é permitida a participação popular nas decisões de governo.[108] A atual constituição do Acre foi promulgada em 1989,[109] acrescida das alterações resultantes de posterioresEmendas Constitucionais. O poder executivo acriano está centralizado no governador do estado, que é eleito emsufrágio universal e voto direto e secreto, pela população para mandatos de até quatro anos de duração, e podem ser reeleitos para mais um mandato. Sua sede é oPalácio Rio Branco, que desde 1930 é a sede do governo acriano. O poder legislativo do estado éunicameral, constituído pela Assembleia Legislativa do Acre, localizado nocentro de Rio Branco. Ela é constituída por 24deputados, que são eleitos a cada 4 anos. NoCongresso Nacional, a representação acriana é de 3 senadores e 8 deputados federais. A maior corte do poder judiciário acriano é oTribunal de Justiça do Estado do Acre, localizado no centro de Rio Branco. Compõem o poder judiciário osdesembargadores e osjuízes de direito.
Com 241 196 eleitores, Rio Branco é o município com o maior número de eleitores. É seguido por Cruzeiro do Sul, com 54,1 mil eleitores, Sena Madureira (27,5 mil eleitores), Tarauacá (24,9 mil eleitores) e Feijó, Brasiléia e Senador Guiomard, com 19,7 mil, 16,2 mil e 13,5 mil eleitores, respectivamente. O município com menor número de eleitores é Santa Rosa do Purus, com 3,1 mil.[110]
As regiões geográficas intermediárias foram apresentadas em 2017, com a atualização da divisão regional do Brasil, e correspondem a uma revisão das antigasmesorregiões, que estavam em vigor desde a divisão de 1989. As regiões geográficas imediatas, por sua vez, substituíram asmicrorregiões. A divisão de 2017 teve o objetivo de abranger as transformações relativas à rede urbana e sua hierarquia ocorridas desde as divisões passadas, devendo ser usada para ações de planejamento e gestão de políticas públicas e para a divulgação de estatísticas e estudos do IBGE.[112]
O Acre é formado pela união de vinte e dois municípios, desde a última alteração feita em 1992, através das lei estaduais n.º 1 025, 1 026, 1 027, 1 028, 1 029, 1 030, 1 032, 1 033, 1 034, que criaram dez novos municípios no estado (Acrelândia, Bujari, Capixaba, Epitaciolândia, Jordão, Marechal Thaumaturgo, Porto Acre, Porto Walter, Rodrigues Alves e Santa Rosa do Purus).[113]
Rio Branco, centro político e financeiro do estado.
O Acre era um dos estados mais isolados do país, porém conseguiu se tornar oficialmente interligado ao resto damalha rodoviária do Brasil em maio de 2021, com a inauguração da Ponte do Abunã, construída sobre o Rio Madeira. A falta desta ligação limitava enormemente o desenvolvimento econômico do Estado. Contudo, com a conclusão da mesma, estabeleceu-se a conexão ininterrupta entre o extremo oeste daRegião Norte àRegião Sudeste doBrasil, através daBR-364.[115][116][117][118][119]
O Acre possui o25.º maiorProduto Interno Bruto (PIB) do país, baseado principalmente na exploração de recursos naturais e no setor primário. De acordo com dados do IBGE, relativos a 2014, o PIB acriano era de 13 459 000 bilhões, enquanto oPIB per capita era de 17 034 reais.[122] Apesar de possuir uma das maiores taxas de aumento de economia (4,4% em 2014) e um PIB per capita tido como alto, este último é o segundo menor valor entre os estados de sua macrorregião, superando apenas o Pará. Além disto, a economia do estado é avaliada como a terceira pior entre todas as unidades federativas brasileiras e sua capital, Rio Branco, está na última posição entre as capitais estaduais no quesito PIB per capita.[123][124][125]
A pauta de exportação do Acre é composta, principalmente, por coco, castanha e caju (29,80%), madeira serrada (23,34%), madeira perfilada (19,71%), madeira compensada (9,31%) e produtos farmacêuticos de origem animal (4,97%).[120]
Um dos principais produtores deborracha (Hevea brasiliensis) nopaís, o Acre apresentou em 2008 a produção de 845t,[126] representando pouco mais de um quarto do total nacional. Na região doAbunã, umseringueiro chega a produzir 1,5 t deborracha por safra. Os tipos produzidos são "caucho", "cernambi caucho", "cernambirama" e "cernambiseringa". Acoagulação ainda é feita pelo processo dadefumação. Aprodutividade média é de dois quilos delátex por hévea. A coleta deCastanha-do-Brasil é também atividade importante, realizada, em geral, pelo seringueiro, como ocupação subsidiária, na época daschuvas. Suasafra não é regular. A produção acriana em 2009 foi de 20 t, representando 20% de toda a produção nacional, sendo a maior doBrasil.[127] Amadeira tem também importânciaeconômica na região, sendo aprodução de lenha em 2008 de 679 077 m³.[126] O método deextração é rudimentar, sendo usadasserras manuais e, assim mesmo, só nos centros mais adiantados. Alavoura é, em geral, desubsistência, não tendo condições para se manter diante dos altos rendimentos daatividade extrativa. Os principais produtosagrícolas do Acre, em 2008, apresentaram os seguintes resultados:arroz (28 569 t),[128]cana-de-açúcar (52 609 t),[128]feijão (5 779 t),[128]mandioca (730 434 t)[128] emilho (61 088 t).[128]
Apecuária começou a ser desenvolvida só a partir dadécada de 1970. Osolo utilizado nosplantios desgasta-se pelasderrubadas equeimadas e passa a construir área de magra pastagem. Não há campos naturais e os que são abertos namata, se ainda não esgotados pelalavoura, são facilmente invadidos pela capoeira. Em 2008, contava o Acre com 155 861suínos,[129] 2 425 687bovinos,[129] 77 623ovinos,[129] 7 201muares,[129] 60 668equinos[129] e 15 433caprinos.[129] Apesca é praticada em pequena escala, sendo na maioria dos casos de subsistência. Em 2005, foram produzidas 3 510 t depescado,[130] a antepenúltimaprodução dopaís. Amineração é escassa e caracterizada pelagarimpagem mais primitiva — feita através debateias —, sendo desconhecidos dados estatísticos de sua produção.
O Acre tinha em 2018 um PIB industrial de 1,1 bilhão de reais, equivalente a 0,1% da indústria nacional e empregando 13.025 trabalhadores na indústria. Os principais setores industriais são: Construção (47,6%), Serviços Industriais de Utilidade Pública, como Energia Elétrica e Água (24,6%), Alimentos (18,8%), Minerais não metálicos (2,0%) e Madeira (1,5%). Estes 5 setores concentram 94,5% da indústria do estado.[134]
Aindústria doestado, em 2009, ocupava 13 mil pessoas[135] em 1416estabelecimentos e unidades,[136] que produziram bens no valor de R$ 773 milhões. Aindústria ainda é de pouca escala no estado, sendo em grande parte de produtos alimentícios, como queijos, manteiga, refrigerantes e outros; e à transformação rudimentar de alguns produtosagrícolas, como afarinha de mandioca e oaçúcar bangüê. O estado também possui indústrias na produção de barcos, carrocerias de caminhões, laminados e pisos de madeira, móveis, vidros temperados, preservativos (sendo a única do mundo a usar borracha natural proveniente de látex nativo), dentre outros produtos. Nas colônias mais importantes do AltoJuruá e do AltoPurus, ou mesmo em locais que possam atender em várias colônias, estão instalados "conjuntos mecânicos", pertencentes quase todos aogoverno. Nos conjuntos mecânicos encontram-se máquinas para debulhar omilho, descorticar oarroz, ralar, prensar e cozer amandioca, além de moendas etochas para o fabrico deaçúcar de cana. Apotência instalada das usinas geradoras em 2004 é de 331GWh, com umconsumo mínimo de 405 GWh.[137] Atualmente o estado possui 2 Distritos Industriais: 1 na capitalRio Branco e outro no município deAcrelândia.
No estado está sendo criada a chamada ZPE (Zona de Processamento para Exportação), um Distrito Industrial incentivado, onde as empresas localizadas operam com redução/suspensão de impostos e contribuições federais e liberdade cambial (podem manter no exterior 100% das divisas obtidas nas exportações), com a condição de destinarem pelo menos 80% de sua produção de bens e serviços ao mercado externo, pretendendo levar os produtos fabricados no Acre para os mercados da Bolívia, Peru e os países asiáticos, quando concluída a Estrada do Pacífico. A ZPE do Acre será localizada na BR-317, entre a capital Rio Branco e o município deSenador Guiomard.[138]
A cidade deCruzeiro do Sul, serve como o centro econômico, administrativo e turístico mais importante do interior do Acre.
A quase totalidade docomércio doestado é feita por viafluvial e em pequena escala por viaaérea. O Acre exporta quase tudo o que produz e importa praticamente tudo que consome. A pauta de exportação resume-se namadeira compensada e perfilada (49%),[139]madeira serrada ou em folha (27%),[139]frutas (21%)[139] e outros (3%),[139] convergindo na totalidade para os estados doAmazonas ePará, de preferência paraBelém, origem também da maioria de suas compras. O comércio com o limita-se a compra degado em pé e gêneros alimentícios daBolívia, frequentemente de caráter ilegal. Em março de 2010 o valor daexportação porcabotagem foi de US$ 15 727 499[140] e aimportação de US$ 15 059 156.[140]
O Programa Saúde Itinerante, do Governo do Estado, realiza atendimentos médicos em mutirões esporádicos, pelo interior do Acre; Na foto, afrequência cardíaca da população deManoel Urbano é examinada.[146][147]
Em 2005, havia noestado 337estabelecimentos hospitalares, sendo 282 públicos e 55 particulares, com um total de 1 561leitos. Dos 337 hospitais, 227 eram de finalidade geral e 221 eram especializados. Dos 7municípios existentes em 1970, apenasRio Branco possuía abastecimento deágua encanada, embora não possuísse serviço deesgoto, o que impede o controle dedisenteria amebiana endêmica. Em 2005, o estado possuía 48% de acesso à água 44,3% de acesso à rede de esgoto. Em 2006, amortalidade infantil era de 20,7 por 1 000 nascidos vivos, sendo amalária a principal causa demorte. Povoações distantes entre si por dia de caminhada nafloresta, e que por vezes, no período daschuvas, ficam completamente isoladas, dificultam a irradiação dasaúde pública.
Uma pesquisa promovida peloIBGE em 2008 revelou que 73,4% da população do estado avalia suasaúde como boa ou muito boa; 61% da população realiza consulta médica periodicamente; 35,6% dos habitantes consultam odentista regularmente e 5,8% da população esteve internado em leito hospitalar nos últimos doze meses.[148] Ainda conforme dados da pesquisa, 24,2% dos habitantes declararam ter algumadoença crônica e apenas 12,6% possuíam plano de saúde. Menos da metade dos domicílios particulares no estado são cadastrados no programa Unidade de Saúde da Família: 46,7%.[148]
Na questão da saúde feminina, 27% das mulheres com mais de 40 anos fizeram exame clínico das mamas nos últimos doze meses; 30,4% das mulheres entre 50 e 69 anos fizeramexame demamografia nos últimos dois anos; e 77,7% das mulheres entre 25 e 59 anos fizeram exame preventivo paracâncer do colo do útero nos últimos três anos.[148]
A capital,Rio Branco, por ter uma melhor estrutura, é referência para toda a região, incluindo estados e países vizinhos.[149]
Segundo oExército Brasileiro, o Acre integra oComando Militar da Amazônia, que tem sede emManaus, destacando ospelotões defronteira.De acordo com aForça Aérea Brasileira, o estado integra o VII Comando Aéreo Regional (VII COMAR), também sediado em Manaus, se destacando o Destacamento de Controle de Espaço Aéreo de Rio Branco (DTCEA-RB) e o Destacamento de Controle de Espaço Aéreo de Cruzeiro do Sul (DTCEA-CZ), ambos pertencentes ao Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo IV (CINDACTA IV), o estado não possui uma Base Aérea.[carece de fontes?] Em 27 de novembro de 2012, mediante a Portaria nº 577 daMarinha do Brasil, foi instalada a Agência Fluvial de Cruzeiro do Sul, primeira Organização Militar da Marinha Brasileira no estado.[150]
APolícia Militar do Estado do Acre (PMAC) tem por função primordial o policiamento ostensivo e a preservação daordem pública no Estado do Acre. Para fins de organização é uma Força Auxiliar e Reserva do Exército Brasileiro, assim como suas coirmãs e integra o Sistema deSegurança Pública e Defesa Socialbrasileiro e está subordinada ao Governo do Estado do Acre. Seus integrantes são denominados militares estaduais (artigo 42 da CRFB), assim como os membros doCorpo de Bombeiros Militar do Estado do Acre. APolícia Civil do Estado do Acre, é uma das polícias do estado do Acre, Brasil, órgão do sistema de segurança pública ao qual compete, nos termos do artigo 144, § 4.º, daConstituição Federal e ressalvada competência específica da União, as funções de polícia judiciária e de apuração das infrações penais, exceto as de natureza militar. A mais importanteinstituição penitenciária é a Colônia Penal e Agrícola Evaristo de Morais, emRio Branco.
O Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Acre (CBMAC) é uma Corporação cuja principal missão consiste na execução de atividades deDefesa Civil, Prevenção e Combate aIncêndios, Buscas, Salvamentos e Socorros Públicos no âmbito doestado do Acre. Ele é Força Auxiliar e Reserva doExército Brasileiro, e integra o Sistema de Segurança Pública e Defesa Social do Brasil. Seus integrantes são denominados Militares dos Estados pelaConstituição Federal de 1988, assim como os membros da Polícia Militar do Estado do Acre.
AC-040 - Possui extensão de 100 km, liga Rio Branco até a cidade dePlácido de Castro também fazendo fronteira com aBolívia.
AC-401 - Também chamada de estrada do agricultor, com extensão de 50 km, liga a cidade de Plácido de Castro à cidade deAcrelândia, já próxima da BR-364.
AC-010 - Tem extensão de 55 km, Ligando Rio Branco até a cidade histórica dePorto Acre, já na divisa com o Amazonas.
O estado com o que o Acre possui maisrodovias interestaduais é oAmazonas, havendo, pelo menos, 3 pontos de divisas;[152][153][154]
O estado também conta com diversosaeroportos, nacionais e internacionais.[155][156]
Comunicações
Os principais jornais do estado são os diáriosA Gazeta,O Rio Branco, A Tribuna, Jornal Opinião, Jornal Página 20 e o semanal O Estado. Entre as principais estações de televisão do estado se destacam aTV Rio Branco, aRede Amazônica, aTV5 e aTV Gazeta,[157] e entre as rádios se destacam a Gazeta FM, aRádio CBN e a Rádio Cidade FM.[158]
Cultura
A Sociedade Recreativa Tentâmen, emRio Branco, construída em 1924, com a arquiteturaGótica Rural, foi, por muitos anos, símbolo da boêmia acreana, reflexo dos anos prósperos dociclo da borracha
FestivalYawa, emTarauacá, o único festival indígena do Brasil, onde há um importante trabalho junto às mulheres artesãs, que estão espalhadas em 7 aldeias. Juntas, elas criaram um empreendimento social que além de gerar renda sustentável para suas famílias, promove a cultura Yawanawá.[159][160][161]
Apesar de ser o único estado que brigou para ser brasileiro (Revolução Acreana), a cultura do Acre é parecida com a dos outros Estados da Região Norte do Brasil, porém há um alto consumo de cultura nordestina. Em Rio Branco encontra-se uma comunidade religiosa chamada Alto Santo (Centro de Iluminação Cristã Universal) que pratica o Ritual doSanto Daime, típico do Acre, de origem indígena, que usa o Daime, umchá natural feito com folhas ecipó, usado pelos índios como forma de aproximação a Deus. Todos tomam o chá, inclusive as crianças e os idosos. Os integrantes usam fardas e cantam o hinário.
Noartesanato os artigos são confeccionados com materiais extraídos da floresta amazônica. Doseringal surgiu a figura do seringueiro, que colaborou em momentos importantes da história brasileira para o desenvolvimento do país, trabalhando duro na extração do látex na floresta amazônica. Da floresta também surgiuChico Mendes, que hoje é considerado referência internacional na luta em defesa da Amazônia; Chico Mendes foi assassinado em 22 de dezembro de 1988 e ganhou um prêmio único daONU, oPrêmio Global 500 Anos, por defender e proteger afloresta amazônica.[170][171][172] O prato mais conhecido e consumido pelos acreanos chama-se Baixaria.[173][174] A comida típica utiliza o pato,tucupi,farinha de mandioca e opirarucu, além da enorme variedade defrutas amazônicas que herdou dosíndios, e o bobó de camarão, vatapá e carne de sol com macaxeira, trazido do Nordeste brasileiro logo quando iniciou a extração dolátex, já que muitos nordestinosmigraram para o Acre tentando uma melhorqualidade de vida.[175][176][177]
Ao norte, a nascente do Rio Ailá, na Serra do Caburá, no Estado de Roraima.
Ao sul, o Arroio Chuí, no Estado do Rio Grande do Sul.
A leste, a Ponta do Seixas, no Estado da Paraíba.
A oeste, a Serra de Contamana, no Estado do Acre.
↑No ano de 1877 o nordeste brasileiro sofria com as consequências da seca. Muitos nordestinos, principalmente do Ceará, foram estimulados a migrarem para o Acre, para assim trabalharem na extração do látex.
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