A Vida de Brian[3][4] (eminglês:Monty Python's Life of Brian) é um filme decomédia esátira britânico de 1979 estrelado e escrito pelo grupo de comédiaMonty Python (Graham Chapman,John Cleese,Terry Gilliam,Eric Idle,Terry Jones eMichael Palin), sendo dirigido por Terry Jones. O filme conta a história de Brian Cohen (interpretado por Graham Chapman), um jovemjudeu que nasceu no mesmo dia queJesus Cristo numa casa vizinha dele, e é confundido com o Messias.[5] Após a retirada do financiamento pelaEMI Films, poucos dias antes do início da produção, o fã de longa data dos Monty Pythons e ex-membro dosBeatles,George Harrison, arranjou financiamento para a realização deA Vida de Brian através da formação de sua empresa HandMade Films.[6]
Os temas de sátira religiosa do filme eram controversos na época de seu lançamento, provocando acusações deblasfêmia e protestos de alguns grupos religiosos. Trinta e nove autoridades locais doReino Unido impuseram uma proibição definitiva ou aplicaram uma "Certificação X" (tornando o filme recomendado para maiores de 18 anos no país) impedindo efetivamente a exibição da comédia, uma vez que os distribuidores disseram queA Vida de Brian não poderia ser exibido a menos que tivesse sido editado e tivesse pelo menos uma "Certificação AA" (para maiores de 14).[carece de fontes?] Alguns países, incluindo aIrlanda e aNoruega, proibiram sua exibição, com algumas dessas proibições durando décadas. Os cineastas incrementaram essa notoriedade na campanha demarketing do filme, com pôsteres naSuécia dizendo: "Que engraçado, foi proibido na Noruega!".[7]
O filme foi um sucesso de bilheteria, sendo o quarto filme com maior bilheteria no Reino Unido em 1979 e a maior bilheteria de qualquer filme britânico nosEstados Unidos naquele ano.[8] Permaneceu popular e foi nomeado "o melhor filme de comédia de todos os tempos" por várias revistas e redes de televisão; anos mais tarde, em uma pesquisa doChannel 4 de 2006,A vida de Brian foi classificado em primeiro lugar na lista dos cinquenta maiores filmes de comédia de todos os tempos.[9]
O filme conta a história de Brian, um homem daJudeia que vive uma vida paralela à deJesus Cristo e se alia a grupos contra o domínio romano. Na segunda metade do filme, uma multidão pensa que ele é o salvador dahumanidade e seguem-no como um grande sábio, mas ele nunca teve a intenção de dar essa impressão e apenas deseja ver-se livre de toda aquela gente. Mas Brian é um predestinado, e acaba por vivercenas bíblicas e ter que enfrentar desafios semelhantes aos doMessias (o que naturalmente são sátiras).[5]
Sua aparição como "Messias" começa quando ele finge ser umpregador para fugir da guardaromana, mas suas pregações são levadas a sério e ele ganha uma horda de seguidores. Brian acaba por se meter num monte de confusões ao ter suas tolas palavras entendidas comoprofecias e ser caçado pela guarda romana. Ele depara-se com diversas figuras históricas e bíblicas, que são satirizadas pelo filme.[10]
Brian acaba sendo crucificado a mando de umPôncio Pilatos comdislalia, e os crucificados lançam-se em um número musical que se tornou popular, "Always Look On The Bright Side of Life".[11]
O filme também mostra, de uma formairônica, a questão da alienação da massa, pois o povo segue Brian o tempo todo, repetindo tudo o que ele diz, e sátiras são feitas à religião, como é o caso da cena do apedrejamento.[10]
John Cleese – Reg, sumo sacerdote, Centurião, Deadly Dirk, Arthur, Rei mago
Terry Gilliam – Pessoa nosermão da montanha ("Você ouviu? 'Abençoados sejam os gregos'!"), profeta de Sangue e Trovão, Geoffrey, Gaoler, Frank
Eric Idle – Sr Cheeky, Stan/Loretta, Harry the Haggler, pecadora que atira a primeira pedra, Jovem entediante, Otto, Assistente de Gaoler, Sr Frisbee III.
Terry Jones – Mandy, Colin, Simon o Homem Santo, Passante santo, Bob Hoskins (homem na multidão)
Michael Palin – Sr Big Nose, Francis, Sra. A, Ex-leproso, Ben,Pôncio Pilatos, Profeta chato, Eddie, Nisus Wettus, Rei Mago
Existem várias histórias sobre as origens deA Vida de Brian. Logo após o lançamento deMonty Python and the Holy Grail (1975),Eric Idle sugeriu irreverentemente que o título do próximo filme dos Pythons seria "Jesus Christ: Lust for Glory" (uma peça sobre o título do Reino Unido para o filme americano de 1970Patton).[12] Com a enorme rotatividade financeira, confirmando o apetite dos fãs por mais empreendimentos cinematográficos, eles começaram a considerar seriamente um filme que envolvia a era doNovo Testamento da mesma maneira que oThe Holy Grail havia escrachado dalenda do Rei Arthur. Tudo o que eles precisavam era de uma ideia para uma trama. Eric Idle eTerry Gilliam, enquanto promoviamThe Holy Grail noAmsterdã, criaram um esboço no qual a cruz de Jesus está caindo aos pedaços por causa dos carpinteiros idiotas que a construíram e ele, furioso, diz a eles como fazê-lo corretamente. No entanto, após um estágio inicial debrainstorming, e apesar de não serem crentes, eles concordaram que Jesus era "definitivamente um cara legal" e não encontraram nada para zombar em seus ensinamentos reais. "Quando fomos ver a história de Jesus, vimos que não havia quase nada pra ridicularizar. [...] seria um filme muito raso se fosse sobre Jesus, então criamos o Brian", disse o grupo mais tarde numa entrevista à BBC.[13] Depois de se decidir sobre o nome Brian para seu novo protagonista, uma ideia considerada foi a de "o 13.º discípulo"[12] e depois foi descartada para a ideia de um indivíduo separado, nascido em um tempo e local semelhantes, que seria confundido com oMessias, mas não desejava ser seguido como tal.[14]
Stan: Eu quero ser mulher. De agora em diante, quero que todos me chamem de Loretta. Reg: O quê!? Stan: É meu direito como homem. Judith: Por que você quer ser Loretta, Stan? Stan: Eu quero ter filhos. Reg: Você quer ter bebês?!?!?! Stan: É direito de todo homem ter filhos, se quiser. Reg: Mas você não pode ter filhos. Stan: Não me oprima.
—Diálogo da cena dos direitos inalienáveis, com Stan (Idle), Reg (Cleese) e Judith (Jones-Davies).[15]
O primeiro rascunho do roteiro, provisoriamente intitulado "The Gospel According to St. Brian", estava pronto no Natal de 1976.[16] O rascunho final da pré-produção estava pronto em janeiro de 1978, após "uma escrita concentrada de duas semanas eesqui aquático emBarbados".[17] O filme não teria sido concluído sem oex-BeatleGeorge Harrison, fã do grupo, que criou aHandMade Films para ajudar a financiar a produção a um custo de £ 3 milhões.[18] Harrison pagou o dinheiro por ele "querer ver o filme" - mais tarde descrito porTerry Jones como o "ingresso de cinema mais caro do mundo".[19]
Os apoiadores originais, a EMI Films e Bernard Delfont, ficaram receosos no último minuto sobre o tema do filme.[12][18] As últimas conversas entre os Pythons e os produtores foram: "Eu disse a ele: 'Bernie, eles nunca vão ganhar dinheiro com isso', provocando Delfont por sua falta de fé no projeto. Terry Gilliam disse mais tarde: "Eles partiram na quinta-feira. A equipe deveria partir no sábado. Desastrosa. Foi porque eles leram o roteiro ... finalmente".[10] Como recompensa por sua ajuda, Harrison aparece em uma participação especial, como o Sr. Papadopoulos, "proprietário do Monte", que brevemente aperta a mão de Brian em uma cena de multidão (às 1:09 do filme). Sua única palavra de diálogo mais fora do lugar teve que ser dublada mais tarde porMichael Palin.[20]
Terry Jones foi o único responsável pela direção, tendo concordado amigavelmente com Gilliam (que co-dirigiuThe Holy Grail) em fazê-lo, com Gilliam concentrando-se na aparência do filme.[21] Gilliam novamente contribuiu com duas sequências animadas (uma sendo os créditos de abertura) e se encarregou do cenário.
A Vida de Brian estreou em 17 de agosto de 1979 em cinco cinemas norte-americanos e arrecadou 140.034 dólares (28.007 dólares por sala) em seu fim de semana de estreia. Seu total bruto foi de 19.398.164 dólares. Foi o filme britânico com maior bilheteria na América do Norte naquele ano. Lançado em 8 de novembro de 1979 noReino Unido,[10] o filme foi o quarto filme de maior bilheteria naGrã-Bretanha em 1979. EmLondres, estreou no cinema Plaza e arrecadou 40.470 libras na semana de abertura.[8][23]
As críticas dos críticos foram geralmente positivas principalmente no lançamento do filme.Vincent Canby, doThe New York Times, chamou o filme de "o épico bíblico mais falado de todos os tempos, bem como o mais bem-humorado".[24]Roger Ebert deu ao filme três estrelas em quatro, escrevendo: "O que é cativante nos Pythons é o seu bom ânimo, sua irreverência, sua vontade de permitir que situações cômicas se desenvolvam através de um acúmulo gradual de pequenas insanidades".[25]Gene Siskel, doChicago Tribune, deu ao filme três estrelas e meia, chamando-o de "uma paródia suave, mas muito engraçada da vida de Jesus, bem como de filmes bíblicos".[26] A única crítica negativa veio de Gary Arnold, doThe Washington Post, uma vez que ele possuía uma opinião negativa sobre o filme, escrevendo que o filme era "uma ficção cruel" e que "fomentar a ilusão de que Brian era o Messias era o cúmulo da blasfêmia".[27]
Com o passar dos anos,A Vida de Brian foi regularmente citado como um candidato significativo ao título de "melhor filme de comédia de todos os tempos" e foi nomeado como tal em pesquisas conduzidas pela revistaTotal Film em 2000;[carece de fontes?] a rede de TV britânicaChannel 4 o colocou na lista de 50 grandes filmes de comédia,[9] enquanto que o jornalThe Guardian também o elegeu como um dos melhores filmes de comédia de todos os tempos.[28] Uma pesquisa de 2011 da revistaTime Out o classificou como o terceiro maior filme de comédia já feito, atrás deAirplane! eThis Is Spinal Tap.[29]
Nositeagregador de críticasRotten Tomatoes, 95% das 61 avaliações dos críticos são positivas. O consenso diz que é "um dos filmes mais avançados da década de 1970, essa farsa religiosa da trupe de comédia clássica é tão comovente quanto engraçada e satírica".[30] OMetacritic, que usa umamédia ponderada, atribuiu ao filme uma pontuação de 77 em 100, baseado em 15 críticos, indicando críticas "geralmente favoráveis".[31]
A representação de Jesus em duas cenas curtas no início do filme é fortemente baseada naiconografia cristã. Os combatentes da resistência deixaram oSermão da Montanha, que era um recital literal, irritados porque Jesus era pacifista demais para eles.[34] Além da representação respeitosa de Jesus, o filme não sugere que Deus não existe ou que Jesus não é filho de Deus, segundo a maioria dos espectadores do filme. A aparência de umleproso que foi curado por Jesus afirma osEvangelhos e seus relatos sobre Jesus realizando milagres.[35]
Qualquer referência direta a Jesus desaparece após as cenas introdutórias, mas sua história de vida atua parcialmente como uma estrutura e um subtexto para a história de Brian. Brian, sendo um bastardo romano, poderia se referir à lenda polêmica de que Jesus era filho do soldado romano Panthera. Disfarçado de profeta, o próprio Brian fala sobre "os lírios no campo" ou afirma com mais clareza: "Não julgue outras pessoas, senão você poderá ser julgado por si mesmo".[36] É seguro assumir que Brian repete incoerentemente tudo o que ouviu de Jesus.
Há outra pessoa no filme, além de Jesus, que também é nomeado nos Evangelhos:Pôncio Pilatos, embora sua representação no filme é transformada em motivo de piadas por seu problema de fala. E, embora haja uma dica paraBarrabás anterior à crucificação, não há alguma pessoa no filme com qualquer característica comoJudas ouCaifás. Uma interpretaçãoantissemita é, portanto, excluída, segundo os estudiosos. ("Pretendida ou não, essa decisão de não ter um personagem Caifás evita a possibilidade de o filme ser visto como antissemita".)[37] A crucificação, principal motivo da iconografia cristã, é vista de um contexto histórico dentro do estilo narrativo do filme. Sua representação como uma crucificação em massa realizada rotineiramente deixou os cristãos praticantes perplexos.[38]
O assunto pretendido da sátira não era Jesus e seus ensinamentos, mas odogmatismo religioso, de acordo com as observações simultâneas feitas por teóricos do cinema e declarações do grupo Monty Python.[39] Isso fica claro no início do filme durante o Sermão da Montanha. Não apenas a fraca acústica dificulta a audição do que Jesus diz, mas a plateia falha em interpretar o que foi dito de maneira correta e sensata. Quando Jesus disse: "Bem-aventurados os pacificadores", a plateia entende a palavra foneticamente semelhante "Cheesemakers" e, por sua vez, a interpreta como uma metáfora ebeatificação daqueles que produzem produtos lácteos.[40]
A Vida de Brian satiriza, nas palavras deDavid Hume, a "forte propensão da humanidade a acreditar no extraordinário e no maravilhoso".[41] Quando Brian interrompe seu sermão e se afasta da multidão, eles confundem seu comportamento como não quer compartilhar o segredo da vida eterna e segui-lo em todos os lugares.[42] Na necessidade de se submeterem a uma autoridade, a multidão o declara primeiro um profeta e, eventualmente, um messias. Os fiéis se reúnem embaixo da janela de Brian para receber as bênçãos de Deus. É quando Brian profere a mensagem que é dita como a principal de todo o filme: "[...] Vocês não precisam me seguir. Vocês não precisam seguir ninguém. Vocês precisam pensar por si mesmos. Vocês são todos indivíduos."; os Monty Pythons viram essa mensagem central da sátira confirmada como principal motivo dos protestos de cristãos praticantes após o lançamento do filme.[43][44]
SegundoTerry Jones,A Vida de Brian "não éblasfêmia, mas sim umaheresia",[45] porque Brian contestou a autoridade da Igreja, enquanto a crença em Deus permaneceu intocada. Ele continua mencionando que "Cristo está dizendo todas essas coisas maravilhosas sobre pessoas que vivem juntas em paz e amor, e então pelos próximos dois mil anos as pessoas estarão se matando usando seu nome porque não podem concordar umas com as outras"."[43] A disputa entre os seguidores sobre a interpretação correta de uma sandália, que Brian perdeu, está, nas palavras de Terry Jones, como "história da Igreja em três minutos".[43] Kevin Shilbrack compartilha da opinião de que você pode apreciar o filme e ainda ser religioso.[42]
Brian: "Vejam, vocês entenderam tudo errado. Vocês não precisam me seguir. Vocês não precisam seguir ninguém. Vocês precisam pensar por si mesmos. Vocês são todos indivíduos. Multidão: "Sim. Somos todos indivíduos".
—Diálogo da cena em que os seguidores de Brian o segue até a janela de sua casa.
Uma das cenas mais comentadas do filme é quando Brian diz a seus seguidores que todos são indivíduos e não precisam seguir ninguém.[46] Segundo Edward Slowik, este é um momento raro em que Monty Python coloca um conceito filosófico em palavras de maneira tão aberta e direta.[47]A Vida de Brian descreve com precisão a visãoexistencialista de que todos precisam dar sentido à sua própria vida.[48]
Brian pode assim ser chamado de existencialista seguindo a tradição deFriedrich Nietzsche eJean-Paul Sartre. Ele é honesto consigo mesmo e com os outros e vive uma vida autêntica da melhor maneira possível. No entanto, Brian é ingênuo demais para ser chamado de herói com base nas ideias deAlbert Camus já que para Camus, a busca pelo sentido da própria vida ocorre em um mundo profundamente sem sentido e obscuro. O "heróiabsurdo" se rebela contra essa falta de sentido e, ao mesmo tempo, mantém seus objetivos, embora eles saibam que sua luta não deixa impacto a longo prazo. Ao contrário, Brian não é capaz de reconhecer a falta de sentido de sua própria situação e, portanto, não pode triunfar sobre ela.[49]
Shilbrack conclui que o final mostra que as execuções não tinham propósito, já que as mortes eram sem sentido e não havia mundo melhor esperando por elas.[50] Nesta nota, algumas pessoas afirmam que o filme apresenta uma visãoniilista do mundo que geralmente contradiz qualquer base religiosa.[49] No entanto,A Vida de Brian oferece humor para contrabalançar o niilismo, afirma Shilbrack em seu texto. Ele comenta que religião e humor são compatíveis entre si e você deve rir do absurdo, já que não pode combatê-lo.[51]
O filme zomba de grupos revolucionários e daesquerda britânica da década de 70. De acordo com Roger Wilmut, "o que o filme faz é colocar estereótipos modernos em um cenário histórico, o que lhe permite entrar em diversas escavações, particularmente em organizações sindicais e guerrilheiras".[52] Todos os grupos do filme se opõem àocupação romana da Judéia, mas caem no padrão familiar de intensa competição entre facções que parece, para um estranho, ultrapassar distinções ideológicas tão pequenas que são invisíveis, retratando assim o fenômeno donarcisismo de pequenas diferenças.[53] Essa desunião, de fato, fatalmente aumentou a resistência da Judéia na vida real contra o domínio romano.[54]Michael Palin diz que os vários movimentos separatistas foram modelados em "grupos modernos de resistência, todos com siglas obscuras das quais nunca se lembram e suas agendas conflitantes".[55]
A Frente Popular da Judéia composto pelos personagens dos Pythons, discute seus "rivais" com gritos de "divisões" e se opõe veementemente à Frente da Popular da Judéia, à Campanha pelaGaliléia Livre e à FrenteAnarquista da Judéia (a última composta por um único homem de idade,[56] ridicularizando o tamanho do verdadeiro revolucionáriotrotskista/facções). A briga entre organizações revolucionárias é demonstrada de maneira mais dramática quando a PFJ tenta sequestrar a esposa de Pôncio Pilatos, mas encontra agentes da Campanha pela Galiléia Livre, e as duas facções começam uma briga violenta sobre qual delas concebeu o plano primeiro. Quando Brian exorta-os a cessar a luta para lutar "contra o inimigo comum", os revolucionários param e choram em uníssono "a Frente do Povo da Judéia!" No entanto, eles logo retomam suas lutas e, com dois legionários romanos assistindo perplexos, continuam até Brian ser deixado o único sobrevivente, quando é capturado.[57]
Há também uma cena famosa em que Reg faz um discurso revolucionário perguntando: "O que os romanos já fizeram por nós?" Nesse ponto, os ouvintes descrevem todas as formas de aspectos positivos da ocupação romana, comosaneamento, medicina,educação, vinho,ordem pública, irrigação, estradas, sistema de água,saúde pública e paz, seguido por outra pergunta: "o que os romanos já fizeram por nós, exceto saneamento, medicina, educação ...?".[57] O biógrafo de Python, George Perry, observa: "A Frente Popular de Libertação da Judéia realiza suas reuniões como se tivessem sido convocadas por um grupo deadministradores de loja".[58] Essa piada é o inverso de uma conversa semelhante registrada noTalmude daBabilônia;[59] alguns autores chegaram a sugerir que a piada é baseada no texto talmúdico.[60]
O filme foi proibido por oito anos naIrlanda e por um ano naNoruega (sendo comercializado naSuécia com oslogan: "O filme é tão engraçado que foi proibido na Noruega").[61] Durante a exibição teatral do filme naFinlândia, um texto explicando que o filme era uma paródia dos épicos históricos de Hollywood foi adicionado aos créditos de abertura.[62] NoReino Unido,Mary Whitehouse, e outros cristãos tradicionalistas, panfletaram em locais onde o cinema local estava exibindo o filme, uma campanha que chamou ainda mais a atenção do público[63] Uma das cenas mais controversas foi o final do filme: a crucificação de Brian, onde muitos manifestantes cristãos disseram que estava zombando do sofrimento de Jesus, transformando-o em um "Jolly Boys Outing".[64] Os Pythons deu a seguinte resposta a esta crítica: "a crucificação era uma forma padrão de execução nos tempos antigos e não apenas especialmente reservada para Jesus".[65]
"A Vida de Brian é um tributo extraordinário à vida, obra e ensino de Jesus - que eles não poderiam realmente blasfemar ou fazer piada com isso. É uma sátira maravilhosa sobre o modo como o próprio ensino de Jesus foi usado para perseguir pessoas. Eles estavam satirizando o fundamentalismo e a perseguição a outros e, ao mesmo tempo, dizendo que a única pessoa que se eleva acima de tudo isso é Jesus.
O filme ainda sofreu punições durante a virada do milênio. Em 2008, o Conselho deTorbay finalmente permitiu que o filme fosse exibido depois de ganhar uma votação on-line para o Festival Internacional de Filmes de Comédia da Riviera Inglesa.[67] Em 2009, foi anunciado que uma proibição de filme de trinta anos na cidade deAberystwyth, noPaís de Gales, havia sido finalmente suspensa, e a exibição subsequente contou com a presença deTerry Jones eMichael Palin ao lado da prefeita Sue Jones-Davies (que interpretou Judith Iscariot no filme).[68][69] Em 2013, uma autoridade alemã no estado daRenânia do Norte-Vestfália considerou o filme possivelmente ofensivo para os cristãos e, portanto, sujeito a um regulamento local que proíbe sua exibição pública naSexta-feira Santa, o que causou protestos deateus locais.[70]
Além de ser considerado uma das melhores comédias de todos os tempos[29][32][33] a música que é cantada no final do filme, "Always Look on the Bright Side of Life" se tornou popular principalmente em 1982, durante aGuerra das Malvinas, quando marinheiros a bordo dodestróierHMSSheffield, gravemente danificado em um ataque de míssil argentinoExocet em 4 de maio, começaram a cantar enquanto aguardavam o resgate.[11][71] Muitas pessoas consideraram a música comootimista e motivadora. Uma de suas interpretações mais famosas foi pelos dignitários deManchester, durante a campanha da cidade para sediar asOlimpíadas de 2000 (que acabaram sendo sediadas emSydney). Idle mais tarde apresentou a música como parte dacerimônia de encerramento dos Jogos Olímpicos de Verão de 2012.[72] A música acabou sendo usada como "grampo" musical nos concertos doIron Maiden, onde a gravação é tocada após o bis final.[73]
O apresentador de rádio John Williams, do WGN 720 AM deChicago, usou "Always Look on the Bright Side of Life" em um segmento de seus shows de sexta-feira. O segmento é usado para destacar bons eventos da semana passada na vida dos ouvintes e o que os fez sorrir.[74] Uma série histórica daBBCWhat the Romans Did for Us, escrita e apresentada por Adam Hart-Davis e transmitida em 2000, leva o título dapergunta retórica de Cleese: "O que os romanos já fizeram por nós?" em uma das cenas do filme. (O próprio Cleese parodiou essa frase em um anúncio da BBC de 1986 defendendo aTaxa de Licença de Televisão: "O que a BBC já nos deu?").[75]
↑Perry, George (1994).A Vida de Python. [S.l.: s.n.] p. 161
↑Talmude babilônico, Shabat 33. "R. Simeon b. Johai [sic] disse: 'Todas essas coisas que eles instituíram para o seu próprio bem. Seus mercados são locais de reunião para prostitutas; eles construíram banhos com o objetivo de se entregarem a si mesmos. em seus confortos, eles construíram pontes para cobrar pedágio daqueles que os atravessam. 'Texto completo disponível emhttp://www.sacred-texts.com/jud/t01/t0110.htm