Panfleto de propaganda americana caricaturando Abu Musab al-Zarqawi preso numa ratoeira. A legenda diz: "Este é o teu futuro, Zarqawi".
Criador doEstado Islâmico no Iraque, Zarqawi, nasceu em outubro de 1966 na cidade deZarqa, naJordânia, a 30 quilômetros a leste deAmã. O seu verdadeiro nome era Ahmed Fadel al Jalaylah. Era o líder do braço daAl-Qaeda no Iraque e considerado pelo próprioBin Laden como seu "emir" no país. Foi condenado à morte quatro vezes no seu país natal. OsEstados Unidos tinham oferecido 25 milhões de dólares pela sua captura, a mesma recompensa oferecida por Bin Laden. O próprio Bin Laden confirmou Zarqawi como chefe da Al-Qaeda no Iraque, numa gravação transmitida pela redeAl Jazeera, em dezembro de2004. Os EUA atribuem ao grupo de Zarqawi e à organização daAl-Qaeda na Mesopotâmia a maioria dos atentados contra as suas tropas no Iraque.[carece de fontes?]
Originalmente um pequeno delinquente, Zarqawi tornou-se politicamente radical depois de cumprir pena num presídio da Jordânia. Entre 1989 e 1992, lutou no Afeganistão (primeiro, contra ainvasão soviética e, depois, naguerra civil afegã), contra o governo comunista do país, que fora abandonado pelaUnião Soviética.Quatro anos depois, retornou a Zarqa, onde fundou uma célula que pretendia derrubar o governo jordano. Foi detido em1994 e voltou a ser preso na Jordânia, acusado de conspirar contra a monarquia do país. Porém foi libertado cinco anos mais tarde, em1999, no contexto daanistia geral concedida após a morte dorei Hussein,[4] tendo sido um dos 500 presos indultados pelo reiAbdullah II. Em seguida, voltou ao Afeganistão, onde contou com o apoio do regimetaliban. Era considerado um especialista em substâncias tóxicas.
Ferido numa perna durante a guerra civil do Afeganistão, chegou aoIrão no fim de 2001 e depois seguiu para o Iraque. Durante muito tempo acreditava-se que ele tinha amputado uma perna, substituída por uma prótese. Mas nas últimas imagens ele caminhava normalmente. Mais tarde, Zarqawi esteve naSíria e noLíbano, onde supostamente reuniu-se, em agosto de 2002, com membros dos gruposAsbat al-Ansar eHezbollah, aos quais também estaria ligado o movimentoAl-Tawhid, que planeou atentados naAlemanha. Desde 2002 as autoridades alemãs investigam Zarqawi, a quem atribuem a responsabilidade operacional da Brigada al-Tawhid.
Após aGuerra do Iraque, Zarqawi transformou-se no cérebro mais sangrentos atos deresistência contra acoligação internacional. O mais letal deles aconteceu em fevereiro de 2005, na cidade deHilla, com um saldo de 106 mortos.
Em junho de 2004, os EUA aumentaram de 10 de milhões de dólares para 25 milhões a recompensa pela sua captura.
Em24 de outubro de 2004, Zarqawi mudou o nome de seu grupo, deTawhid wal Jihad ("Monoteísmo e Guerra Santa") paraTanzim Al-Qaeda wal Jihad fi Balad al-Rafidain (Organização da Al-Qaeda e Guerra Santa na Mesopotâmia). Dois meses depois, a27 de dezembro, o próprioBin Laden afirmou numa gravação sonora que ele era o "emir" da rede terrorista no Iraque, a quem "os irmãos" deviam obedecer.
Zarqawi foi julgado e condenado à revelia em várias ocasiões na Jordânia, uma delas pelo atentado de novembro de 2004, em três hotéis deAmã, que resultou na morte de mais de 60 pessoas. Sua última condenação à morte data de fevereiro, quando foi considerado culpado de planear um ataque comarmas químicas, previsto para abril de 2004, contra alvos americanos e jordanos.
Em Maio de 2004, o grupo radical islâmicoJama'at al-Tawhid wal-Jihad (a Al-Qaeda no Iraque) divulgou um dos primeiros vídeos que continham cenas de execução envolvendo um estrangeiro. De forma confessa, Abu Musab al-Zarqawi era o homem que aparecia ao meio de outros 3 ou 5 encapuzados, ele normalmente era quem lia as mensagens de protesto contra os Estados Unidos em motivação doescândalo de tortura de prisioneiros na prisão de Abu Ghraib. Estava Zarqawi sempre com uma faca na mão, ao fim dos discursos, entregava o papel para um dos membros e decapitava o refém sequestrado, normalmente sobre umabandeira dos Estados Unidos, os vídeos foram postados em fóruns Jihadistas daAl-Qaeda na internet em períodos compreendidos entre Maio a Novembro de 2004. O primeiro vídeo contendo tal ato, foi lançado em 11 de Maio de 2004, nele o empresário/freelancer americano Nicholas Evan Berg aparece com as mãos amarradas sentado aos pés de 5 homens vestidos de preto e encapuzados, o que está ao meio termina o discurso contra aprisão de Abu Ghraib e decapita Nick com uma faca. No vídeo de baixa resolução, é possível ouvir os gritos do empresário americano que agonizou, aCIA confirmou mais tarde que foi o militante Abu Musab al-Zarqawi o executor da ação, o vídeo foi postado alegadamente de Londres para uma página inicial hospedada na Malásia pela organização islâmica Muntada al-Ansar.[6]
Outras pessoas foram decapitadas por Zarqawi no período Maio/Novembro de 2004, entre essas: os engenheiros americanosEugene Armstrong,Jack Hensley, o inglês engenheiro civilKenneth Bigley, o sul-coreanoKim Sun-il que era um missionário evangélico, e o turista japonêsShosei Koda. Os vídeos foram registrados em locais diferentes, em alguns: luz do sol pelas janelas e outros lugares sem entrada de luz solar.[7]
Dez combatentes morreram na operação, executada com cobertura aérea. Zarqawi faleceu por causa dos ferimentos recebidos, dez minutos depois da operação. Naquele momento, ele presidia a uma reunião de seu grupo. Logo após sua morte, as fotos mais recentes, em poder das autoridades americanas e jordanas, foram comparadas com as do corpo, o que confirmou a identidade de Zarqawi.[9]
Corpo de al-Zarqawi
Entretanto, já em2005, oSheikh Jawad al-Kalesi,imame da mesquita al-Kadhimiyah, emBagdá, dissera ao jornal francêsLe Monde que al-Zarqawi teria morrido muito antes, ainda no início dainvasão do Iraque pelosEstados Unidos, quando participava de uma reunião com membros daAnsar al-Islam, grupo filiado aal-Qaida, noCurdistão iraquiano. "Eu não creio que Abu Musab al-Zarqawi ainda exista. Ele é simplesmente uma invenção dos ocupantes para dividir o povo," declarou Al-Kalesi.[10]
Zarqawi foi sucedido porAbu Ayyub al-Masri eAbu Omar al-Baghdadi, e aAQI mudou de nome paraEstado Islâmico do Iraque (EII). Em 2007, os EUA enviaram mais de 20 mil novos militares para o Iraque, na operação que ficou conhecida comosurge (onda, em inglês) e, em 2010, forças americanas e iraquianas mataram Masri e Bagdadi durante uma ação conjunta, desarticulando o grupo.[4]