Abipones |
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População total |
Considerado extinto como um povo[1] |
Regiões com população significativa |
Línguas |
mataco-guaicuru[1] |
Religiões |
Religião tribal tradicional |
Grupos étnicos relacionados |
guaicurus |
Osabipones (emcastelhano: abipones, singularabipón) foram umanação indígena da região doGran Chaco, naArgentina. Pertenciam àfamília linguísticaguaicurus.[1] Eles deixaram de existir como um grupo étnico independente no início do século XIX.[2] Um pequeno número de sobreviventes estão assimilados à sociedade argentina.[1]
Os abipones originalmente ocuparam a região do Gran Chaco naArgentina, no trecho inferior dorio Bermejo.[1] Eram originalmente um povo sazonalmente móveis decaçadores-coletores,pescadores eagricultores em um território de extensão limitada.[2]
Em 1641 os abipones já conheciam ocavalo, trazido pelocolonizador espanhol e abandonaram aagricultura para se dedicarem àcriação de gado e cavalos. Nesse tempo, eles ainda viviam ao norte dorio Bermejo.[3] Tornaram-se temidos por seus vizinhos e pelos fazendeirosespanhóis, e até mesmo ameaçavam as principais cidades da região.[2][3]
É provável que foram forçados a estabelecerem-se mais ao sul de seu território original pelos colonizadores espanhóis e por outras tribos nativas, como ostobas.[3] Finalmente concentraram-se noterritório argentino situado entreSanta Fé eSantiago del Estero,[4] entre o rio Bermejo, a norte, e orio Salado, a sul.[3]
Antes da introdução do cavalo na região, eles subsistiam da caça, pesca, coleta de alimentos e apenas uma quantidade limitada de agricultura.[1] Com a cavalo, veio uma mudança regional e, em especial, na maneira abipone de sobreviver. Eles se afastaram da agricultura e se tornaram caçadores montados, degado selvagem,ema,guanaco,cervo equeixada. Os cavalos também facilitaram suas incursões a fazendas espanholas e até mesmo a cidades deAssunção eCorrientes.[1]
A partir de 1710 uma forte presença militar espanhola na região começou gradualmente a impor sua autoridade sobre os abipones.[2] Em 1750 criaram-semissões jesuíticas entre eles (principalmente porMartin Dobrizhoffer, que atuou por dezoito anos como missionário noParaguai[3]), e eles foramcristianizados[3] e forçados a tornarem-sesedentários.[2] As missões tinham constantes atritos com os colonos espanhóis, e muitas vezes eram invadidas pelos tobas e pelosmoobobis, outra tribo guerreira.[3]
Por volta de 1768 mais da metade da população dos abipones tinha sucumbido a doenças[2] e seu número não passava de 5.000.[5] A expulsão dosjesuítas pelos espanhóis naquele ano foi fatal para os abipones. Quando eles tentaram retomar o seu antigo estilo de vida, encontraram suas terras tradicionais ocupadas por colonos e outras nações.[2] Os tobas e os moobobis, auxiliados pelas doenças, destruíram-nos como uma nação no decorrer de menos de meio século.[3] Os sobreviventes foram assimilados pela população argentina.[2] Eles aprenderam a falarespanhol, e abandonaram seus antigos costumes.
Acredita-se que o último falante doabipón morreu no século XIX.[2]
SegundoMartin Dobrizhoffer, que viveu entre eles por um período de sete anos,[4] os abipones eram pessoas de boa aparência, comolhos negros,nariz aquilino, ecabelos pretos espessos. Possuíam a maioria dos costumes dosguaicurus, incluindo oresguardo.[3] Raspavam os cabelos da testa até o alto dacabeça, como uma marca tribal. Os rostos, peitos e braços das mulheres eramtatuadas com figuras negras de formas variadas, e oslábios e asorelhas de ambos os sexos eram perfuradas.[5] Os homens eram bravos combatentes, e sua arma principal era oarco e alança.[5] Mesmo as mulheres abipones eram tidas como agressivas e detinham um considerável poder nos ritos religiosos de seu povo.[2] Nas batalhas, os abipones usavam uma armadura feita de pele deanta sobre a qual a pele de umaonça era costurada.[5]
Os abipones eram bons nadadores e cavaleiros. Durante os cinco meses da época de cheias dos rios, viviam em ilhas ou mesmo em abrigos construídos nas árvores.[5]
Os abipones raramente casavam antes dos trinta anos, e eram singularmente castos.[5]Charles Darwin relatou que: "Com os abipones, quando um homem escolhe uma mulher, ele negocia com os pais o preço dela. Mas frequentemente acontece que a menina rescinde o que foi acordado entre os pais e o noivo, obstinadamente, rejeitando a simples menção do casamento. Muitas vezes ela foge e esconde-se, e assim ilude o noivo.""[6] Oinfanticídio era sistemático, nunca mais do que duas crianças eram criadas em uma família.[4] As crianças eram amamentadas por dois anos.[4]