Proporção de tela, também referida comoproporção,relação ourazão deaspecto(português brasileiro) ouaspeto(português europeu), de umaimagem bidimensional ("aspect ratio" em inglês) é a relação matemática entre as suas duasdimensões, em geral obtida peladivisão entre as medidas dalargura e daaltura[1]. Pode ser representada por umnúmero decimal com duas casas (1,33; 1,66; etc.) ou pela relação entre doisnúmeros inteiros (4:3; 5:3; etc.).
Nasartes plásticas bidimensionais (desenho,pintura,gravura, etc.), as proporções de imagem são bastante variadas, não havendo qualquer tipo de padronização. Nasartes gráficas, existem padrões para publicação emrevistas,cartazes,outdoors, etc., mas mesmo estes padrões são bastante maleáveis.
A necessidade de padronização é mais presente nafotografia, em que a proporção da imagem é, a princípio, determinada pela janela da câmara (seja esta analógica oudigital), e principalmente no campo doaudiovisual (filmes,vídeos, etc.), em que a dimensão dotempo gera a existência de uma grande quantidade de imagens coerentes entre si, inclusive com relação à proporção de tela.
Emcinema etelevisão, as proporções mais comuns são:
Também chamada de "janela clássica", utilizada na televisão tradicional (SDTV) e na grande maioria das telas de computadores até por volta de 2009, bem como em praticamente todo o cinema feito até por volta de1950 - e ainda hoje, por alguns raros filmes que buscam umenquadramento "clássico".
Na verdade, desde o final da década de1920, ofotograma cinematográfico teve que ser redimensionado para abrir espaço para o som e tomou o formato 1,37 (aproximadamente 11:8). A partir daí, a proporção 1,37 passou a ser conhecida como "janela acadêmica" ("Academy aspect ratio") e o velho e quase idêntico padrão 1,33 tomou o nome de "janela muda" ("Silent aspect ratio").
Também conhecida como "janela panorâmica" ou "anamórfica"; utilizada no cinema desde os anos 1950, originalmente através de um processo chamado de "Cinemascope" (patenteado pelaPanavision) e seguido por outros processos semelhantes (Todd-AO, VistaVision, etc.), com proporções de tela parecidas.[2] É um processo caro, que necessita de equipamento especial tanto na filmagem quanto naprojeção. A imagem é enquadrada em formato largo, através de umalente cilíndrica (e não esférica, como é o normal) e então "encolhida" (anamorfizada) para caber num fotograma normal de proporção 1,33. Depois, na projeção, outra lente cilíndrica recompõe o quadro original.
Chamada de "janela europeia" porque se tornou o padrão do cinemaeuropeu a partir da década de 1960.
Chamada de "janela norte-americana" por ter sido o padrão adotado nassalas de cinema dosEstados Unidos a partir dos anos 1960, e até hoje utilizado emHollywood para a grande maioria das produções que não utilizam processos anamórficos.
É a proporção datelevisão de alta definição, adotada como padrãoHDTV desde os anos 1980, e a partir de 2003 também encontrada em muitos monitores de computador.[3]
Chamado de Ultrawide, é o formato mais popular para produção de filmes para o cinema, mas é um formato novo entre os smartphones e monitores.
Na verdade, não existe conversão de proporções de tela, por razões meramentegeométricas: umretângulo não tem como ser perfeitamente encaixado em outro retângulo, mesmo sendo ampliado ou reduzido, se suas proporções não são idênticas[4]. Apesar disso, existe a necessidade de exibir filmes ou programas produzidos em uma determinada proporção na tela de um dispositivo que possui uma proporção diferente. Com este objetivo, os processos mais comuns são:
Cropagem (em inglês, "cropping"): a imagem original é simplesmente cortada nas laterais (ou em cima e em baixo) a fim de preencher totalmente a tela do dispositivo. No caso de filmes produzidos em "Cinemascope" (proporção 2,35) que são "cropados" para exibição em TV tradicional (proporção 1,33), a perda de informação nas laterais chega a 43% - ou seja, a televisão exibe apenas pouco mais da metade da imagem original.
Pan&Scan (que poderia ser traduzido por "estica e puxa") é uma variação da cropagem, em que as partes a serem suprimidas da imagem original são selecionadas a cadaplano do filme: às vezes elimina-se todo o lado direito da imagem, às vezes todo o lado esquerdo, e na maior parte do tempo simplesmente exibe-se a parte central da imagem original. Em alguns planos, o "Pan&Scan" chega a criar um movimento artificial da janela (que evidentemente não foi previsto pelos realizadores do filme) a fim de seguir, por exemplo, o desenvolvimento de umdiálogo entrepersonagens que estão em cantos opostos do quadro.
Distorção (em inglês, "stretching"): a imagem original é distorcida, vertical ou horizontalmente, a fim de preencher totalmente a tela do dispositivo. O processo de distorção não deve ser confundido com a "anamorfização" (utilizada, por exemplo, no Cinemascope), que é necessariamente revertida na exibição, produzindo imagens de objetos com proporções coerentes. Ao contrário, ao distorcer uma imagem produzida para TV tradicional (1,33) tentando encaixá-la numa tela de HDTV (1,77), os personagens ficarão 33% mais gordos quando estiverem em pé, e 33% mais magros quando estiverem deitados.
Barras: a imagem original é reduzida para caber inteiramente na tela, sendo o espaço correspondente à diferença de proporções preenchido com barras negras horizontais (em inglês, "letterboxing") ou verticais ("pillarboxing"). É a única maneira de preservar a totalidade da informação contida no programa original, respeitando as decisões de enquadramento ecomposição tomadas pelodiretor, pelodiretor de fotografia, pelodiretor de arte, etc.